Duty, Love or War?- Interativa escrita por Ice Queen


Capítulo 9
A Realeza- A Noite do Baile


Notas iniciais do capítulo

Hey queridas~ Tudo bem?
Awn eu estou muito feliz ♥ Tenho um notebook novo! Bem na verdade eu peguei o note do meu pai, mas ele vai ficar comigo até eu comprar outro então é a mesma coisa! Sem falar que minha escola deu ovo de páscoa ao leite e está uma delicia então eu estou tendo uma ótima semana (E eu tirei 10 naquela prova de biologia Deus é pai u.ú) a única coisa ruim é que eu não consegui terminar o capítulo ontem quando eu queria então pode ser que os próximos capítulos atrasem um pouquinho.
Também os comentários estão mega atrasados me desculpem por isso! Vou responder os mais recentes primeiro e os outros quando for surgindo o tempo.

Own esse capítulo foi muito divertido de escrever porque eu percebi que não tinha escrito sobre algumas interações familiares ainda! Bem eu também queria provar um ponto a vocês... Tipo no capítulo anterior dos príncipes todo mundo comentou sobre como a parte do Patrick foi a mais triste certo? Bem vamos ver o que vocês acham u.ú E eu tinha completamente esquecido o quanto eu odeio escrever sobre o Ivan interagindo com o Dimitri mas tem que ser feito né?



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“A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos.”

Martinho Lutero

The Cranberries- Ode to my family

Dez minutos depois do horário estipulado para o começo do Baile de Apresentação o príncipe da Noruécia chegou a antessala onde deveria esperar para ser anunciado juntamente com sua família e as demais realezas diretamente envolvidas nessa palhaçada toda. Foi o primeiro de sua família a chegar um fato que notou com um arquear de sobrancelhas, normalmente seu pai é o retrato da pontualidade excessiva- As únicas coisas que podem fazê-lo atrasado são a política e a bebida e o rapaz reza com todas as forças que nesse caso seja a política- e não encontra-lo ali é uma surpresa, Freya é uma ausência esperada, sua irmã tem muitas qualidades porém pontualidade nunca foi um delas.

Ajeitou o blazer encarando seus arredores atrás de algo para fazer, pode é claro se envolver em algum diálogo com alguém só que essa não lhe parece uma ideia muito atraente e nem mesmo viável- Os russos estão em um canto isolado, a Czarina segurando a mão do filho como se sua vida dependesse disso e o rapaz loiro encarando seus pés em silêncio, o Czar fala ao telefone num tom baixo e apressado, os irlandeses conversam entre si num tom animado, o regente sempre sorridente com uma das mãos no ombro do sobrinho enquanto sua esposa ajeita a gravata do mesmo que lhe sorri gentilmente, e essa é a primeira vez que Alberich já o viu tão relaxado, por fim os ingleses são uma opção ainda pior cercados por amigos íntimos e a realeza alemã como estão, divididos em rodinhas de conversas cheias de sorrisos e gentileza e Deus sabe que Alberich não tem ideia de como lidar com famílias para se aproximar deles. Com um suspiro quase decepcionado encostou-se na parede e pegou do bolso o celular, sem esperar muito abriu suas mensagens só para encontrar um pequeno texto:

“Boa sorte seu vadio”

Claro ele vinha seguido de emoticons completamente desnecessários que são a cara de Phillipe, alguns surpreendentemente explícitos e dando implicações que o fizeram revirar os olhos em desgosto. Com um pequeno sorriso enviou um rápido obrigado de volta, e não demorou para receber outro emoticon como resposta- Uma carinha sorridente- mas antes que pudesse responder e começar uma conversa decente- Porque honestamente é tão mais fácil falar com alguém que está a quilômetros de distância e é tão familiar como Phillip- uma sombra familiar se fez presente a sua frente e ele guardou apressadamente o dispositivo ajeitando a postura:

—Pai- Inclinou a cabeça em reconhecimento- Está tudo em ordem? Tem algo que precisamos discutir?

