Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 9
Capítulo 9 - Reencontro surpresa




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Não vi Sung-Yong-hyung no dia seguinte, talvez não tenha voltado para casa, pois nada estava diferente no apartamento, até os cobertores estavam na mesma posição. Me arrumei, queria tomar café, para isso teria que andar um pouco até a cafeteria. Poucos minutos de caminhada e logo já estava lá. Sentei em uma mesa perto da porta, tinha comprado meu café e um pão recheado.
    Via as pessoas conversando, rindo, e algumas até pareciam estar fechando negócios naquela cafeteria. Senti um aperto no peito, lembrei de Sung-Yong-hyung, mesmo com todos os problemas que me fazia passar, ele ainda era uma companhia importante para mim. Logo um pensamento sobre traição surgiu. "Será que é assim que as pessoas traídas se sentem? Essa sensação de perda, mas ao mesmo tempo de esperança, sensação que tudo voltaria ao normal." Agora eu entendo quando algumas pessoas, mesmo sabendo da traição, não abandonam seus companheiros.
    Tomava meu café e admirava as pessoas passando à passos rápidos, algumas pareciam estar atrasadas para o trabalho, talvez por culpa da chuva fraca que caía sem parar. O fato de estar perto da porta me permitia ver todos que entravam. Logo um homem vestindo um casaco preto entrou na cafeteria, ele fechou o guarda-chuva e pendurou no local apropriado. Mesmo ele estando de costas, algo me chamava a atenção. Era como se alguma coisa nele me atraísse. Assim que ele se virou, um susto tomei. Era Sung-Joon, o cara de ontem. Abaixei a cabeça, olhava para o smartphone fixamente, tentei evitar que ele me reconhecesse. Acho que deu certo, pois ele seguiu para o outro lado da cafeteria. O lugar era bem grande, inclusive tinha um livreiro muito alto entre os ambientes. Terminei de comer o mais rápido que consegui, e quando já estava me levantando para sair, uma voz grossa surgiu.

—Já está de saída? Acabei de pegar meu café.

—Sung-Joon?

—Você não me deixaria tomar café sozinho, não é mesmo?

    Ele falava na maior naturalidade, parecia que tínhamos apenas nos encontrado e tomado algumas doses de soju juntos. Mas eu estava com vergonha, primeiro, por ter ficado com ele no banheiro; segundo, porque tinha fugido dele.

—Você trabalha aqui perto?

—Na verdade, não. Trabalho do outro lado da cidade, mas gosto de tomar café aqui.

—Vai chegar atrasado.

—Não se preocupe, meu pai é o chefe.

—Entendo.

    Conversamos por um tempo. Ele me contou toda a história da sua família. O pai dele é dono de um escritório de advocacia. Ele ainda não tinha se formado, mas já trabalhava auxiliando nos casos.
    Assim que ele terminou o café, saímos, caminhamos juntos por um tempo, até que chegamos na rua do apartamento de Sung-Yong-hyung.

—Você mora aqui?

—Sim. Estou de favor nesse apartamento. Mas logo meu intercâmbio terminará e retornarei para o Brasil.

—É uma pena. Vamos marcar um jantar antes de você partir?

—Claro.

—Eu te ligo mais tarde para combinar.

     Sung-Joon partiu em passos apressados. Fiquei com o pensamento de que ele sabia onde eu morava, pois não precisei indicar o caminho até aqui.
    Entrei no apartamento, precisava responder alguns emails. Já estava digitando a mensagem para agência de intercâmbios, com a resposta de que não iria estender minha viagem. Pouco mais de 10 dias ainda me restavam, mas não enviei o email naquela hora. Decidi esperar até o final do dia e descobrir o que tinha acontecido entre Sung-Yong-hyung e a garota, com quem ele teve um encontro.
    O dia passou lentamente. A noite tinha chegado, mas ainda no havia sinal de Sung-Yong-hyung. Talvez devesse ligar para Yoon-Sang, ou mesmo ligar diretamente para ele. Porém tinha receio de me meter na sua vida. Principalmente nos dias de gravação, não queria atrapalhar com a minha ligação.
    Meu telefone começou a tocar, era Sung-Joon. Como prometido, ele ligou para marcar o jantar no sábado.

—Fábio? Como foi o seu dia?

—Bem, porém um pouco monótono.

