O Vampiro de Shadowstone: O Despertar escrita por James Fernando


Capítulo 4
Capítulo 4: Em Transição


Notas iniciais do capítulo

Alô, tem alguém aí? Se tiver, comente!



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Quando o sol nasceu, Brian foi acordado por sua mãe para ele ir pra escola. Como ele já estava bem durante a noite, não havia motivos para o seu filho fujão faltar a aula.

Jane Medina Fuller era a dona da lanchonete, Theo Burguer, que ela herdou de seu falecido pai, Theodore Medina, era a mesma lanchonete na qual Brian teve que trabalhar durante o verão para comprar o ingresso do qual ele se arrependeu.

Seu pai, Rupert Fuller, trabalhava como gerente no principal banco da cidade, Banco de Shadowstone.

Shadowstone tinha apenas duas escolas, uma para o fundamental, era a escola na qual Alec estudava, e havia a escola do ensino médio, na qual Brian estudava. As duas escolas ficavam há quatro quadras de distancia uma da outra e ambas eram enormes para acomodar um total de ate cinco mil alunos.

Brian e Alec entraram no carro de seu pai e foram para a escola. Brian tinha dezessete, já tinha carteira de motorista, mas seus pais se recusavam a lhe dar um carro. Eles não eram ricos, mas tinha uma boa estabilidade financeira.

Rupert deixou Alec na escola primeiro e depois foi a vez de Brian.

Ele desceu e respirou fundo.

Para ele, sempre iria parecer o primeiro dia de aula.

Todos lhe eram desconhecidos. Todos iriam olhar diferente para ele. Ninguém se daria ao trabalho de lhe dirigir a palavra. Estavam todos envoltos de seus problemas para se envolverem com o esquisito.

Brian Fuller era um covarde que sempre baixaria a cabeça. Ele se odiava por isso. Ele odiava aquele lugar.

A escola era um lugar de ensino, ele foi ensinado a odiar as pessoas, temer por sua segurança, aguentar tudo calado.

Com a mochila nas costas, ele pôs a toca da blusa sob a cabeça e andou tentando ser invisível.

Enquanto andava pelo estacionamento, ele sentiu um formigamento estranho. Brian tinha a sensação de que estava sendo observado. Com a cabeça baixada, ele olhou para os lados, mas não conseguiu ver quem o estava observando.

E quem iria querer observar ele? Justo ele? Quem sabe uma admiradora secreta?

Ele sorriu. Não custava nada sonhar.

As aulas passaram como sempre. Brian sempre se sentava no fundo na classe e passava a aula inteira sendo invisível ate mesmo para os professores.

Na aula de álgebra, o professor Frank Wilson entregou as provas com as notas. Brian havia tirado “B”, não era uma excelente nota, mas era o suficiente para não se encrencar com os pais ou ficar de reforço durante as férias.

No corredor, na troca de aulas, ao cruzar com Brad Evans, o capitão do time de futebol americano, e seus amigos do time, o brutamontes bate nos livros que Brian carregava em direção ao armário para guarda-los e os derrubou.

— Olha por onde anda, panaca! – Brad exclamou se virando e andando de costas.

Brian sentiu uma vontade assassina tomar conta de seu corpo.

As pessoas ao redor riram de Brian, mas pararam quando alguém se agachou e o ajudou a recolher as coisas.

Tanto Brian quanto todos ao redor, ninguém acreditava no que estava vendo.

Aquele que era considerado o mais belo da escola, o mais popular, mesmo não fazendo parte de nenhum grupo, o mais rico, o intocável, Cohen Varrell estava ajudando o nerd emo esquisito.

— O-obrigado... – Brian gaguejou se levantando e recebendo as suas coisas de Cohen.

Os olhos de Cohen, castanhos quase dourados, eram frios e pareciam estar lhe analisando.

— Não há de que. – ele respondeu e continuou a andar sumindo no meio das pessoas que estavam caladas, como se estivessem em choque.

Um estalo na mente de Brian. A voz de Cohen era estranhamente familiar. Seus pensamentos o levaram diretamente para a madrugada de sábado para domingo, onde ele quase foi morto por um vampiro psicopata. Não era possível.

Brian decidiu ignorar a suspeita que ele tinha sobre Cohen. Estava na hora da aula de geografia, e ele precisava melhorar suas notas nesta matéria. Sua cabeça tinha que estar no lugar certo.

Assim que o sinal indicou que era hora do intervalo, Brian se levantou e arrumou suas coisas.

No corredor, as pessoas estavam fofocando e olhando para ele. Ele se sentiu tão envergonhado que andou apressadamente com a cabeça baixa. Em seu armário, ele foi abordado por Claire Delacoure, a garota mais popular, mais linda da escola, capitã das lideres de torcida e namorada de Brad Evans.

Claire estava acompanhada de seus clones do mau, Elena Miller e Patrícia Moore.

Claire Delacoure era uma mimada, narcisista, cretina e todas as outras palavras de ofensas que Brian conhecia e desconhecia. Claire só se importava com ela mesma. Suas clones do mau eram capachos que sofreram lavagem cerebral, principalmente Patrícia Moore. Dona de um corpo esbelto, Claire era uma loira de olhos azuis que parecia ter saído de uma capa de revista. Ela poderia ser linda, mas sua alma estava podre. Seu coração, se é que ela tinha, era frio como gelo e duro como pedra.

