Love, Love Day escrita por Kunimitsu


Capítulo 9
|Kentin|




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Love, Love Day

Kentin

 

— O que acha desse ramo?

A pergunta fizera o rapaz moreno dono dos olhos incrivelmente esmeraldinos se virar para a sua acompanhante ao seu lado. A garota detinha em mãos um ramo formado por rosas e orquídeas – eram belas. Contudo, o jovem Kentin não sabia se realmente as levava. A insegurança o assombrava naquele momento, ou melhor dizendo, o assolava desde o princípio daquela manhã. E para ele era justificável seu nervosismo, já que era o seu primeiro – oficialmente falando— encontro com sua, enfim, namorada.

Ainda lhe parecia muito irreal que sua amada Alaska finalmente era sua incondicionalmente. Sua mente lhe recordava de todos os acontecimentos até o dia atual. Era como em um filme. Porém, Kentin sabia que, ao contrário dos filmes, sua história ainda continuava – ou ao menos, iria fazer de tudo o que fosse possível para assim ser.

Kentin ainda tinha nitidamente na mente o dia em que conheceu Alaska. Lembrava-se que chovia, era o meio do primeiro semestre de aulas. O moreno particularmente naquele dia não estava com seu mais bom humor devido ao ocorrido de ter perdido uma lente de contato sua – e por consequência havia tido que usar os ridiculamente enormes óculos antigos. Não demorou a que alguns indivíduos gozassem com sua cara. Kentin sentia-se de volta a primeira vez em pisara em Sweet Amoris como aquele garoto magricelo e bobinho. E por tal, estava com um humor quase deprimente. Nem sua melhor amiga de infância, Dorothy, conseguia deixá-lo melhor.

Poderia não admitir até a morte tal fato, mas a coisa era que Kentin havia ido esconder-se no clube de jardinagem – mesmo alegando para seus amigos que havia sido convocado para tal, a verdade era que Kentin voluntariamente se pôs a ajudar um dos auxiliares de jardinagem, Jade. Dava graças que o mais velho não o questionara na época com tal ocorrido e mesmo o ajudara em seu álibi quando Pryia havia ido procurá-lo.

O moreno pensava em passar o resto da manhã dentro da estufa ajudando o outro, contudo, parecia que o destino lhe planejava outras coisas. Quase já terminando os afazeres na estufa sua amiga Dorothy aparecera toda afoita, mesmo com a roupa um pouco molhada da chuva que não dava trégua, nada no mundo parecia que conseguiria tirar o sorriso do rosto da garota dos cabelos azuis. E toda animada contara da nova aluna que recém havia chegado. Dorothy falava da tal garota como se a conhecesse há anos ou mesmo que tivesse descoberto tudo sobre a novata. Não que realmente não fosse possível. Kentin ainda se assustava com a capacidade assombrosa da menor em adquirir informações em aparentes simples conversas casuais. Dorothy era astuta demais para seu próprio bem.

E fora com essa peculiaridade que a menor – junto com um pequeno incentivo de Jade – convencera o moreno a sair daquele lugar. E ao sair da estufa Kentin se deparara com uma bela garota de longuíssimos cabelos esbranquiçados que segurava dois guarda-chuvas – um deles protegia-a da chuva continua. Ela era Alaska. Tão bela com aquele sorriso tímido e rosto avermelhado. Kentin não negava que se sentiu estranho ao redor da garota. Não era um estranho indesejado, mas era algo mais acolhedor, apreciativo. E depois daquele encontro, o ex-estudante militar parecia viciado na nova sensação que Alaska trazia para si. Nem notando que a recatada moça parecia sofrer dos mesmos sintomas que ele. Não fora muito a surpresa que em poucas semanas os dois tornaram-se próximos. Próximos até demais. Contudo, nenhum dos dois parecia ter noção de tal coisa até que Dorothy havia apontado esse pequeno – mas muito importante— detalhe.

E depois da inocente declaração da amiga o clima entre Kentin e Alaska se tornara, gradativamente, insuportável— tanto para eles próprios quanto para as pessoas ao redor deles. Chegou ao ponto de ambos ficaram por alguns dias evitando um ao outro. Isso só tivera um fim há quase dois meses atrás quando o garoto dos cabelos castanhos e repicados recebera a notícia que a albina iria fazer uma viagem de Natal e Ano Novo. Veja bem, Alaska tinha os pais separados há poucos anos, além de ter uma irmã gêmea fraterna. Enquanto Alaska viera morar com a mãe, sua irmã Corinne fora morar com o pai – que, aliás, é um empresário extremamente bem sucedido, assim como a mãe da albina – na capital do país. E para que as garotas não tivessem um distanciamento fizeram a proposta de cada um ter um ano em que nas férias uma iria visitar à outra, intercalando todos os anos. E naquele ano era a vez de Alaska ver o pai e a irmã.