—Não- Lukas deu de ombros depois de dar-lhe uma olhada crítica de cima a baixo- Mas ajeite essa gravata, quem o vê assim pensa que não sabe nem fazer algo tão simples.

—Claro- Desviou os olhos e logo fez o que lhe foi dito, nem afetado pelo duro tom- Freya já está pronta?

—Quase- O rei respondeu desinteressadamente encarando a antessala como filho tinha antes feito- Bati no quarto onde ela está antes de vir aqui, está escolhendo sapatos é claro. Honestamente... Aposto que mudou de ideia cinco vezes.

Alberich não pode evitar um leve sorriso imaginando sua irmãzinha ansiosamente tentando escolher um par enquanto resmunga sobre o horário- Algumas coisas nunca mudam afinal-, mas também teve que fechar os olhos contra uma onda de ciúmes que parece sempre surgir quando Lukas fala da filha, o pai nunca fala dele com esse carinho e provavelmente nunca falou. Abriu a boca para pedir um conselho para essa noite, mas mudou de ideia antes que qualquer silaba saísse e desviou o olhar completamente, seu pai não é um homem de conselhos e ele não está com o humor adequado para lidar com os sermões dele hoje, esta nervoso demais para respondê-lo propriamente. Mandou uma prece silenciosa para que sua irmã se apressasse e quase deu um suspiro de alívio quando a mesma apareceu em sua linha de visão ainda ajeitando uma alça do vestido:

—Rich, papai- Sorriu-lhes brilhantemente quando parou ao lado deles- Desculpem-me pelo atraso.

—Não está atrasada querida- Lukas assegurou-lhe envolvendo os ombros dela num quase abraço- Não fomos chamados ainda e nem o seremos por alguns minutos.

—Ótimo- Assentiu e escaneou os dois com um olhar de aprovação- Está muito bonito pai.

—Também está linda querida- O pai respondeu distraidamente lhe ajeitando a coroa na cabeça- Um velho como eu nem se compara.

—Você não é velho- Ela lhe revirou os olhos com carinho antes de se voltar ao irmão- Também está deslumbrante Rich, suas selecionadas são incrivelmente sortudas!

—Se você diz- Deu de ombros ainda sem encarar a família- Mas nosso pai está certo você está linda, Matthias adoraria vê-la assim.

A menção de seu noivo o rosto dela corou levemente o que fez Lukas esconder um sorriso e Alberich lhe arquear as sobrancelhas sugestivo, não sabe dizer se sua irmã o ama mas que o dinamarquês olha para ela como se fosse um tesouro é um dolorosamente óbvio para quem já os viu juntos, mas de qualquer jeito ambos ficaram incrivelmente chateados pelo rapaz não poder vir ao baile devido a problemas envolvendo rebeldes- A Dinamarca vai ser representada por diplomatas e um ou dois nobres se não está enganado- e mesmo Alberich ficou decepcionado, Matthias e ele não são próximos mas um rosto amigável e familiar a mais sempre faz bem especialmente numa situação estressante como esta.

Mas a diversão à custa da irmã foi curta e logo o príncipe desviou os olhos dela e voltou a se focar na parede oposta de onde estava encostado conversar com a irmã é fácil e simples porque sabe que ela o entende e Freya é quase que incapaz de julgar mesmo quando o deveria fazer, mas falar com a irmã e com o pai é sempre um pesadelo, um deslize ou comentário errado e Lukas vai encará-lo daquele jeito que tanto odeia- Como se estivesse tão acostumado com seus erros que nem tem capacidade de se decepcionar mais- e pior ainda vai fazer aflorar a inveja de sua irmã e do quanto o pai a ama.

