Hope Tanner escrita por Moriah


Capítulo 2
Capítulo Um: Sobre Cartas


Notas iniciais do capítulo

Bem antes de qualquer coisa: Me desgrace, me odeie, só nunca esqueça que eu amei você -q

Certo, podem xingar a vontade, eu sei que já comecei Hope Tanner duas vezes e nunca termino (palmas na minha cara), então dessa vez é algo sem compromisso, okay? Hope Tanner será meu porto seguro, vou escrever quando a inspiração vier do modo que vier. Sem cobranças de ambos os lados.
Não se apeguem a fanfic, deixem ela lá na biblioteca esquecida em um cantinho, sem me cobrar por favor.

Hope Tanner não é fiel aos livros, mas também não foge muito do enredo. Nem todos os sexos são trocados, posso por uma legenda de quem é quem nas notas iniciais para não se perderem, porém meu conselho é simples: esqueçam que estão lendo Harry Potter reescrito, leiam como se fosse outra fanfic nada fiel a historia original. Quero dizer para não tentarem ligar um personagem daqui com o verdadeiro, isso provavelmente fará com que se percam.
Hope vai pra Hogwarts com treze anos porque eu não lembro mais como uma criança de onze anos pensa, me perdoem, então as pessoas saem de Hogwarts com dezenove anos.


Eu aceito criticas, ideias e sobretudo carinho porque eu estou precisando -q²

Ah, mais uma ultima coisa: Não esperem que Hope seja fofinha, ela não é e provavelmente as vezes até eu mesma irei odiá-la, mas também não esperem que ela seja megera, Hope nunca teve pessoas que se importassem com ela, então obviamente apesar de hesitar no inicio irá se apegar aos outros personagens.

Eu espero que gostem e me perdoem ♥



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Capítulo Um:

Sobre Cartas

 

 

Acordou mais cedo do que todas as outras garotas no quarto. Adora dormia com metade do corpo para fora da cama, sua irmã mais nova, Tracey, também dormia em um ângulo estranho e sem coberta. Das cinco garotas que dividiam o quarto com Hope, essas duas foram às únicas que ela conseguia associar o nome à pessoa, provavelmente Tracey e Adora eram as duas únicas pessoas com a sua idade que Hope poderia pensar em chamar de "amigas" em todo o planeta Terra.

Hope entrou no pequeno banheiro — cuja porta era do lado da sua cama velha de madeira — onde um vazo sanitário limpo (porque Adora tem nojo de sanitários coletivos) e uma pia engordura toda manchada de pasta de dente rosa (que Tracey ama de paixão) tornavam quase impossível chegar ao pequeno canto da salvação: um espaço para as garotas trocarem de roupa.

Vestiu a camiseta xadrez azul e preta por cima do sutiã escuro e fechou os botões na frente, uma bermuda jeans rasgada e um tênis velho preto com a sola gasta e com a parte da frente do pé esquerdo quase furando. Hope tropeçou no chinelo de alguma garota assim que saiu do banheiro e quase caiu puxando a coberta de outra. Bufou alto ao chegar na porta e tratou de sair rapidamente antes que se enroscasse em mais outra coisa.

Seguiu reto até o fim do corredor, dobrou a esquerda, depois à direita e então desceu as escadas largas de azulejos brancos espaçosos chegando ao refeitório, as mesas brancas demais ocupavam todo o lugar enfileiradas estrategicamente deixando pequenos corredores entre elas, todo aquele branco fazia os olhos de Hope arderem e ela imaginou como a pessoa que quis que tudo ali fosse tão excessivamente claro se sentiria ao ver o cabelo roxo, a blusa escura e os tênis pretos manchando a claridade do local.

— Bom dia menina! Vai querer seu café agora?

A mulher apareceu por um buraco retangular na parede também branca, funcionava como um balcão que separava a cozinha do refeitório.

— Bom dia, Fran. Quero bem forte, dormi muito tarde ontem. Recompenso você depois, precisa de ajuda em algo hoje?

— Adiantei tudo ontem à noite, menina. Você não devia estar dormindo como os outros?

