Prelúdio das Sombras - O Inferno de Richard escrita por Damn Girl


Capítulo 16
Capítulo 11 (Parte 01)


Notas iniciais do capítulo

Surpreeeesaaaa!!!! Feliz dia das mães meus Vampirinhos (as)!! Capítulo pesado num level mediano(? kkk) amores, quem sofre de gatilho não recomendo. Também foi "semi-revisado, pois estou sem forças para revisar no momento pois está fresquinho direto do forno. Agora que estão devidamente avisados, desejo-os uma boa leitura :)



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Ultrapassar limites é diferente de violá-los. (Hannibal)

         O terceiro golpe foi doloroso o bastante para que eu recobrasse a consciência e percebesse o quanto vergonhoso eu era.  Cedendo ao poder daquele liquido maldito, como se não tivesse treinamento, tampouco vontade própria. Mais que um escravo do sangue; eu era o cordeiro em meio a corja de lobos, esperando submisso para ser despedaçado. Engoli o sangue que permeava em minha boca com amargor, ao passo que tentava inutilmente me concentrar no que acontecia ao meu redor. 

         O sangue de Catherine devia bastar para que eu me sentisse saciado, bebi dele até a última gota. Mas a sede era tão escura quanto o mais profundo dos oceanos;  a cada metro abaixo da superfície, menos via a luz de minha minha sanidade e mais me afogava em meio ao desejo desconcertante. 

         Eu nunca estaria plenamente saciado, tudo que eu poderia fazer era tentar me manter no controle, não deixar esse desejo inescrupuloso e perturbador me matar.   

         Mas como?...

         Não era o único do qual a vida dependia de minha lucidez naquela sala. Lentamente comecei a recobrar o motivo pelo qual eu me encontrava nessa situação; ajudar alguém. Isso me deixou ligeiramente mais estável.   

        Quem? Quem eu deveria ajudar?

  - Mate esse desgraçado, Erian. Olha o que esse maldito fez comigo!! - O Vampiro que eu havia lesionado tentava fechar os ferimentos  de seu estômago com as próprias mãos, ajeitando seus órgãos e a pele sobressalente, escorado na parede próxima a porta. Franzi o cenho, perplexo por tamanha esquisitice, embora não tivesse tal direito. Minhas presas ainda estavam cravadas na pele recém aberta de meu inimigo, e um rosnado ainda brotava do âmago de minha garganta, o que não fazia de mim um exemplo de pessoa normal. - Tudo isso por causa de uma mera... humana! 

         Como se recordassem em conjunto de algo, o grupo inteiro mudou o olhar para a dita humana da qual eu protegia, ou ao menos tentava. Meus olhos flamejaram com o reconhecimento. Era a mulher que eu tentava ajudar, a qual sequer conseguia lembrar o nome. Foquei minha atenção em seus olhos azuis avermelhados e uma música soou em minha cabeça. Seus cabelos esvoaçando enquanto eu a rodopiava em um imenso e lotado salão, seu cheiro impregnando minha mente, provocando-me. Definitivamente eu a conhecia. 

         Estreitei os olhos enquanto os dois Vampiros que ainda se encontravam ilesos, apareciam no limite de minha visão periférica e  cruzavam o salão com passos rápidos e decididos, em direção daquela mulher tão apavorada. A ampulheta do tempo pareceu me favorecer, diminuindo seu progresso enquanto minha mente trabalhava arduamente para trazer à tona o que meu desejo por sangue me tirara. Meus olhos percorreram os rosto de ambos, estudando-os. Os lábios finos do Vampiro mais alto progrediam lentamente, desenhando um sorriso perverso, ao passo que outro tinha as pálpebras no meio do trajeto de se fecharem. Pareciam bastante ansiosos para intimidar a moça.  