Quase por acidente analisou novamente o ambiente notando as diferenças entre sua família e dos outros príncipes e acabou encontrando os olhos claros do herdeiro russo o avaliando também, ao perceber que fora pego o rapaz lhe dirigiu um sorriso hesitante e Alberich desviou os olhos sem corresponder, não está ali atrás de amigos e mesmo se estivesse não tem ideia de como fazê-los.

Por sua vez Dimitri também desviou os olhos em seu caso por pura vergonha, o lábio inferior preso entre os dentes num aperto doloroso. Claro sabe que ninguém ali tem a menor obrigação de conversar com ele e não vai em hipótese alguma forçar sua companhia, mas também esperava que pudesse conversar com as pessoas sem se tratar de política- É sempre pior estar sozinho no meio de muitas pessoas, ver todos se juntando em grupos cheios de risos e amizade e só ficar parado ali sem saber o que fazer e como agir petrificado com a ideia de interromper alguém, uma das muitas razões pelas quais Dimitri odeia bailes-, a presença de seus pais não traz nenhum conforto e sabe que conversar com eles é impossível mesmo que esse fosse seu desejo.

A mãe está bonita- Yelena é uma mulher bonita com cabelos loiros claros que foram cacheados e deixados soltos e olhos azuis como o céu, características que foram herdadas por ele e por Yeva, mas ao mesmo tempo ela parece perturbadora com olheiras profundas que a maquiagem não esconde totalmente e olhos vazios e sempre tão tristes- e quando lhe disse isso recebeu um raro sorriso, mas fora essa interação a Czarina não dissera uma palavra, apenas lhe segurava a mão num aperto forte como se tivesse medo que no momento que soltasse o filho desapareceria, o príncipe conhece esses momentos da mãe e sabe que falar com ela agora é impossível por isso nem tentou limitando-se a traçar círculos nas costas da mãos dela e ignorar totalmente a presença do Czar. O senhor seu pai- Porque mesmo em seus pensamentos Dimitri ainda tem medo de pensar nele somente como “pai” como se o homem fosse perceber a insubordinação e lhe dar um tapa, o anel de casamento ameaçando lhe cortar o rosto como fizera muitas vezes antes, suficientes para deixar uma cicatriz- está ainda no telefone falando com um de seus conselheiros sobre rumores de ataques rebeldes em Kiev e o príncipe não é louco de interrompe-lo com seus medos sobre o futuro e sobre as selecionadas.

Olhou desejoso para os irlandeses e os ingleses tentando não sentir pena de si mesmo- Por que afinal tem que ter feito alguma coisa para estar nessa situação certo? Por que o senhor seu pai não era assim com Liev ou Aleksei então tem que ter algo errado com ele— ao ver as interações entre eles. Os irlandeses parecem estar em uma conversa profunda, a regente sorrindo levemente enquanto o marido conta alguma coisa e o príncipe ouve atento com as sobrancelhas arqueadas, não falara com eles ainda e não sabe que tipo de pessoas são mas o recordam um pouco de algumas famílias que trabalham no palácio no modo como parecem estar sempre se ajudando. Dos ingleses ele sabe um pouco devido a Edmund e a longa conversa que tiveram naquela tarde que o deixara com um humor bem mais leve do que esperava- Apesar de uma irritante voz em sua mente lhe dizer para não ter esperanças, porque Edmund tem família e amigos, além de responsabilidades e não tem tempo para um caso de caridade como ele, especialmente não com a longa história entre seus países e a rivalidade entre seus pais- e por isso não se surpreende ao vê-los interagindo com os alemães num clima descontraída eventualmente reverberando com o som do riso de alguém.

