Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella


Capítulo 18
Descontrole




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676019/chapter/18

Quinta, 26 de Novembro (Continuação, madrugada)

— O que pensa que está fazendo, Taylor Alice? - Tony a puxa. Ela se solta de Mex. 

— Eu estou...

— Está sendo estúpida e rebelde. - Luna acentua. - Você merece a boa de uma lição! - Diz brava.

— Ela não foi a única que agiu estupidamente. - Tony olha para Mex.

— Tony tem razão. - Seu pai concorda. - Mex nos deve uma explicação. 

— Quem nos deve algo é Taylor, agiu errado de novo. Está ficando fora de controle. - Sua mãe ressalta. - Merece uns tapas. - Puxa ela pela orelha.

— Aiiii! - Taylor reclama.

— Você vai para o seu quarto agora! Temos que sair daqui duas horas e você agindo assim. - Briga com ela.

— Tenha calma, Luna. - Seu marido a tenta acalmar. - Não faça besteira.

— Besteira? Eu só quero que ela pare de agir assim. - Explica chateada.

— Você precisa descansar, tia!- Georgia exclama vendo a situação tensa. - Todos precisamos, estamos cansados e estressados.

— Sim, é verdade. - Seu tio concorda. - Vamos dormir, amanhã vai ser um dia longo.

Luna respira fundo olhando para todos:

— Tá. Vocês tem razão. - Aceita. - Boa noite. - Ela deseja séria e vai para o quarto logo em seguida.

Lucas vai atrás dela, e Taylor também vai para o quarto sem avisar, não fala com ninguém. 

— Você realmente não presta. - Tony diz a Mex. -Levou a minha irmã para sei lá onde, a deixou beber e ainda retribuiu aquele beijo.

— E? Acha que vou me dar mal por isso? - Debocha. - Idiota! Boa sorte tentando convencer a sua mãe disso. - Ele ri. - Boa noite, Boneca! - Diz para Geor  sorrindo malicioso e sai.

Ela fica parada no meio da sala,  pensa em toda a confusão:

— As coisas estão saindo do controle. - Fala devagar e calma.

— Sim. - Tony para do lado dela. 

Ela sorri leve:

— Boa noite. - Deseja.

— Boa noite, Georgia Emanuelly. - Retribui.

Vão para seus quartos.

 

Enquanto isso, com raiva Taylor se ajeita para deitar:

— Eles só me criticam, só me criticam! - Bate os travesseiros na cama. - Inferno! - Resmunga irritada.

— Por que fez aquilo? - Geor pergunta a Taylor entrando no quarto.

— Porque eu quis. - Afirma se deitando.

— Aonde foram? - Pergunta receosa da resposta.

— A uma festa, e foi bem legal. - Conta. - Música, dança, bebidas, pegação...

— Ficou com Mex?! - Indaga.

— Não. - Nega. - Eu não fiquei grudada nele, Georgia. Ele ficou fazendo o que queria e eu também. - Esclarece grossa.

— E o que fizeram lá? - Não consegue esconder a curiosidade.

—  Eu dancei, bebi, me diverti, e acho que ele fez o mesmo, mas ficando com umas garotas. - Conta. - Mas por que tantas perguntas? Por acaso está com ciúmes de mim? Você é lésbica Georgia? Vai me dizer que na verdade é apaixonada por mim?! - Começa a rir.

Georgia a encara:

— Não, eu não sou lésbica. - Responde séria. - Só queria saber, só isso.

— Não, não é só por isso. O que foi? Eu nunca tinha beijado alguém antes de hoje? - Pergunta ironizando.

— Descubra por si só, Taly. - Geor se irrita arrumando a cama para deitar. -  Você não quer que te ajudem, então descubra isso.

— Iiih, ficou bravinha foi? - Debocha sarcástica.

— Você não viu nada, não sabe como sou quando fico com raiva, não lembra mais. - Se deita nervosa. - Vai se surpreender! - Exclama séria a encarando e vira o rosto para o outro lado. 

— Hum. Tão tá. - Fecha os olhos para dormir.