Elena era uma negra de olhos azuis e cabelo liso da cor de chocolate. Incrivelmente bela, e assim como Claire, parecia ter saído da capa de uma revista. Brian não sabia se ela era burra ou fingia ser.

E finalmente tinha a morena de olhos azuis e lábios carnudos, Patrícia Moore. Pessoalmente, Brian achava ela a mais bela das três. Patrícia Moore não era uma amiga de Claire antes de entrar no ensino médio. Antes disso, ela era a melhor amiga de Brian. Os dois compartilhavam os mesmo gostos estranhos, como leitores ávidos de quadrinhos. Os dois viviam falando mal de Claire e Elena nas primeiras semanas assim que entraram no ensino médio, mas assim que Patrícia fez dezesseis anos, ela mudou. Se tornou amiga de Claire e logo ela deus as costas para Brian. Ela ate mesmo fez pegadinhas nele o fazendo ser uma pária em toda a escola.

— Brian, certo? – Brian quis saber por que de uma hora pra outra, Claire Delacoure estava lhe dirigindo a palavra.

— Sim? – sua resposta saiu como uma pergunta.

— Então, depois da escola, nós iremos a lanchonete. Estava me perguntando se você não gostaria de ir com a gente? – será que ele ainda estava no hospital drogado tendo algum tipo de sonho?

Brian fechou o armário. Olhando em volta, as pessoas estavam todas caladas observando a cena em choque.

— Não posso ir, estou de castigo.

— Hm... Que pena... – o incrível é que aquela cobra parecia mesmo triste por ele não puder ir.

— Mas eu estarei lá. – ele respondeu meio irritado.

Ela fez cara de que não entendeu.

— Eu trabalho lá. – sua resposta foi curta e seca.

Claire, como se fosse algum tipo de pessoa decente, deu um sorriso brilhante.

— Então nos vemos lá. – ela disse saindo junto de suas clones maléficas.

Assim que as três saíram, todos começaram a cochichar. Nem mesmo Brian estava entendo o que aconteceu. De uma hora pra outra, de invisível, ele se tornou o centro das atenções. Ele estava odiando tudo isso.

A cada passo no corredor rumo ao refeitório, as pessoas o encaravam e cochichavam. Além de assustador, estava sendo embaraçoso. Sua pele formigava, seu rosto parecia que ia pegar fogo. Tudo o que ele queria fazer era correr para o mais longe possível.

No refeitório não foi diferente. Todos pareciam não ter mais nada de importante pra fazer do que fofocar sobre a bizarrice de dois populares estarem sendo amigáveis com ele.

A mulher gorda da cantina encheu sua bandeja com a sua gororoba. Brian não achava a comida da escola nada atrativo, mas naquela manhã, ele notou que qualquer tipo de comida não estava mais chamando sua atenção. Era como se ele estivesse perdendo o apetite.

E tinha as vozes das pessoas. Estavam cada vez se tornando insuportável, pareciam que estavam aumentando o volume da televisão a cada segundo.

E o cheiro. Seu olfato estava particularmente naquela manhã. Ele estava sentindo aromas estranhos.

Ele decidiu ignorar. Definitivamente nada de estranho estava acontecendo em seu corpo. Puberdade. Sim, ele decidiu colocar a culpa na puberdade.

Por precaução, Brian decidiu andar o mais longe possível da mesa em que Brad Evans estava com seu grupo, incluindo sua namorada e suas clones do mau.

Brian se sentou em uma mesa afastada e sozinho. Com um garfo, ele mexeu na comida pensando se devia comer aquilo e morrer por intoxicação alimentar. Aquilo lhe parecia mais nojento do que o normal. O que ele não daria por uma pizza de calabresa e mozarela?

Perdido em seus pensamentos, Brian notou que todo o refeitório ficou em silêncio. Ele sabia que todos estavam o olhando para ele.

Ao olhar pra cima e na sua frente, ele viu alguém sentado. Era Cohen Varrell.

Brian olhou em volta. Todos olhavam pra sua mesa. Os irmão de Cohen não eram visto em lugar algum. Ele confirmou que não havia se sentado na mesa em que os irmãos Cohen sempre se sentam. Então, por que?

— Bom dia... – Cohen disse pausando. Ele parecia pensar no que dizer. Brian achou aquilo irritante.

— Brian. – ele deu a resposta para Cohen.

— Bom dia, Brian. – Cohen tentou sorrir, mas o que saiu foi uma careta que parecia estar zoando com ele. – Então, como tem passado?

— Bem, muito bem, por que? – ele respondeu.

Brian não queria, mas a voz de Cohen era bem similar ao do outro vampiro que ele ouviu conversar com Vladimir. Ele tinha 99% de certeza de que Cohen era o outro vampiro, e se ele era vampiro, então sua família toda era vampira. Aquilo era demais pra digerir em apenas dois dias.

