(In)Perfeitos um pro outro -Hayffie escrita por Lady Alguma Coisa


Capítulo 5
Memórias da meia noite


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, eu voltei. Eu nem ia postar esse capítulo hj, mas minhas aulas já vão começar e vai ficar complicado postar toda semana. Esse capitulo tá bem básico...Chega de mimi. Boa leitura!



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“Effie sonhou que estava em cômodo vazio, sem portas, janelas e qualquer tipo luz. Sua cabeça latejava, Trinket tentou levantar, mas encontrava-se acorrentada a parede. A mesma começou a ouvir sussurros e gritos abafados. Effie tentou identificá-los, entretanto eles estavam em todo lugar. As vozes perguntavam:

“Onde está tordo?”

  Trinket gritava que não sabia, porém os pacificadores não acreditavam. Homens iam e vinham com objetos de tortura. O corpo de Effie padecia no chão, cheio de hematomas e cortes. O pacificador perguntou novamente, mas antes que ela pudesse abrir a boca para dizer que não fazia ideia, o chicote do homem colidiu com suas costas. Effie arqueou-se, fechou os olhos e deixou-se ser consumida pela dor insuportável. Ela suplicou por misericórdia, enquanto as lagrimas caiam de seus olhos e suas mãos tremiam. Os Pacificadores desfrutaram o momento, suas risadas perversas tomaram conta do cômodo.

  As luzes acenderam de repente e tudo desapareceu. Naquele exato momento, Trinket acordou.”

  Effie levantou em estado de pânico, sobressalta e com o corpo tremendo Ela acendeu a luz e olhou em volta.

“Calma Effie, você tá no quarto, está tudo bem” Trinket colocou a mão no peito e respirou fundo, tentando se acalmar.

  Ela remexeu-se na cama, inquieta. Seu corpo estava dolorido, os curativos  que Haymitch haviam feito mais cedo pinicavam sua pele. Ela sentia um gosto metálico na boca e uma vontade incontrolável de chorar. Trinket nunca esqueceu os dias que passou sendo prisioneira da capital, desde então, pesadelos terríveis como aquele tiravam seu sono todos os dias.

  Effie passava a maioria das noites em claro. A mesma preferia olhar para teto a noite inteira, á ser atormentada pelas terríveis lembranças da capital, tampouco, temor e dor que foi submetida.

   Será que um dia ela iria esquecer?

  Trinket balançou a cabeça, zonza, e cambaleou até a porta. Ela piscou algumas vezes até se acostumar com a iluminação e olhou em volta, desarranjada. A casa de Haymitch era pequena, porém confusa. Effie suspirou e andou até a cozinha, equilibrando-se nas paredes. O corredor estava gelado, ela cobriu-se com o roupão, que por sorte, Abernathy deixou no quarto de hospedes.

   Ela encontrou Haymitch sentado na mesa da cozinha, bebendo um copo generoso de uísque enquanto lia o jornal. Quando a viu, ele abriu um sorriso torto e fez um gesto convidando-a para sentar.

  “Você está com uma cara péssima” Ele fez um careta.

    Effie puxou a cadeira e sentou-se ao lado dele.

  “Eu sei” Respondeu ela, com uma voz rouca.

 Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso. Eles nunca concordavam em nada, principalmente quando se tratava da aparência de Trinket. Haymitch apontou para um copo d’água e um prato com dois comprimidos.

  “Beba, vai te ajudar.”

  Effie engoliu os comprimidos e bebericou um pouco d’água. Não era a primeira vez que ela acordava no meio da noite, e encontrava seus comprimidos para dormir em cima da bancada da cozinha junto com um copo d’água. Haymitch sempre colocava o remédio ao alcance dela, ele sabia que Trinket tinha problemas para dormir, desde os jogos. Effie jamais soube o motivo, mas nunca dispensou o gesto de cuidado.

  “Valeu” Ela olhou para ele e sorriu. “Mesmo depois de todo esse tempo, você continua se preocupando comigo...”

  Haymitch franziu o cenho.

  “Por que eu não o faria?” Ele retribuiu o sorriso. “Pode não parecer Effie, mas eu me importo.”

  Ela sabia muito bem que ele se importava, Abernathy era a única pessoa que a fazia sorrir quando estava prestes a chorar, cuidava dela nos momentos mais difíceis e a entendia melhor que ninguém. Trinket não sabia o porquê, mas quando estava com ele, nada mais importava.  

  “Obrigado por cuidar de mim, Haymitch” Disse Effie. Ela se aproximou e pegou a mão dele.

  Abernathy sustentou o olhar e segurou a mão dela, entrelaçando seus dedos juntos.

  “Eu sempre vou cuidar de você, Effie.” Disse ele. “Só não fique mal acostumada”

  Os dois riram em uma mistura de leveza e felicidade.

  “Tá isso foi engraçado” Murmurou. “Mas agora tá na hora de dormir, você tem muito a fazer amanhã, eu não quero que fique resmungando o dia todo que está cansada.”  

  “Eu não consigo...Tenho pesadelos” Effie balançou a cabeça e olhou para os pés.

  Haymitch lembrou-se que ela tinha sido torturada pela capital. Trinket ficou  presa  por semanas até o distritito treze resgata-la. Na época, foi Plutarch que liderou a missão, Abernathy foi o primeiro a saber que Effie tinha sido encontrada. Ele e Katnnis insistiram que ela recebesse todos os cuidados médicos e fosse bem tratada. Trinket chegou em um estado deplorável ao distrito treze e demorou meses para recuperar-se completamente. Mas apesar do esforço de todos, ela nunca mais foi mesma.

