Ser mãe de primeira viagem não é nada fácil, os hormônios ficam a flor da pele, mexendo com seu físico e seu psicológico. Eu não estava preparada para lidar com as mudanças de meu corpo, por isso, quando voltei do hospital e me olhei no espelho, não consegui me reconhecer. Meus seios estavam enormes e inchados, sem contar que eu não sabia cuidar de um bebê. Eu estava contando com a ajuda de minha mãe, mas ela fez o favor de ir fazer uma viajem e acabou me deixando na mão. O quarto de Lindsay ficava ao lado do nosso e se ela chorasse o Maximo que eu saberia fazer era amamentá-la, o pior de tudo é que eu ainda estava chateada com o Vartann e não estava muito a fim de pedir a ajuda dele:

  - Catherine?. – Escutei ele a me chamar. Da ultima vez em que brigamos ele derrubou a porta e eu não tinha mais a chance de deixá-lo do lado fora do quarto. – Podemos conversar?. – Ele e seu papo furado. Já sabia até sobre o que iríamos conversar, mais só por maldade eu resolvi me fazer de desentendida e ver o que ele ia falar.

  - Sobre o que?

  - Sobre nossa briga antes da Lindsay nascer.

  - Não temos nada o que conversar, eu vi a piscada de olho que aquela piruá lhe deu, e vi também quando você segurou a mão dela!

  - Confesso que ela deu mesmo em cima de mim, disse que errou ao me deixar e queria voltar. Eu segurei a mão dela por que estava tentando explicar para ela de uma forma sutil que é impossível retomarmos nosso ex-relacionamento, pois meu coração já é de outra mulher. E sabe quem é essa mulher?. – Permaneci calada. – Você Catherine, ninguém mais alem de você.

  - Mas a meses não fazemos amor, então eu pensei que...

  - Cath, uma vez eu disse a você que o sexo faz parte do casamento lembra?

  - Sim lembro, por isso eu achei que você estava interessado na Suzanne novamente, pois como eu não podia ir para a cama com você ela poderia.

  - Catherine, não é por que não fazemos mais sexo que eu vou deixar de amar você, você ainda não percebeu que o destino deu um laço em nossas vidas? – Vartann tinha razão, estávamos mesmos unidos por um laço do destino, e um laço que o destino faz, ninguém desfaz. Sorri para Louis e ele me beijou.

  - Eu te amo Lou. – Nem eu mesma havia percebido o que acabará de dizer, aquelas palavras saíram tão naturais e espontâneas como se eu já houvesse pronunciado-as antes.

  - Eu também te amo Cath.

  - Eu te amo, eu te amo, eu te amo! – Pronunciei varias vezes para ter certeza de que eu não teria mais medo de dizer-las, Vartann sorriu e me envolveu em seus fortes braços, depois me beijou intensamente. Foi então que Lindsay começou a chorar e tivemos que ir até o quarto.

  - O que ela tem? – Perguntou Lou.

  - Eu não sei, ela não pode estar com fome, pois a dois minutos atrás eu amamentei ela!

  - Talvez, talvez ela precise trocar a frauda.

  - Tem razão. – Chequei a fralda de Lindsay e vi que ela precisava mesmo, mas quem iria fazer isso? Eu nunca havia trocado uma fralda em minha vida. – Louis, ela precisa mesmo trocar a fralda, mas eu não sei fazer isso!

    - O que? Você está brincando não é?

  - Não estou não.

  - Mas você já brincou de boneca, deveria saber trocar um treco desses! Já eu nunca brinquei, por isso não sei fazer isso.

  - Louis, não é porque eu já brinquei de boneca que eu deva saber fazer uma coisa dessas. Me desculpe senhor certinho, mas em nenhuma das caixas de minhas bonecas vinha um aviso dizendo que eu deveria aprender a trocar fraldas a partir delas, pois um dia eu irei crescer e terei que saber fazer isso! – Falei me irritando novamente com ele.

  - Você tem razão me desculpe querida. Que tal você ligar para sua mãe e pedir para ela nos ajudar?

  - É uma ótima idéia, mas minha mãe está no Michigan a uma hora dessas.

  - Han..e que tal ligar para o Sam? Ele com certeza já deve ter cuidado de você quando você era pequena, quem sabe ele não pode nos ajudar?

  - Tem razão. –Peguei o telefone e liguei para meu pai com a maior das esperanças.

  - E então, o que ele disse?

  - Sam está em uma reunião muito importante com seus sócios e não pode ser interrompido no momento! – Repeti as palavras de Wolf.

  - Droga, e agora o que vamos fazer!  - Perguntou ele ninando Lindsay nos braços que continuava a chorar.

  - Que tal ligarmos para sua mãe Louis?

  - Boa idéia. – Vartann passou Lindsay para meus braços, pegou o telefone e discou o numero de sua mãe. Depois de alguns minutos vi ele soltar um grande suspiro de alivio. – Ai mãe, graças a deus você atendeu. Mãe por favor nos ajude, Linds não para de chorar, Cath e eu não sabemos trocar uma fralda e só você pode nos socorrer. – Eu esperava Lou muito aflita, seus pais moravam no Canadá e não tinha como eles virem aqui para Vegas só nos ensinar a trocar uma fralda. Durante alguns minutos vi ele assentir varias vezes, depois ele me pediu que eu colocasse Lindsay sobre o berço e Lou deixou a Sra.Mary  esperando do outro lado da linha:

  - Doutora Vartann, pronta para começar a retirada da fralda? – perguntou ele em um tom brincalhão com as mãos erguidas como as de um medico que está prestes a começar uma cirurgia.

  - Sim Doutor Vartann.

  - Prendedores de nariz? – Pediu ele e eu coloquei prendedores de roupa em nossos narizes

  - Luvas? – Pediu ele com uma voz estranha por conta do prendedor, eu não fui a única a não consegui segurar o riso, escutei a mãe de Vartann rindo do outro lado da linha então retirei dois pares de luvas de dentro de meu kit e entreguei um a ele e fiquei com o outro.

  - Muito bem, vamos lá, calma e controle. – Falou ele abrindo a fralda com muito cuidado, quando ele abriu por completo o fedor entranhou em nossos mesmo estando com prendedores. Vi Vartann  quase colocando tudo para fora.

  - Segura, segura, segura. – Falei para ele que já havia assumido uma coloração esverdeada. Até nossa pequena parou de chocar e começou a rir de junto  nós.

  - Vamos Lou, você consegui.

  - Certo, vamos lá.  – Ele retirou a fralda dela e me entregou, eu joguei ela no lixeiro rapidamente. – Como pode um bumbunzinho desse, fazer um estrago desse tamanho? – Dei de ombros, foi ele quem terminou todo o processo com Mary lhe orientando pelo telefone, até banho ele deu em Lindsay.