May

— May, levante. - senti alguém me balançando. Puxei as cobertas e fingi que não estava ouvindo.

— May, levante.— Mestre Elara insistiu. Mas que mulher teimosa. Levantei a cabeça e olhei para com um olhar mortífero. Se tinha uma coisa que eu odiava, essa coisa era acordar cedo. 

— Qual é, Mestra, ainda está escuro! - choraminguei, apontando para a janela -  E eu acho que a senhora precisa de um belo sono da beleza!

— A minha beleza pode esperar, Aaron não. - disse séria - Lhe darei cinco minutos, quando voltar quero você vestida.

— Aaron?

— Sim, o Império o sequestrou. - estalou os dedos em frente ao meu rosto - Vamos!

Gemi e rolei para fora da cama, já tirando a camisola, colocando minhas calças. Terminei de me vestir e joguei uma água no rosto, na tentativa de ficar mais acordada. Inútil. Fomos em direção a base, nossa nave já estava pronta.

— Não acho recomendável me levar em missões tão cedo assim - falei, tentando descontrair -, sabe como é, não sou uma pessoa matinal. Posso atrapalhar.

— Não acho recomendável te deixar sozinha em casa.

— Ah, vamos lá! Não é só porque eu mudei a estação do rádio que eu vá queimar a casa inteira! - disse levantando os braços.

— Não é só por isso. - é, ela ainda estava brava por causa do rádio - Não quero que o Império te sequestre também, e sabe que isso aconteceria se ficasse em casa.

— Tanto faz. - resmunguei.

Decolamos, e quando entramos na velocidade da luz percebi as mãos da minha mestra suarem. 

— Você tem medo de altura, Mestra? - provoquei - Muito vergonhoso!

— Ah, cale a boca. - disse engolindo em seco. Comecei a gargalhar e ela acabou gargalhando junto. Mas de repente ficou séria.

— Sabe o que o Império quer com Aaron? - perguntei, fechando meu sorriso de vez.

— Estão sequestrando todos. Acho que querem os políticos do seu lado. - suspirou - E então teriam poder no parlamento também.

— Isso seria uma droga. - falei pensando em como seria ter os Sith comandando o parlamento. Já bastava toda a corrupção dos políticos.

— Por que Aaron é senador? Não acho que esse é o trabalho dos sonhos para alguém de 23 anos.

— Porque era isso que seus pais queriam. - me explicou - Maryse e Forense Maven eram pais maravilhosos, mas também eram muito controladores. Enchiam  cabeça dele, o mandavam para retiros que o parlamento organizava, mas o que Aaron realmente queria era ser músico. Você deveria ver ele tocando piano.

— E você? Também tentavam controlar você? - perguntei.

— Ah, não. Eu era dona do meu nariz, o que sempre causava intriga entre eu e Aaron. Deixava claro que as únicas pessoas que mandavam em mim estavam mortas, isso os aborrecia e então me deixavam em paz. - sorriu - Mas éramos uma família e era isso o que importava.

— Quer dizer que era mandona desde pequena.

— Eu não sou mandona! - se defendeu.

— É sim!

Ela ia responder, mas foi interrompida por uma nave. A nave do Império era 100 vezes maior do que a nossa e seu armamento era pesado do lado de fora.

Pousamos na base deles, que estava cheia de caças e armas de todos os tipo. Fomos andando pelos corredores em silêncio, mas com os sabres em punho. As vezes encontrávamos Stormtroopers, mas como estavam despreparados, Mestre Elara os faziam sair do caminho apenas com palavras.

— Quando vai me ensinar a fazer isso? - perguntei entusiasmada.

— No dia em que você resolver ser mais responsável. - resmungou

— Já pedi desculpas e prometi que nunca mais iria perdê-lo. - falei, segurando meu sabre de luz.

Ela revirou os olhos e continuamos a procurar Aaron. Decidimos nos separar. O que foi uma péssima ideia. Eu achei alguém, mas esse alguém não era Aaron. Era Heath Kenobi.

— May Skywalker. - sibilou, de costas - Depois de tanto tempo, pensei que não viria mais.

— Não me lembro de ter recebido convite. - rebati. Ele se virou e sorriu. Uou.

— Suponho que tenha vindo atrás do Senador Maven. - abriu os braços - E suponho que tenha vindo com minha querida irmã.

— Como você tem coragem de chamá-la de "querida"?! Depois de tudo o que fez! - cuspi as palavras na cara dele.

— Você não sabe nada sobre meus sentimentos pela ela! NADA! - urrou, fazendo-me encolher de medo.

Ele ligou seu sabre cor de sangue e veio para cima de mim, desferindo golpes fortes e violentos. Eu só conseguia me defender, estava assustada demais para atacar. Ele gritava, fazendo a luta 10 vezes mais apavorante. Suor escorria por sua testa, fazendo partes do seu cabelo grudarem nela. Isso o deixava estranhamente mais bonito. Os sabres se chocavam e eu sentia eletricidade percorrendo meu corpo. A sala já estava praticamente destruída e os aparelhos pegavam fogo. 

— Sabe que não pode me vencer, porque insiste em lutar? - sussurrou em meu ouvido, enquanto eu tentava evitar que seu sabre encostasse no meu rosto - Sabe que seria muito mais poderosa se  se juntasse ao Lado Negro, não é?

Chutei sua barriga com toda força que tinha, fazendo-o cair longe.

— Diferente de você, eu nunca trairia Mestre Elara.

Ele gritou mais alto, e com um movimento de mão, me jogou do outro lado da sala. Tossi, sem ar, tentando ficar em pé mas sem muito sucesso.

— Você, ela, todo mundo! Vocês subestimam os meus poderes cada vez mais! - ele se ajoelhou e pegou meu rosto com força - Mas anote minhas palavras, Skywalker, um dia todos se curvarão aos meus pés. 

Bateu minha cara no chão e se levantou, se dirigindo á saída da não-tão-inteira-assim sala.

— E aqueles que ficarem em meu caminho - fechou as mãos, fazendo eu parar de respirar -, serão esmagados.

A última coisa de que me lembro foi que um piloto da Resistência me tirou dali. E depois apaguei.

— Imagina o que possa ter acontecido? - era a voz de Lexit. Tentei abrir os olhos, mas era como se eles estivessem grudados.

— Suponho que Heath tenha feito isso. - era a voz de Mestre Elara - Deve ter encontrado ele, sem querer, e pelo estado do local, tiveram um duelo violento.

— Acha que ela vai demorar para acordar? - Lex perguntou.

— Estou acordada. - disse me levantando devagar para não ficar tonta.

— May!

— Olá Lex. - dei um meio sorriso - O que faz aqui?

— Fui informado de que estavam aqui para resgatar o Senador e então decidi vir ajudá-las. - explicou.

— Você foi muito corajosa, May. Está evoluindo muito. - elogiou Mestre Elara.

— Obrigada Mestra. - disse, corando um pouco - Onde está Aaron?

— Foi levado para o centro médico - Elara suspirou -, está muito ferido.

— Ele ficará bem. É forte. - tentei animá-la - E também tem você, para ser forte por ele.

— Vamos, garotas, vou levar vocês para casa. - Lex disse.

— Ah, finalmente. - reclamei - Estou morta de fome!