Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 19
Capítulo 19 - Um troféu.




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     Não demorou muito para que Sung-Joon viesse atrás de mim, ele tentou pegar minha mão, mas eu não deixei. Estava realmente bravo com ele, se tivesse outro lugar para ir, cortaria o contato com Sung-Joon naquela hora, mas estava preso no mundo dele, e mesmo que tentasse me afastar, ele não permitiria.
    Sung-Joon se aproximou, me abraçou e pediu desculpas, era impossível resistir ao seu abraço apertado e a voz grossa falando perto do meu ouvido. Ele me beijou tão profundo que logo já não sentia mais raiva dele, era como se ele tivesse o poder de mudar meus sentimentos com um beijo. Mesmo assim afastei ele de mim, caminhei até o final da rua e parei perto do carro. Sung-Joon me acompanhava de perto naquela noite escura, logo estávamos os dois encostados no carro, sem falar nada, apenas vendo o tempo passar.

    Eu sabia que Sung-Joon não demoraria muito para agir, por isso não fui surpreendido quando ele se pôs de frente para mim, começou a beijar meu pescoço e vinha subindo até minha boca, era como se ele me indicasse o que queria fazer. Ainda estava bravo com ele, mas seria impossível pará-lo, o desejo era grande. Ele abriu a porta de trás do carro e eu entrei de costas. Fiquei deitado no banco de trás com Sung-Joon por cima de mim, me beijando, me acariciando, até que senti sua mão no meu pênis, ele logo retirou minha calça, me deixando apenas com a camisa, ele voltou a me beijar, aproveitei a oportunidade para colocar a mão no pênis dele que já estava completamente ereto, esse foi o gatilho para que o meu também ficasse completamente duro. Sung-Joon desceu até meu membro e abocanhou sem hesitar, fazia tanto tempo que não sentia o calor da boca de Sung-Joon no meu pênis que tinha esquecido completamente como era bom. Ele parou, mas por um bom motivo, queria tirar a camisa, ele não conseguia, pois, o lugar era apertado para nós dois, tive que ajudar, logo consegui puxar a camisa, bagunçando o cabelo de Sung-Joon, ele riu, mas logo voltou para o que interessa. Era impressionante ver seus músculos, que pareciam maiores, talvez pelo fato de não ter visto ele sem camisa por um bom tempo. A próxima coisa mais importante a se fazer naquele momento era liberar o pênis de Sung-Joon da prisão de tecido em que se encontrava. Ele ficou de joelhos no banco, meio abaixado por causa do teto do carro, e em meio a uma pequena luta com o botão ele conseguiu desabotoar a calça e finalmente revelar o membro extremamente rígido. Era uma bela visão que eu tinha, aquele belo rosto sorridente, os braços musculosos, o peitoral volumoso e o abdômen delineado seguido de um belo pênis completamente ereto. Eu só pensava que tudo nele era perfeito demais, não conseguia acreditar que tudo aquilo poderia ser meu, apenas meu, sem que precisasse me preocupar com a indecisão por parte dele. Sabendo o que viria em seguida, já me preparei para o desconforto, Sung-Joon se posicionou e logo senti o membro dele entrando em mim. 
    Não importava quantas vezes eu tivesse sido penetrado, sempre é dolorido, o prazer só vem depois de um tempo, e na maioria das vezes o prazer é externo, prazer no parceiro, não na penetração em si. Isso me fez pensar que quando Sung-Joon sofreu o estupro, na época do colégio, ele nunca poderia sentiria prazer naquilo, pois para mim o prazer está em ver o parceiro, em sentir ele dentro do corpo, não apenas com a penetração forçada. Deixei esses pensamentos tristes de lado, precisava me concentrar, caso contrário tudo aquilo não me serviria de nada. Olhava para Sung-Joon, os movimentos do seu corpo, a cara de satisfação, os gemidos tímidos e o suor escorrendo por todo o corpo. Enquanto admirava aquele homem e sentia ele dentro de mim, uma escuridão surgiu dentro do carro, as luzes se apagaram.

—Sung-Joon, as luzes se apagaram.

   Sem sair de dentro de mim, Sung-Joon se jogou entre os bancos da frente e apertou o botão de partida do carro, as luzes se acenderam, o motor deu a partida, agora conseguia sentir o vento frio do ar condicionado chegando até nossos corpos suados. Com um ambiente mais confortável, poderíamos fazer sexo a noite toda que não me importaria.
    Voltamos a nos concentrar no que importava, Sung-Joon não parava por nada, era bom ter ele dentro de mim, era ainda melhor quando ele acariciava meu pênis ao mesmo tempo. Mas o melhor momento mesmo, era quando ele deitava por cima de mim e se movimentava esfregando o seu corpo no meu. Sentia o cansaço de Sung-Joon e a respiração ofegante, ele parou por um tempo, jogou todo o peso do seu corpo sobre mim.