 

Cinco horas da manhã já estão todos de pé terminando de pegar as malas e levá-las para a sala, arrumam os últimos detalhes.

— Faltam apenas 30 minutos para sairmos, sejam rápidos! - Luna avisa mais uma vez. 

Na cozinha Tony fala com sua mãe que termina de guardar os pratos no armário:

— Vai deixar mesmo ele vir com a gente? - Questiona. - O Mex é um filho da puta!

— Ele não fez nada para chamá-lo assim. - Ela reclama.

— Você está cega?! Ele é um cretino! - Se irrita. - Levou a Taylor Alice para uma festa, com bebidas e ainda retribuiu aquele beijo.

— O que queria que ele fizesse? Ele é muito bom para dar um fora nela. 

— Porra! Já vi que isso não vai adiantar nada! - Ele sai chutando as coisas. - Caralhooo!

 

Os táxis chegam e eles partem para o aeroporto. Não há nenhum problema no check in e embarcam. 

Taylor senta com Tony e Georgia no avião e Lucas com Luna e Mex uns assentos atrás. 

— Eu não entendo como vamos para um país estrangeiro se não falamos o idioma dele. 

— Fomos para o Peru. - Georgia relembra.

— Sim, mas você sabe falar espanhol, e o Tony também. - Explica.

— Ue. - Geor ri. - Mas eu sei falar português. - Conta.

— O... Quê? - Se surpreende. 

— É. Ela sabe falar português e mais um monte de idiomas aí. - Tony se intromete sem olhá-las. Sério olha pela janela.

— Um monte? - Indaga.

— Bem... Sei falar fluente 5 idiomas. Inglês, óbvio, espanhol, português, francês e latim. - Informa. 

— Por que tudo isso? - Acha um exagero. - É a típica riquinha. - Revira os olhos.

— Minha mãe sempre quis que eu não ficasse presa num único lugar, por isso achou que se eu soubesse falar bem mais que a língua de nascença, eu teria mais chances de sair por aí. Aprendi espanhol e português porque ela quis e francês e latim porque eu quis. Estou aprendendo coreano agora, mas vai demorar um pouquinho ainda para eu ficar fluente. - Explica.

— Caramba... Toda vez que descubro algo sobre você, percebo que era impossível sermos amigas, e ainda é.

— Ue, por que? - Fica confusa.

— Você é rica, cheia de luxo e conhecimento. Eu não tinha nada, e ainda não tenho. - Se desvaloriza.

— Mas eu não me importo com isso, a única coisa que eu realmente tinha era a minha vida em Toronto. 

Tony as ouve falar, mas permanece calado.

— Então as duas estão sem nada. - Taylor diz, porém não tem empatia por Geor.

— Exatamente. - Concorda pensativa.

 O restante da viagem é silenciosa, apenas com conversas rápidas e sem valor, comem um pouco no avião, e olham o tempo passar lentamente pela janela. 

Rio De Janeiro, Brasil. 

Depois de nove horas voando, eles chegam no Brasil. 

— Precisamos de um táxi para nos levar até em casa. - Lucas comenta. - Não sabemos chegar lá.

— Tem uns alí. - Georgia mostra. 

— Vamos lá. - Lucas vai com ela.

Eles se aproximam, Lucas chega falando inglês, os taxistas o encaram:

— Tio, eles não vão te entender. - Georgia o avisa. - Eu falo.

— Ok.

— Queremos um táxi até este endereço. - Fala em português. 

— Wow, ela fala minha língua.- Um dos taxistas ri e se levanta do banco, pega o papel da mão dela. - Olha, é um pouco distante, vai demorar um pouco para chegar lá. - Avisa. - Vai sair um pouco caro também.

— Não tem problema. - Informa.

— Ok então. Vamos! - Vai abrir o porta-malas.

A família guarda as malas e entram no carro, 4 por 4 de 7 lugares.

 Na frente vai Mex com o motorista, seguindo vem Georgia, Tony e Taylor, no último banco atrás Lucas e Luna. Diferente dos outros, Georgia não dormiu no avião, igual a Tony. Com o vento no rosto e o balanço do carro, ela começa a cochilar. Tony a vê encostar a cabeça na janela, e levantar sempre que o carro balança demais. 

