O Renascer dos Nove escrita por Number Nine


Capítulo 17
Nós Somos Quatro


Notas iniciais do capítulo

Espero que Gostem :)



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Futuro

Seis uma vez me disse que quando se sentia perdida sobre o que fazer, ela deixava o vento guia-la. Bom se ela estiver certa sobre isso então o que estou fazendo é o que Lorien quer para vencermos esta guerra porque uma forte rajada acaba de bater e faz meu cabelo ficar esvoaçado. Ouço o vento uivar pela floresta próxima dali como se pressentindo a batalha eminentemente e me pego torcendo para que ela não seja afetada pela destruição.

— Cara, quando acabar essa guerra eu mesmo vou cortar seu cabelo! – Sam fala se aproximando de mim apontando para o meu cabelo desgrenhado após o vento ter batido. – Está fazendo algum tipo de tributo ao Nove?

            Sorrio para ele. Sam tem estado mais debochado nos últimos tempos, acho que foi o modo que ele conseguiu para tentar amenizar a dor das perdas. Transformar tudo em piada, ou pelo menos tentar não pensar as coisas de modo trágico.

— Como está nossa agente federal favorita? – pergunto tentando entrar no clima. A agente Walker chegou há alguns dias para nos dar a notícia que as tropas dos países que ainda resistem as forças mogadorianas irão aproveitar para tentar tomar o poder das principais capitais de volta enquanto estamos aqui tirando a concentração deles.

— Ela disse que não irá sair daqui. – ele fala coçando a cabeça meio confuso e dando de ombros. – Sabe como ela é, disse que quer ter certeza que vamos andar na linha.

            Reviro os olhos. O que eu precisava era isso, o mundo está quase todo destruído e vou caminha para a batalha final e tenho que me preocupar com uma ex-agente do FBI que decidiu achar que é babá da Garde. Nem Malcolm acha isso, ele está escondido com Lexa em um complexo militar abandonado ultrassecreto com a nave que nos trouxe. Eu os mandei para lá, para o caso de tudo dar errado. Termos o plano insano de mandar as pessoas para outro planeta depois desse e alertar sobre o mogs.

            Walker está numa das tendas que montamos junto com alguns dos Gardes, os menores. Eu não quero que eles fiquem na linha de frente então só irão lutar caso sejam a última esperança para proteger a pedra.

— Os batedores disseram que os mogadorianos estão vindo com uma nave de guerra, uns 10 mil soldados mogadorianos e cerca de 50 escaramuçadores. – Ella aparece no meio dos Gardes para nos avisar. A menina está suada e tem um fio de cabelo ruivo grudado na testa pelo esforço de vir correndo me avisar.

            Sam está pálido com a notícia, mas para mim isso é mais que o esperado. Já imaginava uma força desse tamanho. Isso nem parece ser o exército todo de Setrákus Ra quer enviar. Ele tem muito mais força bélica, certamente essa nave nem é a Anúbis e pelo que Gwen havia falado, o disparo da Apófis será daqui há dois dias. O covarde nem sequer dará as caras para lutar hoje.

— Eles estão animados... – Sam murmura se voltando para mim esperando as ordens.

— Ella mande todos ficarem em posição usando telecinese, fale para Marina me encontrar na Pedra Principal daqui há dez minutos e Sam, me siga! – começo a caminhar em direção para uma das últimas pedras ainda de pé do Stonehenge. Foi a pedra que chamei de Pedra Principal, pois é a maior e mais resistente além de dar uma boa visão da vasta planície que cerca o local.

            Vejo que as ordens de Ella já estão sendo transmitidas telepaticamente para os soldados. Quem tem Legados de ataques ofensivos já ficando mais para frente se preparando para quando os mogadorianos chegarem. Fizemos trincheiras usando as pedras quebradas e desenhas vários círculos ao redor do antigo monumento então eles estão escondidos na primeira parte delas. Depois estão os que de alguma forma tem algum poder de longo alcance, como: disparar raios, choques, e até mesmo aqueles só possuem como Legado ofensivo a telecinese. Temos um poço cheio de pedras para isso. Penso no nosso número tão pequeno de Gardes e o número de mogs que ela falou e me sinto depressivo. Por mais que sempre tenha sido assim, acho que essas pessoas não mereciam isso.

