(In)Perfeitos um pro outro -Hayffie escrita por Lady Alguma Coisa


Capítulo 7
Eu preciso de você - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu tô com sono. Mas como eu prometi que ia postar uma vez por semana, aqui estou eu. Obrigado a todas as pessoas que comentaram e favoritaram a fic, vcs são uns lindos. Enfim, boa leitura.



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Haymitch já estava no segundo copo de vodka, o que era um mínimo para ele que estava já acostumado a beber muito. Ele olhava para o copo, pensativo. O Ex-mentor saiu de casa depois do café, que por acaso,  só participou por causa de Effie. Abernathy entendia o trabalho dela, a necessidade de uma equipe de preparação, e até a reunião com Paylor.

   Porém, ele odiava aquela sensação horrível de que algo grande estava prestes a acontecer, e infelizmente, estava envolvido. O que era quase inevitável, mas frustrante. Haymitch olhara em volta, mal reconhecendo a própria casa, aquilo parecia com véspera de jogos vorazes. O que era no mínimo, algo doloroso. Ele soube que não havia saída, precisava sair de cena. Não só para fugir daquilo que estava prestes a acontecer, mas para pensar também.

  Abernathy frequentava aquele bar há anos, e por sorte ele foi uma das poucos lugares que não foram destruídos pelo bombardeio da capital. Costumava ser um lugar tranquilo aonde ele vinha sempre que precisava relaxar- Sim, ele relaxava- E nem sempre saia para beber até cair. O bar era pouco frequentado naquele horário, assim, ele podia relaxar e evitar a coisa que mais odiava: pessoas.

  Haymitch olhou o relógio, eram quase duas da tarde. Com certeza a equipe de preparação já embarcara, sendo assim, era o fim de seus problemas. Ou pelo menos, parte deles. Ele resolveu pedir a conta ao garçom para sair dali o mais rápido dali, para quem sabe chegar em casa antes que Effie percebesse sua ausência. Abernathy caminhou até o caixa, pensando nas possíveis desculpas que daria a Trinket se chegasse atrasado. Porém, antes que ele pudesse tirar o dinheiro da carteira, uma figura encapuzada o surpreendeu. Primeiro, Haymitch pensou que fosse um assaltante, um típico pivete do doze. Ele estava pronto para desferir um golpe e desarma-lo, mas percebeu que algumas mechas douradas saiam do capuz.

  “Haymitch, o que pensa que está fazendo?” A voz era carregada com um sotaque da capital, ele a reconheceu imediatamente.

  O Ex-mentor pego-a pelo braço, arrastando-a até o banheiro. Effie tirou o capuz preto que cobria seu rosto. Ela nem precisou falar nada, era aparente que a mesma estava chateada. Mas, Haymitch estava furioso.

  “Você enlouqueceu Effie?!” Ele perguntou com rispidez.

   Trinket estranhou a reação imediata do Ex-mentor. Ela andou a cidade inteira, de bar em bar, procurando um Haymitch bêbado e descontrolado. Porém, ele parecia muito sóbrio. Por outro lado, nada justificava o fato dele estar em um bar e não em casa:contribuindo.

  “Eu pergunto a mesma coisa, Haymitch!” Ela gesticulou, irritada.

   O Ex-mentor perdeu a paciência por completo.

  “Eu sou um adulto responsável, alias, um cidadão do distrito doze, queridinha!” Ele revirou os olhos. “Eu posso sair para onde eu quiser, já você é uma ex-escolta perseguida e odiada por todo o distrito. Já pensou se te pegam?!” 

  No começo, a palavra “odiada” a afetou, mas ela recuperou a pose rapidamente. Lembrando que o irresponsável da história era Haymitch.

   “Como sempre, tentando desviar o foco da conversa!” Effie gritou. Pouco se importando com as pessoas que estavam no bar. “Muito maduro, Haymitch! Alias, se você tivesse um pouco de responsabilidade, eu não teria que te procurar de bar em bar, esperando ver o pior!”

  “Eu nunca precisei de babá, embora eu não possa dizer o mesmo de você agora. Pare de gritar feito doida.”, Disse Abernathy.

  Effie olhou para ele, incrédula.            

   “Você é um completo idiota!”

   “É mesmo?” Ironizou .

  A essa altura, o bar inteiro tinha ouvido a discussão dos dois. Quando o dono do bar adentrou o banheiro, ficou pasmo ao ver a Ex-escolta do jogos vorazes bem nada sua frente. Mas antes mesmo que ele pudesse fazer alguma coisa, Haymitch foi rápido. Ele puxou Effie para fora no estabelecimento. A cena dos dois correndo pelo bar, desviando das mesas, esbarrando nas pessoas e derrubando garrafas de aguardente, era no mínimo hilária.

   Em algum momento, Abernathy carregou-a, pouco importava se ela gostaria ou não. Trinket era pequena e frágil, portanto, perdia-se fácil na multidão do doze. Haymitch correu até achar um beco isolado, onde estavam fora do campo de visão das pessoas.

  “Você pode me colocar no chão agora?” Perguntou Trinket, debatendo-se nos braços do Ex-mentor.

  Ele soltou-a imediatamente, ciente das consequências que arrebatariam se não o fizesse.

   “Haymitch, eu sou vou perguntar uma vez...” Ela fez uma pausa. “O que você estava fazendo naquele bar?”

   Haymitch notou que Effie estava seria, o que era raro de se ver. Ela observava-o, calada. Esperando pacientemente por sua resposta, ou melhor, explicação.  

