Avatar: A lenda de Mira - Livro 3 - Terra escrita por Sah


Capítulo 11
Revolução




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Haru

 Ainda estou fraco, quase sem energia. Não consigo dobrar nem uma simples brisa. Isso é complicado, e eu preciso resolver isso.  Aonde está aquela garota?

Estou no escritório, tudo está um caos. O telefone não para de tocar e minha equipe está nervosa. Eles não deveriam estar assim. Eu já havia dito a ele os meus motivos, mas parece que nem todos compreenderam.

Hina apareceu, ela parecia tranqüila, ou pelo menos fingia que estava tudo bem. Ela me entregou as anotações e sorriu ao fazer isso. Isso me fez pensar no Sina, o que será que ele estava achando de tudo isso?  Isso me fez abrir um sorriso.

Peço a duas pessoas da minha equipe para encontrar Mira, trazer a garota até mim parece que é a única coisa que posso fazer por enquanto, eu preciso de poder para o meu próximo passo.

Fico ansioso para vê-la, o tempo parece não passar, mas quando a minha equipe avisa que ela não foi encontrada, eu só sinto raiva porém não demonstro não quero inflar ainda mais os ânimos dessas pessoas.

Então terá que ser sem ela. Tenho uma audiência no palácio presidencial, estou adiando isso há um tempo, mas por causa dos últimos acontecimentos isso não poderá mais se delongar.

— Confirme minha presença com o presidente. – Aviso a uma das pessoas.

— Senhor, o presidente ligou, ele quer cancelar esse encontro. – Juvia , uma das assistentes diz para mim.

 Bato com força na mesa, Juvia da um passo para trás.

— Cancelar? Quem ele pensa que é?  Isso tem que ser resolvido o quanto antes. Se não for por bem, terei que encontrar outros caminhos.

Terei que apelar, como não poderei fazer isso sozinho peço que liguem para todos os nossos casos, todos os dobradores que cuidamos agora.

As respostam foram rápidas, eles sabem ser eficientes quando querem.  Metade aceitou, os únicos que não aceitaram foi um pequeno grupo da escola nacional de combate e eu receio do pôr que.

Depois que voltei, eu institui um treinamento para todos os dobradores que nosso escritório cuida, eu não queria que pessoas como Unac se aproveitassem deles. 

Pedi para que viessem, para que todos se reunissem no auditório do escritório, eu teria que falar com eles.

Horas se passaram até que todos que confirmaram estivessem aqui.  Menos pessoas do que eu imaginei. Na minha época antes de tudo isso acontecer os dobradores já eram raros, mas essa geração está cada vez mais diminuta. Os dobradores da minha geração já devem ter quase quarenta anos e muitos se dispersaram no mundo ou entraram para o exército nacional, pois aqui em Republic City eles não têm muitas opções.  Se não trabalharem para o governo, seja na indústria, na saúde ou no exército  eles não terão muita chance. Apesar dos grandes incentivos financeiros  e sociais muitos se dispersaram pelo mundo, muitos pensam como eu.

Falar com os jovens é mais fácil, eles ainda estão em formação e ainda não possuem uma  posição clara.  Eles querem fazer parte de algo e fazer diferença.

Cerca de 30 dobradores estão no auditório, a idade varia, vi crianças de pelo menos 10 anos, até quase adultos de 20 anos.  É difícil definir qual o elemento de cada um, mas vi um padrão a ser considerado, dobradores do mesmo elemento preferem ficar juntos e isso da espaço para segregação.  E infelizmente é o que eu preciso agora.

Eu nunca achei que os dobradores eram melhores que as outras pessoas, eu nunca partilhei essa ideia, sempre foi uma das minhas principais lutas, lutar por igualdade e pelo fim dos privilégios a eles, e por causa disso, eu nunca tive muitos amigos dobradores. Eu sempre pensei pelo coletivo, mas agora, tudo está diferente e a única maneira de eu correr atrás dessa igualdade será me juntar a esse pensamento, eu preciso do apoio deles.

— Dobradores de Republic City. – Eu começo – Sei que o convite foi um pouco inesperado, mas isso foi necessário.

— Você é o Avatar mesmo? – Uma garota pergunta me interrompendo. Ela não parece nem ter 13 anos.

—Sou. – Digo tentando não demonstrar incômodo pela a interrupção.

— Dobre fogo e água! – Ela diz sorrindo.

— Calma, precisamos conversar antes, por que...

Sou interrompido novamente, um coro se junta a garota.

— Dobre fogo e água! – Eu posso ouvir várias vezes.

Isso me deixa em pânico, eu não tenho forças nem para dobrar um elemento imagine dois.

— Acho que ele está mentido, ele não é o Avatar! – A garota diz. E assim começa uma enxurrada de cochichos. Posso até ouvir algumas vaias.

Isso me deixa estarrecido, eu preciso me recompor, eu preciso do apoio deles.

— Quietos e o ouçam. – Eu escuto uma voz familiar

Me viro e vejo Kiha ao fundo.

Kiha ela me ajudou quando eu voltei, ela me procurou e ficou ao meu lado e não questionou nada. Ela tem alguma coisa contra a Mira, as duas não se dão bem e assim ela me contou tudo o que eu precisava saber. Com as informações dela eu descobri que Mira não é o Avatar, ela é um reflexo, uma sombra do que eu fui e serviu apenas para a minha volta. Quando eu penso nisso eu me sinto bem, pensar em  qualquer outra alternativa me faz mal.

As crianças se calaram. É estranho ter que ser o mais velho, o mais responsável, mas é uma posição que eu preciso me acostumar.

— Sei que todos sabem o que aconteceu no tribunal de Unac.

Os olhares são diversos, vejo caras de indignação e admiração, também vejo uma ou duas que não sabem do que eu estou falando.

— Unac, era um assassino. Além disso, ele seqüestrou, matou e torturou dobradores como nós.  Se você viram o julgamento, perceberam como a justiça estava contra nós.  

Sinto a compreensão se formar.

 — Não é só a Justiça que está contra nós, o governo irá cortar todos os benefícios que temos, o presidente se recusa a conversar comigo, ele não quer ver o nosso lado, ele não entende  como sofremos preconceito.

Falo palavras que eu nunca pensei que iria dizer. Tudo o que eu digo vai contra o que penso.  Dobradores não sofrem preconceito, eles olham para as outras pessoas como se elas não fossem nada, recebem benefícios que extrapolam  qualquer direito.

Os fracos irão perecer. Uma voz diz no fundo da minha mente.

— Eu preciso da ajuda e apoio de todos vocês. Vocês serão ouvidos, terão todos os benefícios ampliados e poderão ser quem vocês quiserem. O governo não ira mais controlar as suas vidas.   

Quando eu terminei, eu pude perceber, eles estavam ao meu lado, eles concordavam comigo, até o mais novo estava contente com a minha posição.

Kiha chegou ao meu lado.

— Isso é ótimo. Finalmente iremos ter o que é nosso de direito. E os fracos irão perecer.

Posso ver nos olhos dela uma coisa a mais, como se ela soubesse o que se passa em minha mente.


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