(In)Perfeitos um pro outro -Hayffie escrita por Lady Alguma Coisa


Capítulo 4
Romance ou Amizade


Notas iniciais do capítulo

Olaa pessoas! Eu sei que tá um pouco tarde, mas eu vou postar agora pq "nunca deixe para amanhã o que se pode fazer hj!". Hahaha filosofei sqn! Eu espero que gostem desse capitulo, deu um trabalhão pra escrever. Eu queria agradecer as pessoas que comentaram e favoritaram a fic e puxar a orelha de quem não fez isso. Bem, é isso. Boa leituraa, bjss.



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Effie estava exausta. Depois de jogar todos os restos de comida no lixo, botar as roupas na máquina de lavar, varrer os cacos de vidro e lavar o chão, finalmente a casa estava limpa. Já Trinket, imunda. Quem diria que ela seria tão boa em limpeza? A casa ficou impecável.

   Era quase duas da tarde, Haymitch andava de um lado pro outro, faminto. Ele não podia sair para almoçar e deixar Effie sozinha, por isso, teria que esperar pacientemente até ela terminar tudo.     

  “Deixa isso pra depois Effie. Eu to morto de fome.” Gritou o Ex-mentor.“Se você não descer agora, eu vou sem você!”

  “Mas morto não fala, deixe de ser egoísta, eu vou me arrumar rápido e já vou.” Respondeu ela enquanto entrava no banho. Se tinha uma pessoa que estava morrendo de fome ali, essa pessoa com certeza era a Trinket, que não via um prato de comida desde que saiu da capital.

  “Você ainda vai se arrumar?! Ah não, desse jeito nós não vamos sair daqui hoje” Resmungou Abernathy, imaginando o quando ia demorar se Effie ainda fosse escolher o vestido, o penteado, a maquiagem e os sapatos.

    Mas ela nem deu ouvidos a ele, invés de se estressar, entrou na banheira e relaxou. Trinket esfregou o corpo para tirar toda aquela sujeira , especialmente, o cheiro da casa de Haymitch.  Ao sair do banho Effie secou o cabelo e colocou a única muda de roupa que deu para trazer na bolsa: uma calça jeans, uma blusa, e um casaco simples. Não era o estilo dela, mas não tinha outra opção. Era pegar ou largar.

  Haymitch também se arrumou, pela primeira vez na história do distrito doze, ele colocou uma roupa decente e um bom perfume. E para completar, ele ainda não estava bêbado. Tudo aquilo para impressionar Trinket, ou simplesmente, não levar sermão.

Quando Abernathy a viu descendo as escadas, seu mundo parou.  Effie estava completamente natural, quer dizer, nada de perucas, saltos ou vestidos extravagantes. Naquele momento, a única coisa chamativa nela era o sorriso.   O estilo “normal” tinha caído muito bem nela, além do mais, Trinket ficava linda de calça jeans.

  “Não olhe pra mim desse jeito, eu to parecendo uma moradora de rua” Disse Effie cobrindo o rosto.

  Ele a olhou com descrença, Haymitch queria dizer o quanto ela estava sensacional naquela roupa. Alias, ele podia passar o dia todo falando o quanto Effie era linda, principalmente quando ela sorria ou ficava com vergonha .Mas o máximo que conseguiu dizer foi:

  “Deixe de drama, você está absolutamente... normal.” Pigarreou Abernathy.

  “Normal?” Effie gargalhou “Ah Haymitch, eu tava esperando coisa pior. Mas um normal vindo de você já é alguma coisa... Bora logo, você queria tanto comer e agora tá ai parado me olhando feito bobo.”

   “Se olho ela reclama e se não olho ela reclama. Quem entende?” pensou Haymitch desviando o olhar. Ele pegou uma garrafa de vinho, fechou a porta e sorriu, finalmente ia comer alguma coisa.

   Eles caminharam em um silêncio mortal até a casa de Katnnis, a neve havia ficado mais densa deixando um rastro de pagadas atrás deles. Effie fingia mexer no cabelo e Haymitch olhava para os pés, ambos não faziam ideia do que dizer.