Georgia tenta segurar o sono, porém está cansada demais para isso, não aguentando mais ela apaga com a cabeça encostada na janela, só que por mais que seu sono seja forte, o balanço do carro não a deixa dormir em paz, e ela bate a cabeça várias vezes. 

— Ela vai acabar rachando essa cabeça. - Taylor debocha. 

Tony olha para Georgia, ela bate de novo a cabeça, dessa vez na poltrona do motorista, na sua frente. 

— Aish. - Ele resmunga muito baixo.

Sentindo algo que não sabe o que é, ele pega a cabeça dela e a deita em seu ombro. Georgia "acorda" e olha ao redor confusa, o vê bem perto, não consegue falar de tão cansada:

— Descanse. - A diz sério deitando sua cabeça no seu ombro de novo.

Mesmo confusa ela não o retruca. Tony coloca a mão por cima de sua cabeça e a faz cafuné devagar alisando seu cabelo, e quando passam por balanços fortes a segura para não a acordar, sempre a olha para ter certeza de que está adormecida. Se preocupa de a manter confortável, por isso ajeita sua postura, a deitando mais em seu ombro, mas nunca deixando de a fazer cafuné. Ficam assim até chegar na casa, mesmo com todos o encarando; Tony sabe o que está fazendo. Ou pelo menos pensa isso.

Chegando na casa, Tony a acorda:

— Georgia Emanuelly, chegamos. - A chama com cuidado.

Ela não acorda:

— Georgia Emanuelly! - A chama mais uma vez, devagar.

Todos saem do carro, ficam apenas os dois:

— Georgia Emanuelly! - Dá um pequeno balanço no ombro. 

Ela começa a despertar, levanta um pouco o rosto coçando os olhos:

— Hum? - Resmunga.

Ao abrir os olhos de verdade, ela vê o rosto de Tony bem colado ao dela, um pouco mais a cima. Sua boca está bem na sua frente, sua bochecha pálida, e seu pescoço tão perto que dá para sentir levemente seu perfume; ela engole seco. Tony a olha e ficam cara a cara, com a distância de menos de uma mão separando seus rostos, respiram sincronizados e oscilantes, se olham nos olhos automaticamente. 

— Nós chegamos. - Ele fala quase sem voz, não para de encará-la hipnotizado.

— Humrum... - Resmunga. 

Continuam se encarando. 

— É... Melhor sairmos. - Tony acorda do transe.

— É. - Acorda também.

Georgia tira a cabeça do ombro dele, se arruma (roupa, cabelo, sapato..) e sai do carro. Tony ainda fica no carro, respira fundo e então sai.

— Caralho! Que casa linda! - Taylor se surpreende. 

— Eu amo a arquitetura dessa casa. - Georgia conta e boceja. 

— Descansou? - Tony a pergunta.

— Sim. - Coça os olhos. - Obrigada, Tony. - Diz fofa.

Ele se controla para não sorrir a vendo com sua fofura:

— Disponha. - Acaba falando sério. 

Tiram as coisas do carro enquanto Georgia vai abrindo a casa. Pegam todas as malas, ou pelo menos acham isso.

— Ei! Faltou essa mala da sua namorada! - O taxista grita para Tony.

— O quê? - Ele olha. - Minha namorada?!

— Sim. - O entrega a mala. 

— Ela não é a minha namorada. - Diz sério com seu médio português.

— Ah, desculpe... é que...

— Já foi pago. Obrigado. - Agradece educado e sai.

O taxista fica sem jeito.

 

Já dentro da casa, eles tentam se organizar. 

— Vou ajeitar as coisas no meu quarto. - Georgia vai subindo com as malas dela.

— Vamos  todos ajeitar nossas coisas. - Luna manda.

Cada um vai para seu quarto, dessa vez Taylor tem seu quarto separado, e Mex também. 

— Ainda não acredito que minha mãe permitiu que o Mex viesse conosco para cá. Ridículo! - Tony resmunga no quarto dele.

