Avatar: A lenda de Mira - Livro 3 - Terra escrita por Sah


Capítulo 20
Plano imperfeito


Notas iniciais do capítulo

Como eu havia dito no capítulo anterior, esse já estava pronto, só não postei antes pelos problemas já falados. Mas, vamos lá. Capítulo sob o ponto de vista de um personagem que eu gosto muito, que acabei me empolgando e saiu mais longo que a maioria.



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Sina

Eu não confio.

É fácil perceber o quão desconfiado eu sou. Seja por parecer metódico demais, ou simplesmente por demonstrar desamasiada curiosidade.  Eu simplesmente sou assim.

Olho para o relógio enquanto penso. Penso em todas as possibilidades para um toque de recolher. Não sou idiota. Eu sei como as coisas são. Sei principalmente as intenções do garoto que se diz ser Avatar.

Não fiquei chocado pela morte do presidente. Na verdade acho que demorou. Mais de 20 anos no poder, sem nada que o impedisse. Somente incômodos como a UCG. Nada que realmente ameaçasse a sua permanência. Já vi acontecer antes na história do nosso mundo. Chefes de estado absolutistas costumam morrer quando alguém como Haru aparece.

Meus pais dormem como se nada tivesse acontecido. Quase todas as minhas irmãs fazem o mesmo. Menos Hina. Nossa pequena traidora.

Hina minha querida irmã mais nova. Manipulável? Talvez, porém nunca a vi fazendo nada que não queria realmente.

Estou no meu escritório, cercado pela vergonha dos meus antepassados. Cabeças e animais empalhados ,que fazem essa sala ter um clima hostil, o que me ajuda a me concentrar.

Nunca me dei bem com esse Haru. Eu era muito novo quando ele desapareceu. Quando ele voltou com um comportamente muito diferente, que de acordo com um dos relatórios que eu encontrei, ele nunca teve. Eu já fiquei desconfiado.

 Sei que posso ser um tanto quanto burocrático, mas faço isso em causa da ordem, e para mim ordem é uma coisa fundamental. É a única maneira que eu encontrei para fazer as coisas certas.

Não consigo tirar os olhos do relógio. Ligo o meu computador de mesa para tentar me distrair. Leio alguns relatórios antigos. Dos meus casos.

Riku foi o meu primeiro caso. E ele ainda é. Leio o meu primeiro relatório, de cerca de 5 anos atrás. Logo quando eu entrei para o Governo.

Riku foi um caso a parte. Ninguém queria lidar com um dobrador de fogo desestabilizado, porém eu o aceitei de bom grado. Por quê? Pelo desafio?  Alguns dizem que sim. Mas, há muito mais que isso.

“O individuo foi encontrado em uma casa incendiada perto da fronteira.” Ele tinha apenas 9 anos na época. Eu lembro de ter chegado lá, e ver Riku amordaçado e contido por uma camisa de força isolante. Não foi uma visão agradável. Mas, foi o único jeito de conter o garoto.

Ele não gostou de mim. É óbvio. Na verdade dobradores de fogo não costumam gostar de mim. Dizem que eu causo frio a eles. Eu realmente gostaria de saber o porquê. 

Eu me esforcei pelo garoto. Eu realmente queria ter sucesso no meu primeiro caso.  Mesmo quando queriam jogá-lo em uma casa de contenção, eu fui atrás de terapeutas e psiquiatras que pudessem  ajudar.  E no final eu consegui.  Obtive permissão para colocá-lo na escola de combate, a única que podia aceita-lo. Consegui uma casa para ele. Tudo o que foi possível.  Os inibidores podem ser cruéis, porém foi à única maneira que eu encontrei ,na época, para ele ter uma vida quase normal.

Claro que houve crises, nem sempre ele tomou todos os inibidores. Ele é uma criança afinal. Eu nunca esperei que ele não fosse.  Por isso eu o acompanho, ou melhor acompanhava.  

Ser deposto, é uma coisa que eu nunca imaginei para mim. Eu sou perfeito no meu trabalho. Sigo todas as regras, me esforço pelos meus casos, porém isso ainda aconteceu comigo, com todos do meu departamento, aliás. Mais uma forma do Haru obter poder total sobre tudo.