Kentin sentiu-se, inexplicavelmente, perdido. Fora quando tivera que confrontar seus sentimentos pela primeira vez. Não notara que havia caído em uma zona de conforto e quando a mesma havia sido “cutucada” Kentin esquivara-se, fugira. Porém, estava disposto a acabar com aquilo. Era até mesmo engraçado, pois só quando sentira o sentimento de perda é que tomara jeito e confrontara Alaska uma última vez antes da mesma ir viajar.

E em meio a um dia de neve e o frio do inverno, com o rosto rubro, em um aeroporto lotado de transcendentes Kentin se declara aos tropeços e gaguejos. O coração era tão errático que chegava a doer imensamente em seu peito. Mas após sua confissão desajeitada o moreno admitia sentir leveza, como se algo estivesse sido tirado de seus ombros. E então ele a olhara pela primeira vez desde que começara a falar, a dizer o sentia, o que pensava sobre a albina... E a resposta da mesma? Fora simples, mas de um imenso significado. Alaska apenas sorrira com os olhos castanhos chorosos antes de se lançar sem hesitar no maior, abraçando-o. Antes que o garoto pudesse raciocinar direito, a albina lhe dera um beijo. Um beijo que expressava seus sentimentos tão puros e crus naquele momento.

Um momento que se tornara eterno ao ver do moreno.

Juras e promessas carinhosas foram trocadas entre os dois antes de a albina embarcar no avião. Kentin a esperaria. E poucos dias depois do Ano Novo, num dia relativamente parecido com o qual se declarara o moreno se encontrava do lado de fora do aeroporto, esperando-a vir a seu encontro com um sorriso nos lábios.

No decorrer das próximas semanas os dois experimentaram as maravilhas dos primeiros encontros, o conhecer mais íntimo antes que, no inicio de fevereiro, Kentin a pedir em namoro. O que o levava a sua atual situação. Encontrando-se na floricultura em que uma amiga trabalhava – o “L'odeur des Fleurs”— a mesma se encontrava ao seu lado o ajudando a escolher um perfeito buquê que Kentin presentearia a amada. Todavia, nada parecia ser bom o suficiente ao ver de seus olhos verdes. As rosas e orquídeas eram as favoritas da albina.

— Eu não sei... Parece que falta algo, mas não sei dizer o que seria. – o rapaz disse depois de contemplar o resultado daquele buquê.

Ao seu lado, a morena dos olhos acastanhados, Emma, suspirou pensativa.

Uhunm... Acho que tenho uma ideia. Espere-me no balcão, está bem? – pediu com um sorriso adornando seu rosto fino.

Mesmo um pouco relutante o adolescente assentira confiando na menor e afastando-se. Não fora mais que cinco minutos depois que Emma voltara com um arranjo em mãos. E Kentin ao por os olhos sobre ele, sabia ser o correto. Era algo incomum, mas dava um ar sofisticado e delicado em como as flores haviam sido projetadas em forma de cascata. As orquídeas brancas harmoniosamente faziam um contraste para as belas rosa chá, além dos demais adereços que não conseguia identificar no momento, mas que também não eram demasiado importantes.

— Emma... Isso é... Isso está esplêndido! – exclamou com um sorriso se espalhando pelo rosto levemente amorenado. A moça rira contente pelo outro.

— Neste caso, apenas pague e o leve até ela. – falou a garota entregando o belo buquê com delicadeza e então se pondo atrás do balcão. – Daqui a pouco irá se atrasar, hun.

Kentin assentiu, rindo. Pagou a amiga, agradecendo-a imensamente pela ajuda e então saíra da floricultura e quase esbarrando em uma envergonhada Adele. Os dois pouco falaram, pois ambos detinham certa pressa. O moreno seguira até o ponto de encontro onde marcara com a namorada. O sorriso não saia de seu rosto em nenhum instante. Em poucos minutos se encontrava em frente ao parque central da cidade avistando a albina perto de uma árvore atendo despreocupadamente a uma chamada de seu celular. Aproximou-se sem pressa, aproveitando e apreciando o momento para observar o quanto a menor era linda.