—Sabe de uma coisa? Não consigo parar... Em meus pensamento, apenas você está presente. (Não conseguia responder.) Seria muito impróprio querer ver você agora, não é mesmo?

—Não é o melhor momento, já está ficando tarde e você tem que trabalhar amanhã.

—Você sabe que sou filho do patrão. Chegar atrasado ou mesmo não trabalhar um dia não seria problema. Vamos ao mesmo bar de ontem?

—Vamos. Só não quero beber.

   Meus sentimentos por Sung-Joon estão direcionados para o desejo carnal, ele é muito bonito, bonito até demais. Não conseguia entender, como eu tinha me relacionado com tantos homens bonitos em tão pouco tempo. No Brasil eram raras as ocasiões, e na maioria das vezes, só ficava com alguns rapazes em festas. Porém na Coréia do Sul, eu estava criando relacionamentos, e até paixões repentinas.
    Fiquei pronto logo. Não tinha intenção de fazer nada, nosso encontro seria apenas para conversar. Saí de casa. Sung-Yong-hyung não tinha voltado, mesmo preocupado com ele, decidi seguir, quando voltasse eu iria ligar para ele.
    Cheguei no bar, Sung-Joon estava sentado em uma mesa bem ao fundo do bar. Me sentei, ele logo se aproximou de mim. Conversava baixo, sua voz é grossa, isso deixava ele mais másculo, porém o rosto ainda é de um rapaz. Durante a conversa ele me disse que tinha 22 anos, o rosto era realmente de alguém de 22 anos, mas o corpo era de um homem. Suas ações também são de homem decidido, não existe dúvida no que ele diz e faz. Ele poderia ser um imã de mulheres, qualquer uma se jogaria em seus braços, e ele provavelmente a carregaria por quilômetros sem se importar. Esse tipo de homem não era o meu preferido. Talvez Sung-Yong-hyung, seja o cara perfeito. Sério; impulsivo; sensato e bonito.
    Sung-Joon, tem suas qualidades, mas falava muito para meu gosto. Na minha opinião, um homem que muito fala, pouco faz. Mas ele, logo me provou o contrário. Sua mão alisava meu braço, ele se aproximou mais, agora ele tinha o braço direito por trás de mim, sua mão acariciava meu ombro direito. Inclinava-se jogando parte do peso de seu corpo em mim. Ele me beijou, algo bem delicado. Seus lábios são bem carnudos, os olhos expressivos direcionados a mim, me sentia um pouco dominado quando ele ficava tão vidrado. Não consigo resistir a ele, mesmo sem aquela aura possessiva que Sung-Yong-hyung tem, Sung-Joon me controlava, por isso já me entregava completamente aos seus beijos.

—Fábio, não sei se conseguirei me segurar. Os beijos não serão o suficiente. Vamos para um hotel aqui perto?

    Eu já estava em um estado de excitação que não conseguiria parar só com aquilo. Decidi aceitar, e fomos caminhando até um hotel que ficava bem perto. Sung-Joon, não tem vergonha ou medo de mostrar que gosta de homens, pois andava com seu braço em volta de mim. Fiquei esperando um pouco afastado da recepção do hotel, ele conseguiu o quarto, me indicou o elevador, fui e ele logo veio atrás de mim. Chegamos no quarto, ele parecia estar com muita vontade, conseguia ver a ansiedade em seus gestos, ele até suava.
    Entramos, a primeira coisa que Sung-Joon fez foi tirar o casaco, a camisa beje que ele usava, estava grudada no corpo, o suor tinha feito o tecido grudar em seu corpo delineado. Conseguia ver seus músculos demarcados na camisa. Isso me excitou muito. Ele já me abraçava, me beijava, ofegante, quente e suado. Tudo aquilo é muito bom, até o perfume dele é bom, não conseguia evitar. Ele me despia, e a sensação que tinha era que ele me desejava tanto quando eu desejava ele. Beijos e lambidas vinham dele, eu quase não tinha oportunidade de fazer muita coisa.

—Sung-Joon, mais de vagar. Não vou desaparecer.

—Desculpe. É que...