Eu estou ansioso e preocupado. Desde que os inibidores deixaram de fazer efeito, estamos caminhando em uma corda bamba. Ele estava fazendo terapia para conter a raiva e estava dando bons resultados, porém com toda essa situação. Creio que ele não poderá mais fazer.

Me levanto. Eu preciso ir vê-lo. Preciso saber como ele está lidando com tudo. Sei que tem um toque de recolher. Mas, eu preciso tirar isso da minha conciência.

Riku mora em um lugar afastado. Na verdade foi o único lugar que o aceitaram. A chuva torrencial que cai lá fora me desanima. Suspiro tentando ver uma maneira melhor de fazer isso.

Saio do meu escritório devagar. Não quero acordar ninguém. Logo quando eu saio, dou de cara com a minha mãe.

— Mãe. – Eu a comprimento.

Ela parece cansada, preocupada.

— Hina, ainda não voltou? – Ela me pergunta.

— Não.

— E você vai sair?

— Vou. Tenho que resolver algumas questões.

— Achei que você tinha sido demitido. – Ela diz como se não fosse nada, mas isso me irrita.

— Não tem haver com o trabalho. – Eu afirmo.

— Tome cuidado. Por favor. E traga Hina também.

Não tenho escolha além de acenar positivamente.

Vou até o meu quarto e visto uma jaqueta para chuvas. Depois vou até a garagem e preparo a minha motocicleta.  Será mais rápido e discreto ir assim.

Coloco o capacete e saio no meio da noite.

Com o farol no mínimo tenho dificuldade de ver o caminho. A chuva também incomoda. Ando por vias que são pouco movimentadas. Não encontro policias, e nada que me impeça de continuar. Quando estou perto da rua dele eu vejo os primeiros sinais da polícia.

 Sirenes azuis e vermelhas brilham no início da rua. Diminuo a velocidade e viro na esquina mais próxima. Tudo se ilumina em um clarão de um raio, assim por alguns segundo eu vejo a grande quantidade de pessoas que estão ali. Me enganei, apesar de usar as viaturas da policia, aquelas pessoas não são policiais. Pela cor dos uniformes, eles são militares. O que faz sentido. Duvido do envolvimento do comissário Beifong em tudo isso.

Na rua de trás há uma entrada para o prédio residencial do Riku. Sigo esse caminho. Estaciono a minha moto.  O portão dos fundos foi forçado. Feito de metal, ele foi dobrado com extrema facilidade e isso me faz ter um pressentimento muito ruim. Se o clã do metal está aqui. Parece que realmente as coisas são bem piores do que eu cogitei.

Entro pelo corredor escuro. Não há luz ali. Ando com cuidado até pisar nos cacos de vidro. A pouca luz me faz ver a janela dele.  Ela foi quebrada. Entro por ela e vejo que ele não está lá. O cômodo está escuro. Pego uma pequena lanterna que estava em meu bolso e tento ver melhor aquele espaço.

As paredes são negras, mas isso não é novidade para mim. Eu já estive aqui antes, na verdade muitas vezes. Há um material isolante nas paredes, que colocamos antes da mudança do Riku para cá, isso impede que o fogo se alastre para o resto do prédio. Há poucos móveis, uma cama de metal no meio com um colchão chamuscado. Uma escrivaninha  escura com um abajur de ferro e nada mais. A porta de entrada foi quebrada, ela está presa por pedaços de madeiras irregulares.

Não demoro para deduzir o que aconteceu.  Ele veio atrás do Riku. Depois da batalha dos dois na escola de combate, eu não poderia imaginar o contrario. Mesmo com a vitória de Haru, Riku chamou muito mais atenção. A sua desistência foi como um balde de água fria nos planos de Haru. 

Ele foi levado. Isso eu tenho certeza. Haru não o mataria assim. Não sem planejar um espetáculo para isso.  Riku provavelmente está em uma das celas no palácio presidencial. Não há lugar mais seguro que lá.

Passo pela janela novamente e saio devagar.

