Barreiras Culturais. Volume 2 escrita por Richard Montalvão


Capítulo 12
Capítulo 12 - Obediência.




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—Sung-Joon, sempre faz o trabalho direitinho. Aproximar-se do estrangeiro e confirmar se vocês realmente foram os responsáveis pelas mortes na fábrica abandonada. Essa foi a missão que dei a Sung-Joon, e como sempre ele realizou com perfeição. E sabe o que mais ele fará? 
Seo-Ki, venha aqui... Sung-Joon, você acredita que aquela puta fodia com esse também?  Eu levo horas me exercitando, deixando meu corpo perfeito, mas no final ela trepava com estes magricelas.

Sung-Joon se aproximou do rapaz magro de terno preto, sacou uma faca e golpeou a barriga dele, uma, duas, três vezes... Não conseguia mais contar. O sangue escorria, o rapaz caía vagarosamente no chão.

—Mais algum, senhor?

—Ooh... Sung-Joon sempre eficiente em tudo, até na hora de matar. Descartem o corpo!

Dois dos quatro rapazes que sobraram, vieram, pegaram o corpo e levaram para fora do local.

—Agora é a vez de vocês. Mas o estrangeiro não será morto. Caso isso aconteça terei problemas com o governo, eles não gostam quando nós matamos estrangeiros. Agora, esse aí, vamos ver até quando ele aguenta. Sung-Joon, bata nele, faça ele gritar.

—Senhor, poderia deixar que os capangas façam isso?

—Está com pena dele? Sung-Joon-ah, você está ficando mole com o passar do tempo. Meu pai sempre dizia que não podemos deixar o coração mandar no corpo, ele deve apenas bombear o sangue. Mas faça como achar melhor.

—Venham! Bata nele, mas não mate ainda.

    Os dois caras de terno preto se aproximaram de Sung-Yong-hyung, tapas vinham de todos os lados. Logo Sung-Yong-hyung estava no chão, chutes e socos eram desferidos sem dó. Meu corpo doía junto com o dele, parecíamos estar compartilhando as dores. Os gemidos vinham, eu já não conseguia mais olhar, o desespero me consumia, queria ter forças para me livrar das amarras e defender Sung-Yong-hyung. Encarava Sung-Joon, ele permanecia frio, quase um robô. Tentei pedir para que parassem, mas meus gritos pareciam não ser ouvidos por ninguém. Decidi tentar convencer Sung-Joon.

—Sung-Joon, me ajude. Faça com que eles parem.

—Não adianta jovem, ele só obedece a mim. Sung-Joon, corte a garganta desse magricela. Acabe com esses gemidos.

Sung-Joon se aproximou de Sung-Yong-hyung, os dois caras pararam com os golpes. Via Sung-Joon aproximar a faca do pescoço de Sung-Yong-hyung. Ele me encarava, seus olhos expressivos me perfuravam, até que em um momento vi aquele olhar carinhoso retornar. Sung-Joon perfurou a barriga de um dos caras, ele gritou e caiu no chão ensanguentado. O outro já preparava para atacar, Sung-Joon foi mais rápido, passou a faca na perna do cara, fazendo ele perder o equilíbrio, caindo de joelhos em seguida. Sung-Joon puxou ele pelo cabelo, inclinou a cabeça e perfurou o pescoço. Agora, apenas o homem mais velho de terno marrom avermelhado nos impedia de sair.

—Já esperava que você fizesse algo assim, mas foi uma surpresa ver que isso aconteceria hoje... O que pretende fazer Sung-Joon, vai me enfrentar?

    Ele tirou o terno marrom avermelhado, a gravata e a camisa branca. Agora estava vestindo apenas uma camiseta branca, os braços imensos estavam à mostra. 
    Sung-Joon decidiu tirar apenas o terno, permaneceu usando a camisa e a gravata.

—Sung-Joon-ah, tem certeza que quer fazer isso?

—Jun-Hyung-shi, devo muito a você, porém não posso permitir que machuque essas pessoas.

Jun-Hyung partiu para cima de Sung-Joon, embora tenha o corpo maior, ele é mais veloz que Sung-Joon. Socos foram dados, Sung-Joon defendia e recuava. As pancadas fortes atingiam os braços de Sung-Joon, eu conseguia sentir o impacto de longe. Depois de tanto esquivar, defender e recuar, Sung-Joon estava encostado na parede, um soco veio, Sung-Joon se abaixou, a parede foi atingida, deve ter doido muito.

—Até quando vai continuar se esquivando? Lute Sung-Joon, venha!