— Eu devia comer e interagir com os outros também. — Hope dá de ombros pegando uma das cinco únicas cadeiras soltas pelo refeitório, põe de frente para o balcão e ali se senta.

Os olhos verdes da mulher de cabelo branco lançam em direção a Hope um olhar de reprovação.

— Você devia ter amigas. — Fran apontou se virando para o lado para pegar algo e então largando uma xícara branca com fumaça dançando no ar e um cheiro incrível de café invadindo o local.

— Sou mais eu. Como você...? — Hope apontou para a xícara franzindo o cenho, Fran não havia saído da bancada nem por um segundo.

— Parece que eu te conheço melhor do que você mesma — sorriu satisfeita, fazendo algumas poucas rugas aparecerem.

— Nem pensar. Você pôs...?

— Canela? Sim. Está bem forte e tem pouco açúcar, do jeito que você gosta — a mulher respondeu enquanto analisava Hope, demorando um pouco na cicatriz e em seguida a olhando nos olhos sorriu outra vez.

— E como vai seu neto? — Hope perguntou apenas para ter algo para dizer. Queria desviar a atenção da mulher para si ao invés da cicatriz gigante que corta seu rosto.

— Vai bem, bem — a mulher finalmente se virou começando a mexer em algumas panelas após suspirar e bater as mãos no balcão.

— Já está com saudades dele, não é?

A mulher olhou para trás por alguns instantes, assentiu em concordância para a garota logo depois de suspirar alto.

— Então porque vai mandar ele para esse colégio longe? Já sente saudade antecipada, ponha ele em um colégio normal perto de você.

— Ele não iria gostar.

— Duvido que ele goste de estar isolado do mundo em um colégio interno — a garota rebateu, tomando um pouco mais do seu café. — Eu não gostaria.

— Ele gosta — respondeu simplesmente, encerrando o assunto.

O alarme matinal tocou e gemidos de desgosto invadiram os corredores e ecoaram pelo refeitório.

— E o dia começou — Fran murmurou. — Eles estão chegando, menina.

— E eu estou indo — Hope acenou para a mulher para em seguida descer da cadeira, saindo para o pátio por uma porta tão branca quanto tudo o mais ali.

O pátio se possível estava mais claro que o lado dentro, a luz do sol refletia nas paredes de tijolos avista do lado de fora e tudo ficava iluminado demais. Hope gemeu. Sentou em um dos balanços, começou a divagar sobre o livro que terminou de ler na noite passada.

“Parecia que ela havia sido expelida para este mundo não totalmente formada. Não estava pronta para o peso dele.”

Hope queria que aquela frase a definisse, frases bonitas e profundas sempre definem grandes heroínas, ao menos em livros, entretanto diferente da garota ao qual ela se referia Hope estava pronta para enfrentar qualquer coisa. Já estava acostumada a lidar com diversas coisas que não conseguia imaginar algo banal que não conseguisse suportar após respirar fundo três vezes.

— Ei repolho roxo, estão precisando de ajuda nos varais — alguém gritou de dentro do prédio fazendo com que ela desse um pequeno pulo de susto.

— Já entendi. — Hope respondeu mal humorada.

As horas haviam passado deliciosamente devagar e a mesma quase cochilou sentada no balanço, mas infelizmente o café da manhã havia acabado e deveria trabalhar. Seguiu pelo pátio costeando o prédio até chegar nos fundos onde varais com roupas de todas as cores tomavam conta de todo o local, de um extremo ao outro.

— Que bom que chegou, pode me ajudar com essa cesta? — Tracey logo pediu indicando uma enorme cesta no chão cheia de roupas molhadas.

— Bom dia para você também. — Hope murmurou irônica se abaixando e começando a equilibrar algumas peças de roupas no braço esquerdo.

— Esses malditos prendedores estão quebrando. — Tracey resmungou para si mesma e vendo o olhar de reprovação de Hope, murmurou: — Bom dia, Hope.

— Eu vou estender essas aqui em outro varal, já volto.