            Sinto duas pessoas me observando enquanto olho tudo do alto da pedra e as vejo. Marina está estreitando os olhos para me enxergar, as coisas entre nós estão mais calmas desde aqueles dois dias quando ela chegou. Nem temos tido muito tempo para pensar em outras coisas, Sam está mais calmo agora – pelo menos seu rosto ganhou um pouco mais de cor.

— Então, esse nem será o último confronto? – ele pergunta. – Os reforços chegarão quando?

— Quem estava conversando com Walker era você? – eu o lembro.

— É... – ele fala estremecendo um pouco. – Ela disse que teremos algum apoio aéreo.

— Melhor esse apoio chegar logo então.  – Marina fala colocando as mãos na cintura e olhando para o horizonte como se há qualquer momento a nave de guerra mogadoriana fosse aparecer. – Será que o Adam conseguiu? Não entendi direito o que a Entidade falou, se estamos aqui ainda...

            Acho que entendi o que Marina quer dizer, se ainda estamos aqui, talvez isso queira dizer que Adam falhou na missão dele. Não deveria me sentir assim nas vésperas da guerra, mas estou achando que acabei de sentenciar outro amigo a morte, afinal foi sempre assim. Quando eu não estava perto um deles morria, foi assim com Sarah, Oito, Seis, Nove e Cinco, talvez tenha acontecido com Adam.

— Temos que ter fé, eu não entendi direito também o que Legado quis dizer, mas eu acredito que Adam irá conseguir. – tento passar minha convicção aos meus colegas. Então tenho uma ideia.

            Concentro a telepatia que aprendi a usar com ela começo a expandi-la para todos o Gardes que estão ali. Se eu pudesse eu a expandiria para todos, mas infelizmente o pode só está forte naquela área.

Hoje, nós não estamos lutando como humanos ou lorienos. Não lutamos por Lorien ou pela Terra. Lutamos por um objetivo em comum, lutamos pela paz, pela justiça, lutamos pelo direito de não precisarmos nos esconder para não sermos caçados. Pelo direito de sermos felizes com nossas famílias, amigos e amados. Lutamos pela vida e para vingar aqueles que pereceram covardemente na mão dos covardes mogadorianos...

Penso em Sarah. Em todos os momentos que tivemos, em todos nossos beijos e em suas últimas palavras no telefone para mim, em todos os eu te amos que dissemos. Penso em Henry, no seu último sorrindo para e caminhando junto comigo para a morte, em Oito sempre sorridente e alegre, mas também sábio. Em Nove, com seu jeito meio bronco, mas sempre foi fiel e amigo, em Seis que sempre tentou se esconder numa armadura de quem não se importava com nada e não ligava, mas talvez fosse a que tivesse o melhor coração entre todos nós.

... Hoje somos um, lutamos como um, não temos nome. Lágrimas escorrem do meu rosto após falar isso na mente das pessoas.

            Eu sou o número Quatro a voz de Ella fala na minha cabeça. De repente ouço todos os Gardes falarem isso, e se torna um coro, um grito de guerra, até Sam e Marina fazem isso.

— Nós somos o número Quatro! – todos gritam.

            Eu sorrio com lágrimas. Estou emocionado quando ouço o barulho do exército deles chegando, mas não estou com medo e sinto que eles também não o temem, Lorien está comigo a pedra está me dando mais poder que eu poderia imaginar e tenho todos aqui para me dar força, mesmo que os mogs pareçam ser tantos que eu nem consiga enxergar o chão de onde estou.

— Minha nossa! – Sam murmura exaltado.

— São muitos John! – Marina grita para mim. – Como deteremos eles?

            Eu olhos para os dois. São duas das pessoas que estiveram comigo desde o princípio, Sam realmente esteve. Eu sei que eles irão conseguir, eu desço da pedra para lhes contar o meu plano.

— Preciso que fiquem aqui em cima e destruam os Escaramuçadores. – eu digo e vou andando para frente sem olhar para eles. Como se a própria Entidade concordasse uma brisa forte vem. – Não deixem que eles cheguem perto da Garde.

— E você John? – posso sentir o medo na voz de Marina ao me perguntar.

— Eu vou me infiltrar no meio dos mogadorianos e tentar reduzir ao máximo o número deles antes que eles consigam chegar aqui.

            Não quero ouvir eles protestarem então eu fico invisível e me teletransporto para longe do lugar. Vim parar na primeira fileira de trincheiras e posso sentir o cheiro de medo de alguns Gardes ainda, mas os seus companheiros com mais força os estão encorajando a continuar. Eu não me demoro muito ali, então decido escalar a trincheira ainda invisível e começo a correr para cima do mogs.