Dessa vez sou surpreendido. Minha moto não está mais lá. Me viro e vejo dois soldados. Eles me encaram.

— O senhor sabe que estamos em toque de recolher? – Ele me pergunta como se eu fosse um idiota qualquer.

— Bem. Eu queria checar se meu amigo estava bem.

— Amigo? O senhor possui alguma identificação?

Entrego o meu crachá do departamento.

— Departamento de dobradores? Ah eu sinto muito pelo incômodo.

Parece que minha demissão ainda é muito recente. Haru não teve tempo de comunica-la.

— Aonde está a minha moto? – Digo com mais autoridade.

— Achamos que poderia ser de um cívil. E a guinchamos.

Coloco a mão na minha testa. Como isso é irritante.

— Para onde levaram?

— Ela está sendo levada para o pátio. Mas, sei que o senhor conseguirá retirá-la com facilidade.

— E como farei agora, soldado? Com o toque de recolher não conseguirei ir até o Avatar Haru. Você acha que ele gostará disso?

Eles parecem ficar nervosos.

Sou mais alto que quaisquer uns deles, assim os olho para de uma forma de parecer maior ainda.

— Nós podemos levá-lo até o palácio.

— E o que estão esperando? – Eu digo levantando a voz.

Ficar sem minha moto nesse momento é um  incômodo. Assim a minha melhor alternativa é ir com eles.

Sou levado até uma das viaturas. Os soldados me apresentam ao outros, e não pedem minha identificação novamente. Qualquer pessoa mais esperta verificaria a procedência do meu documento, porém eles não o fazem.

Mesmo molhado, sou convidado a entrar na viatura. Fazemos o caminho em silêncio.  Um deles olha para mim pelo retrovisor, e desvia o olhar assim que percebo.  A chuva diminui aos poucos, mas os raios que cortam o céu continuam a iluminar o horizonte.

O palácio presidencial está escuro. Ele costuma ser sempre um prédio iluminado, e sempre a demonstrar poder e imponência. Só que a única coisa que sinto ao vê-lo é uma sensação sombria, de abandono.

Há muitos soldados na entrada. E sinto que eles não serão tão idiotas. O carro é estacionado e assim abro a porta. Ando com confiança até a barricada. Os outros soldados me seguem.

— Sim? – Um homem me pergunta.

— Preciso de uma audiência com o Avatar Haru. – Eu digo.

O homem levanta uma de suas grossas sobrancelhas.

— Pode nos mostrar a sua identificação? – Ele pergunta desconfiado.

Eu mostro sem medo. E ele tem a reação esperada. Ele reconhece meu nome, e sabe que eu não trabalho mais para o Governo.

— Sina? O senhor foi deposto. E não tem mais nenhuma autoridade aqui.

Os soldados que me trouxeram, cochicham um com o outro. Eles parecem preocupados.

— Eu preciso falar com o Haru. Tenho informações importantes.

Ele me olha impaciente.

— O senhor não tem permissão de entrar aqui.

Ele parece irredutível.

— Eu sou um cívil, e não respeitei o toque de recolher.

Ele parece cair na minha armadilha pouco-a-pouco.

— E o senhor veio até aqui, mesmo sabendo disso?

— Eu não viria se não fosse importante. E vocês não vão me prender?

Ele sorri agora.

— Não. Estou te dando essa chance. Vou te dar uma permissão. Assim você pode ir para casa.

Respiro fundo e faço uma coisa que nunca achei que faria.

Meu punho vai de encontro ao seu rosto. Posso sentir seu nariz quebrar. O impacto faz os meus dedos doerem. Quando eu percebo minha mão está manchada com o sangue dele. Ele urra de dor.

— Desacato. – Eu digo para ele. 

— PRENDAM-NO! – Ele grita para os outros.

Me rendo colocando as mãos para cima. Sou dominado e algemado. Assim finalmente eu consigo entrar no palácio.

Meu plano tem falhas, pequenas coisas que eu não posso prever, caminhos diferentes para o mesmo objetivo. Eu pretendia entrar no palácio de uma maneira diferente. Mas, sou levado a trancos e barrancos por dois idiotas que ainda não entenderam o que houve.

