O Vampiro de Shadowstone: O Despertar escrita por James Fernando


Capítulo 3
Capítulo 3: Mordido por um Vampiro


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.



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Já passava da meia noite em Shadowstone. Apenas pouquíssimas pessoas estavam acordadas, e a maioria estava trabalhando.

Na floresta, grupos de amigos se juntaram e estavam ouvindo musica e bebendo cerveja casais estavam se beijando, alguns estavam afastados, em seus carros, outras estavam na moita.

Afastados de todos, bem no fundo da floresta, em um rio estava duas pessoas. Uma delas era um jovem de dezessete anos, sem amigos, sem um pingo de popularidade, se de um dia pra outro ele sumisse, dificilmente alguém sentiria sua falta. Talvez seus pais sentiriam sua falta, já que ele tinha que ter ficado em casa e ser babá de seu irmãozinho, mas ao invés disso, ele pagou cem dólares ao pequeno extorquista para poder sair e assistir o show de seu ídolo, a estrela do rock, Vladimir.

A outra pessoa que estava com ele era o ídolo do jovem, Vladimir, e além de uma estrela do rock, Vladimir também era um vampiro sádico e psicopata que estava drenando cada gota de sangue do corpo de Brian Fuller, o adolescente que desobedeceu a mãe e agora esta pagando o preço com a sua vida.

Naquele momento, ele se arrependeu de não ter vivido. Ele ate que gostaria de fazer parte do time de futebol americano. Ter uma namorada. Conhecer o mundo pessoalmente, não através da tela de um computador.

Ele queria viver. Sobreviver e não ter mais medo. Brian não estava pronto para morrer, não sem lutar, sem fazer tudo o que poderia.

Como se fosse musica para o seus ouvidos, ele ouviu um som irritante vir de seu pulso. Seu relógio estava brilhando.

Brian sentiu que Vladimir se distraiu por um segundo, mas sem tirar os dentes de seu pescoço. Ele aproveitou esse segundo.

Juntando cada resquício de força que ainda tinha, ele usou sua perna direita e chutou com tudo o que tinha as partes intimas de Vladimir.

O vampiro arrancou um pedaço do pescoço de Brian enquanto largava o menino e dava uns três passos para trás.

Brian sabia que aquilo era um golpe sujo e baixo, mas ele não dava a mínima se aquilo significava que ele iria sobreviver.

Vladimir urrou de dor pondo as mãos em suas partes intimas.

Brian caiu no rio sem força alguma. Seus olhos estavam cheios de lagrimas. A dor era insuportável. Aquele vampiro maldito havia arrancado um pedaço enorme de sua carne.

— Eu vou acabar com você seu pirralho imundo! – Vladimir exclamou furioso.

Se antes Brian o achou assustador, agora ele faltou borrar a calça com a visão de seu ídolo como um predador que pode destruir um exercito sozinho. Vladimir parecia uma besta selvagem.

Todos os instintos de Brian estavam alarmantes. Qualquer animal da redondeza correu o mais rápido que pode pra longe de Vladimir.

Mesmo com medo, Brian respirando rapidamente, e com a mão direita sob onde Vladimir havia mordido, ele disse:

— Eu venci. – ele viu que Vladimir pareceu confuso, mas mesmo assim, ele continuo a andar em direção a Brian que sentado no rio se afastava como podia do vampiro. – Já se passou uma hora.

Vladimir estava pronto para arrancar o pescoço de Brian usando suas garras.

Brian fechou os olhos tremendo de medo e esperou a morte, mas ela não veio. Ao abrir os olhos, ele nada viu. Vladimir havia desparecido.

Tremendo de frio e medo, Brian suspirou de alivio. Pelo menos ele era um vampiro de palavra, mas não querendo arriscar, ele se levantou. Seu corpo todo doeu.

Ele caiu e teve que se apoiar no joelho.

Parece que ele teria uma grande batalha para chegar em casa.

Com passos curtos e lentos, ele saiu do rio. Ele usou a árvore mais próxima como apoio. Seu coro todo tremia de frio, medo e dor. Ele se sentia bem mais pesado. Seus osso pareciam ter sido atingido por um ônibus, e pra completar, ele estava faminto, com sede e sono.

— Pelo menos, pior não pôde ficar. – ele murmurou.

Brian ouviu o som de um trovão seguido por um clarão de um raio ricocheteando pelo céu.

— Isso pode ser brincadeira! – ele praguejou.

Ele sentiu algo molhado atingir as costas de sua mão. Ele olhou pra cima, segundos depois estava chovendo.

