Amoridade: Lembranças Danificadas escrita por Ella


Capítulo 10
Coca-cola




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676019/chapter/10

Segunda, 16 de Novembro. (Continuação)
Georgia engole seco vendo que Tony bate na porta do seu quarto:
  - Georgia Emanuelly, abra a porta. Abra logo! - Ele insiste. 

Respirando fundo ela desce da cama devagar, tremendo chega perto da porta, tomando coragem para falar:
  - O... O que você quer? - Gagueja nervosa. 

  - Quero explicar o que aconteceu. - Responde. 

  - Então explique. - Acentua.

  - Não com você do outro lado da porta! - Rebate. - Abra! 

  - Por que? Por acaso vai me beijar de novo? - Questiona com nervosismo. 

  - Ora, não seja teimosa. Só quero explicar cara a cara. - Esclarece. 

  - Você me agarrou! - Destaca batendo com a mão fechada na porta. Ela encosta a testa sem saber o que fazer. 

  - Você estava falando sem parar, falando sobre tirar a própria vida Georgia Emanuelly! Eu tinha que te calar de alguma forma, te acalmar! - Ressalta. 

  - Existem outras formas de fazer isso. - Frisa. 

  - Aquela era a mais rápida e eficiente. Precisava tirar logo aquelas idéias da sua cabeça. - Conta. 

  - Você realmente acha que eu atentaria contra minha própria vida?! - Indaga. - Realmente acha isso?!

  - Estava fora de si! - Realça.

  - Tony, eu só estava desabafando. Estava irritada, nervosa e chateada, precisava falar o que sentia, mas eu jamais faria algo contra meu próprio ser. Você me conhece o suficiente para saber disso. - Afirma. - Pense um pouco!  

  - Desculpe, mas é muito difícil pensar te vendo daquele jeito. É simplesmente impossível! - Sublinha. 

  - Eu não vou abrir a porta. Me desculpe, mas será que pode me deixar sozinha um momento? - Pede educada. 

  — Caramba!— Ele resmunga murmurando. - Ok! 

Tony respira forte várias vezes ainda em frente ao quarto de Georgia:
  - Beijou mesmo ela? - Pergunta Taylor chegando. 

  - Sim. - Confirma sério.  

  - Por que? - Questiona.

Ele inclina a cabeça a encarando:
  - Não é nada que precise saber Taylor Alyce! - Ressalta e sai. 

  - Grosso! - Reclama. 

Ela entra no quarto e encontra Geor sentada na cama de cabeça baixa:
  - Se beijaram, é verdade? - Reponta novamente. 

  - Si-Sim. - Engole seco. 

  - Hum. - Se senta na cama a sua frente. - Como foi? 

  - Foi... Foi estranho. Estou muito assustada, não sei dizer! - Se levanta tocando a boca. - Eu nunca pensei nisso. - A olha. - Em seu irmão me beijar. 

  - Hum. Georgia... - Chama. 

  - Sim? 

  - Não se envolva com o Tony. - Ordena fria. 

  - O quê? - Fica sem entender. - Taly, você sempre quis nós dois juntos. Eu nunca consegui ver isso, mas você nos têm como um casal desde pequena. - Conta. 

  - Isso morreu. Apenas fique como está, sendo só uma "amiga"... - Faz aspas com os dedos. - Da família. - Abre a porta. - Okay?! - Sai rude. 

Georgia morde a boca e se senta confusa.

Na cozinha Luna conversa com Tony, não parece contente:
  - Por que a beijou Tony? - Interroga séria. 

  - Mamãe, isso só diz respeito à mim. - Tenta não ser grosso. - Por favor, não insista. 

  - Tony, vocês convivem juntos há 16 anos, nunca mostrou qualquer interesse na Geor, nunca mos... - Trava. - Espera... Aqueles olhares e sorrisos.... Já mostrou sim! - Exclama. 

  - A Georgia é muito estranha! - Taylor chega gritando. - Céus!

Os dois se calam diante dela.
No jantar Georgia aparece tensa, mal come, diante de todos fica inibida e receosa. Tony a encara algumas vezes sem notarem, percebe bochechas rosadas e expressão tímida em seu rosto jovem.

