Redenção escrita por AnneAngel


Capítulo 14
Olá, irmãozinho tolo!


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores queridos - Desviando de mouse, teclado de computador e qualquer outro objeto que esteja ao alcance das mãos de cada leitor...

Sim, eu sei que demorei UM SÉCULO para postar, mil desculpas por fazer vocês esperarem tanto, minha vida tá uma bagunça, mas agora que entrei de férias acredito que vou conseguir colocar as coisas em ordem...
OBS; Mesmo que eu demore a postar, não percam as esperanças, eu não vou apagar a fic ou exclui-la, afinal eu me comprometi a escrever essa historia e agora vou até o final, não importa quanto tempo leve... Esse é um compromisso que eu firmo com vcs...
Obrigada a todos que mandaram comentários e favoritaram, vcs me dão força todos os dias para continuar...
Beijos, até a próxima♥



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Confiança não tem sete vidas.

Sasuke P.O.V (Point Off View)

Estava raivoso demais para permanecer parado. Socava, levava ao chão e chutava qualquer objeto que lhe viesse à frente. Folhas, arquivos, pastas, lápis e canetas foram arremessados longe quando ele, com tremenda força, levou a mesa do escritório ao chão.

O som pesado de algo caindo foi alto e intenso, seguido por pequenos barulhos de canetas e lápis batendo no chão. Ainda sim, isso não era suficiente para conter sua raiva, prateleiras fixas foram arrancadas das paredes com violência, o que avia em cima lançado ao chão sem nenhum cuidado, o que havia dentro de gavetas foi propositalmente jogado no chão sem cerimonia.

O Uchiha estava irado, qualquer coisa em seu caminho era um alvo. Nem os ventiladores de teto empoeirados resistiram a tanta raiva, puxados do teto com brutalidade, as paredes também sofreram danos notáveis. Podia-se ouvir os grunhidos de frustração do moreno por todos os andares e ninguém se atrevia a chegar perto: Sua revolta era mais que notável.

Sua ira havia deixado a todos os poucos amigos que tinha preocupados, Sakura mal sabia o que fazer, desconcentrava-se varias vezes, sentia-se como a criança que era ha muito tempo, uma jovem sem saber para onde estava caminhando. Um novo problema em sua vida nada perfeita, Kakashi estava decepcionado com essa nova rixa entre Naruto e Sasuke ninguém sabia mais o que esperar.

O estrondo na sala que estava sendo indiscutivelmente destruída era ouvido por todos no prédio da DIIA. Todos estupefatos, sem saber como agir em tal situação. O prédio já era velho, os danos seriam cruciais para seu funcionamento, já precário, ficar pior. O jeito era rezar para que Sasuke se contentasse em destruir apenas a sala em que estava e não as outras próximas, afinal, ninguém iria tentar impedi-lo.

Talvez essa fosse a situação em que precisassem chamar o Hokage, no entanto, o pensamento era inútil quando se lembravam que era justamente por tal homem que o Uchiha estava com tanta raiva. Era melhor deixa-lo bater em objetos inanimados, era melhor do que arriscar o próprio pescoço.

A medida de emergência já havia sido tomada. Afastar um Uchiha Sasuke de Naruto não havia sido nada fácil, era umas daquelas brigas em que ninguém podia fazer nada. Se intrometer não era uma opção.

A batalha entre os dois havia sido acirrada, o local próximo a briga, completamente destruído. Justo os portões de entrada da vila. Isso com certeza iria repercutir, o bastante para Kanoha entrar em um grande escândalo, justo com um grande evento chegando. O torneio Jounin seria adiado devido o corrido. Uma lastima para todos os países que, pela primeira vez, disputariam o cargo com ninjas de todas as vilas, um grande evento e marco na historia.

Sasuke cuspiu de canto, grunhindo de raiva. Sua face assustadoramente fechada, as mãos fechadas em punho cerrado, olhando ao redor como se procurasse mais alguma coisa para destruir. O ódio ainda inflamava seu sistema, lutar com Naruto não havia sido o suficiente. Dar umas boas porradas no loiro não havia funcionado.

Apesar de tudo, não havia gostado nada dos acontecimentos anteriores, além da luta contra Naruto ser um tremendo fiasco, sua raiva continuava borbulhando em seu interior, o fato do Uzumaki ter traído sua confiança esmagava sua esperança e fé em qualquer coisa e o deixava cabisbaixo.

