Redemption. escrita por hinamite


Capítulo 4
04.


Notas iniciais do capítulo

finalmente o que voces queriam
os gays n
insira uma dedicação aqui pra quem quiser dedicação
boa leitura (?)



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Quando Christopher acordou, ele podia sentir um pouco de saliva no travesseiro. Resmungou e se afastou, mesmo que aquela fosse a sua própria. Aquilo só demonstrava o quanto estava precisando dormir, e claro, não tinha dúvidas disso, mas também não queria que tivesse dormido tanto. Ele ainda tinha o que fazer naquele hospital. Sua lista provisória ainda estava em sua mente: Procurar Josh, comer algo, falar com a Sam. 

Coçou os olhos e procurou os óculos tateando a bancada do lado da cama, e quando os achou, colocou rápido para que pudesse olhar o relógio na parede. Seis horas, de noite. Não sabia se ficava grato pelas horas de sono terem valido a pena ou se amaldiçoado por ter dormido tanto. Talvez não conseguisse ver Josh, mas rezou pra que sim. Cristo, imploraria se fosse preciso só pra que fosse confirmado que o melhor amigo estava bem. 

Se levantou e saiu do quarto em seguida, olhando pros lados e percebendo o quanto era idiota por estar tão preparado. Não tinha a menor ideia de onde era o quarto de Josh. Se prometeu mentalmente que esse seria o último imprevisto da noite, e foi em direção à recepção. Não estranhou a recepcionista ter reconhecido seu rosto, mas queria que ela não parecesse tão surpresa por ele já estar de pé. Limpou a garganta quando foi falar, pois fazia tempo desde a última vez que tinha feito isso.

— Com licença, uh.. Josh Washington? Onde é o quarto dele?

A mulher arqueou a sobrancelha. — Joshua Washington, certo? Ele não devia receber visitas agora. — Quase a xingou de várias formas em sua mente. — Mas, como abrimos exceção pra uns, temos que permitir os outros.. — A forma que ela falou isso deixou clara sua má vontade, e Chris quase fez uma careta com isso. — No segundo andar. A primeira do corredor da esquerda. Boa sorte. 

Enquanto ela voltava a digitar em seu computador, Chris assentiu, memorizando o caminho para o quarto. — Obrigado. — E saiu. 

A primeira do corredor da esquerda, segundo andar. Ela podia só ter me dado o número, mas.. 

Subia as escadas, enquanto se perguntava quem havia ido visitar Josh antes. A possibilidade de ter sido os pais dele eram enormes, até porque Chris tentou imaginar o pânico que os dois sentiram no momento que foram comunicados que seu filho, o único filho restante, estava em um hospital, com ferimentos graves. 

Chris mordeu o lábio inferior. Isso era demais pra uma família só.

Tinha as direções que a mulher o deu em mente, então não demorou para que estivesse na frente da primeira porta do corredor. Se aproximou e não conseguiu escutar nada, e não sabia se isso o tranquilizava ou o deixava mais nervoso. Contou até três em sua cabeça, bateu na porta, e entrou. 

— J- ...Josh? 

E ele estava lá. Chris olhou pro quarto inteiro até ter coragem de fitar onde o mais velho obviamente estava, ou seja, na cama. Os olhos um tanto arregalados o encaravam, e eles eram tão cheios de vida antes, a vida que os acontecimentos durante os dois anos conseguiram tirar de Josh na marra. Chris observou cada detalhe da expressão dele mudar; ele viu Josh parecer confuso, até o momento em que seus lábios tentaram forçar um sorriso fraco, e os olhos queriam parecer mais tranquilos. Nunca que eles iriam, por sinal. As olheiras de Josh o amaldiçoavam com isso. 

— E aí, cacique. 

O apelido fez o estômago de Chris revirar. Ele retribuiu o sorriso de uma maneira desconfortável, entrando de vez no quarto e fechando a porta atrás de si. 

— Ei, cara.. Você tá- — Bem? Ele pensou em perguntar. Mas se corrigiu, porque pareceu uma coisa estúpida de se falar, até. — ..Melhor?

Josh deu de ombros. — Acho que sim. Se você contar calmo, com a cabeça funcionando de novo... — Ele deu algumas cutucadas em sua própria cabeça, em brincadeira. — Então melhor do que nunca. 

— Josh, isso é sério. Eles te deram os remédios? — Chris continuou depois que viu que o outro tinha assentido com a pergunta. — Isso é.. Bom. — Ele coçou a nuca, procurando algum assunto. — Disseram que alguém veio te visitar. 

— E você não consegue adivinhar? Foram os meus pais. — Ele mudou a direção do olhar pra parede do quarto. Chris olhou rápido para a mesma direção também, mas voltou pra Josh quando ele continuou a falar. — Assustados. O velho só continuou me dizendo o como ele tinha razão que era uma má ideia voltar pra montanha, e minha mãe.. — Ele riu, completamente desanimado. — Teve lágrimas pra derramar. Mas eu já esperava. 