         Baixei mais o olhar para a mulher que movia a cabeça pálida em minha direção. O liquido escarlate praticamente estagnado em sua corrente sanguínea. Nada progredia, nem mesmo as gotículas de suor que se formavam por seu rosto. Atrás dela, uma imagem deformada refletia em meio as vidros empoeirados das garrafas do balcão. Dois pares de olhos escarlates me encaravam profundamente. Suas mãos cravadas nos antebraços do inimigo em forma de um abraço mortal, não faziam menção de soltá-lo.  

         Tudo aconteceu em uma fração de segundo e foi ao me ver em meio as garrafas que parte do torpor causado pelo sangue me abandonou e voltei a pensar com mais clareza. 

         Bethanny!!!  

         Ela estava ajoelhada embaixo de uma das mesas redondas da taberna, os lábios sussurrando palavras inaudíveis e tão agarrada a madeira de sustentação do centro, que parecia proferir alguma prece aos reis para que eles a transportassem dali, ou a tornassem invisível.  

         Erian baixou o rosto e estudou meus olhos, bem como as presas atracadas em sua garganta exposta. Então anunciou sua decisão, com uma expressão sombria e a voz afetada possivelmente pelo dano causado em suas cordas vocais:

— Tenho um plano melhor do que apenas ceifar a imortalidade dele, Kurt.

         O suposto líder  do grupo gesticulou brevemente com a mão livre, e em questão de segundos o Vampiro mais alto, aquele no qual ela atirara a garrafa de alho mais cedo, entrelaçou com força seus dedos nos fios dourados de sua agressora, arrancando-a de seu "canto seguro" e obrigando-a a se erguer. Ela gritou e se debateu durante todo o trajeto em que era arrastada brutalmente pelo assoalho de madeira velha, até a mesa mais distante à minha frente, uma bem próxima ao balcão principal. As lágrimas banhavam seu rosto vermelho e inchado pelo choro, mas não o suficiente para comovê-lo. Seu protesto tomou uma maior proporção quando ele espalmou suas mãos na superfície plana cor de mogno, aprisionando-a pelos pulsos e pairando atrás de si.

         Percebi de imediato seu intencionamento, contudo eu me encontrava em um tipo diferente de prisão; uma que me impedia terminantemente de ajudá-la, uma da qual ninguém precisava fisicamente me segurar. Uma da qual somente minha vontade não era capaz de me libertar. 

         Karu removeu seu cabelo bagunçado do rosto, percorrendo o nariz pela extensão pálida de seu pescoço, aspirando seu aroma de forma íntima e vagarosa, seus olhos acabando em um escarlate profundo no processo. Suas mãos desceram pela lateral corpo pequeno e esguio, e seguiram o contorno do cós da calça da parte traseira a dianteira. O Vampirou brincou com o botão da calça de sua aprisionada e então abriu caminho pelo interior da blusa, desfazendo o laço do espartilho de couro e deixando-o cair ao chão. 

         Acompanhei a silhueta de seus dedos afoitos pelo tecido branco semi transparente. Eles pararam envolta dos seios por um momento, apertando-os e então seguiram caminho, forçando-a erguer os braços e remover a blusa por cima da cabeça. Ele sorriu satisfeito.

— Tem seios lindos, humana. Firmes e empinados, da maneira que eu gosto. - Bethanny levou uma das mãos a boca contendo um soluço. - Acho que vou demorar um pouco mais para te matar. 

         Seus dedos desceram para o botão da calça, desabotoando. Não era minha pretensão observar Bethanny nua, principalmente ante as circunstancias e contra sua vontade, contudo não conseguia desviar meus olhos, soldados como aço na direção de seu colo exposto. Ela era realmente muito atraente, muito mais do que eu imaginara horas antes no salão do castelo, enquanto mantinha seu corpo grudado ao meu.

         Quem diria que a noite terminaria de forma tão desagradável: Ela parcialmente nua, e eu com as presas no pescoço de um outro homem? Certamente, nada do que imaginávamos.

          O outro Vampiro do qual ainda não sabia o nome se uniu a ele, ajudando-o a abrir o zíper de sua aprisionada. Um novo soluço escapou dos lábios ingênuos e arrependidos, desta vez um pouco mais alto. Seu lamurio trouxe-me mais a beira da realidade. Vê-la sofrer não era agradável, ainda que pouco a pouco me ajudasse a repor o controle, deixava-me muito incomodado. Preferia que estivesse... bem.