Terça, 17 de Novembro.
O telefone toca, Luna atende e logo chama Georgia. Ela conversa com a mãe:
 — Fico feliz que esteja tudo bem filha!— Diz meiga. 

  - Mamãe, tenho que te contar uma coisa. - Comenta. 

  — Diga querida.— Acentua.

  - O Tony... Ele me beijou... Ontem! - Sente as bochechas vermelhas. 

  — Beijou?!— Indaga. — Explique.

  - Eu estava fora de mim, falando várias asneiras, então ele me beijou do nada. Disse que queria me acalmar, que eu estava muito alterada. - Informa. 

  — Querida, foi bom? Gostou de beijá-lo?— Questiona. 

  - Mamãe! - Realça. 

 — Filha, conheço o Tony desde que ele nasceu, sei que não fará mal à você, e que se a beijou é porque tem seus motivos. Não tenha medo amor, se acalme.— Fala sábia.  

  - Está... Está bem... - Suspira. 

  - Olha, vou te mandar um dinheiro. Faça compras e se divirta um pouco, para distrair a mente. — Comunica.

  - Não precisa mamãe. - Contradita. 

  - Vou mandar vinte mil, se precisar de mais me avise. — Informa.

  - Aish mamãe. Okay! - Aceita por educação. 

  - Gaste tudo! — Manda. 

  - Okay! 

Taylor aparece na hora em que Geor encerra a ligação:
  - Taly, apareceu bem na hora! - Exclama.  

  - O que foi? - Indaga.

  - Vamos sair, para fazer compras. - Sugere. 

  - Okay. Vou me arrumar. - Aceita e já sai.  

  - Nossa, foi fácil. - Sussurra esperançosa. 

Com tanta esperança dentro do peito, Georgia nem nota o interesse de Taylor, o fato de que ela só quer usufruir do luxo.

As duas não demoram para sair de casa, pegam o metrô a caminho das compras. Elas entram em várias lojas caras, luxuosas, perfumadas e encantadoras; enquanto tentam se entender durante a programação às horas passam. Na casa, Luna bate na porta do quarto de Tony:
  - Filho! - Abre a porta.

Ele está deitado na cama sem camisa, parece pensar:
  - Vamos encontrar as meninas agora. - Comunica. 

  - Ok. 

Após sua mãe sair ele se senta de cabeça baixa, remói pensamentos intrigantes na mente, pega uma lata de coca-cola vazia de cima da cômoda e joga na parede:

  - Que droga! - Se deita reclamando. 

Como marcado eles se encontram e continuam as compras. Lucas e Tony apenas observam as mulheres se divertirem ao experimentarem diversas roupas. Entra em loja, sai de loja, veste roupa, tira roupa, vai ao caixa, enche os braços de sacolas; uma tarde cansativa.
  - Senhorita, Senhorita! - Uma moça chama saindo correndo de uma das lojas. 

  - O que houve? - Tony a pergunta. 

  - Srta. Rose esqueceu estas sacolas! - Mostra. 

  - Hum... Eu a entrego. - Pega. - Obrigado. 

  - Agradeço! - Balança a cabeça e sai. 

Ele caminha atrás de todos levando as sacolas esquecidas por Georgia. Mais um cabide de roupas se forma, Taylor veste tudo que vê, enquanto Georgia olha tudo detalhadamente. Sentado com o pai no sofá perto do provador Tony a vê escolher roupas delicada. Ele sorri leve vendo sua simplicidade e beleza pura, até que ela se vira e caminha até onde estão:
  - Tio, Tony, comprem algumas roupas também. Tem várias opções de roupas masculinas! - Fala meiga. 

  - Não querida, obrigado. - Lucas agradece. 

  - Não compro roupas assim. - Tony a encara. 

Georgia fica inibida:
  - Hã, está bem. - Sorri doce se retirando.

Saindo da loja, eles conversam sobre o restante da programação:
  - Vamos passar só em mais umas lojas e então tomamos um café! - Luna sugere. 

  - Pode ser tia. - Georgia concorda. 

  - Pegue! - Tony estende as sacolas para Georgia. - Eu vou andar um pouco.

  - Andar? - Sua mãe questiona. 

  - Sim, caminhar. Encontro vocês na cafeteria. - Informa. 

