Em Más Companhias escrita por Maritafan


Capítulo 11
Cap. 10 "Irmãos"


Notas iniciais do capítulo

Olá. Estou de volta. Por veredas estranhas viajei e cheguei muito longe. Foi difícil retornar...
Falando sério, passei por momentos muito difíceis nos últimos tempos e fiquei bloqueada na escrita. Simplesmente não conseguia terminar o capítulo 10. Espero ter conseguido passar a idéia do título.
Estou de volta.... tenho muita leitura pra por em dia no Nyah. Obrigado Menta por seu apoio. E obrigado Pat. Olhaí um cap fresquinho pra vocês. Bjs ^.^

Carl, fazendo suas calrzisses haha



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676932/chapter/11

Já passava das três horas da madrugada fria e escura, quando o vulto magro e encapuzado que passara por ruas e jardins desertos, esgueirando-se dos vigias da comunidade, chegasse próximo ao seu objetivo. A casa recém ocupada estava às escuras e não demonstrava movimento em seu interior silencioso.

O vulto se escondeu, agaichando-se atrás de uma cerca viva baixa, enquanto passavam pela rua dois guardas noturnos alexandrinos. A rua nunca recebera atenção especial, mas as prioridades dos vivos mudavam do dia para a noite.

Um clarão amarelo chegava às laterais da casa vindo do quintal, indicando que uma fogueira fora acesa na parte dos fundos da casa que agora abrigava sua irmã, para aquecer e iluminar os vigias do bando estranho que chegara de surpresa pelas mãos do homem que mais odiava no mundo.

Olhando através do espaço entre as folhas, o menino recém chegado à adolescência viu quando os homens que faziam a ronda de Alexandria resolveram se aproximar da fogueira acesa no quintal e fazer contato com os vigias do grupo recém chegado.

O adolescente magro e de olhos duros atravessou a rua escura e agora deserta e se escondeu próximo à entrada do porão da casa vizinha ao seu objetivo. Escutando com atenção pode ouvir vozes cordiais comentando coisas fúteis como o frio e a fome.

O adolescente bufou e lembrou do que conhecia daquele lugar. Sabia que as travas da pequena janela de ventilação do porão podiam ser facilmente abertas com a perícia que todo menino tinha quando queria entrar em lugares proibidos.

Assim, julgando que as pessoas próximas estavam distraídas em conversas sem sentido ao redor da fogueira e aproveitando a própria luminosidade esparsa que chegava à entrada do porão da casa que queria invadir, o menino abriu com destreza a janela, pequena para a passagem de um adulto, mas suficiente para seu corpo esguio e pulou para o porão, antecipando o reencontro com sua irmazinha.

Seu grito de dor ecoou pela casa, a rua e a comunidade adormecida. Cada movimento aumentava sua agonia e ferimentos. A umidade morna e de odor metálico de seu sangue já molhava suas mãos e rosto quando tentava escapar da ameaça desconhecida que o havia recepcionado em sua invasão.

Quando percebeu que havia escapado e que novos ferimentos haviam cessado de acontecer, ficou deitado de bruços no chão gelado do porão escuro e escutou vozes iradas e passos pesados descendo a escada de acesso, enquanto seus olhos semicerrados percebiam círculos de luz na parede.

Mãos fortes viraram seu corpo de costas e seguraram seus braços enquanto a luz cegante de uma lanterna dava a reconhecer seu rosto mutilado para os irados defensores da casa invadida.

_Carl!

******
(Mais cedo, naquela tarde)

Regina First e seus companheiros estavam reunidos na imensa sala de estar da única casa de Alexandria que ocupariam naquela noite, embora outras três estivessem disponíveis para eles. Mike Gilles, o Alfaiate e Joe Legrasse, o vigia forneciam os relatórios da tarde.