            Acho que estou tão rápido que sou um borrão. Devo estar usando a velocidade do Nove para isso, meu cabelo está esvoaçando contra o vento e me sinto livre, uma pena que isso para quando eu vejo a marcha lenta dos soldados mogadorianos vindo contra a gente. É agora eu penso. Localizo um ponto de início numa fileira há 10 metros onde estou e me telentrasporto para lá.

            Eles nem sequer perceberam. Começo o que vim fazer, concentro o frio ao redor de mim e faço tudo ao meu redor começar a congelar. Alguns mogs começam a tremer de frio e a sair fumaça pela boca deles, mas antes que percebam o perigo o meu ataque começa. Estacas de gelo começam a brotar do chão de todos os locais e começam a empalar aquela fileira de soldados como se fossem bonecos. O caos começa a reinar entre eles, alguns começam a apontar as armas uns para os outros e eu saio dali me teletransportando.

            Agora eu vou para outra fileira há vinte metros dali, os soldados daquele lado olham para os companheiros gritando sem entender nada. Eu começo a me transformar em um monstro que vi uma vez na base de West Virgínia, um símio de 12 metros com braços compridos. Como eu e Sam tivemos dificuldade para matar essa coisa. Agora os mogs vão sofrer. Ainda estou invisível e alguns soldados caem no chão por causa do meu tamanho.

            Começo a correr e massacrar tudo em meu caminho, estou destruindo sem nem sequer olhar. Tem uma hora que com um soco no chão explodo cinco mogs de uma vez só, eles são reduzidos a poeira na mesma. Alguns soltam pikens que conseguem me farejar mesmo invisível e se aproveitam disso para atirar em mim. Antes de voltar ao normal eu agarro um dos pikens com meus braços longos e musculoso e abro a criatura ao meio com um único golpe e a jogo em cima de um pelotão. Eles entram em pânico ao ver isso.

            Os mogadorianos estão começando a ficar com medo, não sei quantos eu matei e sinceramente eu não me importo. Faltam muitos para acabar essa guerra e eu ainda não terminei de vingar todos que eles mataram. Eu irei matar todos eles.

            Seguro minha adaga de diamante que está presa na minha perna e sinto meu corpo começar a se transformar em puro diamante. Quero testar me deixar visível e sentir os mogadorianos tentarem me matar um pouco, mas não deixarei eles terem esse prazer. Disparo como um míssil para o ar e atravesso um escaramuçador como se fosse de papel. Ele explode e em seguida perfuro o seguinte, eles estavam chegando muito perto do acampamento e queria mandar um sinal para Marina e Sam que eu estava bem.

            Miro no exército mogadoriano novamente e me teletransporto novamente para as fileiras deles. Começo a congelar o local novamente e faço surgir duas espadas de gelo em minha mão, começo a correr com velocidade acelerada sem parar para ver onde estou acertando. Estou abrindo rombos em qualquer canto que vejo dos mogs corto cabeças, perfuro peitos, decepo braços e pernas, faço empalamentos. Uma hora minhas espadas quebram eu as crio de novo e depois congelo mogadorianos.   

            Eles começam a perceber meus movimentos e eu mudo de tática. Começo a flutuar e acendo meu Lúmen. Crio uma bola de fogo do tamanho de um carro e a arremesso fazendo-a engolir um grupo de mogadorianos, em seguida arremesso outra que faz o mesmo trabalho com outro grupo de mogs que vinha. Me teletransporto para outros local e começo a queimar mogadorianos com minhas bolas de fogo.

                                                                               Sete

            Quando eu vejo que os Escaramuçadores estavam chegando explodiram eu fico feliz por saber que John está bem. Olho para Sam e assentimos juntos por saber que chegou a hora de começarmos a preparar nossos Legados. Cada um vai para um canto mais afastado do outro. Não quero que meu frio acabe congelando ele.

            Faço a atmosfera ao meu redor começar a gelar e ficar mais condensada e então começo a criar estacas de gelo. Primeiro eu preocupo em sua forma, elas me parecem bem afiadas, depois começo a concentrar meu poder para aumentar o tamanho delas até ter 10 estacas de gelo de 5 metros.

— Pronta Marina? – Sam grita para mim do outro lado com duas bolas de energia em cada mão.

— Sim! – eu grito e começo a arremessar minhas estacas de gelo nos escaramuçadores.

