P.O.V. Alícia Gusman

Há não! Não não e não! Eu não posso fazer dupla com o Guerra! Isso vai ser uma catástrofe! Eu aposto que ele vai deixar eu fazer tudo sozinha! Mas ou ele me ajuda ou fica sem nota, certo? Certo!

No recreio, a Valéria me contou tudo o que aconteceu, para turma se separar, e eu estou tentando bolar um plano para juntar todos de novo e voltar ao que era antes. Já como eu vou fazer isso? Não tenho a menor ideia. Mas parece que a sorte está do meu lado, já que no sorteio juntou tudo.

Estou voltando para casa com Marce e Paulo de novo, assim que chegamos, Marcelina foi na minha casa e o Paulo entrou no apartamento deles fazer sei lá o que. Chegando no meu quarto, começamos a conversar.

—o que você achou do passeio que a professora Helena vai fazer? – Marcelina pergunta sentando em minha cama.

—Eu achei a ideia legal, só não gostei da dupla – digo e ela ri

—Essa sua rixa com o meu irmão não vai acabar nunca né? – ela pergunta

—nunquinha – digo e rimos

—Mas voltando ao assunto do passeio, eu gostei da minha dupla! – Marcelina diz e eu já dou um sorriso malicioso – mas não é isso que você está pensando tá? – ela diz e cora

—Tá se você diz – digo e coloco a mão no queixo indicando que estou pensando

—No que você tá pensando? – ela pergunta

—Num nome pro casal – digo – que tal “Marlina” !?

—Alícia! – Ela diz brava e eu rio e ela se rende e acaba rindo também

—Mas agora me diz, o que aconteceu quando eu estive fora? – Pergunto

—Bom como você já deve saber pela Valeria a turma se dividiu no quarto ano – ela diz e eu assinto com a cabeça – bom depois disso a gente passou a brigar verbalmente mas isso só durou um tempo, pois logo passamos a ignorar o outros e eles a nós, e depois disso, bom Laura e Adriano começaram a namorar assim com Jaime e Carmen, e Valéria e Davi vivem brigando e logo se perdoam, o Jorge, que até então era do time da Majo mudou de lado e se juntou a nós, e assim estamos até hoje.

—Então nada mudou muito – digo e ela assente

Ficamos conversando até ela ir embora, depois de sua ida, jantei, tomei banho e vi Supernatural até uma da manhã, então fui dormir.

Acordei com o barulho do despertador, fiz minhas higienes matinais, coloquei o uniforme e comecei a arrumar as coisas para o passeio de hoje. Terminei de arrumar as coisas e desci para tomar café, chegando na cozinha achei um bilhete encima da mesa.

‘’Alícia,
Precisei ir mais cedo para o trabalho hoje, deixei seu café pronto, bom passeio!
Com amor : tia Julia”

Sorri com o bilhete, tomei meu café, e sai de casa, novamente dando carona a Marce e ao Guerra. Chegamos lá e só faltávamos nós, comprimentamos nossos amigos e entramos no ônibus, sentei com a Marce e o Paulo com Mario logo atrás de nós. A Marcelina veio comentando sobre sapatos e roupas e eu ouvindo musica com o fone, até que eu saio do transe e ela pergunta se eu estava ouvindo ela.

—Claro, mas só pra ter certeza, do que estávamos falando mesmo? – pergunto e ela faz cara de “sério isso?” ela suspira e responde.

—Do vestido que eu vi em promoção no shopping- ela responde

—Tá explicado o porque de eu não prestar atenção então – eu digo e ela me mostra a língua, ouvi Mario e Paulo rindo do meu comentário, só ai notei que eles estavam ouvindo a conversa – nossa até eles estavam ouvindo e eu não – digo e eles riem junto de mim.

—Que musica você tá ouvindo Licia? – Mario pergunta

— “here's to never growing up” da Avril Lavigne – digo e ele rouba um fone meu – pode ouvir se quiser eu não ligo – ele ri.

“Singing Radiohead at the top of our lungs
With the boom box blaring
As we're falling in love
I got a bottle of whatever
But let's get in this truck
Singing, here's to never growing up” – era na parte do refrão que estava

—Legal gostei – Mario diz tirando o fone – me manda depois – ele pediu e eu assenti, só ai notei que o Guerra e a Marce nos olhavam com uma cara de ciúmes, a Marce eu até sei porque, já o Guerra? Sei lá vai entender ele.

Passado um tempo Cirilo pergunta “Tá chegando?” e todos começam a imitar ele fazendo a mesma pergunta a prof.

—Calma gente! – Prof. Helena diz – acabamos de chegar, agora, desçam educadamente certo? – ela completa.

O educadamente dito por ela foi ignorado e todos saímos iguais a uns loucos do ônibus. Quando todos já estávamos fora, a professora começou a falar.

—Muito bem, quero todos junto com seus pares – ela pede e nos organizamos, me fazendo ficar ao lado do Guerra – vocês irão entrar no bosque e me trazer cinco coisas! Uma rosa, uma pedra roxa, uma petúnia, um pedaço de musgo, e uma bandeira que eu escondi. Aqui está o mapa – ela entregou um para cada dupla – entendido?

—SIM PROFESSORA HELENA! – Dissemos juntos

—Só uma coisa! Não vão se perder ok? – a professora pergunta e nós assentimos – agora vão em 1...2...3 e...Vão! – Ela diz e saímos correndo dentro do bosque cada um por um lado.

Eu e o Guerra estávamos andando em silêncio, até eu ver um dos itens da lista da professora.

—Ali! Uma pedra roxa! – Eu digo e saímos correndo igual a uns doidos para pegar. Pegamos a pedra e eu a guardei em minha mochila – agora me deixa ver o mapa Guerra – digo

—Que mapa? – ele pergunta.

—O mapa da professora Helena ué! – digo e ele começa a procurar em suas coisas, passado um tempo ele me olha com um sorriso travesso – A NÃO! Não, não, não e não! – começo a entrar em desespero – não me diga que você perdeu o mapa!?

—se você quiser eu não digo mas é o que aconteceu – ele diz

—Ai era só o que me faltava! – digo brava olhando para ela – como você pode ser tão idiota a ponto de perder o mapa!

—O a culpa não é só minha não! – ele diz

—Não, é do papa! Guerra o mapa estava na sua mochila! É claro que a culpa é sua! Não acredito! Agora eu to perdida num bosque com Paulo Guerra! Tem coisa pior? – digo brava e irônica

—Sim! Ficar perdido com você! – Ele diz

—Vai a Merda Guerra - digo