— Ele bateu mesmo no capitão. – Ouço ele constatar.

— Sim, eu fiquei surpreso. Achei que ele era uma mariquinha de nada. Que só sabe mandar. – O outro responde.

Eles conversam como se eu não tivesse ali. Sou empurrado pela a infinidade de corredores daquele lugar. Eles se perdem me conduzindo por corredores sem saída. E eu só constato que eu estou em vantagem. Eu conheço aquele prédio como a palma da minha mão.

Eles se cansam. Coçam a cabeça, mostram a idiotice deles  a todo o momento.

—Rieko? – Temos que pedir apoio.

— Não! Eu disse que sei o caminho. Não quero incomodar o capitão.

O mais velho deles, parece que se chama Rieko, ele é mais teimoso que uma mula. Goia, o outro, parece ser mais sensato e assim eu tento conversar com ele.

— Você sabe que está me levando até o escritório do Haru, não sabe?

Eu não sei se ele acredita em mim. Sei que tenta ignorar, mas depois de um tempo, o vejo ficando cada vez mais nervoso.

— E se ele tiver razão Rieko?  Ele já trabalhou aqui. Lembra que o capitão disse? Ele foi deposto.

Rieko finalmente parece compreender o seu companheiro.

— Não precisam acreditar em mim. Mas, se quiserem me levar para as celas terão que passar pelo corredor principal. Naquele que passamos no início, e depois há um mapa de visitas. Não sei se perceberam isso? Mas, antes, aqui era também um local de excursões escolares.

Eles parecem finalmente acreditar em mim. No final das contas eu vou dar uma prova física a eles. O que ele não sabem e que no mural de informações, não há menções as celas.

Refazemos o caminho inteiro, passamos por vários outros guardas que apenas ignoram a nossa presença, nesse meio tempo eu já roubei as chaves da minha algema. Como?  Acredito simplesmente que eles são idiotas, que foram recrutados por que não sabiam fazer mais nada. Na primeira oportunidade que estive perto o suficiente para alcançar as chaves eu as peguei.

Sempre fui habilidoso com as mãos. Abri as algemas. E esperei pelo o momento certo.

No fim das contas esse lugar foi feito para ser um labirinto. Ideia do nosso falecido presidente. 

Quando chegamos novamente em um corredor sem saída. Eu me solto. Eles ficam supresos, tateiam os bolsos em busca da chave, eles não demoram muito para tentar me prender novamente.

O meu trabalho não é fácil. Eu lido com jovem dobradores e nem sempre eles são dóceis. Por isso uma dos primeiros treinamentos que recebemos para o cargo  é combate. Inicialmente somente para contenção, mas as coisas nem sempre são resolvidas assim.

 Eu me jogo no chão com as mãos para baixo. Empurro o chão e chuto Goia no queixo, com um impulso que me faz ficar em pé novamente. Ele roda até cair no chão.

Eu sei que eles não estão armados. Acho que até Haru sabe que não se deve entrar armado em um local como esse.  Rieko me olha com raiva. Apesar de ser burro, sei que é bem mais experiente que eu nesse quesito.

Ele mostra os punhos para mim e começa a pular. Começo a acreditar que ele era um pugilista antes disso. Ele tenta me acertar com um soco, mas pulo para trás. Ele faz novamente e vou me retraindo cada vez mais. Quando eu bato na parece percebo que estou encurralado. Quando ele tenta me socar novamente, eu me abaixo, assim ela acaba acertando a parede.  Ele grita de dor.

É a minha chance. Me abaixo novamente e chuto as suas pernas, ele cai batendo a cabeça. Não espero para ver o que acontece, saio rápido dali. Passando por vários corredores.

Eu não me perco, sei exatamente para aonde estou indo. Sei exatamente qual porta eu devo entrar, até sei que senha devo digitar no painel. Eles não tiveram tempo de alterar nada.

Assim que digito a senha, a porta se abre, as celas ficam no subterrâneo. Desço as escadas, é escuro. Pego minha lanterna para ver o caminho. No fim das escadas há outra porta. Mais uma nova senha para digitar. “Acesso permitido” mostra novamente o visor.

