Por Um Dia escrita por Carpe Librum


Capítulo 1
Sobre Lobos e Presas


Notas iniciais do capítulo

Ele a ama. E ela gosta disso. Ele aceita quem é como uma verdade natural e imutável. Ela luta contra o que fizeram dela. Dois seres, um só instinto: matar para sobreviver.

Aviso: Embora não haja cenas gráficas e explícitas, há insinuação de estupro, prostituição, mortes e violência.



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Sobre Lobos e Presas

 

Did she lie in wait

Was I bait to pull you in

The thrill of the kill

You feel, is a sin

I lay with the wolves

Alone, it seems

I thought I was part of you

 

You loved me and l froze in time

Hungry for that flesh of mine

But I can't compete with a she wolf

Who has brought me to my knees

What do you see in those yellow eyes

Cause I'm falling to pieces

(She Wolf – David Guetta ft. Sia)

 

Eu sou mau.

Ao menos é assim que me chamam. Não reconheço essa palavra, porém. Não reconheço o conceito. No meu mundo, as coisas funcionam de forma diferente.

Mato para que possa viver. Não é realmente uma questão quando se trata de garantir mais um dia. É instintivo. Nada além. A necessidade me dirige e me define.

Agora, há um misto de terra e sangue sob minhas unhas. O cheiro é familiar. Então não é realmente estranho quando ele fica mais intenso, escorrendo quente da garganta que dilacerei. Exceto que uso outro instrumento desta vez. Diferente, mas eficiente. E um segundo antes de perfurar a artéria de forma eficaz, vejo a lua refletida na lâmina.

Vejo através dos olhos dela.

Não há utilidade nisso, o homem já está morto, mas ela continua a morder sua carne com a faca. Depois estamos exaustos, mas ela precisa se limpar, livrar-se do sangue lavando-se no rio. Sei disso do mesmo jeito que soube o que fazer para atrair a vítima. Também sei que ela não o perseguiria se ele tivesse ido embora. Mas ele ficou. E quando ela tirou a roupa que veste agora, os olhos dele é que enxergaram a presa.

Foi fácil perceber. Conheço um predador quando vejo um. Mas eles, os homens que ela atrai, são mais primitivos do que eu e não reconhecem os mesmos instintos sob os olhos da garota. Instinto e algo mais. Ela gosta de matar. Isso a torna mais forte do que eles. E as leis da natureza são claras quanto a isso.

A fraqueza os torna presas.

Quando vai embora, ela não olha para o corpo. Ela nunca olha para o corpo. Sei agora que é porque o que lhe importa é a caçada. Quando eles não podem mais lutar e a vida se esvai de suas carcaças, o interesse que ela tinha por eles se esvai também, depois de saciada sua fúria. O som alto de seu próprio coração batendo em seus ouvidos silencia e eles se tornam nada para ela. Então ela os deixa do meu lado da floresta, onde eles sabiam que nunca deveriam ter vindo. São seus presentes para mim.

E eu aprecio muito.

 

(Está história continua, mas deixo aqui apenas um trecho para degustação, pois ela não pode mais ser disponibilizada na íntegra, já que será publicada na antologia Noctem Inferis da Editora Immortal. )

 


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Notas finais do capítulo

Oi, leitor!

Estraguei sua infância? Bem, desculpe por isso se tiver sido o caso. É que eu sempre achei que uma história tantas vezes contada pode ser vista de infinitos pontos de vista, então eu fiz esse experimento. Claro que a moça de vermelho é adulta, para ficar menos chocante, né?
Como fui eu que inventei o concurso e essa história de fic, coloquei a minha primeiro, mas pode acreditar que o que vem por aí é bem mais leve e alegre. Há diversos tipos de histórias e estou certa de que alguma te agradará.

Fique conosco e divirta-se.



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