As três casas que permaneceriam desocupadas até que os bizarros se sentissem mais seguros para se separarem foram cuidadosamente inspecionadas por aqueles que esperavam a sua vez de utilizarem os chuveiros. Todo o material que precisariam para melhorar a segurança da casa principal, tais como ferramentas, tábuas e pregos foram recolhidos e preparados de modo que a casa ficasse mais segura e aqueles que fossem dormir relaxassem.

Regina ficou satisfeita com o que prepararam para assegurar que qualquer invasor se arrependesse de invadir a casa durante a noite e liberou Joe e mais dois companheiros para vigiar a área externa da casa nas primeiras horas da noites. Armados com facões e foices afiadas, eles cortavam o mato alto que crescia mais próximo à casa.

Os Alexandrinos passavam pelo outro lado da rua em que os Bizarros foram instalados, mas não se aproximaram. Nem os adultos nem as crianças que ficaram olhando à distância enquanto as crianças recém chegadas usavam baladeras para garantir o jantar da noite.

Medo, desconfiança e preconceito sempre existiram, faziam parte do cerne do Homem. A corrupção da morte, que deixou de fazer sua parte para a paz da humanidade levou esse defeito até à loucura.

Regina divagava olhando pela janela da grande casa enquanto a Sra. Duvier dividia os quartos entre aqueles que descansariam primeiro, sempre com um vigia para os que dormissem e aos poucos a casa foi silenciando, permanecendo apenas a Líder, Tyreese e o Alfaiate na sala.

Ty confirmou o reconhecimento de seus velhos conhecidos e as suspeitas de perigo que ofereciam. A noite seria tensa como sempre foi e um vigia foi instalado na base da escada que levava aos quartos superiores.

Tudo o que fora humanamente possível para garantir a segurança do grupo fora feito. O sono era uma necessidade para todos e mergulhar no desconhecido dos sonhos impossível de se evitar.

********

Como sempre, Regina First acordou com gritos de dor e desespero. Agradecendo que não eram seus os gritos, foi em direção aos problemas.

De todas as pessoas que ela esperava que invadissem a casa e ameaçasse seu grupo, o menino era o último. Carregado do porão por Tyreese e colocado no sofá da grande sala, seu sangue fizera um rastro vermelho brilhante de cheiro acre. Seu corpo estava ferido, felizmente os coturnos grossos impediram que os pregos fizessem ferimentos muito profundos.

Joe Legrasse já estava na sala atraído pelos gritos que vinham do porão. Junto dele estava Tobin que foi incumbido de chamar o pai do garoto e avisá-lo sob que circunstâncias o filho fora ferido.

Seu grupo há muito acostumado com ferimentos e sangue não fazia perguntas desnecessárias, enquanto tirava os coturnos do rapazinho e examinava a quantidade e profundidade dos ferimentos que os pregos fizeram, toalhas, água quente e bacias foram rapidamente providenciadas.

Lorena e Lionel lavavam os ferimentos e esfregavam o remédio de ervas maturadas em álcool que limpariam e impediriam que infeccionassem se o sistema imunológico do garoto fosse bom.

Enquanto era tratado, Carl Grimes a olhava com completo destemor. Regina não se importava com isso, sua longa experiência com adolescentes depois do fim do mundo a ensinara que muito poucos demostravam a dor que sentiam.

E o rapazinho a sua frente já tinha sido tão machucado, visto e feito coisas terríveis que pouca emoção era demonstrada ou importava para ele. Estava se tornando um monstro. Como seus próprios jovens.

**********

Rick Grimes foi recebido por olhares hostis e preocupados. Os mais jovens estavam parados nos degraus da escada que levava ao andar superior da casa. Eram adolescentes com idade próxima a de seu filho e Grimes percebia pela postura raivosa e séria o quanto aquelas crianças cresceram rápido demais.

No alto da escada olhos mais inteligentes e frios o observavam. Ele conhecia aquela menina. Lizzie. Nunca havia trocado mais do que duas palavras com ela. Mesmo longe como estavam, Rick sabia que aqueles olhos o julgavam e o consideravam culpado pelas dores do passado e do presente.

