Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 8
Capítulo 8 - Um caso no bar.




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   Nada que eu fizesse iria reverter a situação, me obriguei a sair do quarto. Na verdade eu precisava sair do apartamento. Me arrumei, peguei um dos bonés de Sung-Yong-hyung emprestado. Meu destino era incerto, talvez encher a cara no bar mais próximo, seria a melhor opção para mim.
    Andei por algumas ruas até encontrar um local mais calmo para aproveitar a noite de quarta-feira, queria esquecer um pouco do que estava acontecendo. Entrei em um bar de porta pequena. Estava mais para porão, pois uma escadaria descia para o local onde fica o bar. Desci, e para minha surpresa era um lugar bem acolhedor, a iluminação era bem fraca, mas o local parecia limpo e bem conservado. Sentei no bar e pedi uma bebida, me foi servido soju, algo parecido com a cachaça, só que feito do arroz. Pedi alguns petiscos para não ficar bêbado muito depressa. Aquela foi a minha primeira vez, nunca entrei em um bar para beber, quando bebia era em casa, e mesmo assim nunca tinha ficado completamente embreagado.
    Após alguns minutos bebendo, um rapaz jovem, sentou-se ao meu lado, tinha uma bebida na mão, parecia ser um coquetel. Ele me cumprimentou, e começou perguntando de qual país eu era. Respondi educadamente. Isso logo  já não tinha mais importância, pois ele estava acariciando meu braço, na hora eu me espantei, me preparei para dar um fora nele. Porém, assim que me virei e vi seu rosto direito, me espantei, ele é lindo. Cabelo curto, estilo despenteado de cor castanho, os olhos eram expressivos, a boca bem rosada. Usava uma camisa social listrada e calça jeans azul escuro. Só conseguia pensar no porque, um rapaz bonito daquele jeito, estava dando em cima de mim. Não conseguia entender. Mas pensando bem, eu não sou feio, posso me considerar no nível de Sung-Yong-hyung, porém ocidental, talvez ele tenha interesse em estrangeitos. Isso me ajudou a entender a situação.

—Qual o seu nome? (Ele me perguntou).

—Fábio. E o seu?

—Im-Sung-Joon. Prazer.

Outro "Sung" na minha vida, foi o que pensei. Apertamos as mãos. Ainda não conseguia acreditar na situação. Isso deveria ser o universo conspirando contra mim, pois se eu não estivesse interessado em alguém, nunca um cara bonito assim, tentaria algo comigo, ainda mais em um bar de porão.

—Então, você está sozinho?

—Sim, vim com intenção de esquecer algumas coisas, mesmo que seja por pouco tempo.

—Você quer... quer que eu te ajude a esquecer?

Ele deve estar querendo muito, talvez estivesse há muito tempo sem pegar um estrangeiro. Seria uma mentira enorme dizer que não queria usar esse belo rapaz para esquecer um pouco os problemas que Sung-Yong-hyung colocou na minha vida. Mas eu vi o meu reflexo no vidro da bancada, não era exatamente para mim que eu olhava, era para o boné de Sung-Yong-hyung que eu estava usando. Ao ver o reflexo do boné, meu coração acelerou, era como se eu estivesse vendo Sung-Yong-hyung. Tinha a sensação de que estaria "traindo" ele, mesmo não tendo nenhum relacionamento afirmado com ele.

—Sung-Joon, você é muito bonito, mas não sei se esse é o melhor momento para mim. Podemos ser amigos, quer meu telefone?

—Entendo. Aceito o seu telefone. Aqui, tome o meu também.