            As duas primeiras erram o alvo, mas a minha terceira que eu lanço consegue penetrar bem no meio da nave mogadoriana e perfura-la. A esfera de raio que Sam lança a acerta logo em seguia e vejo a explosão tomar conta do céu. Não temos tempo para comemorar, já preparo mais duas estacas para serem lançadas enquanto crio mais duas com meu Legado.

            Dessa vez as duas entram em dois locais diferentes da nave vejo que o piloto dela deve estar mantendo o voo tempo suficiente para que eles consigam pousá-la. Então mando mais uma estaca que penetra a cabine dele e vejo o Escaramuçador cair em parafuso e se espatifar em cima dos soldados mogadorianos.

— Você está muito do mal hoje princesa Elsa! – Sam grita para mim.

— Quem? – eu falo sem entender quem é essa princesa.

— Deixa pra lá. – ele grita.

            Sam não está nada mal. Ele joga uma esfera de energia que criou com a mão e o Escaramuçador desvia e tenta disparar algo nele. Vou tentar ajuda-lo, mas Sam é mais rápido e antes que eu possa arremessar uma estaca para derrubar o escaramuçador que está tentando abatê-lo, ele joga uma esfera de energia da mão que explode bem na frente na cara da na mogadoriana.

            Os berros das fileiras mogadorianas estão chegando até aqui agora e posso ver que estão acontecendo explosões que estão queimando vários deles. Cada explosão está levando cerca de 10 a 20 soldados de uma vez e fico espantada com a ferocidade que John deve estar lutando, mas o nosso temor está começando a se concretizar, eles estão começando a chegar nas trincheiras.

— Sam! Temos que abater todas essas naves menores logo!

— Eu estou mais preocupado com aquele monstrengo lá! – ele aponta para a nave gigantesca que está começando cobrir parte do céu. São muitos para combatermos, assim vai ficar realmente difícil.

            O céu então começa a ficar nublado. Por um momento meu coração se alegra e penso que Seis está chegando, mas lembro que ela morreu. John vai usar outro Legado dela, por mais que eu ache perturbador ele ter aprendido nossos Legados é necessário. Uma chuva forte começa a cair e fico com medo de inundar as trincheiras, mas ela para exatamente antes de chegar na nossa resistência.        Então os raios começam a cair.

            Nunca vi Seis conjurar tantos, e fico surpresa por John saber usar tão bem esse Legado. O rosto que aparece quando alguém usa esse Legado está diferente, geralmente era o homem, um sábio que aparecia. Dessa vez é o de uma garota de longos cabelos e ela parece estar em fúria querendo o sangue dos seus inimigos. O rosto é de Seis!

                                                           Quatro

            Os raios que criei caem com fúria em cima dos mogadorianos. Eu os foco principalmente nos que estavam chegando próximos demais das trincheiras, eles são completamente pulverizados ao tentarem chegar perto demais do nosso acampamento e quem vai fazer isso é Seis. Um último tributo à uma amiga.

            Nunca vi o exército mogadoriano com tanto terror. Ouço eles gritarem que a Número Seis está aqui, o Número Oito, Sete e até mesmo o Cinco. Eles acham que todos nós voltamos para nos vingar. De certo modo viemos, eu vim me vingar por eles.

            Um oficial nascido naturalmente arranca a cabeça de um soldado que estava correndo para fora das fileiras inimigas querendo fugir da batalha. Ele mostra a cabeça do oficial para mostrar a todos o que acontece com aqueles que não obedecem as regras e tentam sair no meio da batalha. Concentro a tempestade que criei bem em cima dele e um raio desce com fúria. O mog desaparece gritando para os soldados dele.

            Todos ficam parados sem saber o que fazer acho que eles queria correr agora. Só não o fazem em memória do seu oficial, então decido destruir mais ainda esses miseráveis. Lanço mais raios para explodir alguns mogadorianos que estavam chegando até as trincheiras, mas não irei conseguir proteger a Garde pra sempre. Terei que contar com o treinamento que dei a eles e suas habilidades. Agora mais do que nunca.

            Então eu decido que eles merecem me ver. Quando eu surjo eu sou Narasimha o Avatar de Vishnu que Oito adorava se transformar. Um leão gigante com forma humanoide de dez braços. Os mogadorianos começam a atirar em mim, mas minha pele começa a se tornar de diamante e os tiros ricocheteiam nela e não surtem efeito.            

— É o número Oito! – grita um mogadoriano e eu corto ele ao meio com uma das minhas garras de diamante o despedaçando.