Ele poderia passar horas se distraindo do eminente baile ao encarar aquelas pessoas tão diferentes, mas claro que isso não aconteceu. Dimitri quase saltou de surpresa quando sentiu um forte aperto no braço oposto ao qual a mãe ainda envolvia sua mãe, não havia qualquer delicadeza no toque e ele não esperava que tivesse mas também desejava que o senhor seu pai não pegasse sempre no mesmo lugar- Os hematomas são quase tatuagens visto que raramente chegam a desaparecer-, virou os olhos para encarar o rosto de pedra do Czar que o olhava intensamente e com raiva como se todos os problemas do mundo fossem sua culpa:

—Logo o baile vai começar- Ivan começou desnecessariamente- E preste atenção em suas ações rapaz, não preciso que você faça algo que me envergonhe ainda mais entendeu? Converse com as pessoas certas e preste atenção somente nas selecionadas que importam politicamente.

—Sim senhor- Concordou apressadamente sem encará-lo nos olhos- Eu sei o que devo fazer.

—Ótimo- Mas o aperto aumentou quando o Czar continuou- E pare com essas conversinhas com o pirralho inglês, eles não são nossos amigos e eu não quero te ver envolvido com nenhum deles. Você não é velho demais para punições.

Dessa vez o príncipe não respondeu verbalmente apenas assentiu sentindo um suor frio lhe surgir na testa mas o progenitor largou-lhe o braço e voltou a atenção ao celular novamente permitindo que Dimitri soltasse uma respiração irregular que não percebera estar segurando. Olhou de soslaio para a mãe mas Yelena não olhava em sua direção, ela ouvira tudo é claro mas as esperanças dele de que ela fosse intervir morreram a muitos anos e por mais que queira se ressentir dela por isso não fez nada além de apertar-lhe ligeiramente a mão sentindo a dor no braço diminuir gradativamente.

Enquanto Dimitri sofre com um pai cruel e uma mãe passiva Patrick conversa com seus tios, aproveitando-se do otimismo eterno deles para fortalecer sua resolução de se portar bem no baile e ao menos na aparência se divertir e começar a formar laços com as selecionadas- Mesmo que não ache que vai ter nada ali digno disso, ele próprio se sente frustrado e chateado por sua incapacidade de ver a alegria e a beleza no mundo, logicamente sabe que não era isso que os pai iam querer mas emocionalmente não está pronto para abrir mão de sua culpa-, Patrick está determinado a fazer dessa noite um bom evento tanto para as selecionadas tanto para seus tios, sente como se devesse isso aquelas desconhecidas e para sua própria família. Olhando para seu tio não pode evitar a pergunta:

—Quando Ian chega? Eu pensei que ele já estaria de volta para o baile.

—Nós todos pensamos- Aeron deu de ombros despreocupado- Mas parece que a Polônia está enfrentando uma série de tempestades terríveis e não é seguro viajar ainda então ele adiou a viajem.

—Mas não se preocupe- Tara assegurou- No máximo em uma semana ele deve estar aqui e aí eu quero ver você evitar seus encontros ou dormir demais.

Num gesto tão raros esses dias Patrick grunhiu em desgosto um sorriso ameaçando lhe surgir nos lábios ao pensar no primo lhe jogando para fora da cama- Um evento que aconteceu mais vezes do que o ruivo gosta de pensar, tem um sono pesado e o primo pouca paciência para atrasos- e lhe obrigando a fazer planos sobre o que fazer com as selecionadas e onde leva-las. Tem algo de incrivelmente engraçado na expressão exasperada de Ian, é tão similar a expressão da própria Tara que nesses momentos é quase difícil lembrar que o rapaz é em fato adotado e Patrick sempre gostou um pouco demais de trazer essa expressão no rosto alheio- Mas não faz mais isso, lembrou a si mesmo firmemente, não tem mais o direito de fazer isso:

—Nem me lembre disso tia- Replicou suavemente balançando a cabeça- Estou com sono só imaginando ter que acordar a tempo para o café da manhã.

—Não seja exagerado- O tio replicou, o sorriso se ampliando ao ver a emoção genuína do sobrinho- Como você espera contar todos os detalhes para Sarah se não estiver acordado?

