Avatar: A lenda de Mira - Livro 3 - Terra escrita por Sah


Capítulo 9
Justiça


Notas iniciais do capítulo

Uhull capítulo novo, já vou deixar programado para eu não esquecer.



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Haru

 

Tudo fica em câmera lenta. As pessoas correndo, pisoteando umas as outras, me chamando de monstro e coisas mais. Os guardas se levantam e apontam armas para mim, mas é tarde demais. Agora eu posso controlar os seus movimentos.

Esse sentimento é estranho, é bom, mas me deixa nauseado. Quando tudo ficou tão distante? Vejo o corpo de Unac no chão, e isso me deixa feliz. Finalmente ele recebeu o que merece, seu sangue mancha o chão, a cor é bonita, quase fascinante.  

Por que tantos olhares assustados? Eu matei um torturador, assassino, um tanto quanto genocida! As pessoas deveriam estar felizes. Eu fiz um favor ao mundo. Cumpri o meu papel de Avatar, trazendo paz.

Eles ainda não compreendem que precisam de você.— Ouço uma voz no fundo da minha mente.

Sim, eles são como crianças, precisam que eu os mostre e os faça compreender. Sorrio . As câmeras pararam de filmar.

— Por favor, continuem filmando. – Eu digo com gentileza.

Porém eles não me ouvem. Estão preocupados demais em fugir, sair daqui.

Respiro fundo. Eu preciso mostrar.

As portas caem, e faço que a paredes se juntem. Tudo é tão fácil. Mais fácil que antes.

Todos estão presos comigo. Agora é  fácil falar com eles.

— Bem, agora que estamos todos aqui, podemos conversar direito.

Olho para o Juiz que não perdeu a compostura apesar do tumulto.

— Meritíssimo. Por favor, dê a sentença de Unac.

Ele fica surpreso com esse pedido, mas temos que finalizar isso. Não quero que pensem que passo por cima das leis, apenas adiantei o inevitável.

Vejo que ele fica sem ação. Não sabe o que fazer. Eu realmente achei que ele era mais profissional.

— É tão fácil condenar um criminoso a morte!  Dê a sentença logo. – Falo alto.

Quase perco a compostura, mas a recupero no final e sorrio.  

— Então, condeno Unac a pena de morte. – Ele diz quase em um sussurro.

Eu preciso que ele seja mais compreensível, e eu quero que filmem isso.

Aponto para um homem alto perto de uma das paredes, acho que ele era um dos câmeras.

— Você! – Digo para ele. – Pegue sua câmera e filme isso.

Ele hesita. Mas, compreende que isso é o melhor a ser feito, ele pega a maior das câmeras que está no chão, aperta alguns botões e se aproxima de mim. Sinto o medo dele, mas acho que isso não tem como evitar, quando eu explicar tudo será mais fácil, e esse sentimento de pavor irá se transformar em compreensão.

Olho para o Juiz.

—Preparado? – Digo a ele, e ele me responde com um aceno de cabeça. Ele também sente medo, mas está preparado para fazer isso para um bem maior.

A câmera o focaliza.

—Eu, Juiz ,  Kato Beifong condeno Unac, filho de Dejardi e Malori, a pena de morte, sem direito a apelação.

Ele foi perfeito. Depois que ele diz essas palavras sinto um alivio um sentimento de dever comprido. Assim eu libero as portas para que todos possa ir contar a boa notícia a todos.

Hina sumiu, eu demoro para perceber sua ausência, mas naquela confusão, eu acho que ela se perdeu. Mas não tem problema, depois eu a encontro e peço suas anotações.

Saio do prédio da justiça e vejo um grande cerco policial todos com armas apontando para mim. São diversas pessoas, homens e mulheres, todos com o uniforme tradicional da guarda da cidade.

— Por que estão fazendo isso? Já foi tudo resolvido!

Um homem se pôs a frente, ele é baixinho, porém familiar. Tento me lembrar da onde o conheço.

—Avatar Haru, você está preso por incitar a desordem, destruir patrimônio público, desacato a autoridade e pelo assassinato de Unac! – Ele diz firmemente sob um megafone.

Ignoro o que ele diz, da onde eu o conheço?  Há sim, os traços são inconfundíveis.

—Você é um Beifong?

—O quê? – Ele parece confuso.

Mudando a altura ele é bem parecido com o Juiz Kato.

— Você não ouviu o que eu disse. O senhor está preso.

—Você é um Beifong, só um Beifong fala assim com o Avatar. – Eu sorrio

—Me leve a sério! – Ele parece nervoso.

Levar a sério? Me prender? Que vontade de rir, de gargalhar. Ninguém pode prender o Avatar. Eu apenas cumpri a sentença de Unac. Ele foi condenado à morte e agora está morto, simples assim.

Faça-os compreender, mostre quem eles devem obedecer. – A voz diz no fundo a minha mente.

Ando em direção a eles, sinto as armas apontadas para mim.  E faço tal como no prédio da justiça, eu os controlo, dobro a água de seus corpos e os faço largar as armas.  Eles parecem impressionados, e até eu estou. Dobra de sangue nunca foi minha especialidade e agora tudo é tão fácil. Sei que é meio invasivo, mas é um mal necessário.

Ando e passo por eles, o medo é palpável e vejo que essa é a única maneira de fazê-los me ouvir, o medo está sendo o meu maior aliado.

A cidade estava um caos, mas como não estaria? O julgamento de Unac era um dos mais esperados, pessoas de diversas partes do mundo vieram para assistir, e creio que elas ficaram satisfeitas com o resultado.

Vou andando até a minha casa, vejo olhares de medo, mas também vejo de admiração.

— Você fez o certo! Todos os criminosos devem morrer! – Um homem disse ao cruzar o meu caminho.

Eu sabia que teriam pessoas compreensivas.

Entro em casa e não vejo ninguém.  E naquele momento quando eu me sento e ligo a televisão eu começo a sentir o esgotamento. Mas ele demorou dessa vez, eu tive poder para fazer tudo o que eu queria pelo tempo necessário. Parece que tudo está melhorando finalmente. Vou ter o meu poder total de volta e poderei descartar aquela garota.  Vejo as notícias, várias manchetes sobre o julgamento, sobre mim.  Há aqueles que me julgam pelo o que eu fiz, mas também tem aqueles que entenderam, e isso me deixa feliz, em breve todos concordarão com os meus atos.

Adormeço como eu nunca tinha feito. Eu não sonho, mas eu ouço aquelas palavras novamente : Experiência bem sucedida. O quê Unac quis dizer com aquilo? Eu realmente não tenho certeza, mas seja o que for, deve ser jogado debaixo do tapete junto com tudo que vem dele.

Acordo no meio da noite, ainda deitado no sofá. Minha mãe está aqui, olhando para mim.

—Filho o que você fez? – Ela parece chateada, até um pouco aflita.

O que eu fiz?

—Eu finalmente vou trazer paz, mamãe.


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