— É o Cinco! Aquele verme nos traiu, mas ele não foi morto? – a pergunta desse mogadoriano fica pairando no ar porque eu arranco a cabeça dele e o deixo para morrer.

            Sou cercado por vários pikens e eles correm para cima de mim como bestas famintas ávidas pelo meu sangue. Deixo o gelo fluir para o ambiente, as bestas começam a ficar mais lentas e grogues ao avançarem em mim e então fico invisível. Decepo o braço de uma delas e perfuro seu esterno com dois dos meus braços.

            Em seguira corro para sua amiga e com quatro braços eu a aperto e começo a arranhar seu corpo inteiro com o resto das minhas garras. Eu largo a besta toda fraca e semicongelada e faço um raio descer. Ela é eletrocutada e já cai morta no chão.

            Dizimo mais mogadorianos os cortando e esquartejando para todo lado. Usando os Legados de todos combinados, acho que não deveria me sentir assim tão bem. O poder é grandioso eu quase me sinto mal de ter tanto, é como se a pedra do Stonehenge não me deixasse ficar sem ele. Estou tão entretido matando minhas vítimas que não percebo a nave de guerra até ela passar sobrevoando por cima de mim.

            É chegado a hora. Volta a forma normal e disparo para o céu como um jato, se fosse antigamente eu iria tentar entrar nela a força, mas já tive minha cota de bater de cara em campos de força mogadorianos para saber como entrar numa coisa dessas. Acho um Escaramuçador que ainda não foi abatido sobrevoando perto da nave e disparo para cima dele, na hora que iria me chocar com a nave, meu corpo se torna intangível e eu apareço dentro dela.

            Os mogadorianos que estavam na nave me olham com uma expressão de puro terror. Acho que eles já sabem o que estava rolando lá embaixo e tem uma noção básica de quem estava causando tudo aqui.

— E ai galera? – falo enquanto enfio uma bola de fogo na cara de um mogadoriano explodindo a cabeça dele.

            O pânico se instala na nave. Eu saco minha adaga da perna e perfuro o peito de dois mogadorianos com dois movimentos rápidos e precisos, agora só faltam mais dois e o piloto que está apenas dirigindo o Escaramuçador e gritando para os companheiros do cockpit. O primeiro mog vem para cima de mim com valentia, mas eu me teletransporto para trás dele e corto a garganta dele e em seguida fico invisível.

            Não estou com muita paciência, o amigo dele morrer mais rápido. Ele está com medo então quando percebe eu já abri um corte que começa da barriga dele e termina na garganta o fazendo virar poeira na hora. O chão da nave está todo coberto de poeira dos soldados que eu matei. Calmamente eu me sento na cadeira atrás da do piloto.

— Você vai me levar para aquela nave de guerra. – digo de maneira séria e direta.

— Vai se ferrar! – ele consegue reunir coragem para falar, mas noto que as mãos tremem no painel da nave.

            Coloco a mão na cabeça do mogadoriano e sinto um pouco de nojo, mas começo a controlar ele. Os nascidos artificialmente são muito fáceis de exercer domínio mental, eles não têm nenhum tipo de resistência.

— Você não tem escolha feioso, vai me levar para dentro daquela nave de guerra mogadoriana. – ordeno dessa vez.

— Okay. – ele fala com um tom robótico e fazendo uma curva com a nave.

                                                           Sete

            Explodo o último dos o penúltimo dos Escaramuçadores mandando uma estaca de gelo que acertou bem na cabine do piloto e consegui fazê-la entrar por completo dentro da nave. Só que para meu azar ela começa cair na minha direção.

            Tento usar minha telecinese, mas a velocidade que a nave está é muito rápida e a concentração é muita para mim. Por mim eu decido lançar um jato de gelo desespero que faz a criar uma escultura que segura o Escaramuçador para não me tocar. Ele ficará preso assim exposto.

— Acha que as pessoas vão considerar isso um substituto à altura do Stonehenge? – pergunto para Sam.

            Ele olha e simplesmente balança a cabeça em negação. Reviro o olho para ele e deixo a nave mogadoriana cair no chão quebrando em vários pedaços.

— A última está voltando pra nave mãe! – Sam fala apontando para a desgarrada. – Que mogadoriano covarde.

            Sinto meu estômago revirar ao pensar numa coisa. Com os campos de força das naves de guerra o melhor jeito de derrubá-las é por dentro. Se o último Escaramuçador está voltando isso só pode significar uma coisa e eu acho que eu não quero acreditar que ele esteja sendo tão imprudente assim.