—Sung-Joon, você está bem?

—Sim, estou. Apenas descansando um pouco.

—Falta muito? Quer mudar de posição?

—Não, assim está bom.

   Ele permanecia deitado, conseguia sentir os batimentos do seu coração, ele estava realmente gostando. Depois de um tempo ele se levantou, e desta vez os movimentos foram mais fortes e frequentes. Eu não conseguia segurar os gemidos, doía bastante, mas não queria que ele parasse.

—Está doendo? Quer que eu pare?

—Não, apenas continue.

    Ele continuou, só que agora mais forte ainda. Eu chegaria no orgasmo logo, Sung-Joon pegou no meu pênis, e esse foi o meu limite, ejaculei com o primeiro movimento de sua mão. Ele parecia satisfeito, senti que ele tinha a intenção de me fazer gozar primeiro, talvez estivesse se segurando, ele já deveria ter chegado ao orgasmo depois de tanto tempo, talvez por isso ele tenha parado naquela hora. Queria falar sobre isso, mas preferi esperar ele terminar, algo que não demorou nada. Senti o líquido quente dentro de mim, era uma sensação boa, e Sung-Joon parecia satisfeito, mas não tirava o pênis de dentro de mim, tentei tirar, e ele não deixou.

—Não tire ainda. Espere um pouco.

    Senti o membro dele endurecer novamente, ele se movimentou um pouco, me beijou, ficou um tempo parado, de repente ele soltou um gemido alto, e eu senti o liquido quente dentro de mim novamente.

—Você gozou outra vez?

—É...

    Ele parecia envergonhado, não sei porque estava assim. Não achava nada vergonhoso ele ter dois orgasmos em tão pouco tempo. Dessa vez ele retirou o pênis de dentro de mim, ele queria se afastar, mas eu não deixei, puxei ele, que caiu em cima de mim com tudo. Me posicionava no banco, eu queria deixar ele deitado por um tempo, não apenas isso, queria ficar por cima dele agora. Consegui e logo estava sentado em Sung-Joon. 
    Era bom ver ele deitado, sentia uma sensação de posse, como se aquele homem todo fosse meu, era como um troféu. Queria poder mostrar para todos, minhas irmãs, minhas tias e até para os meus vizinhos lá no Brasil, queria exibir meu troféu. Sung-Joon não é apenas bonito, é inteligente, carinhoso e atencioso, mas as pessoas não se importam com isso, apenas a aparência é que conta, e nesse quesito ele não perderia. Até eu achava impossível conseguir um homem tão bonito assim. Acho que a minha sorte estava do outro lado do mundo, e eu nunca conseguiria encontrar, se não tivesse me arriscado.

    Deitei no peito de Sung-Joon, precisava de um momento assim, ainda não estava completamente satisfeito com a situação que tinha me feito passar.

—Sung-Joon... Como você descobriu que Sung-Yong-hyung estaria naquele restaurante?

—Eu não queria falar nada disso pra você, mas... Eu senti a necessidade de saber que Sung-Yong estava bem. Por isso paguei para uma pessoa vigiar ele pra mim.

—Você pagou?

—Conheço um cara que faz esse tipo de trabalho. Ele está vigiando Sung-Yong desde o dia que ele partiu.

—Por que você fez isso? Eu não pedi que fizesse.

—Eu fiz por você. Posso dizer que também fiz por desejo próprio, pois sinto que Sung-Yong é um cara legal, apenas se envolveu com coisas erradas.

—Exatamente igual a você?

—S-sim... Igual a mim... Somos parecidos até nisso.

—Até nisso? Em mais o que vocês são parecidos?

    Sung-Joon me olhava, parecia indicar que eu era a resposta.

—Você está querendo dizer que eu fui escolhido por vocês?

—Não, não é isso. Eu quis dizer que você é o tipo que eu e Sung-Yong gostamos.

—Sei... Vou deixar mais essa passar, mas na próxima você já sabe.

    Apertei o nariz de Sung-Joon, foi a maior ameaça que pude fazer naquele momento.

    Depois de algum tempo deitados no banco de trás do carro descansando, decidi que deveríamos nos limpar e seguir para a casa, era perigoso ficar dentro do carro, ainda mais para nós que estamos sendo perseguidos.

—Olhe para nós, estamos em um estado desagradável, como vamos entrar em casa assim?

—Use a minha camisa para se limpar, nesse horário não deve ter ninguém no elevador.

    Fiz o que Sung-Joon sugeriu, usei a camisa dele e limpei a maior parte da sujeira dos nossos corpos, até o banco do carro eu tive que limpar, não era como na cama, que depois bastava jogar tudo na máquina que estaria limpo.
    Sung-Joon sentou no banco do motorista, estava sem camisa, ficou assim o tempo todo, era até excitante vê-lo assim, mas por incrível que pareça ele tinha vergonha de ficar sem camisa.