— Não era vosso desejo se passar por puta? Trajou-se como puta, aproximou-se como puta.. - O segundo vampiro pôs a língua para fora da boca e lambeu a lateral de seu rosto, provando-lhe o sabor de suas lágrimas desesperadas. - És tua oportunidade, vassala meretriz. - Ele me encarou pelo canto dos olhos e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. - Seu companheiro irá assistir sua performance! - Ele a segurou pelo queixo forçando-a a me encarar pela segunda vez desde que entrei ali. Ela me examinou por um momento, no entanto logo desviou os olhos, abominando o monstro no lugar do príncipe que ela idealizava. 

          Ele sacou uma adaga de sua cintura e cobrindo-lhe a boca efetuou um corte vertical na base do pulso direito de Bethanny. Seus gritos abafados, combinavam perfeitamente com suas pupilas dilatadas e sua expressão de estarrecimento ao finalmente repara em minha presença. A ponta da lamina afundou calmamente na carne imaculada e seu liquido precioso transbordou, vermelho e vívido, preenchendo todo o ambiente ao redor com o aroma tentador que eu senti mais cedo, enquanto sugava as pequena gotícula que emanava de seu lábio. 

          O clima ficou tenso, frouxando os laços de irmandades estabelecidos entre os outros Vampiros do cômodo e todos, antes tão calmos, experientes, e tranquilos, pareciam prestes a travar uma batalha até a morte pelo líquido grosso dispersado pela superfície da mesa e parte do assoalho. A intensidade do sangue de Bethanny era tão inquietante, que mesmo o gosto de Erian que se mantinha imóvel alimentando-me mudou, assumindo um leve toque adocicado; Ele também a desejava. Podia sentir sua cabeça maquinando, formando planos individualista para se livrar de seus comparsas e tê-la apenas para ele.  No entanto ainda era eu o mais inquieto. 

          Foi quando o Vampiro que a segurava expôs as presas e ameaçou abocanhá-la que eu, ainda tomado por uma pesarosa relutância, finalmente consegui retrair minhas presas e enfim me libertar. 

          Contudo mesmo afastado de meu inimigo o cheiro do sangue, tanto de Erian quanto de Bethanny era forte, predominante absoluto sobre minha vontade. Meu corpo estremecia e minha respiração irregular apresentava sinais de vício, buscando mais do delicioso e angustiante sabor. Precisava de algo que me distraísse rápido, ou enterraria minha presas novamente em sua carne, ruindo toda minha perseverança.

         Foco Richard!

         Quando em treinamento meu pai me ensinara que em situações de risco, era preciso manter a calma e me afastar emocionalmente do problema. Lembro de sua voz, ensinando-me a concentrar-me em algo banal, para então assumir uma visão mais fria e analítica dos acontecimentos, e assim o fiz, buscando algo que me distanciasse de meu "problema": O sangue.

          Fechei os olhos por um breve e infindo momento, me concentrando no som fraco das respirações de meus inimigos ante o pulsar desesperado do quase único coração ativo naquela sala, salvo pelo atendente, que eu sentia que ainda continuava escondido no mesmo lugar. 

          Outros sons mais distantes atingiram minha mente, enquanto ela repelia o desejo incontrolável e trazia de volta minha sanidade; sons do revoar dos pássaros, da correnteza da água tomando seu curso em contato com o solo, dos animais se locomovendo em meio a vegetação, passos apressados em meio a cidade deserta,  o ressoar familiar de metal em meio a uma luta... Vozes em diferentes propagações e timbres, tão distintas que seria impossível precisar a distância em que elas ecoavam. Pessoas preocupadas, discutindo estratégias de guarda, recitando histórias, rindo... Não eram pensamentos, a cidade não era tão silenciosa quanto eu supunha; bastava que me concentrasse em ouvi-la e meus poderes se encarregavam de mostrar a agitação. 