Uma luta intensa, podia se lembrar de cada golpe e jutsu, cada investida e deslize. Naruto não estava lutando a sério, motivo para ficar completamente quebrado. O Hokage obviamente não lutaria com toda a sua força tão próximo a vila, com todos aqueles inocentes, seus ataques eram apenas para proteger a si mesmo ou os cidadãos, e claro, havia aquela insistência, aquela esperança na voz do loiro, aquela vontade de faze-lo mudar de ideia apenas com um discurso bem improvisado...

Mas Sasuke estava farto: Dessa vez, só dessa vez, ele não iria ceder. Não cairia naquela conversinha fiada. Ele havia sido um tanto idiota de um dia ter acreditado nela.

Chutou a cadeira mais próxima longe, fazendo-a se despedaçar com o impacto e um estrondo forte ecoar no lugar. Não haveria mais nada daquele papinho de amigos, nenhuma falha,  nenhuma pena, nenhum remorso. Naruto havia lhe traído! Justo aquele em quem ele mais confiava. Justo seu único amigo, seu melhor amigo. Seu irmão! Ele não devia ter feito isso: Não depois de tudo que os outros Kages fizeram com seu Clã e seu irmão.

O Uchiha grunhiu raivoso. Devia ter acabado com o loiro quando teve a chance, mas seria burrice.

Lembrou-se: Sua mão ia de encontro ao loiro ensanguentado com tremenda raiva, capaz de esmagar o chão. Uma cratera havia se formado ao redor de ambos, o lugar antes belo e estonteante agora transformado em um campo de batalha cruel. O que era os portões da Vila Da Folha agora estava destruído de forma lastimável. Uma luta surreal.

Mas Sasuke não ligava para a gravidade de seus atos, ele sabia que era mais do que capaz de matar Naruto. Ele queria, como queria! Sua raiva era grande, mas não maior que a dor no coração, a dor da traição, agora tudo o que podia sentir era o ódio inflamar seus sistema como não acontecia há muito tempo, sua mente nublada de raiva e ira...

‘’POR QUÊ?’’ Gritou ao Hokage vigente. ‘’Por que fez isso dobe? Por que escondeu isso de mim?’’ Seus ataques não sessavam, sua ira cada vez maior. Ambos cobertos de lama, proporcionada pela chuva que caia em sereno com o chão de terra, e sangue, havia sangue por toda a parte.

O Uchiha estava bem ciente das lesões provocadas em ambos. Ele mesmo sentia seu corpo protestar, já Naruto estava em algum lugar debaixo da cortina de sangue, que banhava seu corpo. Ambos em estado lastimável, em um conflito sem precedentes. Sasuke estava bem consciente das pessoas ao redor, das corajosas o suficiente de ficarem tão perto. A multidão acompanhava de longe sem nada fazer, com gritos de lamento, indignação, entre outros, lamurias indecifráveis...

Podia sentir o olhar das pessoas em si, podia sentir a raiva delas para com ele. Nem ligava, mas seu irmão ainda estava olhando, seu irmão de verdade. E Sarada ainda estava lá, sem ação.

Naruto ainda lhe olhava estupefato, mas parecia entender a situação, além de proteger os cidadãos ele não havia feito muita coisa para impedir o ataque de fúria do Uchiha. Ele ainda sorriu, sorriu de canto resignado, cabisbaixo.

Sasuke estava indignado, queria retirar aquele sorriso na base da porrada...

‘’Bate baka! Eu sei que mereço! Mas depois vamos nos acertar de verdade’’ Murmurou o Uzumaki com convicção. ‘’Pisei na bola, eu sei, mas ainda to pronto para fazer você entender que tudo o que faço é pensando no melhor de cada um, inclusive o seu[DA]TEBBAYO’’

O Uchiha podia sentir as palavras soarem em seu ouvido como um convite, ele devia bater, ele devia quebrar toda a cara daquele dobe, e lhe arrancar todos os dentes...

‘’PAPAI!’’ Sasuke podia ouvir o grito de sua filha lhe chamando. Uma voz receosa e ao mesmo tempo tristonha. Ele tentou ignora-la, mas parecia que quanto mais tentava mais podia ouvir a voz de sua filha em meio a multidão. ‘’Papai! Pare com isso! Pare papai!’’