Sung-Joon aceitou a provocação , desferiu alguns golpes, alguns acertavam os braços imensos de Jun-Hyung, tinha a sensação que Sung-Joon golpeava uma parede.

—Vamos Sung-Joon! Me bata com força. Lembre-se de quantas vezes o seu pai veio até mim pedir para não deixar seu negócio falir, ele te ofereceu para mim e disse que poderia fazer o que eu quisesse com você, bastava colocar uma mísera quantidade de dinheiro na mão dele.

Sung-Joon se enfureceu, partiu com tudo. Mas nenhum dos seus golpes pareciam funcionar.

—Eu não deveria ter te ensinado a lutar. Com essa carinha bonita, você seria uma bela putinha para meus homens.

As provocações só aumentavam. Sung-Joon já tinha levado alguns golpes, o sangue escorria pelo ferimento na boca. A luta continuava, mas o que chamava a minha atenção era Sung-Yong-hyung, ele estava se movendo, se arrastando para perto de um dos caras mortos. Ele se virou e com as mãos apalpava o corpo do cara, estava a procura de alguma coisa. Logo consegui ver um pequeno punhal na cintura do cara morto.

—Hyung, mais para a esquerda, tem um punhal preso na cintura.

Sung-Yong-hyung estava ferido, tinha marcas de sangue espalhados pelo corpo e o rosto machucado por causa dos tapas. Ele conseguiu pegar o punhal, começou a cortar as amarras, as mãos dele logo estavam livres. Ele se livrou das amarras dos pés, engatinhou até mim e silenciosamente cortou as cordas que prendiam minhas mãos. 

—Tome pegue a faca e corte as amarras dos pés. Preciso ajudar o seu amigo, ele não dará conta do grandão sozinho.

—Hyung, cuidado.

Ele sorriu e foi em direção a luta.
Cortei as cordas, agora precisava esperar uma oportunidade para fugir, mas eles estavam perto da porta.

—Então o magricela conseguiu se libertar. Também pretende me atacar?

    Sung-Yong-hyung estendeu a mão em direção a Sung-Joon que estava caído no chão. Ele se levantou, agora os dois estavam prontos para lutar contra Jun-Hyung. Ver os dois naquela situação me preocupava, mas não havia nada que eu pudesse fazer.
    Não sei como Jun-Hyung conseguia lutar contra dois e mesmo assim continuar ganhando. Ele era tão forte assim? Seria possível existir alguém assim? Se continuasse, eles perderiam. Precisava pensar em alguma coisa.

    Eles trocavam socos. Sung-Joon conseguiu prender Jun-Hyung por trás, mas os socos de Sung-Yong-hyung não faziam diferença. Em um movimento brusco, Jun-Hyung tinha conseguido se livrar de Sung-Joon, agarrou-lhe e o jogou no chão. Sung-Joon gritou de dor quando um chute atingiu seu abdômen. Mas antes que o próximo chute viesse Sung-Yong-hyung empurrou Jun-Hyung para longe, não sei como ele tinha conseguido fazer aquilo. 
    Jun-Hyung levantou-se, a fúria o dominava, mas antes que ele pudesse fazer alguma coisa, Sung-Joon e Sung-Yong-hyung já estavam perto dele, um chutava e o outro desferia socos. Os dois estavam muito machucados, mas mesmo assim ainda enfrentavam Jun-Hyung sem exitar. Desta vez Jun-Hyung não tinha como revidar, ele se agachou  tentando evitar os golpes. Todos ficamos surpresos quando alguns homens e um senhor de idade avançada, entraram pela porta.

—Já chega! Jun-Hyung já apanhou o suficiente.

—Jovens, peço para que deixem meu filho em paz. Ele está cego de raiva, quer vingar a morte de uma vagabunda que ele chamava de esposa.

—O senhor nos deixaria ir embora? (Perguntei.)

—Vão, vão cuidar dos seus ferimentos. Mas antes, jovem estranjeiro... permita-me avisar sobre uma coisa. Jun-Hyung descobriu vocês antes da outra gangue. Eu deixei vocês viverem, mas o outro chefe adorava a esposa e o filho, assim que ele encontrar vocês, não terão tempo nem para implorar por suas vidas.

    Saímos de lá o mais rápido possíveis. O lugar onde estávamos, era uma casa muito grande. Embarcamos no carro de Sung-Joon, ele disse que conhecia um médico aposentado, amigo do pai dele, e faz trabalhos extras em uma clínica clandestina. Fomos direto para lá, era uma casa com um muro alto e portão de ferro. Ele atendeu o telefone, Sung-Joon explicou parte do acontecido, disse que estávamos no portão, ele abriu e nos deixou entrar.


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