Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 4
Capítulo 4 - Admiração e diversão.




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 Chegamos no apartamento. Sung-Yong-hyung, foi direto para o banheiro. Enquanto isso, eu estava procurando no folheto dos restaurantes com entrega à  domicílio, precisava comer algo, mas não tinha forças para preparar.
Não consigo falar em coreano, apenas arrisco algumas palavras, mas a minha compreensão era muito boa. Na maioria das vezes eles falavam em coreano e eu respondia em inglês. A comunicação funcionava bem, mas só entre nós, falar com alguém desconhecido era cansativo. Por isso escolhi o que queria comer, e esperei por Sung-Yong-hyung, para que ele fizesse o pedido.
     Não demorou muito e ele saiu do banheiro, como não tinha levado nenhuma roupa, só lhe restava sair de toalha de lá. Parecia cena de novela, um belo rapaz saindo do banheiro apenas de toalha. Pensamentos um pouco exagerados vieram em minha cabeça. Me lembrava dos momentos em que aquele ser me possuiu, estava sobre seu domínio, não reclamava nem da dor ou desconforto, apenas aguentava para ter ele o mais perto possível. Era como se duas almas estivessem se reencontrado após milhões de anos. Isso gerava em mim outros pensamentos sobre a vida, a reencarnação e a alma. Teria Sung-Yong-hyung, alguém muito importante para mim em alguma vida passada? Deixei meus pensamentos impuros e um pouco malucos de lado, e antes de ele pegar alguma roupa, chamei.

—Hyung, você poderia fazer este pedido para mim?
Ele veio em direção à mim, ainda de toalha, olhou o folheto, pegou o telefone da minha mão, decidiu sentar no sofá e começou a discar os números. Não conseguia parar de admirar ele, os cabelos pretos molhados, deixavam ele com uma cara de cachorro abandonado. Mas seu corpo era de homem, magro, mas definido, seus braços, que eram mais musculosos por causa do trabalho com a câmera e equipamentos pesados, sempre me hipnotizavam. Eu tinha vontade de ser envolvido pelos seus braços, de acariciar cada músculo do abdômen dele.
Ele logo tinha terminado de fazer o pedido, jogou o telefone em cima da mesinha da sala. Pegou a outra toalha que estava envolta no pescoço e começou secar o cabelo. Levantando os braços e fazendo movimentos de sobe e desce com a toalha. Só conseguia lembrar da cena do drama que tinha assistido, o ator fazia exatamente esses movimentos. A diferença é que o ator era mais encorpado, provavelmente, malhava 3 vezes por semana ou mais.
Um detalhe que só tinha reparado agora, é que, Sung-Yong-hyung é um homem de poucos pêlos, e não parecia se depilar.
       Já estava no ponto de me jogar em cima dele, por mim, levaria a noite toda fazendo todas as loucuras possíveis com ele, mas a campainha tocou. Era Yoon-Sang. Assim que abri a porta ele entrou, Sung-Yong-hyung já tinha vestido uma bermuda, porém permanecia sem camisa. Yoon-Sang se aproximou dele, sem falar nada, lhe abraçou e disse:

—Sung-Yong, você está bem? Fiquei sabendo agora da emboscada.
Sung-Yong-hyung não se mexia, talvez estivesse gostando de ser abraçado pelo amigo. Me lembrei do que ele tinha dito, sobre ele não conseguir mais ficar longe de Yoon-Sang, e que o relacionamento deles estava estranho. Vendo os dois naquela cena de casal reencontrado, fiquei com um pouco de ciúmes. Mas ao mesmo tempo, tinha a sensação de que aquilo era o correto, eles estarem juntos me fazia bem, mas ao mesmo tempo o ciúme me preenchia, conseguir controlar os dois sentimentos não era tarefa fácil.

—Yoon Sang, como você ficou sabendo? (Falei isso não porque estava curioso, minha real intenção era acabar com aquela cena.)

—O dono do bar, que fica na minha rua, me disse ter visto Sung-Yong passar correndo, fugindo de três caras.
          Contamos tudo que aconteceu, Yoon Sang parecia preocupado, mas ao mesmo tempo, ele tinha a mesma cara de bobão que eu fazia quando Sung-Yong-hyung tinha partes do corpo descobertas. Depois da conversa, Yoon-Sang permanecia admirando o corpo quase nu de Sung-Yong-hyung, quase perguntei se ele queria um babador, mas talvez ele interpretasse mal a brincadeira.

—Yoon-Sang, me responda com sinceridade. Você não acha que Sung-Yong-hyung, deveria estar na frente das câmeras e não atrás delas?
Yoon-Sang mudou de cor, sua pele de tom mais escuro que de Sung-Yong-hyung, ficou vermelha, as orelhas pareciam estar pegando fogo. Eu ri. Logo em seguida, falei:

—É verdade, Hyung. Você tem cara de ator, deveria estar fazendo algum filme ou novela.
Agora quem estava vermelho era Sung-Yong-hyung. Levantou-se e vestiu uma camisa vermelha. A única coisa que ele disse, foi que ele não servia para isso, não conseguia fingir algo por muito tempo.
Nisso eu concordo, pois ele estava ao ponto de passar mal, antes de se abrir comigo.

—Sung-Yong-hyung, neste final de semana, vou levar minha sobrinha de 9 anos para passear no parque e talvez assistir algum filme no cinema. Você poderia ir junto comigo? Sung-Yong-hyung, disse:

—Nós vamos.
Ele indicou que todos nós iríamos juntos.
    Logo Yoon Sang se despediu, fui para o meu quarto, quando Sung-Yong-hyung já tinha deitado, ver ele daquele jeito, todo largado, usando uma bermuda folgada e camiseta, me deixou com vontade de deitar junto dele. Mas como ele não tinha dado essa abertura, segui para meu quarto, e só saí de lá na manhã seguinte.
   Ao entrar na sala, não econtrei o Hyung, que ontem ali estava. Olhei para o relógio e vi que já era 8 e 35 da manhã. Era quinta-feira, ele tinha o compromisso com uma nova gravação. Nesse dia ele chegou mais cedo, por volta das 17 horas, fomos jantar no restaurante naquela noite. Voltamos para o apartamento, tudo tinha ocorrido normalmente.
  Na sexta-feira, fomos ao shopping, Sung-Yong-hyung disse que queria comprar algumas roupas e um boné que tinha lançado. Nos divertimos bastante, pois ele brincou de modelo no vestiário de uma loja grande, cada hora ele saía do trocador vestido com uma roupa diferente, mas sempre era a mesma roupa que os modelos dos cartazes da loja usavam. Ele estava de brincadeira comigo, por ter dito que ele deveria ser ator. Vestia a roupa e me perguntava se ele estava igual aos modelos dos cartazes, respondia rindo, que ele estava melhor. Foi um dos raros momentos engraçados que passei com ele.     Compramos algumas peças, e seguimos para uma loja de bonés e acessórios. Hyung, parecia estar em casa, conhecia o vendedor, o mesmo já tinha reservado o boné do lançamento para ele. Era um boné preto com a aba listrada de branco e cinza. Embora fosse bonito, o boné que me deixava meio que excitado, quando ele usava, era um preto, com a aba bem curvada, tinha a aparecia de ser antigo. Quando ele usava aquele boné, me lembrava algum personagem de filme de ação e espionagem. Esse dia passou rápido, logo já era noite e voltamos para o apartamento com as mãos cheias de sacolas, até eu tinha ganhado uma camisa.


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