  - Ok querido. Tome cuidado! - Fala atenciosa. 

Ele balança a cabeça e caminha em direção contrária.

Se movendo pelo parque pensamentos do término voltam em sua mente.

...
  - Está louco?! - Catarina indaga alterada. - Quase me atingiu!

  - Catarina você está me fazendo perder a cabeça, eu não aguento mais sua imaturidade! - Ressalta nervoso. - VOCÊ É MUITO IRRITANTE. 

  — NÃO GRITE COMIGO! — Retribui. - É você quem está apaixonado por outra pessoa! 

  - CARALHO, EU NÃO ESTOU APAIXONADO POR GEORGIA EMANUELLY DROGA. — Grita forte. 

  - Está, está sim! - Insiste.

  - Eu não aguento mais, não consigo nem olhar para você. Está acabado. - Diz grosso saindo da sala. 

  - Aonde vai?! - Indaga. - Tony! - Grita.

  - Eu vou sair daqui. O hotel já está pago, então pode ficar nele, tem seu estágio para tentar, mas eu vou logo para Nova Iorque! - Diz entrando no quarto. 

  - Vai me deixar resolver isso sozinha?! - Ressalta. 

 — JÁ ESTÁ RESOLVIDO! — Berra rude. 

  - Não, não está! - Contradiz.

Enfurecido ele a segura forte nos ombros:
  - Sim, está! - Fala muito frio e a solta saindo com sua mala.  

Ela o segue:
  - Para onde vai!? 

  - Para o aeroporto. - Responde ríspido. 

  - E se não tiver voo agora? 

  - Isso não é problema seu. Eu só não vou ficar aqui com você. - A encara. - Garota mimada e estúpida! 

  - Filho da puta! - Bate nele.

  - Ei! Ei! - A segura insensível. - Eu não permito nem que me abracem, imagina me bater! - Joga suas mãos. - Adeus Maria Catarina! - Abre a porta. - Até nunca mais, boa sorte nos seus testes. Ah! - Encara ela forte. - Tropique na rua e quebre uma unha! - Fala sarcástico batendo a porta. 

Tony se senta num banco bagunçando o cabelo:
  - Acabou. - Resmunga. - Acabou do modo mais difícil que eu imaginei, mas acabou! 

Mais tarde, na cafeteria, todos se encontram e lancham calmos.

Em casa, Luna pede comida de um restaurante para o jantar, ele é muito saboroso e completo.

Neve começa a cair na chegada das dez horas, no jardim Georgia admira distraída os flocos que caem cobrindo a grama, de vez em quando bebe um gole de coca-cola da latinha que segura. De repente sente algo nas costas e vira assustada:
  - Está frio! - Tony diz a cobrindo com um cobertor.

  - Hum. - Resmunga neutra. 

Ele se senta ao lado dela:
  - O que faz aqui afinal? - Questiona. 

  - Admirando os flocos de neve cair! - Exclama com os olhos brilhantes. 

  - Hum. - Acentua e a vê beber coca. - Me dê um pouco! - Pede. 

  - Hã... - Fica tímida. - Sim! - O dá. 

Tony toma uns goles. Georgia se perde do mundo admirando cada floco cair suavemente; uma menina doce.
  - Obrigado. - Agradece.

  - Hã? - Sai do transe. - De nada! - Toca a lata. 

As mãos deles se tocam, e eles se olham imediatamente. Os olhares se alinham fixamente, as respirações entram em sincronia e os corações aceleram gradativamente. Por impulso Georgia puxa a lata quebrando a harmonia. Ela fecha a expressão olhando séria para frente:
  - O que há criança? - Ele a pergunta sério. 

  - Eu não sou mais criança Tony! - Rebate o encarando imediatamente. 

Tony encara a sua boca instantaneamente, ela percebe para onde ele direciona a atenção e respira lentamente; rosto com rosto!

Georgia on.
O que é isso?! Meu coração parece que vai explodir. Tony paralisou, não para de encarar minha boca.
Eu... Eu não sei o que fazer.

Tony on.
Quanta vontade de te beijar criança. Quero sentir seus inocentes lábios doces!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amoridade: Lembranças Danificadas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.