Sentia a pressão em si, uma sensação indescritível: Sasuke olhou ao redor observando a multidão aflita, e percebeu. Percebendo que havia vacilado. Não com Naruto, não, ele merecia apanhar. Não com Konoha e seus cidadãos hipócritas, não com seus amigos falsos, mas ao ver os fleches, ao ver a multidão olhando-o com raiva e desdém e perceber que isso podia repercutir para sua família: via Sakura, Sarada e Itachi estupefatos e sem ação, praticamente implorando com os olhos para que ele não fizesse besteira.

Sarada não parava de implorar, Itachi permanecia quieto, mas em seus olhos Sasuke podia ver o brilho fraco com a esperança de que ele atenderia os pedidos da filha e pararia.

Com tanta pressão ele não pode continuar. Naruto e Konoha mereciam com certeza aquela sua ira, mas: Os Uchihas não mereciam tal fama de infames e ordinários mais doque já tinham. Seu irmão já tinha fama o suficiente e nem merecia mais disso, e Sarada com certeza não precisava disso em sua vida...

‘’Tem razão Dobe! Acertaremos isso em outro lugar, em outras circunstancias’’ Grunhiu, antes de sair do local da batalha as pressas...

Ao se lembrar disso tudo, Sasuke socou a parede com força. Pensando melhor agora, ele devia ter acabado com Naruto naquele instante. Fraquejar era para os fracos, não é?

Podia se lembrar dos gritos e correria, Ah e claro; a cara de Naruto indo de encontro aos muros, algo que lhe deu muita satisfação. Por milésimos de segundos ele abriu um sorriso pequeno sarcástico que logo desapareceu de seus lábios.

Ele olhou ao redor da sala completamente destruída, lembrando-se que estava na DIIA. A situação havia mudado drasticamente: Ele ainda estava com ódio, por terem mentido para ele, por terem lhe enganado.

Aquela era sala estranha, grande, sem janelas, sem a luz calma da manhã, com uma única porta de saída e fora dela um corredor longo, estéril e sem quase nenhuma outra sala por perto, completamente isolado de tudo. O ultimo lugar que imaginou que estaria depois de tudo era ali, mas lhe ofereceram um lugar calmo, sem o assédio dos paparazzi, sem tumulto, sem fotos e sem confusão. Tinha que deixar a poeira baixar.

Nervoso, ele passou as mãos pelos cabelos. Precisava se acalmar, se manter atento e agir calculadamente, com frieza, ele era um Uchiha não podia demonstrar tanta instabilidade emocional assim...

Estalou os dedos um a um, olhando ao redor. Havia uma poltrona outrora confortável, que agora estava parcialmente destruída e cheia de buracos no estofado. Aproximou-se de vagar e sentou com desgosto na poltrona, que antes devia ser reclinável, mas agora não tinha mais essa função.

Tentou se manter calmo, queria levantar-se e fazer alguma coisa, cruzar aquela porta ridícula e sair, mas apenas permaneceu sentado com expressão vazia, esperando o ultimato. Sua raiva ainda estava lá, mas ela não lhe levaria a nada naquele momento.

Não podia negar-se lembrar, tentava de tudo, mas as memórias e pensamentos apenas cruzavam sua mente em segundos. Lembrava-se das demonstrações de boa índole e caráter de Naruto e não podia imaginar que o mesmo havia lhe privado de reencontrar seu irmão. Como ele pode não perceber que mentiam para ele de tal forma? A mentira borbulhava em sua mente e ele ainda não conseguia entender, como foi tão tolo? Até Sakura e Kakashi souberam antes dele! E ninguém pensou em lhe informar devidamente.

O Uchiha olhou para sala vazia a qual havia sido levado, estava tudo destruído, sabia que era uma sala de propriedade da DIIA, mas não ligava para a destruição, era alguma sala não especifica, apenas sem ninguém para importuna-lo. Não havia absolutamente nada para fazer ali, mas era uma medida cautelar: Seu ataque de fúria no dia anterior rendeu muitas noticias não só para o jornal local quanto para o internacional, agora ele devia manter-se ali por algum tempo para impedir novos alardes (Talvez fosse uma daquelas situações em que o Hokage viria, mas Sasuke tinha certeza de que não queria falar com ele no momento... Era provável que o Uzumaki soubesse disso).