— Eu avisei que você não iria conseguir nada. - Mex chega na porta.

— O que quer aqui? Saía do meu quarto. - Ele frisa irritado.

— Ninguém nunca vai te ouvir, Tony, você não tem voz nessa família, é sem dúvida o mais invisível.- Debocha rindo.

— Você quer que eu perca a paciência, mas eu só vou te ignorar. - Avisa com expressão fechada.

— Não vai conseguir se segurar por muito tempo. Vai ver. - Insiste.

— Sai daqui! - Mex sai.

Tony bate a porta e de tão forte que bate, a fechadura quebra e a porta volta a abrir, Georgia que passa pelo corredor trazendo o restante das malas para o quarto, se assusta. Ele a vê paralisada o olhando e antes que conseguisse falar algo, ela continua a andar saindo de sua frente. 

Ela entra no quarto dela:

— O temperamento dele é tão irregular... - Resmunga para si mesma. 

Pensamentos começam a vir na sua mente. Ela relembra paralisada de Tony a puxando em Nova Iorque e a beijando, vê a cena se repetindo várias vezes, em diversos ângulos. Foca na boca dele tocando a dela em câmera lenta, lembra de seu coração quase parando e suas pernas tremendo descontroladas, as sensações vão surgindo ao lembrar. Ela fecha os olhos, a boca rosada de Tony no carro vem na sua cabeça, o seu perfume vem bem leve na imaginação, ela respira devagar. Os lábios dos dois se encostando surge pulando na mente e a traz a sensação de o sentir novamente; Geor morde levemente os lábios. Abre os olhos:

—  Meu Deus, Georgia! - Coloca as mãos nas bochechas. - Você imaginou demais! - Se senta na cama e respira fundo. - Volte a realidade. 

 

São um pouquinho mais de 16hs, Luna termina de arrumar as malas, vai até a sala e abre as cortinas, as janelas, vê o que tem na cozinha, ou seja, verifica a casa. No jardim encontra Tony brincando com um gato:

— Que gato é esse?

— Não sei. Estava dormindo aqui. - Responde se levantando. 

— Bem, avise as meninas para elas se arrumarem. Vamos para a praia. - Sorri empolgada.

— Ok. - Sai logo, está chateado com a mãe.

Ele passa pelo quarto de Taylor:

— Ei. 

Ela está deitada mexendo no celular:

— O que foi? - Pergunta séria.

— Não ajeitou suas malas? - As vê todas espalhadas e jogadas.

— Não quis. - O trata de modo seco.

— Que seja! Mamãe mandou todos se arrumarem, vamos na praia. - A conta.

—  Tá. 

— Tá. - A imita.

Indo para o quarto de Georgia, ele escuta música vinda de lá, quanto mais perto, mais alto fica. Percebe que a porta está aberta, chega devagar na frente do quarto:

— Georgia Emanue... - Para. 

Georgia está dançando kpop distraída no quarto, sem perceber a presença de Tony, ela não para. No começo ele fica sem jeito, sua roupa não cobre muito o seu corpo, é um short curto e uma blusa colada preta que usa sem sutiã, mas logo é atraído por cada rebolado e olhar dela. 

— Eu não sabia que você dançava assim... - Resmunga para si mesmo.

Sentindo-se cada vez mais atraído por Georgia dançando de uma forma totalmente diferente do que está acostumado, ele paralisa, encosta na porta e a admira. A vê dançar umas 3 músicas, e fica surpreso por ela ainda não ter o visto. Observa seu corpo de cima a baixo; seu rosto com olhares marcantes, seu pescoço lisinho, seu busto não muito avantajado, na verdade, pouco avantajado, sua cintura com curvas, seu bumbum redondinho, suas coxas levemente grossas, pernas compridas, pés um pouco grandes, mas delicados:

— Para com isso, Tony! - Sua consciência apita. - Difícil. - Não para de olhá-la.

Ele se desencosta da porta e ela bate com o vento. Georgia vira com o susto e o vê:

— Tony? O que faz aqui? - Indaga.

Tony a encara.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amoridade: Lembranças Danificadas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.