O interrompi com um beijo muito profundo, nossas línguas entrelaçavam, os lábios pareciam uma coisa só. O suor dele ia de encontro à nossos lábios, a mistura de tudo era viciante.
    Sung-Joon não queria parar por nada, retirou a camisa em um só movimento, muito másculo, isso me deixava louco. Ver ele sem camisa me fazia esquecer todos os seus defeitos, o fato de falar muito, de contar muita história e coisas do tipo que algumas vezes me deixava entediado. Naquele momento ele não falava nada, as ações dele eram rápidas e decididas, não era preciso que eu indicasse o que fazer.
    Eu já estava completamente nu, deitado na cama, aquele homem que, embora seja da minha altura e mais novo que eu, tem o corpo maior, os ombros são largos, o pescoço musculoso e o peitoral delineado. Ele não seria considerado um monstro de academia, posso dizer que era um pouco mais forte que Sung-Yong-hyung. Talvez os ombros mais largos deixava ele com a aparência de ser maior do que realmente era.
      Por cima de mim ele não parava, se esfregava. Mesmo que ele ainda estando de cueca, conseguia sentir o quão duro seu pênis estava. Acariciava suas costas musculosas, seus braços delineados, era um prazer que não parava, pois logo descobria outra parte de seu corpo que me excitava mais ainda. Sung-Joon desceu, foi em direção ao meu pênis. Não olhei, só senti quando o ar quente da sua respiração envolveu meu membro, seus movimentos, até sua lingua fazia movimentos lentos, era algo completamente diferente do que sentia quando Sung-Yong-hyung fazia. Tive a impressão que era a primeira vez que ele fazia sexo oral em um homem.

     Olhei para vê-lo em ação, era uma visão maravilhosa, ele me olhava com aqueles olhos expressivos, os cabelos pretos, curto e despenteado. Sung-Joon não pararia ali, ele largou meu membro, tirou a cueca, exibindo o pênis, que apontava em minha direção. Deitei e ele engatinhou por cima de mim, até que minha boca e seu pênis estivessem alinhados. Abri a boca e esperei que ele depositasse, foi uma surpresa sua delicadeza. Ele sempre parecia estar ansioso, fazia tudo em movimentos rápido, mas quando a situação envolvia o meu bem estar, ele se acalmava e me deixava conduzir. Foi assim, delicadamente que ele me fez chupar seu pênis, conseguia sentir a pulsação, ele chegaria ao orgasmo logo, foi o que pensei, pois no banheiro do bar, em pouco tempo ele já tinha enchido minha boca com seu esperma.
Mas desta vez isso não aconteceu, pois ele queria mais do que apenas sexo oral. Ele tombou de lado na grande cama do hotel, me ajeitei, logo estávamos cara a cara. Ele me pediu para virar, fiz sem questionar. Esperei por uma estocada sem dó, a ansiedade poderia deixá-lo indelicado naquela hora, porém ele me provou estar errado novamente. Com gemidos de sua voz grossa, ele penetrava lentamente, a dor era mínima, algo perfeitamente suportável. Assim que senti seu abdômen encostar nas minhas costas, sabia que ele já tinha todo o membro dentro de mim. Conseguia contar os músculos do abdômen dele só pelo toque de nossas peles. Por ser muito delineado, os músculos expressivos eram de fácil distinção.
   Seus braços fortes me prendiam, ele era delicado na parte de baixo, mas esquecia da sua força e exagerava no abraço. Movimentos leves e suaves, quase não sentia dor. Era bom, mas precisava de algo mais intenso.

—Sung-Joon, vamos mudar de posição?

—Huh. O quê? Mudar de posição? Claro.

    Ele parecia tão entretido com aquilo que esqueceu completamente do mundo. Já estava na beirada da cama, deitado de frente para ele, que já se preparava para me penetrar novamente. Dessa vez, eu senti que a vontade de voltar para dentro de mim era grande, ele penetrou em um único movimento, doeu, mas aguentei, porque não queria que ele ficasse muito delicado. Ele segurava minhas pernas, a visão de seu corpo delineado em movimentos de vai e vem era hipnotizante. O suor escorrendo pelo corpo, o abdômen se contraindo, o olhar forte, os gemidos de sua voz grave, tudo era bom demais.
    Como um raio, um sentimento de tristeza me atingiu, me segurei, pois se permitisse que tudo viesse à tona, estaria chorando enquanto um exemplo de homem me penetrava. Sung-Yong-hyung veio na minha mente, sentia falta dele, não era falta do sexo, sentia falta da sua presença, as conversas que terminavam sempre com uma palavra vinda dele. Pensava se iria encontrá-lo quando chegasse em casa. Não aguentava mais ver sua "cama" vazia. Precisava ouvir a voz dele, sentir ele perto de mim, comer e beber junto com ele.
    Todos esses pensamentos tristes foram interrompidos pelos gemidos de Sung-Joon, ele tinha chegado no orgasmo, mas tinha tido a gentileza de retirar o pênis de dentro de mim, ejaculando na minha barriga. Pode parecer depravado, mas ver um pênis sujo de esperma e o dono dele com cara de satisfação, faz bem para o ego. Saber que era responsável por tanto prazer, me deixava satisfeito. Não esperava por mais nada, agora eu deveria terminar a minha parte. Porém Sung-Joon estava me limpando com uma toalha, ele também se limpou. E para minha maior surpresa ele deitou na cama.