Ele sentia raiva, um tipo de raiva indecifrável e inconsequente. Sua cabeça estava perdida em meio ao vendaval, pensava ele que havia superado essa incógnita do Clã Uchiha, pensava que havia suprimido de vez a Maldição do Ódio, mas percebera que não, pelo menos não completamente, afinal, ainda podia sentir uma pontinha de sanidade lançada ao mar raivoso. Ele tentava se lançar a essa pontinha de sanidade com todas as forças, precisava ser meticulosamente frio agora. Não bastava socar Naruto e ir contra Konoha, isso não mudaria seu próprio status de infame na sociedade de Konoha, isso só faria de Sasuke um Nukenin novamente.

Tinha que pensar em uma maneira mais inteligente de acabar com a moral daquele loiro idiota. Ha alguns anos atrás ele teria perdido completamente a cabeça, mas agora ele não era mais um rapaz jovem e sim um adulto, um adulto com muita raiva: Mas um adulto, primeiramente.

Ele podia sentir a dor, não física, porque o preço por sua pequena batalha com Naruto já havia sido remediada com uma dose considerável de anestésicos ou morfina, o Uzumaki provavelmente estava, assim como ele, se recuperando em algum lugar. Não era a dor física, mas a dor na alma: Um preço não muito justo a pagar, sua esperança estraçalhada em inúmeros pedaços.

Como pode ser tão bobo? Tão fraco ao ponto de acredita que alguma coisa ainda podia mudar? Depois de ter voltado, depois de ter se redimido. Ele devia saber que isso era tolice. Ele não devia ter acreditado tanto assim em uma ideia tão imbecil como a de voltar na paz e se reconciliar com tudo acreditando que juntos podiam fazer diferente doque era antes, mas acreditou na esperança que Naruto lhe passou anos atrás, e tudo por quê?

Por causa do Baka do Naruto e seus discursinhos sentimentais, o único que havia ficado ao seu lado quando ninguém mais lhe dava credito, não seria surpresa se o Uzumaki lhe odiasse como qualquer outro, mas não, ele continuou lhe dizendo ser seu amigo. E agora esse amigo mostra sua real face lhe escondendo coisas importantes dele. (Ele fora tolo em acreditar, talvez por que só lhe restava Naruto e a pouca esperança no futuro, por isso se deixou acreditar tão facilmente).

Sasuke fez uma careta ao pensar que um dia foi capaz de acreditar que seria capaz de viver com alguma esperança no futuro, com uma vida nova esquecendo o passado.

‘’Vai ser amigo de outro na casa do caralho Dobe...’’ Murmurou quase que em um grunhido.

Não dava para acreditar que aquele que lutou ao ponto de perder um braço só para lhe salvar agora era esse mesmo amigo que lhe havia enganado e mentido (E mesmo assim o Uchiha não conseguia matar ele... E tudo por quê? O que ele tinha naquele imbecil afinal?).

Ele queria poder jurar que mataria Naruto, mas sabia que seriam apenas palavras vazias: Apenas mais uma de suas ameaças. Porque apesar da raiva e tristeza, ele ainda tinha bons sentimentos com relação aquele loiro otário.

Além disso, não valeria a pena colocar seu sobrenome no meio de tal barbaridade que seria matar o Hokage...

Sasuke suspirou, o que ele podia fazer? Não podia deixar a raiva nublar sua mente, não era mais um jovem sedento por sangue, tinha que pensar como o adulto que era.

Ele bufou ao ouvir uma batida. Permaneceu parado, quieto. Que continuassem batendo, ele não estava se importando, o mundo podia se explodir e ele nem ligaria.

A pessoa na porta parecia receosa em adentrar, mas logo a porta se abriu e a figura de Hatake Kakashi se fez presente. Sasuke não queria vê-lo, na verdade ele não queria ver ninguém, sua expressão se tornou fechada e ele olhou para outro canto da grande sala.

O silencio perdurou por minutos incontáveis, Hatake parecia estar avaliando as condições da sala, mas por fim ele pigarreou levemente, quebrando o silencio duradouro e fazendo o moreno notar um jornal nas mãos do homem.

Pode ler facilmente, a notícia estava na primeira página estampada em negrito gritante, algo como ‘’O remanescente Uchiha enlouquece e ataca o sétimo Hokage’’ Com fotos, calunias e outros tipos de difamação. Ele grunhiu de leve, aborrecido ao ver o papel.