— John está lá dentro! – Eu grito.

— Pensei a mesma coisa. – Sam me olha. – Então é melhor irmos segurar o exército mogadoriano enquanto ele derruba aquele troço.

            Concordo com Sam e torço para que John consiga voltar para nós em segurança.

                                                                 Quatro

            Eu deixo o mogadoriano sair primeiro. Ele caminha com passos lentos e tranquilos sem demonstrar nenhum tipo de problema, enquanto isso eu fico parado ao lado da porta só observando o quanto o poder do meu controle da mente ainda vai fazer efeito nele. O soldado é rendido por um guarda de dois metros que aponta arma para ele e começar a gritar.

            Eles estão falando em mogadorianos e não entendo nada dessa língua deles, mas se fosse para chutar, diria que ele está questionando o soldado do porquê dele ter voltado se ainda não acabou o ataque. Fico invisível nessa hora começo a caminha na direção deles.

            O mog começa a falar nervoso se embolando nas palavras e o guarda manda uma equipe inspecionar a nave dele. Um grupo armado entra, mas já estou fora do Escaramuçador e me aproximando sorrateiramente do mogadoriano grande, saco minha adaga e preparo para o ataque.

            Antes que a equipe volte eu enfio minha adaga na garganta do mog e ele começa engasgar no próprio sangue. Antes que a equipe que ele mandou consiga sair da nave crio uma bola de fogo do maior tamanho que consigo e a jogo direto na nave a e explodindo e fazendo todos dentro do hangar se jogarem no chão.

            Entro em modo de combate novamente. Começo a me teletransporta invisível e destroçar todos os mogadorianos que encontro no caminho. Não consigo mais identificar o quem está vindo só quero destruir todos e tomar essa nave. Um mog aparece correndo e explodo metade dele com uma bola de fogo, em seguida esmago o crânio de outro com meu punho de diamante.

            Vejo uma mogadoriana que pela descrição que me deram eu sei quem ela é. Nunca a encontrei pessoalmente, mas soube que ela estava no Templo Lorieno e sei que ela foi responsável pela morte de Sarah e eu acho que ela sabe disso também, porque quando me vê começa correr que nem uma louca pelos corredores.

            Corro como um borrão para alcança-la e a pego pelo pescoço. Sinto a mogadoriana começar a sufocar quando a começo levantar e deixar ela sem encostar no chão.

— Phiri Dun-Ra! – Continuo a esganá-la ainda não decidi o que fazer com essa mulher, estou pensando em que tipo de morte ela deve ter. – Soube que fez muitas coisas com meus amigos.

— Vai se fuder escória! – ela cospe na minha cara.

            Meu sangue esquenta. Eu não sou um monstro, não me divirto matando ao contrário dos mogadorianos essa mulher já deveria ter morrido há muito tempo e vou me certificar que isso aconteça agora. Começo a esfriar o ambiente e faço aparecer estacas de gelo que perfuram os ombros dela e se enterram no chão, seguida crio duas estacas que perfuram as coxas da mog e vão até o teto. Ela começa a gritar de dor.

— Isso é por Sarah! – Incinero Phiri Dun-Ra com uma bola de fogo e vou até a cabine de comando da nave de guerra.

            A porta de acesso da cabine está trancada, eu poderia tentar controlar algum mogadoriano que pudesse controlar e estivesse disposto a me ajudar, só que não tenho tempo. Se essa nave chegar até a pedra com certeza ela irá matar os Gardes que estão lá. Levanto meu pé e envio uma onda sísmica que faz tremer a nave inteira e arremessar a porta de ferro na torre de comando a dentro.

            Eu passo ando por cima da porta recém arrombada e os mogadorianos que estão controlando a nave me olham boquiabertos. Acho que eu não deveria estar sendo esperado para festa, nenhum deles aparenta sequer estar armado e sinceramente eu não irei mais matar ninguém que não queira brigar. Chega de tortura e carnificina desnecessária.

— Quem não quiser morrer, pode dar o foda daqui. – digo calmamente me afastando da porta.

            Nenhum deles faz a mínima menção de se afastar dos painéis de comando da nave então sou obrigado acender meu Lúmen e crio uma bola de fogo do tamanho da que acabei de matar Phiri Dun-Ra eu mostro para eles. Um mog que eu acho que estava tentado ser mais valente que o resto tenta me enfrentar, mas ao ver a esfera de fogo incandescente flutuar da minha mão e quase ir em cima dele resolve sair correndo.