—Pare de ficar me olhando, eu tenho vergonha.

—A culpa é sua, por ter... você sabe, duas vezes.

—Só está me deixando mais envergonhado.

    Era estranho ver esse lado envergonhado de Sung-Joon, pois ele sempre parece tão confiante.

—Você faz uma sessão de exercícios diária para deixar o corpo assim, e agora me diz que tem vergonha de mostrar.

—Para de falar do meu corpo... Aí, perdi a entrada... Era para eu ter entrado naquela rua.

—Faz a volta ali na frente, Sung-Joon.

—Não é apenas fazer a volta ali, eu tenho que ir até o final desta avenida para poder voltar.

—Então significa que você terá que me aturar olhando seu corpo por mais tempo.

—Hahahaha. Então me dê a camisa.

—Não, ela está toda suja.

—Não tem problema.

—Não adianta, não vou deixar você vestir aquilo.

    Sung-Joon estava ficando irritado com as minhas brincadeiras, ele estava realmente desconfortável de ficar sem camisa. E eu continuava olhando para ele, foi então que lembrei do corte que ele tinha nas costas, tinha me esquecido completamente disso, talvez pelo fato de ele não ter me pedido para fazer o curativo.

—Deixe-me ver os pontos na suas costas.

    Ainda meio rabugento ele virou um pouco e eu pude ver os pequenos pontinhos pretos. Estava muito bem cicatrizado, provavelmente não deixaria marcas.

—Temos que ir na clínica do Sr.Lee ainda esta semana, ele deve estar preocupado com você.

—Vamos lá amanhã, preciso perguntar algumas coisas a ele.

—Como será que Sung-Yong-hyung está? Ele levou pontos em vários lugares.

—Ele vai ficar bem.

—Como você sabe?

—Eu paguei a um enfermeiro de confiança, ele irá visitá-lo amanhã de noite.

—Você está realmente preocupado com Sung-Yong-hyung.

—Foi como eu já disse. Nós somos parecidos. Ele provavelmente não irá em um hospital tirar os pontos, por isso mandei o enfermeiro.

—Sinto falta dele, mesmo com aquele jeito sério e calado ele é uma boa companhia.

—Fábio, você e Sung-Yong já...?

—Você quer saber se eu e Sung-Yong-hyung já transamos?

    Sung-Joon apenas acenou com a cabeça afirmando. Ele parecia um pouco triste, pois provavelmente já sabia a resposta.

—Não somos mais adolescentes, então acredito que você já sabe a resposta.

—Então, me diga quem é melhor?

    Quando um homem pergunta isso, ele na verdade quer saber quem tem o pênis maior, esse é o problema de se relacionar com outro homem, sempre vou saber o que ele quer dizer, ou como ele vai agir. 
    Diferente de muitos eu não me importava com o tamanho do membro do meu companheiro, se fosse para escolher pelo tamanho, penso que o número deveria estar tatuado no braço de todos os homens, assim facilitará a escolha. Não queria compará-los com base nisso, mas Sung-Joon me induziu a pensar neste assunto. Como diria para ele que Sung-Yong-hyung deveria ter uns 3 centímetros a mais que ele? Não seria nada bom para a sua autoestima, principalmente para ele que se preocupa tanto com o que os outros pensam.

    Eu tinha que me livrar desta pergunta e a melhor maneira de fazer isso seria jogar outra pergunta, ou falar do corpo dele, deixar ele com vergonha ajudaria a mudar de assunto.

—Quê tipo de pergunta é essa? Com quantos homens você acha que já fiquei? Você é o terceiro com quem transei. Não possuo experiência para compará-los.

—Você está usando essa desculpa para se livrar da minha pergunta. Mas eu já sei que Sung-Yong é melhor.

—Não queria dizer isso, mas se você insisti. Na verdade, o melhor foi o primeiro, um brasileiro como eu. Talvez por isso você e Sung-Yong-hyung tenham me escolhido.

   Já conhecia todos os pontos fracos de Sung-Joon, não tinha como ele me encurralar com suas perguntas. Embora ele não tenha gostado das minhas respostas, eu me divertia vendo ele ficar cada vez mais rabugento.
    Algum dia eu conto que ele foi o primeiro homem que eu penetrei, e posso dizer que gostei mais dele, não apenas por isso, e sim pelo fato de ele não me trata como uma mulher, algo que não sou. Ele reconhece que sou homem, e que tenho as mesmas vontades que ele, por isso Sung-Joon era o número um da minha pequena lista. Só não posso deixar ele saber disso, pelo menos não por enquanto.


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