Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 15
Capítulo 15 - Apartamento luxuoso.




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    Imaginava que Sung-Joon tivesse um apartamento legal, pois ele sempre se vestia muito bem, e se levasse em consideração o carro em que estamos, posso dizer que ele tem uma situação financeira estável. Todas as dúvidas sobre a situação financeira de Sung-Joon foram esclarecidas quando entramos em um estacionamento que pertence a um prédio de classe alta. Via todos os carros estacionados, e posso dizer que nenhum deles era popular, todos eram carros importados, carros de luxo.
    Senti um frio na barriga, estava me metendo em um lugar que eu e Sung-Yong-hyung só entraríamos para fazer algum trabalho.
Sung-Joon saiu do carro, pegou a mala e foi em direção ao elevador, Sung-Yong-hyung ainda precisava do meu apoio, por isso andávamos mais devagar. Entramos em um elevador todo espelhado, Sung-Yong-hyung parecia chateado com a situação, sentia que ele não queria estar ali. Eu também não estava confortável com isso, precisaria de algum tempo para me acostumar. O elevador parou no décimo terceiro andar, e esse andar inteiro pertencia ao apartamento de Sung-Joon.

—Sung-Joon, você não me disse que era rico.

—Não sou. Isso aqui pertencia ao meu avô, ele deixou de herança para mim. Não comprei nada que está aqui.

—Mas, deve ser muito caro manter um lugar desses.

—Não pago nada, meu avô deixou esse apartamento com tudo pago, desde o condomínio, até a energia elétrica. Tudo está pago por 50 anos.

—Esse seu avô, ele era muito rico?

—Sim, mas ele sofria de uma doença crônica desde novo, portanto não aproveitou nada que o dinheiro poderia prover. Temendo pelos atos do meu pai, ele me deixou esse apartamento, o carro e uma quantia suficiente para 50 anos sem precisar me preocupar com dinheiro.

—Ele era muito generoso.

—Na verdade ele nunca foi, esses "mimos" foram exclusivos para mim. Fui criado por ele como um filho.

    Entramos no apartamento, uma sala gigante, um sofá que tinha metros de extensão, uma tela de mais de cem polegadas, tudo isso em tons claros, misturando branco e bege. O lugar é lindo, tinha até medo de tocar em algo. Tudo parecia delicado e organizado. Até Sung-Yong-hyung que não era de expressar muitas reações, parecia assustado com tudo que via.

Sung-Joon colocou a mala no chão da sala.

—Vocês devem se sentir em casa, não precisam ficar com medo, esse lugar está arrumado assim, porque eu nunca uso, sempre que venho pra casa, vou direto para a cama, acabo não usando nada, nem a cozinha.

    Ele estava certo, tudo parecia não ter sido tocado nunca. Até a cozinha tinha os objetos limpos e sem marcas de uso. Mesmo Sung-Joon dizendo para não ter medo de usar as coisas, era complicado, não estamos acostumados com tanto luxo.

—Todos os quartos têm banheiros, podem escolher um deles. Fábio, acho que você vai precisar ajudar o Sung-Yong, ele ainda está muito machucado.

—Hyung, você precisa tomar banho. Vou te ajudar e depois farei novos curativos.

    Sung-Joon foi para o quarto dele, senti uma pontada de ciúmes nele. Precisaria resolver isso, não quero que ciúmes existam entre nós, na verdade eu odeio ciúmes, para mim não existe coisa pior do que isso.
Ajudei Sung-Yong-hyung a tirar a camisa e até a bermuda, ele entrou no banheiro, fiquei sentado na cama esperando ele terminar, já tinha separado os materiais para fazer os novos curativos. Ele não demorou, saiu de lá com um cheiro bom de essência floral. Enrolado na toalha, não queria que eu o ajudasse a vestir uma cueca e uma bermuda. Até brinquei um pouco, dizendo que não tinha nada de baixo da toalha que eu já não tenha visto. Ele retirou a toalha deixando o corpo completamente nu, ajudei a vestir a roupa, ele deitou na cama para que eu fizesse os curativos.
O abdômen foi onde ele levou vários pontos, eram cortes pequenos, mas que se não fossem tratados corretamente, deixariam cicatrizes feias. Embora as manchas escuras tivessem diminuído bastante, ele ainda tinha muitas manchas vermelhas pelo corpo. Passei uma pomada nos pontos e logo enfaixei, tinha que rodear o corpo dele com uma faixa de tecido. Assim que terminei, lhe ajudei a vestir uma camisa preta.