Seu filho estava deitado num sofá da grande sala, que teve todos os móveis supérfluos arrastados para as paredes deixando o caminho livre para que as mulheres e os homens tratassem do adolescente ferido. Um cheiro de álcool, ervas e sangue impregnava o ambiente.

Tobin, que fazia a vigia noturna da rua recém ocupada viera chamá-lo no meio da madrugada. Nervoso, havia dito que Carl invadira a casa do novo grupo e havia se ferido no sistema de segurança da casa. Tábuas pregadas com grandes pregos de pontas afiadas à mostra encostadas aos chão próximas às janelas e portas.

A líder do grupo bizarro estava conversando com um homem negro, baixo e atarracado, que lembrava a Grimes um personagem de filme, pelo bigode fino acima dos lábios grossos.

Quando foi percebido pelos presentes ocupados no tratamento do ferido na sala, seu filho o olhou rapidamente e baixou o olho envergonhado. Precisava conversar com Carl. Precisava fazê-lo entender que suas ações precipitadas colocavam sua família em risco de morte.

Regina ficou parada perto do sofá esperando por ele. O olhava seriamente, parecendo refletir se deveria matá-lo. Apesar da sala lotada de adultos e jovens e da casa com crianças pequenas havia muito silêncio. Aquelas pessoas não falavam desnecessariamente.

Quando chegou ao seu filho, Grimes passou a mão por sua testa e rosto ferido. Além das bandagens que cobriam o buraco do olho que não existia mais, havia arranhões recentes e tratados. As mãos também estavam feridas. E os pés, que impediriam o jovem de caminhar por alguns dias, se sobrevivesse ao tétano.

A voz suave e fria de Regina interrompreu seu exame e o convocou a prestar esclarecimento sobre o ocorrido:

_Este menino é seu filho, Sr. Grimes? Ele invadiu nossa casa no meio de noite e de maneira pouco habitual. Aprendemos a nos defender e a montar meios de que os lugares que nos refugiamos não sejam invadidos sem alarme.

Havia poucas pessoas na sala e estavam mais distantes do trio no sofá, portanto Grimes revelou seu segredo aos sussuros:

_Ele veio atrás da irmã. A menininha que estava com Tyreese e Lizzie é minha filha.

Os olhos da Líder bizarra se tornaram mais frios e duros do que Grimes pensara ser possível quando ela começou a falar o frio de sua voz o arrepiou:

_E o que ele pensara em fazer? Assassinar vinte e seis pessoas e levar Judith com ele? Acha que a mantivemos viva por um ano sendo relapsos com a segurança e o bem estar dela?

Carl balbuciou envergonhado: _ Eu não pensei....

Grimes estava irritado: _Não. Não pensou, Carl.

Regina resolveu encerrar os eventos da noite:

_Se nos assassinarem terão um problema sério para resolver com nosso dono e serão ingratos. A menina é sua filha, você diz. Pois bem, ela não lembra de vocês e pela saúde e segurança dela não posso entregá-la imediatamente. Deixarei que ela os conheça e que se acostume com vocês. Mas não se esqueçam de que estamos sob ameaça de um poder maior e não conheço Negan o suficiente para permitir que ele saiba que o sr. é pai de mais uma criança. Nisso o sr. tem de concordar.

_Leve seu filho, sr. Grimes, ele foi tratado com o melhor que dispomos. Amanhã irei visitá-lo em sua casa com a Judith.

Grimes sabia que não havia mais nada a fazer. Um perigo real de matança e infortúnio fora evitado por Regina e agora o melhor a fazer era aproveitar o resto da noite para agradecer pela vida de seus filhos e meditar sobre o que mais poderia fazer para mantê-los vivos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou me sentindo muito melhor agora, bem inspirada para preparar o novo capítulo. Espero que saia em breve. Bjss e obrigada por esperar por mim. ^.^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em Más Companhias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.