A ferida acima de seu ombro direito ardeu a cada gota de chuva. Ele caminhou por mais dez minutos ate que não conseguiu mais e se acomodou nos pé de uma árvore grande com raízes enormes. Protegido da chuva, ali ele dormiu assim que fechou os olhos.

As imagens horripilantes desta noite invadiram seu sonho. A ultima imagem foi dele chegando em casa, seus pais estavam gritando com ele por ter saído, cansado e irritado, seus olhos ficaram vermelhos e ele bebeu o sangue de sua família.

Brian acordou assustado e se debatendo. Ao sentir a dor que vinha acima de sue ombro direito, ele gemeu de dor.

Focando sua visão, ele viu que já era de manhã. A floresta estava com um tom cinza. A nevoa estava fraca, mas ainda dava um ar misterioso na floresta.

Brian suspirou cansado. Seu corpo não estava tão dolorido quanto antes dele adormecer, mas ainda doía.

Ele afastou um pouco a blusa e viu a ferida. Ele achou que estaria pior, mas não estava tão ruim, apenas estava com uma cor esquisita que fez seu estomago embrulhar. Brian podia jurar que Vladimir havia arrancado um pedaço enorme, mas a feria apenas estava em carne viva, nada que algumas ataduras, algum remédio e tempo para curar.

Ele se sentiu como se estivesse nu na neve. Vapor saia de sua boca a cada respiração.

Apesar de estar temeroso para ir pra casa, ele estava desesperado para um banho quente e comida. Ele estava faminto. Brian só estava torcendo para sua fome não ser de sangue.

Brian andou pela floresta tentando reconhecer onde estava, demorou quase duas horas para ele chegar onde o galpão que Vladimir fez o show estava.

Não havia nenhum sinal do carro e do casal que Vladimir matou na noite anterior. Não havia sinal de ninguém. Ele deu a volta e encontrou sua bicicleta onde deixou. Ele já estava conseguindo andar meio normalmente.

Com um esforço sobre-humano para não chorar, Brian pedalou fazendo caretas horríveis de dor.

Quase uma hora depois ele chegou em casa. Brian deixou a bicicleta no gramado e caminhou ate a porta. Quando se aproximou da maçaneta, ele ouviu a voz irritada de sua mãe.

— Com quem você acha que esta falando? Meu filho não é nenhum marginal que iria sair escondido de casa para beber e usar drogas! Estou lhe dizendo, xerife, Brian apenas saiu para o show daquele esquisito e não voltou ate agora. Algo aconteceu com ele. Brian é um bom menino. Toda cidade sabe que ele não é do tipo que se mete em encrencas!

Jane Fuller parecia bem irritada, mas Brian se sentiu estranho com o fato de sua mãe estar lhe defendendo. Aquilo lhe fez se sentir estranhamente bem.

Com cautela, ele abriu a porte e entrou. Jane Fuller estava no telefone e ao ver o filho, desligou sem se importar com a pessoa do outro lado.

Ela jogou o telefone no sofá e correu para abraça-lo, mas parou a tempo ao ver o filho mancando em um estado deplorável.

— Brian! – ela gritou.

Rupert Fuller que estava na cozinha com Alec veio correndo.

— Oh meu Deus! O que aconteceu com você? – ele perguntou.

Brian hesitou. Ele não poderia dizer que um vampiro fez isso com ele, isso era insano. Ser o esquisito da cidade já era difícil, ele não queria ser tachado também como o maluco da cidade.

— Bandidos. – ele disse o mais convincente que podia. – Eles estavam tentando roubar um senhor de idade, então eu tentei ajudar...

— Oh meu bebê... – disse Jane se esquecendo e o abraçando com os olhos cheios de lagrimas.

— Ai. – Brian disse tremendo todo de dor. – Acho que não me sinto muito bem...

E assim, ele fechou os olhos perdendo toda a força do corpo.

Ao abrir os olhos, Brian se viu deitado em uma cama de um quarto do Hospital Central de Shadowstone. Ele sabia qual hospital era, por que aquele era o único hospital da cidade.

Sua mãe estava sentada em uma cadeira cochilando.

— Mãe... – ele chamou fraco.

Ele viu que estava no soro. Ainda bem que na hora ele estava desacordo, pois tinha um temor horrível de agulhas. Aqueles objetos metálicos e pontudos eram do mau.

Jane acordou.

— Oh, querido. Como se sente? – ela perguntou se levantando e indo ate ele.