Ele digitou o número no meu smartphone, em seguida escreveu o nome. (Im Song Joon ♡). Achei engraçado o símbolo do coração, ri quando vi. Song-Joon terminou seu drink e deixou o copo sobre a bancada, ele saiu sem dar adeus.
     Pedi outra rodada de soju. Levei mais algum tempo ali, meus pensamentos só tinham um foco, Sung-Yong-hyung. Estaria ele se divertindo? Poderia estar gostando de sair com uma mulher? Até que ponto essa garota estaria disposta a chegar nessa noite de quarta-feira? Logo uma imagem de Sung-Yong-hyung transando com uma mulher surgiu na minha cabeça, a bebida estava me fazendo pensar em coisas que só piorava minha situação.
     Depois de tanto soju, pedi um copo de água. Quando terminei de beber, uma vontade imensa de urinar veio, parti para o banheiro o mais rápido que consegui. Ao entrar lá fui direto para dentro de uma cabine, pois odeio aqueles mictórios. Não demorei muito, fui até um dos lavatório, levei as mãos rapidamente. Me espantei quando vi Song-Joon me encarando no fundo do banheiro. Ele se aproximou, não falou nada, apenas pegou em meu rosto, logo em seguida um beijo ele me deu, sua língua nervosa na minha boca, foi estranho no princípio, mas logo já retribuía. Fui empurrado para dentro de uma cabine, e sem parar de me beijar, ele trancou a porta. A respiração dele estava muito ofegante, me pareceu um pouco ansioso, talvez fizesse tempo desde a sua última vez. Tentei acompanhar se ritmo, ele já tinha desabotoado minha calça, já estava com meu pênis na mão. Sung-Joon já abocanhava meu membro, mesmo não estando completamente ereto. Enquanto me chupava, ele desabotoou a camisa. Nossa, um exemplo de quem frequenta a academia com vigor. Abdômen trincado e peitoral bem delineado, mas ainda faltava ver seus braços, para isso eu tive que auxiliá-lo na retirada total da camisa, pois ele não largava meu pênis. Não esparava por menos, seus braços eram bem definidos, talvez poderia dizer que ele e um exemplo perfeito de um homem. Já estava completamente duro depois de tanto que ele me chupou. Decidi que era minha vez de fazer algo por ele. Empurrei-o contra a porta, sentei na privada, que estava com a tampa fechada, e abria a braguilha de sua calça, enquanto acariciava seu peitoral e abdômen definidos. Quando finalmente consegui encontrar o membro dele, não perdi tempo e logo abocanhei, ele gemeu alto, até fiquei receoso com aquilo. Mas não parei, fiz tudo que lhe daria prazer. Ele tinha um pênis não muito grande 13 ou 14 centímetros no máximo, mas isso não era algo ruim, pois em compensação ele tinha um belo corpo e um rosto de modelo. Não levou muito tempo para ele chegar ao orgasmo, acabou ejaculando na minha boca. Deixei ele terminar, mas não tinha coragem de engolir. Ainda com o membro de Sung-Joon na boca, eu avistei o bonés de Sung-Yong-hyung no chão, ele estava sendo pisoteado por Sung-Joon. Na mesma hora um remorso me consumiu, afastei Sung-Joon, levantei minhas calças, peguei o boné no chão, ainda com a boca cheia, fui até o lavatório e cuspi aquele líquido branco. Joguei o máximo de água possível na boca, tentei me limpar com as toalhas de papel, mas nunca parecia estar limpo. Sung-Joon veio atrás de mim, queria saber se eu estava bem. Disse que sim, e inventei que estava enjoado porque tinha bebido muito soju. Ele ficou se lavando, enquanto eu saía do banheiro, peguei o dinheiro na carteira, paguei pelas bebidas. Subi as escadas e segui meu caminho sem olhar para trás.
   Caminhei para o mais longe possível daquele lugar. A imagem de Sung-Yong-hyung vinha na minha cabeça, mas o gosto de Sung-Joon estava na minha boca. Consegui chegar no apartamento, ao entrar, fui direto para o banheiro, escovei os dentes e passei anti séptico, tudo duas vezes, até não sentir mais gosto de nada.
Tomei banho e segui para meu quatro, Sung-Yong-hyung não tinha voltado ainda. Depois de esfriar a cabeça, comecei a pensar que fiz uma de louco, fugi de Sung-Joon, tinha empurrado ele, me lavado na frente dele como se tivesse comido algo estragado. Ele deve estar pensando que eu tinha ficado com nojo dele. Mas na verdade Sung-Yong-hyung, mesmo não estando presente, me fez paralisar, me dominou e ocupou minha mente, algo que ele sempre faz. E agora, fazia mesmo não estando presente.
    Deitado na cama, olhava para o smartphone, via o número de Song-Joon. Deveria mandar uma mensagem me explicando? Ou seria melhor esquecer?
Antes que pudesse decidir, o telefone tocou. Era Song-Joon. O que deveria fazer? Decidi atender.

—Alô?

—Fábio? É Song-Joon, o cara do bar. Estou ligando para saber se você está bem? Quando você saiu de lá, tive a impressão que você não estava bem.

—Estou bem. Foi apenas o enjôo da bebida. É que não tenho o costume de beber.

—Entendo. Mas, mesmo assim peço desculpas por ter sido tão apressado. Senti que tinha forçado um pouco.

—Tá tudo bem. Não precisa se preocupar.

—Ok. Então... até outra hora.

—Até.

No que tinha me envolvido agora? Por que tinha a sensação de que Song-Joon não desistiria tão fácil?
Apaguei meus pensamentos. Virei para o lado e dormi.


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