          De fato eu nunca escutei em tal intensidade antes. Captei ainda um som bem distinto, porém fraco. Algo volumoso fluindo abaixo de uma superfície irregular, algo delicado e baixo, vívido e abundante, abrindo passagem e mudando constantemente de direção. Custou-me um pouco de atenção para perceber que era o som do sangue de Anny, e que ele, não me afetava mais. Não naquele momento. Eu estava finalmente liberto. 

          E com um ódio transcendental.

          Meus punhos fechados escondiam os tremores de raiva que eletrizavam todo meu corpo, o qual o rosnado brotado no fundo de minha garganta não conseguia disfarçar. Raiva pelo modo que eu estava me portando, por me deixar afetar daquela maneira, por não cumprir o meu papel de príncipe e deixar uma mulher ser semidespida em minha frente.

          Se não  consigo salvar uma reles súdita de ser estuprada, quanto mais representar o reino inteiro!

           Mais uma vez a forma torpe pela qual minha vida fora tirada me veio à mente. Tão vívido quanto o céu em um dia calmo e ensolarado, a voz de meu assassino ecoou em meus ouvidos, carregada pela promessa mórbida que vinha junto de seu punhal. Acima dos campos barulhentos daquela batalha; seu sussurro repleto de escárnio seria ouvido e lamentado por mim por toda eternidade.  

          Não leve para o pessoal, Richard.   

          Sua voz repugnante me transportou de volta aquelas terras manchadas pela dor, através de um desejo que eu sufocara e que, por mais que eu ainda fingisse ser o mesmo, este desejo era a única coisa que ainda permeava viva em cada parte do meu corpo: Vingança.  

          Meu objetivo ainda não estava cumprido, Heleor Barralin continuava livre vagueando por terra, desfrutando da fortuna que obtivera em troca de minha vida, e em troca de seu reino. Soubera por alto a vida promíscua que vinha levando, pulando de cidade em cidade, de taberna em taberna... Mas esse padrão de vida não dura para sempre. Quando não se é um nobre, um membro da realeza, ou alguém capaz de adquirir exorbitantes quantias de dobrões, é praticamente impossível manter o padrão de luxuria que este tipo de vida impõe.

           Logo ele retornará de cabeça baixa e almejo mais que tudo estar presente no dia em que ele aparecer de mãos vazias, choramingando por seu cargo no reino. Quero ver em seus olhos a perplexidade quando perceber minha presença. Quero que sua mente adoeça ponderando sobre como eu poderia ter sobrevivido a seu ataque, vê-lo recordar a experiencia quase tanto quanto eu constantemente revivo, questionar-se insistentemente onde ele falhara. Quero levar sua dor ao limite, tê-lo implorando energicamente por sua vida, e então enviá-lo para apodrecer nas profundezas ardentes do submundo. É um dos poucos propósitos que me motivam a não me expor ao sol pela manhã. 

           Foi com esse desejo de vingança em mente que o esboço de um plano para que eu fugisse dali com Bethanny começou a tomar forma. Não era o melhor de todos, e a possibilidade de êxito perante três vampiros era bem... remota. No entanto, enquanto o verme traiçoeiro vivesse eu não iria me render. 

           Ao reabrir meus olhos, os três sanguessugas me avaliavam com um semblante perplexo estampados em seus rostos. Não me importei em saber o motivo, tudo que eu queria era destruí-los. Aproveitei a nova distração e enquanto eles intercalavam o olhar entre mim e o braço encharcado de Bethanny, foquei a atenção na minha adaga que Erian empunhava, e tomei-a num gesto rápido e preciso, retornando-a novamente em minha posse e cravando mais uma vez em seu pescoço. Dessa vez  o golpe não foi tão preciso embora profundo, acertando desajeitadamente a lateral próxima de sua clavícula.

           O vampiro nada fez, apenas segurou o novo ferimento com as mãos e me encarou com um misto de pavor e admiração.