—Não me lembre disso também! - Resmungou quase horrorizado- Se eu não der um relatório completo sobre as selecionadas aquela mini terrorista vai fazer greve de silêncio e ninguém merece uma greve de silêncio dela.

Tara riu de sua frase descaradamente e Aeron tentou fingir que não o fazia também enquanto os ombros de Patrick relaxavam, não está feliz de verdade e ainda sente um enorme peso lhe comprimindo o peito e um maior ainda lhe pesando nos ombros porém é o mais relaxado que se sente em semanas- Ou meses se pensar bem no assunto, toda essa tensão internacional não está lhe fazendo bem- e deve tudo aos tios e a memória dos primos, do rosto decidido de Sarah e a promessa que ela o obrigara a fazer para contar todos os detalhes da Seleção quando eles se vissem de novo- Ela está naquela horrível fase onde as meninas estão começando a desenvolver paixonites e se interessar em romances bobinhos e Patrick sente-se horrorizado sempre que o assunto é tocado a ideia de explicar o que acontece num relacionamento íntimo a uma menina de dez anos é mais aterrorizante que a ideia de um casamento-, da promessa de Ian de estar ao seu lado durante toda a Seleção e lhe ajudar a tomar a decisão correta quando chegar a hora, na fé que Tara põe nele, na confiança de Aeron em si e em sua capacidade de governar.

Se não fossem essas quatro pessoas Patrick tem completa certeza que não estaria mais vivo teria sido consumido por sua própria dor e solidão e mesmo se continuasse respirando seria um fantasma tal como é a Czarina russa. Ele deseja saber um modo de agradecê-los por tudo que fazer e já fizeram, mas as palavras nunca lhe vem e por isso decidiu se focar no agora, em reforçar a imagem de despreocupação e felicidade que os tios tão claramente querem que ele sinta de novo:

—Não se preocupe sobrinho querido- O tio lhe pôs uma mão no ombro- Você vai se sair bem, só tente prestar atenção nelas quem sabe manter um caderninho?

—Um caderno seria muito útil- Sua tia afirmou com toda seriedade do mundo- Assim você não esqueceria de nenhum detalhes importante!

Isso tirou um pequeno sorriso do ruivo, a ideia tão ridícula que chega a ser engraçada, tentou se imaginar montando fichas sobre as selecionadas e não conseguiu nem mesmo formar a imagem mental de tão estranho que lhe soa. E pela primeira vez desde que a Seleção foi anunciada a mente do príncipe não se focou nas pessoas que deveriam estar ali para apoiá-lo.

Num clima familiar similar em leveza e união está a família real inglesa, junto a eles estão seus parentes alemães e os amigos íntimos dos príncipes apesar da facilidade e da frequência que se comunicam através da internet e de celulares estarem todos juntos assim é sempre um evento alegre que todos querem aproveitar. Amelia e Katerina aproveitam para matar a saudade uma da outra e conversar sobre seus maridos e as decisões idiotas que ambos pensaram em tomar, Ludwig as ouve e volte e meia intervém sem sua própria defesa e apesar da expressão neutra os cantos de seus lábios se curvam em um sorriso divertido, Sienna ao lado dele ouvindo em silêncio curioso, Edmund parece envolvido num quase argumento com Harry que tem um sorriso convencido nos lábios enquanto o príncipe cora violentamente, Vincent está entretido ouvindo um relato de David que gesticula animadamente, Niklaus, Anthony e Ellyna também prestam atenção na fala do jovem duque, Sophia escolhera ficar na festa e socializar com os familiares depois:

—Eles adoraram minha proposta! Eu nem consigo acreditar que foi realmente aceita- Um sorriso bobo se apossou dos lábios de David ao afirmar aquilo- Pelo menos valeu o tempo obsceno que eu tive que passar fazendo aquelas pesquisas... Muito obrigado pela oportunidade tio, eu não posso descrever quão feliz estou em ter ajudado a melhorar o comércio interno escocês.

