Avatar: A lenda de Mira - Livro 3 - Terra escrita por Sah


Capítulo 12
Golpe




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676067/chapter/12

Mira

 

Alguns dias depois eu ainda ficava repassando as imagens do julgamento no meu computador.  As imagens eram fortes, quase senti pena de Unac, quase, mas entendo o ponto de vista do Haru e é isso que me deixa com medo.

Suni e aquele tal de Fei estavam vindo aqui todo o dia, para me ajudar a examinar as imagens. Suni não parecia tão interessada quanto eu achei que estaria e Fei, bem ele não parava de olhar para mim.

As imagens param no momento em que Haru enfrenta a policia.

— O que aconteceu depois disso? – Pergunto para  o Fei.

— Bem, docinho,  como eu já disse , ele foi embora, e ainda não deu noticias pelo o que eu sei.

Isso é um grande problema. Esse pressentimento de que o pior ainda está para acontecer não vai embora.

— O que faremos Mira? – Suni me diz finalmente.

Eu não consigo pensar. O que é que eu poderia fazer? Eu não consigo nem dobrar terra quanto mais enfrentar um louco psicótico que pode dobrar todos os elementos. Haru, Korra me disse uma coisa, e eu pude ver essa coisa nos seus olhos no momento que ele matou Unac.  Uma sombra negra, um brilho perigoso,  uma sensação ruim foi tudo que eu vi no olhar dele.  Não há duvidas, aquilo foi Vaatu.

— Meelo. Eu preciso conversar com ele! Aonde ele está?

Suni fica alerta a menção do nome dele.

— Eu não sei, ainda não tive noticias dele.  – Ela parecia triste.

— Então vamos na casa dele. Aonde ele está morando agora?

Suni pareceu pensativa.

— Pelo que eu me lembre, o irmão dele, Sevi, mora aqui na cidade, ele deve saber aonde eles estão.

Fei se despediu da gente, ele disse que nunca iria à casa de um membro do conselho. Assim eu e Suni seguimos para a casa de Sevi.

Eu já conhecia essa região, não muito distante da escola, eu passava por aqui todo dia antigamente. Aqui não é um bairro luxuoso, ele é comum, como a maioria dos bairros de Republic City.  As pessoas parecem felizes na rua, alheias a tudo o que realmente está acontecendo. Sinto inveja delas, sem o peso dessa responsabilidade em seus ombros. 

Paramos em frente a um prédio simples, de cinco andares.

— Acho que ele mora do terceiro andar. – Suni diz sem certeza.

— Acha?

— Eu só vim aqui uma vez!E já tem alguns anos.

Suspiro, isso é o melhor que temos agora.

Eu achei que seria difícil achar o apartamento desse tal de Sevi, porém, foi mais fácil do que eu imaginei. Havia uma placa logo na entrada do prédio. “Doutor Sevi, curo doenças espirituais e físicas, venha me visitar para uma avaliação sem compromisso. Estou no apartamento 33 no terceiro andar”

— O irmão do Meelo é médico?  -- Pergunto a Suni.

— Bem, Meelo diz que ele foi para a faculdade de medicina, porém também diz que nunca o deixaria cuidar de um arranhão.

Todos os médicos que eu já conheci pareciam sérios e eficientes, espero que ele não destrua a imagem que eu tenho dos médicos.

Subimos rapidamente até o terceiro andar, era fácil reconhecer o local, havia uma foto enorme de um homem vestido de médico em uma das portas.

— Será que é aqui? – Eu perguntei segurando um risinho a Suni.

— Faz tanto tempo que eu não o vejo, desde que ele se mudou. Apesar de brigarem bastante, Meelo, gosta muito de Sevi.

Bem, olhando essa enorme foto comercial, Meelo e Sevi tem lá suas semelhanças, talvez o olhar, ou mesmo o tom do cabelo, porem as semelhanças se acabam ai.  Sevi parece mais um vendedor de roupas do que qualquer outra coisa, se não fosse pelo jaleco, eu nunca imaginaria que ele fosse médico.

Batemos na porta três vezes. E rapidamente alguém vem nos atender.  Sim ele era bonito, para alguém da idade dele, dentes brancos, cabelo arrumado, tudo que eu não esperava de um monge do ar.