‘’Por que trouxe esse pedaço de merda?’’

Kakashi não o respondeu.

Sasuke olhou novamente para outro ponto da sala, não havia janelas, então ele teve que se contentar com o ventilador empoeirado que restara de seu ataque de fúria anterior.  Não queria saber de mais nada que estivesse naquele jornal, era tudo mentira mesmo (Bem, talvez não tudo, mas...).

O Uchiha bufou, era como se o mundo estivesse de cabeça para baixo. Mas sua mente lhe trouxe diretamente para a realidade. Uma pergunta soou em sua mente e ele não pode segura-la por muito tempo, era como se não houvesse mais algum tipo de filtro entre seu cérebro e sua boca quando se tratava disso: ‘’Onde esta meu irmão?’’ Perguntou de uma forma rude, quase que uma ordem.

Hatake só revirou os olhos, o que deixava o Uchiha ainda mais furioso. Felizmente o grisalho respondeu: ‘’Acredita que ele ficou na segunda página? Você é a estrela principal do Show, ao que parece’’ Ele fez uma careta quando Sasuke grunhiu.

O Uchiha estava prestes a explodir, levantou-se da cadeira a qual já estava desconfortável e mirou Hatake com raiva. ‘’Eu não quero saber em que pagina ele ficou e sim onde esta no exato momento!’’ Exigiu com uma frieza inegável.

‘’Bem...’’ Divagou Kakashi por um instante. ‘’Seus atos no dia anterior foram propícios para que tomássemos algumas medidas...’’

‘’NÃO ENROLE!’’ Berrou.

‘’Bem, enquanto Naruto e você se engalfinhavam na noite de ontem, com todo o tumulto e confusão, nós tivemos tempo de retirar Itachi da situação e transferi-lo para outro lugar com mais facilidade e sem muitos problemas, foi uma boa distração!’’  Ele murmurou e Sasuke podia ver o sorriso do homem por debaixo da mascara, que logo sumiu quando a realidade os atingiu. ‘’Mas não vamos fingir que foi apenas uma distração. Eu sei que esta aborrecido, mas...  Olhe, o Naruto só fez o que-‘’ Kakashi foi interrompido bruscamente.

‘’NÃO O DEFENDA! Ele não tinha o direito...’’ Grunhiu, finalizando o assunto, as explicações para o que o Naruto fez teriam que ficar para uma outra hora.

 Kakashi suspirou, fazendo Sasuke parar por um momento e olha-lo. ‘’Que foi?’’

‘’Você ainda não me disse onde está Itachi!’’ Murmurou o moreno.

‘’Está sob uma medida cautelar preventiva por... Tempo indeterminado!’’

Sasuke bufou. Não fazia muitas horas desde que a luta com Naruto terminou, fora na noite anterior, então agora provavelmente já era dia, mas ele não tinha como ter certeza das horas pois destruiu o único relógio que tinha na sala junto com todo o resto. Seu relógio de bolso também havia se perdido ao longo da batalha, junto com sua capa, sua carteira, sua bandana, enfim: Junto com tudo.

Olhou para Kakashi impassível. ‘’Então o dobe do Naruto não teve coragem de aparecer e mandou você?’’ Kakashi preferiu não responder a isso. ‘’Meu irmão está aqui, não é?’’ Murmurou. ‘’Vocês o trouxeram para cá também!’’ Isso não foi uma pergunta.

‘’Foi o primeiro lugar que pensamos. Além disso, a DIIA é o lugar ideal para manter Itachi, pelo o que ela representa, vamos tentar cuidar do caso dele e-’’ O moreno estalou a língua em desdém e o outro notou:  ‘’Acalme-se Sasuke, nós vamos-‘’

‘’Você quer mesmo que eu acredite nisso?’’ Sorriu ironicamente. ‘’Você já foi melhor!’’ Disse, antes de passar por Kakashi, em questões de segundos seus dedos tocaram a maçaneta, abrindo a porta com rapidez, Hatake a um segundo atrás dele. ‘’ONDE ELE ESTA?’’ Perguntou ao varrer os corredores com o olhar rapidamente, apresando-se em seguir algum caminho qualquer quando o outro se negou a dizer.

‘’Eu já disse que...’’