—Agora é sua vez.

 Ele abriu as pernas, me apresentou seu ânus, algo que nunca imaginaria que um homem másculos como ele faria. Me enchi de ansiedade, o tesão aumentou, meu pênis que antes já não estava tão duro, agora parecia que explodiria em instantes. Nunca tinha penetrado um homem, sempre eu quem era penetrado. Não podia deixar essa oportunidade passar. Me aproximei, segurando meu pênis de 15 centímetros, eu penetrava Sung-Joon bem delicadamente. Acompanhava sua reação, esperava conseguir parar caso ele não aguentasse. Entre alguns gemidos e caretas, ele aguentou bem. Logo já movimentava lentamente, vi que o rosto dele estava vermelho, a dor era grande, mas ele aguentava, queria me dar o mesmo prazer. Me senti valorizado por um cara que encontrei no bar, ele pensava em mim, e eu nem sentia nada mais que tesão por ele, algo que é passageiro.
    A sensação de ter meu pênis sendo apertado em toda sua extensão é incrível. Tinha pena dele e não fazia nenhum movimento brusco, mas senti quando sua mão puxou minha perna, ele queria mais. Aumentei a velocidade, ouvia seus gemidos, agora era mais alto, mas continuavam sendo gemidos de um homem de voz grossa. Em pouco tempo eu já estava quase chegando no orgasmo.

—Fábio, quando estiver na hora me avise.

 Fiquei curioso. O que ele queria fazer?
       Já não estava mais dentro de Sung-Joon, ele sentiu um alívio grande. Me masturbava para chegar ao orgasmo, ele pressentiu, sentou-se na cama, pegou meu pênis e colocou na boca. Foi o meu limite. Sentia os jatos do meu esperma atingirem o interior da boca de Sung-Joon, era uma quantidade tão grande, algo que nunca tinha acontecido comigo. Só tinha visto tanto esperma assim na última vez que Sung-Yong-hyung e eu transamos.
      Sung-Joon tinha a expressão de estar satisfeito, parecia que era isso que ele queria. Tirei o pênis de dentro da boca dele, peguei uma toalha para ele cuspir o líquido branco, mas em um movimento de seu pomo de Adão, eu vi ele engolir todo meu esperma.

—Não faça isso, Sung-Joon.

—Que mal me faria ter algo seu dentro do meu corpo?

Ele falou isso enquanto alisava o abdômen com a mão direita.

    Não sabia o que responder. Precisava ter a habilidade de ler mentes, não conseguia acreditar que tudo o que ele dizia era verdade. Afinal de contas, tinha conhecido ele ontem em um bar. Naquela hora só senti um carinho por ele, talvez isso não seja nada se comparado ao que ele diz sentir por mim. Pensei em dormir com ele no hotel, mas a preocupação com Sung-Yong-hyung era maior que a minha vontade de deitar com aquele homem de corpo divino e voz grossa.
       Tomei um banho muito rápido, me vesti catando minhas roupas espalhadas pelo quarto. Sung-Joon continuava deitado na cama, via o suor que ainda escorria pelo seu corpo.

—Você tem certeza que quer ir embora?

—Preciso ir. Tenho coisas para preparar, logo estarei viajando de volta para o Brasil.
    Sung-Joon, que antes estava deitado de barriga para cima e tinha as pernas penduradas na beirada da cama, agora se posicionava de lado abraçado ao travesseiro. Conseguia sentir sua angústia de longe.
    Saí do hotel, peguei um táxi e em poucos minutos estava na porta do apartamento.


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