Welcome to Silent Hill escrita por Kuroi Namida


Capítulo 4
Capítulo 4 - Cabeça de Piramide




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[Higher - Rihanna]
Um aparelho jukebox antigo reproduzia uma canção que soava distante aos meus ouvidos. Conforme eu recobrava os sentidos, sentia minhas costas doerem, não mais do que minhas pernas machucadas. Eu abri os olhos e me deparei com a luz do dia invadindo as janelas daquilo que parecia uma lanchonete vazia e coberta por plásticos transparentes. Estava deitada sobre um banco longo vermelho de fórmica. Havia alguém comigo, eu não estava sozinha. Quando finalmente abri os olhos, eu vi Jonathan ao meu lado.
— Onde eu to? - tentei me sentar com dificuldade.
— Isso é uma lanchonete. Eu trouxe a gente pra cá.
— Eu tive um sonho horrível. - disse me sentindo um pouco confusa ainda.
— Não acho que tenha sido um sonho. -ele me alertou.
— Aquilo... Aquilo aconteceu de verdade? Foi real?
— Eu encontrei você no corredor, estava sozinha. Eu levei você pra uma sala, devia ser o armário da limpeza, eu não tenho certeza, as coisas mudam o tempo todo aqui. - Jonathan estava diferente, parecia apreensivo, estava sério.
— Simon... - eu disse baixinho.
— O que?
— Simon! Eu o vi... - meu coração se apertou naquele momento. - Estava morto. Aquela coisa o matou.
— O cabeça de piramide. - eu o encarei. - É como o chamo.
Franzi a testa e fechei os olhos enquanto as imagens voltavam uma a uma em minha mente. Olhei para a mesa onde vi uma arma. Jonathan deve ter visto para onde meus olhos se viraram e tentou explicar.
— É minha. Eu encontrei na estação de rádio da cidade. Fui procurar ajuda, mas não tinha ninguém, apenas a arma. Eu atirei naquela coisa enquanto tentava nos matar. - ele fez uma pausa enquanto eu abria os olhos. - Como chegou até aqui?
— Shay. Vim atrás dele.
— Como sabia que viemos pra cá?
— Abrahms não fica muito longe daqui. Nós pegamos o caminho errado, eu acho.
— É, foi o que aconteceu. - Jonathan se levantou, pude ver que ele mancava.
— O que houve com a sua perna?
— Eu saí pra procurar ajuda, como disse antes. Depois que saí da estação de rádio, eu pensei ter visto alguém. Eu me aproximei, e a coisa jogou ácido em mim. Era uma gosma escura, e queimava. Por sorte estava longe, caso contrário eu não estaria aqui te contando isso. - ele andou até a janela e olhou para fora. - Logo vai acontecer de novo. Estamos seguros por algumas horas, até a sirene soar outra vez.
— Há quanto tempo tá aqui?
— Eu não sei. - Jonathan se virou e andou novamente até mim. - Só me lembro de ter decido do carro e dado lugar para o Anthony dirigir. Depois disso, acordei nesse lugar. Estava deitado em uma mesa de hospital. Tudo em volta cheirava a cinzas e carne queimada. Havia uma mulher lá...
— Como ela era?
— Tinha cabelos loiros. Ela usava um casaco vermelho, acho que trabalhava lá antes da cidade queimar.
— Ela falou com você?
— Não, ela só ficou lá me olhando. Eu não podia me mexer, como se estivesse sob efeito de algum anestézico. Pensei em pedir ajuda, mas não conseguia falar, só podia mover os olhos. Foi assustador. - ele olhou para o chão enquanto se sentava com os cotovelos sobre os joelhos.
— E como conseguiu sair?
— Ouvi as sirenes... - novamente ele estava olhando pra mim. - Tudo ficou ainda mais escuro. Então ouvi o som de aço sendo arrastado pelo piso. Parecia longe, mas não estava. Tinha alguma coisa naquela sala comigo. - ele engoliu a seco. - Eu senti meu braço formigando, estava voltando a sentir as coisas. Eu me movi e alcansei a lanterna presa no meu cinto. Eu acendi, e lá estavam aquelas coisas. Elas estavam juntas no canto da sala, imóveis, segurando ceringas e facas... o rosto estava deformado, como se alguma coisa tivesse derretido sobre a face delas.
— Elas?
— Eram enfermeiras. - Jonathan estava com as pupilas dilatadas, o que tornou seus olhos mais escuros do que o normal. - A luz deve ter chamado atenção delas, por que elas começaram a andar na minha direção. Eu mal podia me mexer, sabia que precisava sair dali, mas não conseguia me levantar, e elas estavam cada vez mais perto. Foi quando tive a idéia de apagar a luz da lanterna. Eu fiquei em silêncio, sem me mover um centímetro. Elas pararam também. Eu fiquei lá por quase duas horas, até ouvir alguém gritando. Eu peguei a lanterna, aquelas coisas não estavam mais lá. Eu me levantei, e comecei a andar até estar na rua, mas não vi ninguém.
— Eu tenho que encontrar meu irmão. - eu me levantei repentinamente.
— Hey.
— Ele deve estar por aí, tenho que encontrá-lo antes daquela coisa. - eu andei em direção a porta. - Deve ter um jeito de sair daqui.
— Eu já procurei por toda parte. - disse ele se levantando e vindo atrás de mim. - A cidade não tem saída, eu procurei.
— E o meu irmão? - eu me virei diante da saída. - Você o procurou? Pensou nisso pelo menos?
— Eu rodei a cidade inteira, e não encontrei ninguém. - respondeu ele já perto o bastante para me impedir de sair. - Eu nem sequer sei se seu irmão ainda está aqui.
— Se eu estou, se você está, então os outros também estão. Estamos todos presos aqui, eu só preciso encontrar meu irmão, e a Dominic e achar um jeito de sair dessa cidade. - eu me virei e saí da lanchonete voltando para a rua.
Jonathan voltou para dentro da lanchonete, e logo em seguida estava atrás de mim. Eu cruzava a rua com ele na minha cola, quando ouvi alguém gritando...


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