Sasuke não ligou para o que quer que fosse que Kakashi disse em seguida. Ele só queria achar seu irmão. Já haviam os separado uma vez, ele iria se assegurar de que não aconteceria de novo: Sentia seu coração esquentar de raiva só de imaginar o quanto havia sido tolo, agora não conseguia mais conter seus passos largos.

Virou rapidamente de corredor em corredor, as pessoas se afastaram dele automaticamente, sem a coragem de se por no caminho do Uchiha. Até mesmo Hatake preferiu optar por não para-lo.

‘’ITACHI!’’ Murmurou ao virar um corredor e dar de cara com seu irmão, que olhava-o ligeiramente surpreso.

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Itachi P.O.V (Point Off View)

Ouviu seu nome soar no corredor, ele sabia perfeitamente a quem pertencia aquela voz, embora estivesse mais grossa e soando mais... Velha.

Ele estava sendo transferido de sala, provavelmente para uma mais distante de tudo. Mas ao longo do caminho acabara de esbarrar justo com seu irmão. Por um instante ele ficou sem ação aparente, mas sua mente voou longe: Tudo o que estava acontecendo era como uma grande bagunça em sua mente, a luta recente de Naruto e Sasuke ainda passando em sua cabeça como fleches intermináveis.

Simplesmente não conseguia arranjar um espacinho que fosse para se colocar naquela historia. Após o fim do Edo Tensei, após ir para seu descanso final com apenas uma única remanescente esperança de que Naruto, o único amigo de seu irmão, pudesse de alguma forma corrigir tudo o que ele fez de errado na vida do irmão, Itachi fechou seus olhos deixando que o jutsu se desfizesse e ele pudesse ficar em paz (Apesar de pensar que ele não merecia paz depois de tudo o que fez, depois de causar tanta desgraça e dor, a Sasuke principalmente). 

Ele era um assassino, um Nukenin, um pária na sociedade de Konoha e nos países e Vilas vizinhas. Então esperava que a sua morte pudesse ser comemorada e que sua existência fosse apagada sem deixar vestígios,  também queria que sua morte fosse o fim de qualquer fracasso, erro, e de cada ferida que havia proporcionado ao coração de seu irmão.

Os próximos da descendência Uchiha mereciam uma vida de paz e tranquilidade, em um mundo renovado e cheio de esperança. Seus planos deveriam ter funcionado! Era para isso ter acontecido, mas algo devia estar conspirando contra ele de alguma forma. Voltar à vida com certeza não estava em seus planos, não mesmo!

Sabia que tudo oque estava acontecendo era sua culpa: Era porque estava vivo de novo.

No entanto outro lado de sua mente queria entender o porque de estar ali novamente: E agora sabia que Naruto tinha até salvado seu irmão, tenho reintegrado o Uchiha a uma sociedade completamente nova, mas o loiro não havia conseguido juntar todos os caquinhos do que restara de Sasuke. Seu irmão podia estar ali, mas os fantasmas do passado ainda o assombravam (Itachi sabia, afinal, no fim ele ainda era seu irmãozinho).

Agora, mesmo depois de tanto tempo, ele ainda era responsável por tudo o que estava ocorrendo. Então Itachi observou a imagem de seu irmão, parado em sua frente sem saber muito que movimento fazer e que medidas tomar.

Depois de tanto tempo, depois de tudo o que passaram: Como deviam se cumprimentar?

As vestes de Sasuke ainda estavam sujas, enlameadas e ensanguentadas, suas feições rígida e séria, ainda sim, havia um suspiro entalado na garganta de seu irmão mais novo, um suspiro de alivio. Seria em vê-lo? (Queria acreditar que não).

Não era para ele estar ali, não era nem para ele estar vivo. Só tinha que desaparecer, era essa a ideia quando fugiu de Konoha quando havia sido encontrado depois de acordar do coma. Ele apenas queria sumir, ele falhou [de novo].

Agora, por sua causa, novamente Sasuke estava com problemas e provavelmente com raiva de Konoha [de novo].

Era impressionante como cada pedaço de cada terrível plano que Itachi armou em sua vida deu terrivelmente errado e falhou. Ele deveria saber e devia ter premeditado melhor: seu irmão mais novo era teimoso demais para simplesmente seguir suas instruções. Como ele poderia ter assumido tão cegamente que Sasuke iria se readequar tão facilmente ao convívio social em Konoha? Mesmo com família, mesmo com uma filha...