Se abaixando para não se molhar com as roupas e as vezes tropeçando em alguns cestos, Hope chegou a um varal vazio onde logo começou a estender algumas roupas masculinas. Entre meias brancas, cuecas pretas, camisetas vermelhas e calças jeans Hope se encontrou murmurando uma canção e se movimentando no ritmo da música, parou para avaliar tudo em volta e viu que o ato de se abaixar, pegar a peça molhada, levantar, chacoalhar para desamassar, pegar os prendedores, por a roupa no varal e prender é como uma coreografia repetida várias vezes em tempos diferentes por todas as pessoas ali nos fundos. Pareciam robôs programados, pareciam mortos, não havia vida além das roupas coloridas para indicar vida e de tão desanimador que era a cena até mesmo as roupas perdiam o brilho.

— Ei, repolho roxo — um garoto de no máximo dez anos apareceu ao seu lado.

— O que é? — perguntou, estendendo a ultima peça de roupa e se virando, seguindo em direção a Tracey e seu cesto tão enorme que talvez desse em outro lugar.

— Você se chama Hope Tanner, né?

— Bem observado —  foi o que limitou-se a responder.

A garota de cabelos roxos tornou a caminhar e finalmente alcançou Tracey, percebendo que Adora já estava lá ajudando a irmã assim que a mesma sorriu em um cumprimento antes de se abaixar e encher o braço com alguns pijamas.

— Por que ainda está aqui? — perguntou para o garoto que a seguia. — Deixa eu adivinhar: achou minha identidade e viu que meus pais infelizmente não me batizaram de repolho roxo? É realmente uma lástima, mas eu tenho que trabalhar e você está me fazendo perder a paciência.

— Calma aí repolho roxo, Wilbur está te esperando na sala dele — o garoto fala e assim que vê a menina respira fundo se preparando para responder algo mal educado some rapidamente entre panos de prato brancos e toalhas laranjas.

— Eu fiz merda — Hope arregalou os olhos olhando para o céu, xingando baixo logo depois.

— Tem certeza? Talvez ele vá te elogiar por estar ajudando na cozinha além dos varais. — Adora sugeriu.

— E ele demorou treze anos para perceber o quão útil eu tenho sido? Não, eu realmente fiz merda.

— Hoje de manhã quando acordamos você não estava no quarto, talvez Wanda tenha aberto o bico e Wilbur pense que você fez algo errado.

Wanda era uma das garotas do quarto de frente para o de Hope, chegou dois anos depois da garota de cabelos roxos e nunca foi adotada, como foi deixada no orfanato já consideravelmente grande Wanda lembrava de quase tudo sobre sua antiga vida o que a fazia não só uma garota mimada, mas irritante também. Hope nem sabia que uma pessoa podia ser um sem ser o outro até conhecer Wanda.

— Mas eu não fiz nada de errado! — Hope protestou, sentindo aquela familiar raiva por Wanda borbulhar dentro de si.

— Aí está uma ótima oportunidade de dizer isso ao Wilbur — Adora diz. — Hope, se apresse, ele está te esperando!

— Ah, certo — Hope largou alguns prendedores no chão e saiu correndo voltando pelo caminho que tinha feito antes chegou no refeitório, atravessando-o correu para o fim do corredor, abriu a porta sem bater e a mesma fechou-se em um estrondo — Me chamou.

Não foi uma pergunta ou uma afirmação, nem um chamado muito menos uma exclamação, foi ela apenas constatando um fato, como quando diz que a grama é verde  e o sol é quente.

— Olá Tanner, sente-se — pediu calmamente o homem, largando um livro pesado sobre sua mesa se sentando na próprio poltrona de frente para a menina. — Como vai?

— Me chamou para perguntar se eu estou bem? Porque eu juro que dessa vez nem deu tempo de arranjar alguma briga antes do almoço.

— Não, claro que não — fez então um gesto banal como se jogasse sua pergunta estúpida para fora da mesa como migalhas. — Banalidades.

Hope segurou a língua para não soltar um “Meu bem estar não é uma banalidade”, pensando bem seria uma idiotice dizer aquilo. A primeira coisa que a garota pensava quando via Wilbur era como o mesmo conseguia ser assustadoramente parecido com Aidan Turner no filme Cidade dos Ossos, tirando a mecha loira que graças a Deus Wilbur não adotou ao seu estilo. Era assustador a semelhança, mas não mais do que o vicio que Hope tinha em comparar tudo com suas leituras ou filmes assistidos.