  Abernathy não ficou impressionado quando Trinket disse que tinha pesadelos, muito pelo contrário, ele ficaria assustado se ela não tivesse. Porém, ele ficou perplexo por ela ter escondido aquilo por tanto tempo.

  “Sabe Effie, isso nunca passa, mas você pode aprender a conviver” Disse ele, enchendo o copo.

  Trinket olhou para a garrafa de uísque, pensativa. Haymitch buscava o álcool e Katnnis buscava Peeta, já ela, não tinha nada .

 “Você nunca esqueceu, não é?” Perguntou ela, bebendo o resto da água. Effie estava esperando uma resposta grosseira, mas invés disso o Ex-mentor respondeu:    

  “Não, mas isso não me afeta mais do jeito que me afetava antes”

  “Então...” Trinket hesitou por um momento. “Por que você continua bebendo?”

 Haymitch olhou para ela, surpreso. Ele tomou um gole generoso de uísque e suspirou antes de responder.

  “Eu comecei a beber quando meus pais foram assassinados, na época, era uma forma de afastar a dor.” Abernathy fingiu estar interessado na fruteira que estava em cima da pia. Ele remexeu-se na cadeira, desconfortável, e continuou. “Mas ai, acabou virando um vicio e uma espécie de fuga da realidade. Acredite, nada vai aliviar a sua dor...Sempre que tiver um pesadelo, pense em algo que te faz feliz e reviva seus bons momentos.”

  Effie assentiu.  

  “Eu vou tentar...”

  Ela levantou, abriu a geladeira, e pegou a garrafa de leite. Trinket olhou para o Ex-mentor e perguntou se ele queria um pouco. O mesmo balançou a cabeça e dispensou. Effie colocou o leite na caneca, bebendo o conteúdo em um gole só.

  “Que tal...” Ela sentou no balcão. “Eu vou tentar seguir seu conselho, vou deitar na cama e tentar dormir. Mas você precisa fazer o mesmo.”

  Haymitch arqueou as sobrancelhas, intrigado com a proposta dela. Abernathy não deitava na cama para dormir á anos, a não ser de manhã, quando acordava de ressaca. Ele preferia mil vezes a mesa da cozinha, que mesmo sendo desconfortável, afastava os pesadelos.

  “Ah mais é claro” Haymitch revirou os olhos. “Eu tenho uma ideia melhor, você deita na cama e eu fico lá com você. Eu prometo que saio quando você pegar no sono.”

  Effie olhou para ele e ponderou a proposta.

  “Tá, mas com uma condição: você fica.” Ela sorriu, tímida.

    Abernathy gargalhou e fingiu um olhar malicioso. Trinket mordeu o lábio, corou intensamente e cobriu o rosto. Ele conseguiu deixa-la totalmente constrangida.

  “Se eu ficar, eh?” Haymitch deu um sorriso maroto. “Você é tão linda quando fica com vergonha...” Ele deixou escapar.

  “Ah p-para Haymitch” Ela gaguejou ainda corada. “Você v-vem ou não?” Effie levantou e estendeu a mão para o Ex-mentor.

  Haymitch assentiu, guardou a garrafa de uísque e levantou. Trinket estava distraída no pé da porta, mexendo no cabelo. Quando ela menos esperava, ele aproximou-se e pegou-a no colo , sem cerimônias. Ela lançou um olhar de protesto, mas ele ignorou, divertindo-se com o nervosismo dela.

  À anos atrás, quando Effie era a escolta do jogos, Haymitch que era carregado por ela até o quarto.  Abernathy riu ao lembrar-se da época, naquele momento, ele que estava retribuindo o favor. E não era por “obrigação”. O Ex-mentor colocou-a na cama com o maior cuidado, como se Trinket fosse de porcelana.

  “Desnecessário, Abernathy” Ela balançou a cabeça, tentando a todo custo não rir da situação.

  O Ex-mentor sorriu e pulou na cama, de sapato e tudo.

  “Vai querer canção de ninar?” Ele imitou uma voz melosa. 

   Effie revirou os olhos, fez uma careta e jogou as almofadas na cara dele. Haymitch desequilibrou-se e quase caiu da cama. Ao ver Abernathy coberto de almofadas coloridas, Trinket sorriu, vitoriosa. Ela tentou dar uma “risada maléfica”, mas ela soou mais como um ataque de asma. Eles gargalham, riram até estarem ofegantes e com a barriga doendo. Effie e Haymitch não se divertiam assim á anos.

  As risadas foram cessando aos poucos, assim como os sorrisos. Trinket olhou para os olhos cinzentos de Abernathy, feliz por tê-lo por perto. Ele retribuiu o olhar com a mesma intensidade. Naquele momento ela teve certeza que queria estar ali com ele, nada mais importava. Eram só eles, o som de suas respirações ofegantes e dois corpos repousando.

  Effie virou-se, deitou no peito de Haymitch e adormeceu. Daquela vez, não houve pesadelos ou interrupções. E por incrível que pareça, ele também pegou no sono, sereno e realizado como jamais esteve em toda a sua vida. Por um breve momento, os dois estavam felizes. Por um breve momento, não precisavam de nada nem ninguém. Já tinham tudo o que precisavam bem ali, eles só não sabiam disso ainda.  


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Notas finais do capítulo

Bom é isso. Eu espero q vcs cometem e favoritem! Desculpe qualquer erro. Bjsss do Haymitch.



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