— Você parou. - Sussurrou Erian entre um gemido de dor. Ele enrugou levemente a testa, percorrendo a face por todo meu corpo com um certo estranhamento, analisando cada detalhe com um olhar meticuloso. No entanto sua pupilas mais negras e dilatadas que de costume logo se fixaram as minhas,  e ao abrir novamente os lábios sua voz rouca e abalada emanava uma estranha curiosidade. - Quantos noites eternas você tem? 

          Sua pergunta me pegou desprevenido, e interrompeu meu ataque surpresa. A verdade é que depois que tornei-me um vampiro todas as noites eram eternas... ao menos para mim. Eu não dormia de modo que, sempre que a noite caía, me esforçava para inventar algo que me distraísse o suficiente até o alvorece. Nunca dava certo no entanto, as noites se arrastavam como um torturante pesadelo, e o final sempre se resumia a mais um corpo drenado e esquartejado, que iam desde empregadas do castelo, aos guardas de meu próprio exercito... 

— Quantos anos se passaram desde que te transformaram? - Ele reformulou a pergunta, provavelmente pela confusão estampada em meu rosto. 

— Ah... Eu..- Perco-me em contas que vão desde daquele trágico dia até a comemoração de minha volta. Não sou bom com datas, mas num último instante acrescento a semana em que supostamente passei inconsciente. - Umas três semanas...   

           Senti a inquietação vinda não só de Erian, quanto do resto de seus comparsas. Eles - inclusive o moribundo de estômago exposto -, me analisavam mais atentamente, amplificando a sensação de ameaça em meu interior. 

— Isso é relevante? - Aprumei minha postura, ignorando meus instintos e estabelecendo a conexão com o olhar do líder de forma determinada. 

— Não muito, exceto se levarmos em conta que você vive num castelo rodeado de humanos... - Erin segurou meu antebraço esquerdo com força, retomando nossa proximidade. Sua voz soou profunda e ameaçadora com o ferimento em seu pescoço, agora plenamente cicatrizado. - Diga Alteza, estou curioso... quem é seu Mestre?.. Seu Senhor? Deve ser alguém de muita coragem, para quebrar umas das principais regras de nossa sociedade dessa maneira. - Meus ossos estalaram e trinquei os dentes, contornando um gemido de dor. -  É terminante proibido transformar humanos de grande visibilidade, e os que comprometeram nosso sigilo no passado não tiveram um destino muito agradável.. 

           Um sorriso maligno preencheu seus lábios conforme ele se lembrava de algo. E pelo lampejo de obscuridade em seus olhos não me espantaria se dissesse que ele mesmo se encarregara da punição do transgressores.  

— Receio que alguém da realeza se encaixe dentro desses parâmetros então, irei perguntar mais uma vez, Príncipe Richard Wyndon do reino de WindHeart.. - Ele aumentou  o tom de voz, encarando-me com seus olhos Carimim escurecidos bem de perto. - Quem caralhos te transformou?

           Permaneci em silêncio. Não poderia informar algo que nem mesmo sabia, já que o Criador cuidadosamente mantinha seu nome e qualquer fato a seu respeito em sigilo. E uma parte minha, embora não quisesse admitir, não queria entregá-lo. A parte - sensata - irracional que o temia, sabia que ele não era tão pacifico quanto aparentava e que eu não devia de maneira alguma, enfurecê-lo. 

          Mais do que nunca minha cabeça girou com a inquietação que sempre acometia-me nas noites em que passava pensando no Criador. Os motivos que o leravam a me transformar... Parecia desinteressado, me largando naquela floresta sem qualquer orientação. E no entanto descubro que ele havia arriscado sua imortalidade para me salvar. Não fora algo impensado, fora planejado.

          A troco de quê? O que ele realmente quer de mim?!

— Eu não sei...

         Sussurrei, respondendo ao meu reflexo transtornado e ao mostro enfurecido e poderoso diante de mim. Perto dele eu era exatamente o que o Criador me tachara mais cedo: Um nada.


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Notas finais do capítulo

Continuaa ❣❣❣



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