Um burburinho começa a ficar mais alto. Ouço a conversa de pessoas. Riku não foi o único a ser detido.

Não há segurança nesse lugar, porém percebo as câmeras. Tudo o que eu fiz foi filmado. Eu me pergunto o porquê  de ainda não ter sido detido. Acho que eles devem ter problemas maiores.

A cela para dobradores é a mais espaçosa de todas e ela está lotada. Olho para todas aquelas crianças. Há alguns mais velhos, mas são poucos. Procuro Riku.

— Você demorou. – Uma voz familiar diz.

O rei dos idiotas se aproxima do vidro.

— Demorei? Você tem um relógio por acaso? – Digo para ele

— Não me faça rir,  senhor perfeito.

Senhor perfeito? Depois desse plano desastroso, eu posso contestar esse apelido, mas não faço, Riku parece abatido. Ele está encharcado de suor. Parece que ele fez um grande esforço para se conter.

— Eu preciso sair daqui agora. – Ele diz sorrindo.

— Certo.

Não há visor aqui, não tem lugar para digitar nenhuma senha. Eu coço a cabeça e penso. O que eu posso fazer.

— Espere, eu darei um jeito.

As pessoas dentro da cela parecem compreender o que está prestes a acontecer e um dele se aproxima.

— Eu posso ajudar. – O garoto baixo diz.

— Como? – Eu pergunto.

— Eu sou da Escola de Tecnologia.

Bingo!

—  Meu nome é Envi, e eu sei como podemos sair daqui.

— Estou ouvindo, Envi!

— Toda essa cela é isolada, como já sabemos, porém, só precisamos de um curto circuito nos componentes. Eu sei que está chovendo lá fora. Uma tempestade talvez? Eu posso ouvir a instabilidade da energia que se passa aqui. Se tivermos uma pequena faísca que seja em um dos fios ...

— Teremos um blecaute! – Eu respondo.

A turma de tecnologia ainda é o sonho de qualquer um na minha profissão, eles são inteligentes, astutos e mais que isso, são estáveis. Um sonho para qualquer um, claro, menos para mim.

Certo. O que eu preciso fazer? Olho para o teto, as luzes brancas e cegantes, piscam com certa irregularidade. Onde está o interruptor?  Olho para as paredes brancas, procurando qualquer coisa parecida. Vejo a caixa do outro lado do corredor. Corro até ela. Eu sei que é apenas uma questão de tempo.

Ouço passos. Será que finalmente me descobriram?  Não vou esperar para ver. Eu pego as chaves das algemas, e com a ajuda dela eu desparafuso o interruptor. Vejo os fios. Azuis e amarelos. O que eu posso fazer?

As portas do corredor se abrem. Eu vejo Rieko e Goia, eles parecem bravos. Eles estão acompanhados de mais cinco soldados.

Respiro fundo e mantenho a calma. Não vai adiantar me desesperar agora. Lembro da lanterna no meu bolso. A pego e retiro as pilhas. É agora ou nunca.

Corto os fios com a chave, levo um pequeno choque ao fazer isso. Olho para trás, eles estão perto demais.

Coloco a pilha em contato com a energia e ela explode na minha mão. Sinto a dor no mesmo momento. Minha palma da mão foi queimada, quase não sinto os meus dedos , porém isso não importa, o importante é que as  luzes se apagaram. E as celas abriram.

Sou alcançado e jogado no chão com força.

Espero que tenha sido o suficiente. Espero que tenha bastado. É a única coisa que consigo pensar.

A luz azul. A única coisa que consigo ver. O calor que emana dela, faz todos os homem que me prenderam se afastarem.  O sorriso do garoto é iluminado por aquele fogo, e eu posso dizer: Eu nunca fiquei tão feliz em ver o garoto que eu queria reprimir explodir daquela forma.         


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo, foi escrito antes do anterior, mas achei que faria mais sentido postá-lo depois.
Quem puder responder essa pesquisa, vai ajudar no andamento da fic : https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd6ETDT93r-RIPZznnsWeB12q73RGM7WEPpcpv1tKujUPsonA/viewform



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