   “Porque eu precisava pensar, tava impossível fazer isso em casa. Aquela equipe de preparação me deixou louco!” Desabafou ele. “Eu não bebo pra cair desde a revolução, você se esqueceu de que não tinha bebida alcoólica no treze? Você pode ficar despreocupada quanto a isso.”

   Ela relaxou um pouco, mas não se satisfez.

  “Eu entendo” Anunciou Effie. “Mas eu tive que fazer tudo sozinha, você precisa fazer alguma coisa. Nós embarcamos em uma semana e você não sabe nada sobre reunião. Como vai ser quando chegarmos lá?.”

   O cansaço e a angustia dela eram visíveis, Haymitch sentiu um pontada de culpa por deixa-la sozinha. Mas ele não podia iludi-la de novo, Effie achava uma coisa, já a realidade era outra. Ele não estava tão envolvido naquela reunião quanto ela achava que estava, mais cedo ou mais tarde, isso se revelaria. Abernathy teve muito tempo para pensar naquela aquela viagem, suas conclusões já haviam sido tomadas. E infelizmente, ela precisava saber disso.

   “Effie, eu...”Haymitch hesitou. “Eu não vou a essa reunião”

  Effie franziu o cenho, confusa. O sentimento que até então era raiva, virou desespero.

  “O q-que?” Pigarreou. “Por que?”

  Ela conhecia muito bem aquela sensação, ela havia sentido exatamente aquilo no final da revolução. Estava perdendo-o de novo.

  “Eu vi os jogos acontecerem e fui sorteado para participar. Eu ensinei dezenas de crianças a irem para morte até presenciar uma garota começar a revolução. Eu me aliei ao distrito treze, conspirando contra a capital para ver essa revolução acontecer...” Ele contou, com um enorme pesar. “Eu estou farto da capital, já fiz o que tinha que ser feito.”

   “Mas...”Trinket não encontrou palavras, sabendo onde ele queria chegar.

     Haymitch aproximou-se, segurando seu rosto com delicadeza.

  “Effie, olhe pra mim” Ela, que até o momento olhava para os pés, levantou os olhos, seguindo para o zíper do cassaco dele. “Por favor.”

   Seus olhos continuam a jornada, até que dolorosamente, pousaram no rosto dele. Os olhos dela estavam cheios d’água, enquanto os de Haymitch fitavam-na preocupado.

 “Se acontecer alguma coisa, a Katnnis entra em contato e eu vou correndo.” Disse ele, tentando suavizar a situação. “Eu tenho certeza que Plutarch cuida de você na minha ausência, vai ficar tudo bem.”  

   Haymitch raramente era gentil, ele odiava eufemismos, normalmente expressava a verdade nua e crua sem se importar com as consequências. Porém, naquele momento ele não precisava tranquilizar só a Effie, e também a si mesmo.

  Ela piscou rapidamente, na tentativa de segurar as lágrimas.  

  “Eu não estou nem ai para o Plutarch ou o que a Katnnis vai fazer.” Effie interrompeu-o. “Haymitch, nós precisamos de você. Eu preciso de você.” 

   Foi uma das poucas vezes que Abernathy viu-se sem resposta, ou melhor, reação.

 Ela estava partindo para bem longe, sem previsão de volta e ele estava ficando para trás. Talvez, não houvesse retorno. Os dois estavam jogando fora uma grande oportunidade do destino, a de ficarem juntos. O ditado é claro, dois raios não caem no mesmo lugar duas vezes. Eles sabiam disso.

  “Eu não quero te perder de novo” Effie sussurrou como se tivesse contando um segredo profundo. E estava.

   Haymitch se aproximou e enxugou as lágrimas que manchavam seu rosto, o toque dele era doce. Ela fitou o par de olhos cinzentos lhe traziam tanta segurança, e se permitiu ter esperança. Quando só havia um milímetro entre eles, Effie sentiu-o suspirar. Ela acariciou o rosto dele, tocando a barba não feita. Ele deu um pequeno sorriso antes de se inclinar e roçar os lábios nos dela. Nada mais importava.

  Abernathy a beijou com ternura. Ela suspirou, segurando seu rosto, tentando ao máximo diminuir a distancia entre eles. Com uma mão, Haymitch dirigiu-se ao seu cabelo, tocando delicadamente cada mecha dourada e a outra, deslizava na sua cintura. Estar perto dele parecia tão essencial, como se o mesmo sempre tivesse feito parte de sua vida. Cada ponto que ele tocava ganhava vida, Effie dissolveu-se em seus braços.

  Eles separaram-se, ofegantes. Trinket deu um sorriso tímido e puxou-o para um abraço. O momento pareceu uma eternidade, de fato, era algo que eles queriam que durasse pera sempre. Haymitch deu dois passos para trás, o suficiente para encara-la, por um momento ela pensou que ele fosse dizer algo, mas Abernathy apenas sorriu.

  “Isso não é um adeus, não é?” Perguntou Effie.

  Ele beijou o topo de sua cabeça e disse:

   “Com certeza, não” Respondeu. “Isso é o começo.”

   Ambos sorriram, e caminharam juntos até o estacionamento, onde o carro de Haymitch estava estacionado. Antes de abrir a porta, ele falou:

  “Vê se não sai mais de casa para me procurar, sua doida” Abernathy ficou serio. “Esse lugar é perigoso, eu não me perdoaria se alguma coisa te acontecesse”  

   Ela assentiu e eles foram para casa. Era o começo de algo novo


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro beijo, se não, eu melhoro nos próximos capítulos. COMENTEM E FAVORITEM



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