            O mogadoriano que estava mais sentado na cadeira próxima da dele também se levanta e sai, e quando estou vendo todos eles estão saindo do painel e largando a nave à deriva. Nenhum deles parou para pensar que ainda estamos nos e que não tem como eles escaparem dessa nave enquanto estivermos no céu?

            Eu me sinto um idiota também, esqueci completamente de que estou numa nave que não sei pilotar. Mesmo assim, eu sei um pouco dos mog para saber que abandonar seu posto é uma coisa e pousar essa nave é outra, isso seria traição e todos eles estariam dispostos a quebrarem aqueles painéis a pousarem aquela nave.

            Ouço grito dos soldados mogadorianos tentando chegar onde estou, não quero danificar nada com batalhas então concentro minha telecinese e consigo levantar a porta de ferro. Sinto os disparos dos canhões mogadorianos sendo chocados contra a porta, mas ela está aguentando. Minha telecineses se tornou muito poderosa e os tiros deles não são nada que eu não consiga suportar.

            Por fim após fechar totalmente a porta o do painel da nave, eu acendo meu Lúmen novamente e começo a soldá-la para que ninguém mais possa conseguir entrar enquanto eu faça o que tenho que fazer.

— Bom... Vamos lá. – murmuro comigo mesmo, pensando em todos aqueles para qual tenho que fazer isso, os que perdi e os que ainda estão vivos. – Você consegue.

            Sinto a energia telecinética sendo expandida através do meu corpo, quanto maior é o alcance, maior é a expansão. Chega uma hora que começo a sentir um frio no meu estômago, essa sensação é familiar, mas há algum tempo eu não a sinto mais, deixo que ela continue expando mais a minha telecineses. Preciso sentir toda a nave. Começo a sentir meus músculos sendo tencionados, mais um pouco. Solto um gemido, mais um pouco. Você fez coisas incríveis hoje, você consegue! A energia telecinética do meu corpo consegue se fechar em volta da nave começo a força-la a deixar o céu e seguir o caminho para o chão.

            Eu achava que o pior tinha passado, mas cada metro descido é um esforço sobre humano que tenho que fazer. Sinto meu coração bater cada vez mais forte fazendo isso e não sei se vou conseguir fazer isso por muito mais tempo. Queria que os outros estivesse aqui. Começar a pensar neles me dá força. Respiro fundo e tento me acalmar, a dor diminui, eu vou conseguir.

                                                            Sete

            Congelo um grupo de mogadorianos na primeira trincheira enquanto vejo um Garde derrubar mais três envolto em seu furacão particular. Ella que não possui Legados ofensivos não para de arremessar pedras com sua telecinese e já arranjou um canhão mogadoriano com a mão.

            Vejo Sam correr disparando explosões de energia de suas mãos sendo seguido por um grupo de Gardes contra um piken que já está muito enfraquecido. Estamos ganhando esse assalto. Claro que é apenas uma vitória moral, os mogadorianos que chegaram aqui eram algumas centenas dos milhares que John matou e agora ele está dentro de uma nave de guerra mogadoriana enfrentando tudo sozinho.

            Crio um caminho de estacas de gelo no chão que sepulta vários mogadorianos que corriam na minha direção. Eles não tinham percebido o que tinha acontecido até que tinham minhas estacas de gelo perfurando seus crânios e peitos. Decido que já fiz muito para matar mogadorianos e começo a procurar feridos para ajudar.

            Para o meu horror a primeira pessoa que encontro é Gwen. A menina está com uma ferida horrível de piken na altura do ombro e sangra muito. Ela me olha chorando quando me vê, penso em tudo que ela passou, ela falou em toda a dor que viu e que voltou no tempo para nos alertar. Será que tudo está acontecendo de novo?

            Deixo meu Legado fluir e começar a fazer efeito. Sinto o corpo de Gwen começar a ficar tenso enquanto a estou curando e os músculos perfurados começarem a voltar para onde deveriam estar, logo depois a menina parece começar a relaxar e respirar mais tranquilamente. Ela sorri para mim e vejo que o sangue dela está misturado com seu cabelo vermelho.

— Sabia que viria.

— Você sofreu isso quando lutou essa batalha da outra vez? – pergunto estremecendo.