O homem a encarava esperançoso com aquelas olhos grandes e castanhos escuros, como se esperasse que ela dissesse algo, a esperança se esvaiu como um balão sendo furado quando Hope perguntou o porquê de estar ali.

— Chegou um envelope pela manhã endereçado para você.

— Então está errado.

— Acho que não.

— Como pode ter certeza?

— “Hope Tanner, Orfanato Rainbow, segundo andar, corredor azul, quarto 221G.” — ele leu e então voltou a encará-la deixando o envelope de lado. — Não acho que seja engano senhorita Tanner.

— Mas... — As palavras fugiram enquanto ela pegava o envelope e percebia que era verdade.

— Tenho alguns relatórios para ler e crianças sem botão de desligar para cuidar, já pode sair.

Hope se levantou, saiu batendo o envelope nos dedos repetitivamente, com certa hesitação em abri-lo.

— Deixe de ser ridícula e volte a ser Hope Tanner — ralhou para seu reflexo em um dos espelhos do corredor.

Cada corredor tinha um espelho com a moldura da cor do corredor, o corredor do diretor (que era o mesmo do refeitório e de todas as outras salas importantes é o corredor branco). O quarto de Hope ficava no corredor azul, pura sorte: é sua cor favorita. Pegou o pequeno envelope e tirou de lá uma carta, abrindo-a leu baixinho:

 

Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts

Diretora: Shelby Price (ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeira, Bruxa Chefe, Chamã Suprema, Confederação Internacional de Bruxos.)

Prezada Sra. Tanner.

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1°de setembro. Aguardamos sua coruja até dia 31 de julho, no mais tardar.

 

Atenciosamente,

Matthias Erin Barton.

Diretor Substituto.

Ela ficou encarando a carta até que o alarme tocou outra vez avisando que já eram nove horas. O que diabos significava "Aguardamos sua coruja"?

— Você está tentando carbonizar o espelho ou apenas movê-lo com o poder da mente? — Tracey apareceu, seguida de Adora, o que não era nenhuma surpresa pois as irmãs viviam grudadas.

— Nenhum dos dois.

— Você está bem? — Adora se aproximou vagarosamente de Hope que agora apertava o envelope com força.

— Uma de vocês duas fez essa brincadeira sem graça? Sabem quem fez? — Hope perguntou mostrando a carta para elas, sem deixar que a tocassem.

— Não. E é apenas um pedaço de papel amarelado, dá para relaxar?

— Não está em branco, não vê? Hog-warts. Aqui, bem aqui. — Hope sublinha com os dedos as palavras no verso da carta, mas ambas as irmãs a encaram como se fosse louca.

— Não há nada aí — Tracey respondeu balançando a cabeça negativamente. — Na-da. — Repetiu devagar.

Hope franziu o cenho encarando confusa a carta, as palavras estavam bem ali.

— Que merda — resmungou amassando a carta e fazendo cesta em um lixo próximo delas — eu estou ficando louca.

— Não está não, só dormiu muito pouco. Vá para o quarto, a gente diz que você está com dor de barriga, febre ou algo assim.

Hope nem agradeceu, apenas se virou e seguiu em direção as escadas. Acabou de ver palavras onde não existiam... Mas o diretor também viu, não podia estar louca, sua imaginação não conseguia ser fértil a esse ponto.

— Não faz a porra de sentindo nenhum — esbravejou se atirando na cama e caindo de cara no travesseiro, dormiu em algum momento com corujas piando do lado de fora da sua janela e os pensamentos direcionados a carta com palavras invisíveis no lixo perto do espelho do corredor branco no andar de baixo.


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Notas finais do capítulo

Perdoem os erros, não revisei!

Espero que comentem o que estão achando :3 Tá mais originalzinha, né?
Algum conselho, critica?

*-*-*

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Curiosidade:
Rowling afirmou numa entrevista que se a sua mãe não tivesse morrido tão cedo, provavelmente nunca teria escrito os livros.