Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 14
Capítulo 14 - Não consigo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676044/chapter/14

    Preciso voltar e explicar para Sung-Yong-hyung. Era esse meu pensamento, mas meu corpo não responde. Estava do lado de fora, apenas uma porta me separava de todos os problemas. Respirei fundo e abri a porta. Sung-Joon estava sentado na poltrona olhando para o smartphone, Sung-Yong-hyung estava sentado na cama, tinha os olhos fechados, parecia não querer falar com ninguém. Sung-Joon levantou-se, passou por mim.

— Me desculpe.

    O que ele tinha feito? Quis perguntar, mas ele saiu sem dar oportunidade. Segui até a cama e sentei ao lado de Sung-Yong-hyung, ele não expressava nenhuma reação.

—Hyung, você está bem?

Ele me olhou, apenas fez um gesto com a cabeça afirmando que sim.

—O quê Sung-Joon te contou?

Ele respirou fundo.

—Tudo. Que vocês estão se encontrando. Contou sobre qual era a missão dele, e que só estou vivo por sua causa.

—Hyung, eu temo pela sua segurança, por isso vou pedir a Sung-Joon...

—Não preciso de guarda-costas.

—O que você pretende fazer?

—Voltar pra casa. Preciso ligar para Yoon-Sang, ele virá me buscar.

—Voltarei com você, não posso te deixar nessa situação.

—Não. Você deve ficar com Sung-Joon, ele tem mais formas de te defender, ele é melhor que eu...

—Não diga isso! Ele não é melhor que você, Hyung. (Abracei-o.) Precisava... muito que... que você estivesse bem, não conseguiria continuar neste mundo sem você. Quero que você compreenda... da mesma maneira que você não consegue viver sem Yoon-Sang, eu não consigo mais viver sem Sung-Joon... Ele não é a pessoa mais confiável do mundo, ainda assim é uma pessoa que preciso ter na minha vida. Espero que você entenda minha situação, e não se afaste por causa dele. Não consigo escolher... não existe escolha... é impossível.

   Lágrimas caíam dos meus olhos, Sung-Yong-hyung parecia sem resposta, mas acredito que ele conseguiu compreender meus sentimentos por Sung-Joon quando comparei com Yoon-Sang.
Ele permanecia de cabeça baixa, apenas escutava o que dizia. Quando finalmente ele ergueu a cabeça, antes mesmo que pudesse falar algo, dei-lhe um beijo. Algo delicado, apenas para deixar claro o que sentia. Abracei ele por algum tempo. Mesmo sem expressar o que sente, eu consigo saber por causa de pequenos gestos e o jeito como ele me olha.

—Hyung, você lembra do que o chefe da Gangue nos contou? Estamos sendo caçados pela outra Gangue, acredito que Yoon-Sang também será alvo deles.

—Eu sei. Yoon-Sang corre perigo, preciso estar com ele.

—Vamos procurar por Yoon-Sang, mas peço que tenha mais um pouco de paciência e deixe o Sr. Lee te examinar.

Saí do quarto, Sung-Joon estava do lado de fora, encostado na parede, parecia nosso guarda-costas.

—Sung-Joon... Você ouviu o que eu acabei de falar para Sung-Yong-hyung?

—Uma parte.

—E o que você tem a dizer?

    Sem falar nada, Sung-Joon me colocou contra a parede, apoiou o corpo apenas no braço direito, conseguia ver os músculos do braço sendo contraídos. Era uma situação estranha e ao mesmo tempo muito sexy. Seu rosto demonstrava outra coisa, ele estava quase chorando, mas de uma forma feliz.

—Fábio, você disse que não consegue viver sem mim, não foi?

    Não queria simplesmente dizer que sim. Ele ainda é aquele cara que armou para mim. Mas aquele olhar afetuoso é como uma arma que Sung-Joon possui, e mesmo que quisesse não conseguiria me livrar. Tentei me afastar, mas ele me abraçou, um abraço forte, sentia sua respiração no meu pescoço, seus braços fortes me envolvendo. A mistura de tudo isso, destruía os sentimentos ruins que tinha por ele.

—Sung-Joon... você e Sung-Yong-hyung são importantes para mim. Não existe escolha, os dois estarão presentes na minha vida. Espero que consiga entender.

—Não tenho nada contra Sung-Yong. Não sei o que ele acha de mim, e também não me importo. Apenas você...

Ele tentou me beijar, mas eu escapei. Sung-Joon não parecia satisfeito.

—Já expliquei para Sung-Yong-hyung, tenho certeza que ele entendeu. Vou chamar o Sr. Lee, ele precisa ver Sung-Yong-hyung.

   Fui em direção ao quarto no fim do corredor, chamei o Sr. Lee, ele veio logo, após examinar e perguntar várias coisas, decidiu que estávamos todos bem, bastava trocar os curativos como ele tinha ensinado. Em alguns dias deveríamos voltar para retirar os pontos. Principalmente Sung-Joon que tinha levado muitos pontos no corte em suas costas. Embarcamos no carro de Sung-Joon, era um clima estranho e silencioso. Decidimos ir até o apartamento de Sung-Yong-hyung primeiro para pegarmos roupas e coisas importantes, não poderíamos ficar lá, era um local comprometido. Sung-Yong-hyung subia as escadas com dificuldades, assim que chegamos no andar, percebi algo estranho, a fechadura eletrônica estava destruída.

—Eles já estiveram aqui. (Falei)

—Jun-Hyung, deve ter sido obra dele. (Sung-Yong-hyung)

—Acredito que não. Jun-Hyung não teria como fazer isso. Apenas eu e mais 5 homens seguíamos as ordens dele. Eu estou aqui e os outro 5 estão mortos ou muito feridos. (Sung-Joon)

Decidimos entrar assim mesmo. Sung-Joon foi na frente, eu tentava ajudar Sung-Yong-hyung a caminhar até o apartamento.

—Podem entrar, não tem ninguém aqui. (Sung-Joon)

O apartamento estava todo revirado, roupas espalhadas por todos os lugares, pratos e louças espalhados pelo chão da cozinha, a mesinha da sala estava jogada em um canto, a tv estava quebrada, parecia ter levado um chute. Meu quarto também estava revirado, minhas coisas, que estavam dentro das malas, agora encontravam-se jogadas pelo chão. Até o colchão eles tinham tirado do lugar.

—Eles estavam procurando alguma coisa? (Perguntei)

—Não, isso seria um tipo de aviso. (Sung-Joon)

—Hyung, não podemos ficar aqui. Vamos pegar apenas o necessário.

    Peguei uma das malas, comecei a colocar algumas roupas, tanto as minhas quanto as de Sung-Yong-hyung. Empurrei tudo para dentro da mala. Meu notebook não coube, decidi levá-lo na mão mesmo. Sung-Yong-hyung parecia não acreditar no que via. Entreguei a mala para Sung-Joon, pois precisava ajudar Sung-Yong-hyung a descer as escadas. Entramos no carro e Sung-Joon dirigiu por alguns minutos, o apartamento dele é do outro lado da cidade, estava até um pouco ansioso, nunca tinha ido lá. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Barreiras Culturais. Volume 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.