— Na verdade não, eu vim para cá ajudar minha amiga Laurel. – ela me explica. Laurel é uma garota morena de olhos verdes muita bonita com o Legado de lançar raios pelas mãos e visão de raios X, também é a filha do Presidente dos Estados Unidos. – Ela iria morrer lutando contra esse piken, mas eu consegui salvá-la.

            Tento achar a amiga que ela salvou, mas provavelmente a garota deixou Gwen nas trincheiras para ser curada e voltar para a batalha. Fico feliz de saber que essa garota mesmo já tendo feito tanto por nós ainda está tentando fazer sua parte para ajudar a causa lórica da sua maneira.

— Precisa ver isso Marina! – ela aponta o dedo para o céu sorrindo como se estivesse vendo a coisa mais linda do mundo. – Eu nunca vou me cansar de vê-lo fazendo isso.

            Quando me viro é uma das coisas mais extraordinárias que já vi. Começo a me aproximar e saio da trincheira onde estão os feridos para ver melhor, todo o combate acaba nessa hora. A nave de guerra mogadoriana foi tomada por John e está sendo descida por ele usando telecinese.       

            Ele a está descendo de maneira lenta e majestosa. Posso sentir que os poucos soldados que estavam ainda lutando ao verem seu principal trunfo tomando pelo inimigo sendo pousado como espólio de guerra tirou toda sua energia para luta e então depois de todos esses anos lutando eu vejo os mogadorianos nascidos para guerra baterem em retirada.

            Uns cinquenta continuam bravamente xingando eles, provavelmente de covardes. Até abrem fogo contra os que estão correndo alguns são mortos por isso, deve ser o plano padrão para desertores em combate, morte na hora. Queria que Adam estivesse aqui. Ele iria adorar explicar isso, só para provocar o próprio povo.

            John termina de colocar a nave de guerra mogadoriana e faz um estrondo tremendo ao fazer isso o barulho segue pelo silêncio mortal. Ninguém sabe o que vai acontecer agora. A nave está impedindo os mogs que continuaram de irem embora com o resto dos desertores, eles resolvem abrir fogo contra a cabine de comando da nave. Eles acham que alguém a pousou.

            Vejo que Sam está preparando sua rajada explosiva para disparar neles e a menina que Gwen protegeu está ao lado dele com raios na mão pronto para eletrocutar os mogadorianos. Começo então a esfriar a atmosfera ao meu redor quando a janela de viro explode. A princípio acho que foi por causa dos tiros, mas então ele sai.

            John pula de dentro da nave dando um urro de guerra que por um momento me faz acreditar se é realmente real. Acho que ele já deixou de ser um ser físico e se tornou algo mais, uma força da natureza. Em sua ele tem uma bola de fogo do tamanho de um carro que só some quando ele a faz engolir dez mogadorianos instantaneamente que estavam atirando nele.

            Os mogadorianos se preparam para atirar nele, mas ele manda uma onda sísmica que tira o equilíbrio dos que estão ainda de pé e então atacamos. Raios são disparados, estacas de gelos voam, pedras são arremessadas, rajadas lançadas. Nós os massacramos, lembro de como nos contavam que eles destruíram tudo em Lorien e que nos massacraram por ironia do destino. Fizemos diferente agora. Agora estávamos preparados.

— Cara, essa foi a coisa mais bad-ass que eu já vi alguém fazendo! – Sam fala exaltado ao olhar John se levantar. Ninguém se atreve a chegar perto dele, estão todos um pouco assustados, todos viram o que John fez. Ele foi mais destrutivo que um exército inteiro mogadoriano. Nunca o vi lutar com tanta fúria. – Diz que você planejou isso tudo.

            John olha para Sam e para minha surpresa ele abre um sorriso discreto.

— Que nada, eu improvisei.

— Mentiroso.

            Essa reação faz todos relaxarem. Ver John de uma maneira mais humana nos deixa mais calmos e isso me faz ir até e o abraço. John retribui logo em seguida fico meio sem jeito e começo a checar se ele está ferido.

— Estou bem, Marina. – ele fala sorrindo. John também tem o Legado de cura, eu sei disso, mas fiquei tão preocupada com ele. Embora ache que admitir isso seja besteira numa guerra. – Melhor ir ver como os outros estão.

            Vejo que John olha para Ella e eles tão falando algo olhando para a pedra. Sem dúvida essa pedra de loralite tem muito poder. Meus poderes estavam incríveis hoje e ver o que John fez hoje foi sensacional, mas isso quer dizer que Setrákus Ra chegar aqui, os poderes dele também irão ficar fortes. A batalha final ainda não começou.


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