—É claro que eles adoraram David- Vincent sorriu-lhe gentilmente posando uma mão no ombro do rapaz- Estou orgulhoso de você e de seus esforços, Albany não podia ter um duque melhor.

—Não elogie muito não pai- Anthony riu jogando um braço nos ombros do outro e tirando a mão de Vincent de lá no processo- Vai que isso sobe para a cabeça dele?

—Isso seria péssimo- Harry se pronunciou com seriedade se intrometendo na conversa- O ego de Anthony e Niklaus é o suficiente para todos nós e muito mais, não precisamos de mais um narcisista.

—Falando assim até parece que você não nos ama Harry- O alemão zombou com uma expressão ofendida- Vai ferir meus sentimentos desse jeito!

—Awn não ligue para ele- Lyna riu- Harry só não sabe demonstrar o quanto eles nos ama sabe? Aí acaba saindo na forma de insultos.

—Não tem quem diz que o amor dói? - Edmund comentou aproveitando a oportunidade de tirar uma com a cara do loiro- Então nosso querido Harry aqui é a prova viva, ele nos ama mais que tudo mas é tímido demais para admitir.

O herdeiro de Lancaster revirou os olhos mas seus lábios pareciam lutar para não formar um sorriso, Vincent assistiu à cena balançando a cabeça perante a quase discussão entre os jovens lembrando-se de sua própria adolescência e de como ele e Erick eram exatamente assim, Amelia reparou em sua expressão e logo sorria divertida pela cena. Tem hora para que eles se comportem como os jovens nobres e herdeiros que são, mas essa noite não é um desses momentos, seus filhos vão conhecer suas futuras esposas e o casal real vai lhes dar uma carta branca para agir como os jovens que são:

—Quem é aquele ali? – Niklaus comentou de repente apontando na direção de um dos príncipes estrangeiros a sobrancelhas arqueadas- Eu acho que nunca tive o prazer de conhece-lo antes e isso meus amigos é um crime.

Edmund quase, quase, escondeu a face em constrangimento no claro tom de flerte na voz de seu primo- Jesus, claro que Niklaus sabe quem ele é! O rapaz é o próximo Czar da União, ele próprio só o conhecera a dois dias mas todos sabem quem é, especialmente Niklaus que parece ter o rosto de todos os nobres decorados-, os olhos do alemão analisaram o pobre e alheio rapaz de cima a baixo mas um pisão no pé nada discreto de Harry o calou antes que qualquer comentário inapropriado lhe escapasse:

—Não- O rapaz se pronunciou balançando a cabeça- Nem pense nisso Nik.

—Mas eu não estou pensando em nada- Se defendeu fingindo inocência

—Claro que não está, assim como o céu é laranja com bolinhas azuis e nuvens roxas- Tony revirou os olhos com um sorriso nos lábios- Isso não cola com a gente Nik, quem sabe na próxima?

—Blasfêmia! - O loiro fez um gesto dramático e virou-se para os tios com as sobrancelhas arqueadas- Olha só tio, tia! Eu aqui de coração puro e boas intenções querendo conhecer alguém e esses traidores duvidando do meu caráter, vocês acreditam em mim certo?

—Isso realmente não cola Nik querido- Amelia riu bagunçando os cabelos do sobrinho- E de onde foi que você tirou céu laranja de bolinhas roxas e nuvens azuis Tony?

—Bolinhas azuis e nuvens roxas querida- Vincent a corrigiu ainda sorrindo- E sinto muito sobrinho mas vou ter que concordar com eles nisso.

O herdeiro alemão manteve uma falsa expressão traída por poucos segundos antes de se entregar a uma risada baixa e deu de ombros despreocupadamente, Ludwig lhe deu um de seus olhares sofridos que praticamente imploram para que o filho se comporte como um adulto responsável e em resposta o loiro ergueu as mãos em sinal de rendição:

—Certo, certo eu não vou flertar com o czarevich. Mas com outros eu posso certo?