Alaska desligara o celular ao mesmo tempo em que Kentin chegava ao seu lado. Os dois trocaram um olhar longo, antes de a garota soltar um risinho nervoso e ir ao seu encontro, abraçando-o. Kentin suspirou, afastando-se e por longos segundos olhou-a. Beijou-a como se não a visse há anos. Como dois amantes apaixonados que eram.

— Oi. – Alaska murmurou depois que o ósculo se encerrara, mas ainda mantendo-se abraçado ao outro. Sorria.

— Oi. – Kentin afastou-se um pouco, apenas o suficiente para entregar o belo buquê.

Alaska o recebeu com um sorriso emocionado, deliciando-se com o cheiro que as flores exalavam.

— Obrigada. – beijou brevemente. – Você é realmente surpreendente Kentin.

O jovem Kentin apenas dera de ombros, envergonhado. Tal coisa sempre fascinava a menor. Para ela era incrível em como o moreno poderia ser tão firme e confiante em alguns momentos e em outros se tornando um jovem tímido e inseguro. Mas era desse jeito mesmo que Alaska o amava.

— Então, vamos? – ele a indagou depois de um instante tirando-a de suas divagações.

Alaska apenas assentira tomando a mão alheia e entrelaçando os dedos. Seguiram até onde uma toalha quadriculada e um cesta de palha que se encontrava abaixo de uma formosa árvore e sombra refrescante. Os dois haviam combinado de fazer um piquenique naquele dia, aproveitando o clima sereno. Além disso, o concerto que haveria no local seria uma ótima forma de encerrar o dia. Particularmente, Alaska se esforçara em fazer uma boa comida para o namorado, não que o mesmo precisasse saber que não era a melhor em cozinhar – e por tal agradecia a irmã pela ajuda, mesmo que tenha sido apenas via webcam já que Corinne não morava consigo a mesma sempre encontrava tempo para lhe ajudar, mesmo não tivesse tempo naquele dia já que o pai resolvera ir a uma festa de gala naquele dia e Corinne tinha que acompanhá-lo como informara a pouco no celular.

— Isso parece delicioso, Alaska. – o garoto disse tomando um sanduíche em mãos e provando-o. A albina o olhou com expectativa, mordendo os lábios. – Está ótimo, meu preferido, aliás.

Soltando um suspiro aliviada, a garota pegara uma pequena caixa onde continha sua comida especial. Quem a conhecia sabia que a mesma tinha certa “tara” por comidas orientais, como o sushi que havia trazido. Era algo no qual Kentin particularmente adorava implicar com a outra apenas para ver com satisfação e diversão em como a albina defendia sua preciosa comida.

— Sushi? – Kentin indagou com divertimento mal escondido. Alaska o encarou com as sobrancelhas franzidas. Ele riu.

Hum, você me conhece. – murmurou um pouco envergonhada mordiscando a comida em mãos.

— É claro. E pretendo estar ao seu lado por muito tempo, apenas descobrindo mais e mais sobre você, querida. – Kentin declarou inclinando-se e depositando um cálido beijo na bochecha enrubescida da adolescente.

Alaska sorriu olhando-o com carinho.

— Isso é uma promessa?

Kentin enlaçou a cintura alheia aproximando-os e retribuindo o olhar.

— Com toda a certeza que sim, ma belle.


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Notas finais do capítulo

Olá, sweets!
Como vão? Eu tô bem, obrigada! ^^
Enfim, adoro o Kentin - e acho que é por isso que foi um dos mais cumpridos - e toda a evolução que o personagem tem no AD!
Kkkk, não sei se alguém notou, mas a Corinne já deu as caras antes? Alguém consegue adivinhar? Kkkk
Okay, só pra deixar claro: as aulas francesas começam em setembro - com uma pausa para o natal e ano novo e demais feriados - e vão até incio de junho ou final de maio. É assim na maioria nos países europeus... Lembrem de Harry Potter! Kkkk, é tipo esse esquema mesmo ^^
Então, só um bônus, me inspirei nessa imagem do buquê - foi totalmente ao acaso que achei na net e que muuuuuuito me ajudou a concluir o capítulo:
http://clubenoivas.com/wp-content/uploads/2013/08/buque-de-orquideas7.jpg
Se não abri, me avisem, tá? Bem, pra quem vê de qualquer maneira u.ú
O próximo, que eu vou adorar, é: |Leigh|
Até logo, Kunimitsu.



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