Um último suspiro de Josh fez que o silêncio fosse mais presente, e Chris queria ter o que comentar, mas o melhor amigo o fez primeiro, fitando o louro com uma expressão que Chris não poderia julgar, ele estava com o olhar de alguém que desacreditasse em qualquer passo que Chris desse, também confuso e cansado. 

— Chris, por que você tá sendo tão bom comigo?

— O quê?

— Você sabe que eu não mereço isso. Nós dois sabemos que eu não mereço isso. Cara, eu quase matei vocês.. — A risada dele doía. 

— Isso não foi você, Josh, por favor-

Por que você tá sendo tão bom comigo? — Ele perguntou de novo o interrompendo, e parecia impaciente. Chris engoliu seco, se aproximando, fazendo Josh olhar mais pra cima o quanto mais Chris ficava perto. 

Logo Chris estava do lado dele, se sentou no banco próximo e colocou a mao no ombro de Josh, fazendo o mais velho arquear uma sobrancelha. 

— Porque eu disse que eu ia continuar do seu lado. Eu já te decepcionei antes, eu não te ajudei, eu.. Eu fui um melhor amigo de merda. Eu não fui a ajuda que você merecia.. — Tentou sorrir pra ele. — Agora eu tô aqui, cara. 

Josh mordeu o lábio inferior, e isso não impediu Chris de se mover primeiro e poder se inclinar e o abraçar. Não permitiu que Josh falasse qualquer coisa primeiro, também. Precisou soltar as duas palavras que estavam presas no peito desde que entraram naquele helicóptero: 

— Me desculpa, Josh. 

Chris conseguiu sentir Josh o abraçando de volta aos poucos, e talvez o apertando mais do que o louro esperava que o outro fosse fazer. Conseguiu sentir lágrimas molhando sua camisa, e um certo choro abafado vindo por parte de Josh. Chris passou a mão por suas costas, dando tapas fracos de apoio na mesma. Respirou fundo e esperou que o choro de Josh acabasse, e quando se separaram, Chris novamente tentou sorrir pro outro, como quem dissesse que estava tudo bem agora.

— Eu prometi que eu não ia chorar quando você passasse por essa porta. — Josh riu de maneira desanimada. — Sempre me superando, Christopher. 

— Você me chamar de Christopher é bizarro. — Chris brincou. — Já pode parar. 

— Ora, caro Christopher. O nome te desagrada de alguma maneira?

— Josh. 

— Mil perdões. Talvez eu devesse chamar alguma senhorita pra pôr um sorriso nessa sua cara trombuda

— Desconfortável demais, cara! — Chris o empurrou com o cotovelo de maneira fraca, e os dois riram baixo. 

Por esses instantes, quase pareceu que nada estava errado.

— Alguém além de mim e seus pais falou com você? — Chris perguntou, e se sentiu um babaca por ter feito isso. Mas Josh não se importou, até.

— Você quer dizer a Sam? Porque o resto.. — Ele não precisou terminar a frase. — Mas não. A Sam tentou, mas eu 'tava apagado quando ela quis burlar a coisa de não poderem me visitar. Talvez ela te mate se souber que você conseguiu tão fácil. — Ele soltou uma risada nasal, mas seu sorriso sumiu mais cedo do que Chris gostaria. — Eu decepcionei ela também. 

— Josh..

— Você sabe que sim. 

— Não era sua culpa. 

— Não é isso que eu quero ouvir, cara. 

Chris se perguntou o que deveria ser, então. Mas o tempo que levou para pensar foi até mais do que deveria para que a conversa acabasse morrendo por conta do o silêncio desconfortável. 

— Você.. Não me mata se eu pedir uma coisa? — Josh riu de uma maneira meio nervosa, fazendo Chris arquear a sobrancelha. 

— O quê?

— Pode ir pegar alguma coisa de verdade pra gente comer? Quer dizer, a comida que as enfermeiras me deram é uma merda. Com todo respeito. — Ele colocou a mão no coração, e Chris sorriu de lado. 

Não era uma má ideia, na verdade. Isso daria conta da parte dois dos seus afazeres e da sua fome, então só assentiu, se colocando de pé. 

— Beleza. O que eu pego? 

— Acho que tem um café do outro lado da rua. Nada demais, mas algo pra gente poder comer que tenha gordura o suficiente. — Ele finalmente pareceu o Josh de antes como Chris gostava, e se perguntou se isso era uma coisa ruim de se pensar. 

— Só tem um problema-

— Meu pai deixou dinheiro no bolso do casaco dele, bem.. — Josh apontou para a poltrona ao lado da porta do quarto, com um casaco de frio largado em um dos braços da mesma. — .. Ali. Não se preocupa, minha conta. 

— Va~leu. — Chris cantarolou, e a risada nasal do melhor amigo foi o suficiente para que sentisse que foi agradável ter o feito. Enquanto se dirigia poltrona e junto para a sua saída, conseguiu ouvir Josh o chamar, e se virou como um reflexo. — Hm?

— Não.. Demora, beleza? — Ele parecia inseguro e os olhos tinham um ar assustado. O sorriso de Chris vacilou um pouco. 

— Pode deixar. 

E faria questão de que realmente não demoraria, tanto pela sua fome quanto por Josh. 


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