  Depois da morte de Coin, Katnnis foi considerada uma lunática da revolução e teve que sair às pressas da capital. Na época, Trinket mal teve tempo de se despedir, uma hora ela estava conversando com Octavia e outra, estava acompanhando o Ex-mentor até á saída.

  Haymitch lembrava nitidamente de ter olhado para ela como se fosse a ultima vez, guardando todos os detalhes de seu rosto. Effie estava com os olhos azuis inchados e cheios de lagrimas, seu cabelo estava preso e ela ainda estava com a roupa do julgamento. Abernathy fazia parte da sua vida, do seu passado, presente e futuro. Trinket não estava preparada para perdê-lo, ainda mais depois de tudo o que tinha acontecido e de tudo que eles já tinham enfrentado juntos.  

   Ele queria coloca-la na mala e leva-la junto, mesmo que tivesse que ouvir os sermões dela por a eternidade. Mas Haymitch a conhecia muito bem, ou melhor, se conhecia muito bem para saber que ia estragar tudo, ou pior, magoa-la. Para Abernathy, Effie merecia coisa melhor que um bêbado egoísta. Ela tinha direito a uma vida feliz e normal, e isso ele nunca poderia oferecer. Era a hora do adeus, os dois trocaram um ultimo olhar e partir dai nunca mais se viram.

  Os dois sonharam com aquele dia por meses, o dia do reencontro. Tinham tantas perguntas, histórias e novidades, que nem sabiam por onde começar. Mas naquele momento, pareciam dois estranhos. O tempo apagou a liberdade, mas nunca seria capaz de apagar o amor, carinho, cuidado e a confiança que sentiam um pelo outro. Haymitch e Effie só não sabiam disso ainda.   

  Peeta estava esperando na porta. Mesmo do lado de fora, a comida já cheirava.

  “Até que enfim vocês chegaram, a Katnnis achou que vocês tinham se matado” Disse o vitorioso. Ele abriu a porta e acompanhou Effie e Haymitch até a mesa.

  Em aparência, a casa de Katnnis não tinha mudado nada, por outro lado, as circunstâncias não eram mais as mesmas. Effie nunca tinha estado lá para passar à tarde, a não ser que fosse a trabalho quando a casa ficava lotada e caótica. Era bom estar de volta depois de todo aquele tempo.

   Assim que sentaram a mesa, Haymitch foi logo enchendo o prato com todas as opções possíveis. Trinket balançou a cabeça e lançou um olhar de reprovação ao Ex-mentor. Ela esperou pacientemente Greasy Sae servir a comida e o suco, só ai começou a saborear a comida. Já os vitoriosos botavam tudo na boca sem nem mastigar, comiam como porcos. “Mas isso seria um insulto aos porcos, com certeza eles tem mais etiqueta.” Pensou Effie. .

  “Gente, eu acho que a Effie vai pirar aqui” Disse Katnnis com a boca cheia “É muita falta de modos pra ela”

   Effie olhou feio para vitoriosa e comentou:

  “Se vocês fizerem isso na mansão presidencial, eu juro que eu me retiro do cômodo.” Haymitch tentou não rir quando ela falou com aquele sotaque da capital. “Katnnis, isso não é comportamento de uma dama! Vocês não tem educação não?”

      Eles nem se deram o trabalho de responder, estavam ocupados demais brigando pelo ultimo pedaço da lasanha. Quando o almoço terminou, Effie agradeceu a comida e prometeu que no dia seguinte a refeição seria por sua conta.

  Só tinha um problema, na casa de Haymitch não absolutamente nada para preparar. A não ser, que Trinket fosse servir aguardente. Se ela quisesse fazer uma comida descente teria que ir ao prego e comprar alguns mantimentos, bebidas descentes e uma boa toalha de mesa. Trinket voltou para casa de Abernathy e tirou uma soneca, ela teria que ter muita energia se quisesse enfrentar as compras mais tarde.