— Bem, eu acho. O que aconteceu?

— Você desmaiou. O médico disse que você estava apenas desidratado e hipotérmico, e apesar de alguns arranhões aqui e ali, você não sofreu nada mais grave. Hoje a tarde mesmo você já poderá receber alta. Mas você esta bem mesmo? – ela perguntou amorosa.

— Sim.

— Ótimo. – Jane Fuller disse com um sorriso amoroso, mas em seguida seu sorriso desapareceu e ela disse friamente. – Você esta de castigo para o resto de sua vida, mocinho!

Brian murchou. Tudo que é bom dura pouco.

Naquela noite, já em seu próprio quarto, Brian se encarou no espelho. Ele não sabia o que era, mas sentia que algo estava diferente nele. A cada refeição, sua fome estava cada vez ficando maior. Enquanto que sua pele parecia mais pálida, sem vida, seus olhos verdes pareciam mais vivos. Bom, ele tinha uma ideia do que poderia estar acontecendo, mas decidiu trancar este pensamento no fundo de um baú e jogar a chave fora. Ele não estava pronto para essa possível nova realidade ainda.

A única coisa que lhe agradava naquela situação toda era de que ele foi mordido por um vampiro e sobreviveu pra contar a história. Ele só esperava não desenvolver nenhum gosto estranho por sangue.

Enquanto Brian se deitou e dormiu, na calada da noite, em uma outra casa, um telefone tocou.

— Alô? – um homem com uma voz calma e elegante atendeu.

Na sala estava toda a família assistindo um filme estereotipo de vampiros.

— Eckhart, meu velho amigo. Sou eu, Vladimir, como tem passado?

— Estava bem, ate você ligar. – Eckhart respondeu.

— Assim você me magoa.

— O que você quer, Vladimir? Pensei que você já tinha ido embora de Shadowstone.

— E já fui. Odiei o lugar. Como é que você aguenta viver nesse fim de mundo? Eu realmente não compreendo.

— Eu não preciso que você compreenda, apenas que deixe eu e minha família em paz.

— Nossa, acho que alguém acordou com o pé errado hoje.

— Vladimir, irei desligar.

— Tudo bem, estraga prazeres. Eu havia me esquecido. Lembra daquele show que eu dei em sua cidade e que você mandou o seu filho irritante para me atormentar?

— Sim, isso foi ontem. – Eckhart estava sem paciência alguma.

— Então, depois daquilo aconteceu algumas coisas que não merecem ser explicadas, mas o negocio é o seguinte. Um fã esquisito, acho que ele é emo, tem um cabelo que cobre quase todo o rosto e usa óculos de fundo de garrava, estava em meu camarim e ouviu a conversa que tive com o seu pirralho. Depois de alguns eventos, ele fugiu. Eu o persegui ate a floresta depois que lhe disse que se ele conseguisse sobreviver por uma hora, eu o deixaria vivo, e você sabe que eu sou um vampiro de palavra.

— Vladimir, o que você fez? – Eckhart perguntou. A família estava ouvindo tudo com sua audição de vampiro e estavam todos apreensíveis. Um dos membros da família tinha uma vaga noção de quem poderia ser o fã.

— Calma, vou chegar lá. Como estava dizendo. Me cansei da brincadeira depois dele ter conseguido fugir por quase uma hora. Eu o mordi e comecei a sugar seu sangue. Bom, quem diria que o emo esquisito havia posto o relógio para tocar quando o tempo se esgotasse. Ele conseguiu escapar de mim, não vamos entrar em detalhes de como isso aconteceu. Quando estava prestes a arrancar sua cabeça, ele me informou que venceu o meu jogo. Isso foi bem irritante. E assim eu o deixei viver e fui embora.

Isso era péssimo. Era o que todos os membros daquela família de vampiros pensavam.

 - Bom, tem mais uma coisa. – Vladimir disse parecendo um adolescente em apuros que foi pego pelos pais. – Eu posso ter acidentalmente injetado veneno nele quando ele conseguiu escapar. Isso foi um acidente.

— Você quer me dizer que transformou uma criança em vampiro?

— Tecnicamente, ele esta em transição, mas sim, foi exatamente isso que eu fiz, mas lembre-se, foi um acidente. Nossa, olha a hora. Tenho que pegar um voo para fora do país. Foi bom conversar com você, nos vemos por aí, velho amigo. Tchau.

Vladimir desligou na cara de Eckhart.


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Notas finais do capítulo

Agora só semana que vem. Por favor, comentem e me digam o que acharam.



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