— Entrem por favor.  – Ele diz com uma educação.

Entramos, aparentemente ele não nos reconheceu.

O consultório ficava em uma das salas do apartamento, tudo era muito bem arrumado  e organizado.

Nos sentamos e o aguardamos. Aos tropeços o homem chegou a sua mesa.

— Bem, o que os trazem aqui?

— Você não está me reconhecendo? – Suni perguntou.

— Reconhecendo? – Ele forçou a visão

— É que ele não enxerga bem sem os óculos, Meelo diz que ele é cego como uma porta. – Suni disse alto para mim, o suficiente para o médico ouvir.

— Cego como uma porta? – Ele parecia chocado.

Assim ele abriu uma das gavetas e retirou os óculos mais horrendos que eu já havia visto. E quando ele os colocou toda a beleza do homem sumiu.

— Suni?  O que você está fazendo aqui?

— Olá Sevi, tudo bem? 

— Tudo. – Ele disse já desanimado. – Eu realmente achei que eram clientes

Ele realmente parecia desapontado.

— Então o que você quer aqui?

— Meelo, estamos procurando o seu irmão.

E finalmente ele reparou em mim. Seus olhos correram por todo o meu rosto. E ele sorriu.

— Essa é a garota? A Mira certo? Meelo me contou tudo sobre ela!

Tudo o que? O que Meelo havia falado ao meu respeito?

— E você sabe aonde está ele? – Suni perguntou novamente.

— Ah, ele deve ter voltado para a casa do nosso pai, mas isso não importa. Eu poderia te examinar? – Ele disse em minha direção.

— Sevi, precisamos falar com o Meelo.

Ele ignorou totalmente Suni e se levantou.

— Vai ser rápido, só uns exames!

Ele estava me assustando. Seu olhar me fez lembrar daqueles cientista, até de Unac.

— Suni. – Eu disse assustada.

— Sevi, isso é importante.

Ele estava cada vez mais próximo, seu olhar cada vez mais perto.  O desespero crescia cada vez mais. E eu senti os meus dedos formigarem, eu estava pronta para atacar. Antes que eu fizesse qualquer coisa um azulejo se desgrudou do chão e empurrou o médico para longe de mim.

— Eu estou avisando Sevi, você não quer me ver com raiva, ou quer?

Suni e raiva não cabiam na mesma frase, até eu me impressionei com a atitude dela.

Sevi se recompôs. Limpou aonde estava sujo e se sentou novamente.

— Me desculpe, de verdade. E que às vezes eu não consigo me controlar. E você é o Avatar.

— Você não acha que o avatar é o Haru?  -- Perguntei intrigada.  

— Eu conheci o Haru, antes de tudo isso, quando eu era criança, e garanto para você, isso que está aqui agora, não é o Haru.

Fui tomada pela curiosidade. Como era o Haru antes? Antes dele despertar, só havia o visto em vídeos, aonde ele era examinado e torturado, eu não sei muito sobre ele na verdade, sobre o verdadeiro Haru. Na escola aprendemos sobre os antigos Avatares e não sobre os novos. Será que um dia as pessoas aprenderam sobre mim?

— Mira? Vamos? – Suni pergunta me tirando dos meus pensamentos.

— Vamos! Aonde?

— Sevi disse que o Meelo está no antigo mosteiro de Republic City.

— Antigo mosteiro? E onde fica isso?

— Fica perto. Próximo à escola na verdade.

— Ótimo. Então vamos?

— Sim, mas Mira, você não ouviu o que o Sevi disse? 

Disse? Ele disse alguma coisa mais relevante que isso?

— Deixa que eu mostro para ela. – Sevi se levantou e com um pequeno controle na mão ligou a televisão que ficava atrás de nós.  

As imagens eram confusas, pessoas correndo, jornalistas tentando chegar mais perto do prédio presidencial.   

— O que aconteceu?  -- Perguntei a Sevi.

— Provavelmente um golpe, ninguém sabe direito, antes de você chegarem  haviam anunciado a morte do presidente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avatar: A lenda de Mira - Livro 3 - Terra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.