Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 5
Capítulo 5 - Passeio no parque.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676044/chapter/5

 

Como prometido fomos ao parque com a sobrinha de Yoon-Sang. O nome dela é Yu-Jin, tem 9 anos. Ela sempre nos chamava de "Oppa", fiquei confuso por causa disso, nunca sabia com qual de nós três ela estava falando. Passeamos um pouco, fazia calor, não muito, andamos até chegar em uma grande área aberta do parque. A parte mais legal deste lugar, eram as crianças brincando nos jatos de água que saiam do chão, era um parque aquático sem piscina. Yu-Jin quis entrar na água, mas não tínhamos trazido uma toalha para que ela se secasse. Ela foi bem compreensiva e concordou em deixar para brincar na água outro dia. Como benefício ela ganhou um sorvete.
   Fomos até o outro lado da praça, lá onde estavam posicionados os brinquedos do parque. Yu-Jin, pediu para andar em um brinquedo com formado de xícaras, os assentos eram grandes, portanto nos quatro coubemos em uma xícara. Yu-Jin se divertiu, mas assim que o brinquedo terminou de girar, ele parou . Olhei para Sung-Yong-hyung, ele estava pálido.

—Hyung, você está passando mal só por andar nesse brinquedo de criança?Ele não respondeu. Yoon-Sang e eu fomos ajudar Sung-Yong-hyung a descer do brinquedo. Como uma pessoa magra conseguia pesar tanto. Ele logo se recuperou, mas evitou todos os brinquedos em que fomos.

    O dia passou rápido. Yu-Jin parecia não se cansar nunca. Andamos em todos os brinquedos em que ela podia entrar, compramos presentes para ela, depois fomos comer em um restaurante próximo do parque. Já passava das 14 horas quando decidimos encerrar o passeio. Até eu já estava me sentindo mal depois de girar tanto. Passamos no apartamento da irmã de Yoon-Sang, deixamos Yu-Jin. Seguimos para o apartamento de Sung-Yong-hyung. Yoon-Sang nos acompanhou, era sábado, tinha esporte na tv, mas antes de tudo, passamos em um supermercado e compramos cervejas e alguns petiscos prontos, só era preciso aquecer no microondas.
    O basebol ainda não tinha começado, deixamos a tv ligada em um programa musical. Ficava impressionado de ver como os artistas se esforçavam para dançar e cantar. Comentei que no Brasil, praticamente não existem artistas que dançam, a maioria só canta e fica fazendo caras e bocas para a câmera. Aproveitando essa conversa, Yoon-Sang me disse que os coreanos são exigentes, então para ser considerado ídolo, eles têm que cantar e dançar, raramente os artistas fazem apenas uma  coisa. O mesmo acontece com atores e atrizes, geralmente eles lançam alguma música, pois precisam mostrar que têm mais de um talento.
    Sung-Yong-hyung, estava sentado apenas escutando nossa conversa, e como sempre ele é um enigma, nunca sei o que ele está pensando. Será que está gostando da minha relação com Yoon-Sang? Será que ele prefere que não tenhamos muito contato? Sempre tinha dúvidas com relação aos seus sentimentos. Mesmo Yoon-Sang, que conhecia ele há mais tempo, não conseguia saber qual a opinião de Sung-Yong-hyung com relação ao que está acontecendo.
    Eu geralmente fugia de pessoas frias e calculistas, mas tinha aquela necessidade de estar perto dele. Por isso, muitas vezes, não pensava muito no que ele queria, apenas fazia como achava que era melhor. As vantagens de ter um relacionamento com Sung-Yong-hyung, era ser surpreendido por ele no chuveiro como da primeira vez que transamos. Embora ele não seja a pessoa mais amorosa do mundo, a sensação de estar com ele é uma das melhores coisas que tinha me acontecido em anos.
   Tinha chegado a hora do basebol, eles trociam muito, era o único momento que via Sung-Yong-hyung sorrir, falar alto, e até jogar travesseiros e meias na tv, quando uma jogada não era bem feita. Talvez o álcool seria a solução para ver o Hyung mais solto e menos robotizado.
    O jogo acabou, eu mal conseguia ficar em pé, embora não tivesse bebido quase nada, porque não gosto muito de cerveja, eu estava meio que bêbado, só que de sono. Fui para o quarto e me joguei na cama. Não sei que horas Yoon-Sang foi embora, não sei nem se ele foi, só me lembro de ter me jogado na cama.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Barreiras Culturais. Volume 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.