—Hyung, vou pedir comida. Se quiser deitar um pouco, eu te chamo quando ela chegar.

—Pode deixar que eu peço a comida. Você precisa ajudar o outro.

Foi como um choque de emoções dentro de mim. Ele entendia muito bem como eu me senti com relação a Sung-Joon. Apenas abracei Sung-Yong-hyung.

—Obrigado por entender, Hyung.

—Ele também está ferido, lutar contra aquele monstro não foi fácil.

    Tive vontade de beijá-lo, mas me segurei, precisava me apressar, Sung-Joon já deveria estar se livrando dos curativos sozinho. Bati na porta do quarto e ele não respondeu, mas a porta estava meio aberta, decidi entrar. O quarto é muito grande, talvez fosse do tamanho da sala. Sung-Joon estava sentado na beirada da cama, já tinha tirado a camisa que o Sr. Lee tinha dado, mas não tinha tomado banho, pois o curativo ainda estava no lugar.

—Sung-Joon?

Me aproximei, ele se assustou comigo, estava chorando.

—Fábio? Mas você deveria estar ajudando o seu amigo.

—Já ajudei Sung-Yong-hyung. Ele me disse para vir ajudar você agora.

   Ele levantou-se, me abraçou forte, isso me fazia sentir protegido quando ele me abraçava com todos aqueles músculos. Sempre muito carinhoso e sentimental, Sung-Joon é o extremo oposto de Sung-Yong-hyung, porém todos esses sentimentos deixam ele muito necessitado de atenção. Mesmo Sung-Joon sendo esse cara sentimental, nunca deixava de ser másculo. Sempre toma as decisões e sempre age de forma rápida.

—Deixe-me tirar a faixa, preciso ver a situação dos pontos.

    Desamarrei a faixa, comecei a desenrolar do corpo de Sung-Joon, ele levantou os braços para facilitar o meu trabalho. Eu sempre olhava seu corpo e pensava como ele é perfeito, tudo nele tinha as proporções corretas. Ele praticamente não tinha pelos, e não tinha sinal de que se depilava. Já tinha terminado de tirar a faixa, peguei em seus braços delineados e fiz com que ficasse de costas para mim. A ferida não tinha marcas de sangue, os pontos estavam perfeitos, pareciam ter sido feitos por um artista. Sr. Lee provavelmente queria evitar que Sung-Joon ficasse com cicatrizes no corpo. Deveria agradecer a ele, pois seria uma pena ter uma cicatriz tão grande naquele homem de beleza divina.

—Pronto. Agora vá tomar banho. Estarei aqui esperando para fazer um novo curativo e te ajudar a vestir a camisa.

—Você não quer se juntar a mim no banho?

A oferta era tentadora, e a cara de safado que Sung-Joon fazia era excitante.

—Não. Vá logo, estou com fome e ainda nem tomei banho.

    Empurrei ele para dentro do banheiro e fechei a porta. Não posso negar que meu pênis respondia ao chamado tentador de Sung-Joon. Mas não, por enquanto não, preciso resolver as coisas, e ele ainda está machucado.
Ele não demorou muito, pois sabia que eu estava esperando.

—Terminei.

—Você poderia ter vestido a cueca e a bermuda dentro do banheiro.

—Esqueci as roupas aqui no quanto.

—E a toalha? Não tinha lá dentro? Se secou com papel-higiênico?

—Não, só não achei necessário me vestir. Afinal de contas, não há nada aqui que você já não tenha visto, talvez você conheça meu corpo melhor que eu.

Achei engraçado a resposta dele, pois foi exatamente o que tinha dito para Sung-Yong-hyung minutos atrás.

—Vamos, vista-se logo.

Ele se apressou e vestiu uma cueca. Não quis insistir para que vestisse a bermuda, apenas passei a pomada que o Sr. Lee tinha me dado e fiz o curativo, enrolei a faixa nele, tentei apertar um pouco mais e ele reclamou.

—Devagar, sou musculoso, mas não de aço.

—Pronto, já terminei. Agora eu vou tomar banho no outro quarto. Sung-Yong-hyung ficou encarregado de pedir comida.

    Saí do quarto de Sung-Joon e fui para o banheiro onde Sung-Yong-hyung tinha tomado banho, minhas roupas estão na mesma mala, por isso decidi tomar banho no banheiro daquele quarto. Quando passei pela sala, vi que Sung-Yong-hyung parecia estar em casa, deitado na poltrona assistindo esportes na TV gigante.


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