—Desde que não seja com alguém que esteja de casamento marcado e eu não tenha que saber de nenhum detalhe você pode fazer o que bem entender- O rei alemão deu de ombros

—Mas eu quero saber os detalhes! - Katherina se pronunciou ganhando um sorriso do filho e um olhar sofrido do marido- Não seja tão rígido Lud, é nosso dever como pais garantir que ele não esteja fazendo nenhuma idiotice e para isso precisamos de detalhes.

—Exatamente Lud- Amelia afirmou falsamente séria- É nosso dever como pais! Por isso eu também quero saber todos os detalhes entenderam meninos? Todos.

O rosto de Edmund escolheu aquele momento para imitar um tomate enquanto Anthony ria descaradamente e acenava em concordância prometendo a mãe toda a verdade e todos os detalhes, seu braço ainda em volta de David que mal controlava o riso- Talvez da situação ou da expressão mortificada de Edmund quem sabe- Lyna fazia um péssimo trabalho em conter o riso pondo as mãos em frente a boca e Harry estava de costas impossibilitando o gêmeo mais jovem de ver sua expressão mas não tinha como ele esconder o sacudir dos ombros provocado pelo seu riso. E como se o universo estivesse conspirando contra Edmund ele sentiu um puxão em sua manga só para encontrar os olhos inocentes de sua irmãzinha:

—Ed o que a mamãe e a tia querem dizer com detalhes? Detalhes do quê? Eu também posso saber?- Ela fez uma pausa dramática antes de continuar- E o que é flertar?

O som que escapou dos lábios do inglês foi uma mistura estranha de surpresa, desgosto e diversão e aparentemente muito engraçado se o aumento do riso de Harry- O traidor! E ainda tem gente que acha que ele é o perfeito e sério herdeiro cuja vida é a política- é uma indicação abriu a boca para responder mas nenhum som lhe escapou, olhou desesperado para a família e os amigos que com certeza tinham ouvido as perguntas da pequena só para ver que fora traído por eles também. Anthony e David haviam se movido para mais longe e apreciam engajados numa conversa, Lyna se juntara a Niklaus e ao ainda risonho Harry enquanto mesmo seus pais e tios que como adultos deveriam lidar com essa situação estavam de costas conversando entre si muito claramente ignorando a situação do pobre e corado rapaz:

—Bando de traidores- Resmungou para si mesmo mas um outro puxão na manga o lembrou de que Sienna ainda aguarda uma resposta

E apesar do embaraço e vontade de ser engolido pelo chão Edmund está feliz pela situação, porque esse momento de descontração serve para lembra-lo que não importa o que aconteça quando as selecionadas forem anunciadas ou mesmo qual seja sua escolha do fim de tudo sim ele sempre terá sua família ali. E isso para ele é a única coisa que importa.


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Notas finais do capítulo

Começou tão triste e terminou tão fofinho! Eu amo escrever sobre os ingleses gente kkk Espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu.

Mas agora vamos falar sobre o funcionamento do baile como eu tinha prometido certo?
Como vai funcionar: Vai ter um tempo normal de dança e papo seguido pelo jantar, depois da comida ser servida vai ter mais um tempo de dança lenta e então começa uma espécie de balada que vai seguir até todo mundo ter ido embora.

Sobre as meninas e as interações: Todas as meninas vão aparecer é claro e elas vão interagir entre si e com personagens criados por mim, MAS nem todas vão ter seus primeiros contatos com os príncipes narrados- Acho que serão duas meninas de cada príncipe a encontrá-los no baile-, cada príncipe vai ter que chamar uma menina para um encontro que vão ser narrados assim que o baile terminar e por fim as meninas que restarem terão outros momentos narrados por isso não se preocupem caso sua personagem não aparecer com o príncipe logo de cara okay?

Caso tenham alguma pergunta é apenas me mandar!

Beijos~