— Apenas curiosidade. – a resposta de Cohen era vaga, mas Brian sabia exatamente o que ele queria saber.

— Estranho, já faz um ano que sentamos lado a lado. Temos 80% de aulas juntos. A única vez que ouvi sua voz é quando você responde a chamada dos professores. E agora, do nada, isso!

Se não fosse aquilo que aconteceu na madrugada de sábado, ninguém nem estaria pensando nele. Agora, de uma hora pra outra, esse idiota se preocupa com ele? E todas as vezes que Brian foi humilhado ou apanhou? O que Cohen Varrell fez? Nada, ele simplesmente ignorou, então por que Brian iria querer se relacionar com gente deste tipo?

— Por que de uma hora pra outra você decidiu conversar comigo?

Brian não sabia o que deu nele, mas ele se sentiu irritado, mas ao mesmo tempo confiante. Sem medo algum.

— Vamos, Brian você já deve saber o porquê. – Cohen disse calmamente e de forma fria.

— Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! – Brian disse se levantando irritado. Não se preocupou em guardar a bandeja, ele simplesmente saiu em passos rápidos e pesados para fora do refeitório.

Ele correu ate o banheiro. Não havia ninguém além dele. Brian se trancou em uma cabine e lá ficou, sentado na privada. Sua respiração estava acelerada.

Ele tinha certeza de que estava que um ataque de asma estava vindo. No bolso de sua blusa de moletom, ele pegou a bombinha e a levou a boca, ao apertar, a bombinha despedaçou em seu aperto.

— Droga! – ele pulou.

Desesperado, ele tentou abrir o trinco da porta, mas desconhecendo sua própria força, ele também o destruiu. Brian abriu a porta bruscamente causando algum prejuízo para a escola.

Ele foi ate a pia, tirou os óculos e o pôs na pia. Abriu a torneira e molhou o rosto e se encarou no espelho.

Seus olhos verdes estavam mais vivos do que nunca, e ao mesmo tempo tinha uma coloração quase azul. Seu rosto parecia mais pálido do que nunca. Ele sentiu algo lhe incomodar na boca.

Ao abrir a boca, ele viu seus caninos maiores e pontudos, iguais aos do vampiro Vladimir.

Ele se sentiu mais estressado ainda.

Sua respiração não diminuía. Seu coração estava acelerado, seu sangue percorria todo seu corpo duas vezes mais rápido. Ele se sentiu furioso.

Olhando seu reflexo, ele viu seus olhos verdes se tornarem gélidos, como o gelo mais rio que existe.

Ele estava com fome. Uma fome incontrolável. Brian sabia o que ele queria. Sangue. Seu corpo ansiava por isso.

Ele segurou a borda da pia com as duas mãos e apertou tentando se impedir de sair daquele banheiro e atacar o primeiro que visse.

A sede por sangue era insuportável. Cada fibra de seu corpo lutava contra sua consciência.

O mármore da pia começou a rachar. Pedregulhos começaram a cair no chão.

Brian fechou os olhos e tentou se imaginar em algum lugar feliz, sem sangue, sem escola, sem ninguém, mas tudo o que ele viu foi a imagem de Vladimir o perseguindo, brincando com a comida, o humilhando.

— Respire fundo. Esvazie sua mente. – ele ouviu a voz de Cohen atrás dele.

Brian abriu os olhos e viu o reflexo de Cohen dez passos atrás dele.

— Não lute, apenas deixe fluir. Quanto mais você lutar, mais forte os impulsos se tornaram, apenas aceite-os. – a voz de Cohen não tinha nada além de entendimento.

Brian ouviu o que Cohen disse. Ele respirou fundo. Fechou os olhos apagou todos e tudo de sua cabeça.

Seu aperto na pia diminuiu. Seu coração se acalmou. Brian abriu os olhos. Eles estavam normais novamente. Ele abriu a boca, seus dentes voltaram quase ao normal, seus caninos estavam mais pontudos do que antes dele ser mordido por um vampiro.

— O que esta acontecendo comigo?

— Você esta se transforando em vampiro. – Cohen lhe respondeu. – Você esta em transição.

— Transição?

— Ao lhe morder, Vladimir lhe deu acidentalmente o veneno vampiro. Você se tornou mais forte, mais rápido, seus sentidos melhoram. Sua regeneração se tornou mais rápida e melhor do que antes, mas o suficiente para curar pequenos ferimentos. O sol irá deixa-lo fraco. O período de transição dura ate a meia noite da próxima lua cheia, que no caso será no Halloween em duas semanas. Se você não beber sangue humano ate a meia noite da próxima lua cheia, a transição não se concluíra e o veneno vampiro em seu corpo irá mata-lo no mesmo instante. E não, não há cura.


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Notas finais do capítulo

Se encontrarem algum erro, não deixem de me informar.

Postarei o proximo o mais breve possivel.

Por favor, não deixem de comentar.

A minha outra fic, A Mutante em Forks, esta demorando por que estou transformando ela em uma original. Já as outras, estou com bloqueio pra falar a verdade. Perdi a vontade de continuar escrevendo elas, por isso pode demorar ainda mais tempo ate que eu volte a escrever.



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