Seu irmão continuou parado, olhando-o, sem saber muito bem o que fazer e os segundos iam passando e passando: As pessoas ao redor só permaneceram quietas, deixando-os livres para fazer o que quiserem...

Olhando seu irmão tão atordoado, agora o de cabelos longos sabia que não podia fugir assim. Não podia deixar Sasuke sozinho novamente.

Em seus planos anteriores, ele deixaria Sasuke com a tênue esperança de que Naruto pudesse com sua pura força de vontade salvar seu irmão. Mas agora ele podia ver que o grande tolo naquela situação era ele próprio: Agora podia perceber que não cabia a Naruto catar todos os pequenos pedaços do que restara de Sasuke afim de faze-lo inteiro novamente. Essa função cabia a ele mesmo, Itachi, afinal não havia sido ele que quebrou e partiu todas as esperanças de seu irmãozinho em pedacinhos quando ainda mais novo? Naquela noite de lua cheia...

Ele havia esmagado todas as esperanças de Sasuke e no fim acreditou que Naruto era diferente de qualquer pessoa que ele já havia encontrado realmente e por isso Itachi pode, inexplicavelmente, confiar nele a salvação de seu irmão. Acreditou que si mesmo não era capaz disso, mas agora estava descrente disso.

Vendo seu irmão em um estado tão: Misero, ensanguentado, coberto de lama, roupa rasgada em diferentes lugares, difamado e infeliz, tão por fora da sociedade, sem quase nenhuma amizade verdadeira, sem fazer parte de toda aquela mudança que ele havia sonhado. Do que valia a pena todo o seu sacrifício se a única pessoa na terra que queria ver feliz era a mais infeliz de todas? Mesmo um mundo de paz, mesmo com uma família completa, uma filha e uma esposa, que Itachi esperava que fossem amorosas, Sasuke não fora capaz de apagar os terrores e fantasmas do passado!

Talvez porque o objetivo não fosse apagar, e sim supera-los. E agora Itachi podia entender seu motivo de estar ali novamente, o motivo que lhe concedeu uma nova chance: Era ele quem deveria estar ali, ao lado de seu irmão, para ajuda-lo a se reerguer e superar todos os danos que ele próprio havia causado ao irmão.

No turbilhão constante de pesadelo, seu passado estava semeado com os cadáveres de seus fracassos, mas agora ele estava iluminado por uma nova esperança e com esse novo objetivo, ele prometeu a si mesmo que iria conseguir cumprir corretamente. Cabia a ele concertar o que havia quebrado em seu Otouto (Apesar de que só a menção de falhar novamente lhe assustava e lhe angustiava sem precedentes).

‘’Aniki?’’ Perguntou Sasuke de repente, como se duvidasse do que estava vendo. Hesitando, sem saber ao certo o que fazer.

Itachi colocou a mascara de bom senso, sua expressão o mais calma que pode, o tanto que era possível em tal situação. ‘’Olá irmãozinho‘’ Murmurou tentando fazer o possível para não acrescentar ‘’tolo’’em seu cumprimento.

Por segundos intermináveis nenhum dos dois se moveu, mas no fim, como em um alivio, Sasuke se aproximou o suficiente para que o de cabelos longos pudesse toca-lo na testa com os dois dedos, indicador e médio, como sempre fez desde que ele era pequeno. E ele pode sentir tudo, tudo o que perderam em todos aqueles anos.

Engraçado como que no fim seu Otouto ainda estava cheio de orgulho dele (como se ele ainda fosse o herói que era desde a infância do mais novo). O moreno que acabava de renascer pensava que a mente de seu irmão estava nublada pela esperança de vê-lo novamente, estava cego pela culpa e aliviado em vê-lo com vida (a vida que ele mesmo havia contribuído em tirar com as próprias mãos anos atrás). Agora Sasuke não podia deixar de observa-lo com a imagem do irmão amado que ele havia perdido há muito tempo.

E ele sabia: Sua volta reacendeu com força a imagem distorcida de herói na mente iludida de seu irmão (Apesar dele saber que o outro também nutria muita magoa e tristeza pelas coisas ruins que ele lhe causou no processo).

Foi assim que Itachi percebeu que o único lugar ao qual deveria estar era ali: Com seu Otouto (Apesar de todos os problemas que vieram junto, valeu a pena).


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