  Effie e Haymitch saíram de casa antes do anoitecer, depois de muito esforço, ela conseguiu tira-lo de casa. No caminho, Trinket notou que uma boa parte dos refugiados do distrito doze tinha voltado. De longe dava para ver pequenas construções, lojas e plantações em meio aos destroços. Não eram muitos, mas aquilo já era um começo. O povo do doze tinha esperança, e acima de tudo determinação para começar tudo do zero. Finalmente tinham a chance de uma vida melhor.

  O prego estava lotado, um aglomerado de pessoas e barracas diferentes. Haymitch guiou Effie no meio da multidão, eles tinham que ser rápidos e objetivos se quisessem sair dali inteiros. Vendiam de tudo no prego, de alimentos, artigos para a decoração,  e roupas até armas e pequenos animais. Era o mercado negro do distrito. Obviamente,  uma confusão de comerciantes gritando e filas gigantescas.

  “Nossa, isso aqui é pior do que Shopping em liquidação” Gritou Effie.

  “Com certeza” Haymitch revirou os olhos. “Já tá tarde. Pegue o que tiver que comprar e vamos embora.”

  Trinket ficou encarregada de pegar os ovos, o pão, café, óleo e a toalha de mesa. E Abernathy foi comprar as frutas, os temperos, a carne e as bebidas.     Eles dividiram o dinheiro e cada seguiu um caminho. Não importava a barraca, Effie sempre era reconhecida. Alguns vendedores diziam coisas rudes, outros mostravam o dedo do meio e alguns até ficavam aterrorizados.

  Depois dar a volta no prego, Trinket estava cheia de sacolas pesadas só faltava uma coisa: a toalha de mesa. Ela tinha parado para perguntar varias vezes, mas assim que as pessoas percebiam o seu sotaque da capital, elas fechavam a cara imediatamente. Até que Effie ouviu uma mulher de idade anunciar: “Roupas e tecidos pela metade do preço, só aqui!”. Ela seguiu a moça até um beco estreito e pouco iluminado.  

  “A senhora poderia me dizer onde eu encontro uma toalha de mesa?” Perguntou Effie. Mas a moça continuou andando, fingindo não escutar. “Senhora?!” Insistiu ela.

   Trinket gritou alto demais, as pessoas que estavam por perto começaram a olhar para ela. “Oh, isso não pode ser bom” pensou Effie.

  “Ei! Essa é aquela maluca da capital, a que levava as nossas crianças pra morte” Gritou a moça de idade. As pessoas começaram a vir na direção de Effie, todas carregavam um olhar perverso e tinham os punhos cerrados.

   Ela correu desesperada gritando socorro, mesmo sabendo que ninguém ia ajudar. Um homem pegou-a pelo braço, jogou-a contra a parede e apertou seus pulsos com força até a área ficar roxa. O sujeito deu um sorriso sádico e disse:

  “Você vai pagar sua desgraçada!”

  Ele levantou a mão, pronto para desferir o golpe, mas antes que o fizesse Haymitch apareceu. O Ex-mentor agarrou o braço do homem e atirou-o no ar, no começo sua intenção era só afasta-lo, mas a raiva lhe subiu a cabeça. Apesar do tempo, Haymitch nunca perdeu os reflexos e força que adquiriu nos jogos.

  “Tire a mão dela seu filho puta!” Gritou Abernathy. “Você está bem Effie?”

  Trinket estava perplexa com a atitude de Haymitch e angustiada com reação do homem do beco. Aquelas pessoas a odiavam, “E com razão” lamentou ela. Seu corpo estava dolorido e cheio de hematomas, mas a dor física nem se comparava a psicológica. Effie nem percebeu que estava chorando, não era um choro de dor ou medo, e sim de frustração por não poder fazer nada. Abernathy tirou-a do chão e puxou-a para um abraço, ele compreendia Effie melhor que ninguém.

  “Você vai ficar bem, de verdade.”Murmurou“ Vamos voltar pra aldeia e arrumar uns curativos para você.”

  Eles saíram do prego e foram andando em direção à aldeia, dois pontinhos pretos no meio da neve. Haymitch segurou a mão de Effie, sorriu e tomou um gole de aguardente. Talvez ele tivesse razão, no final das contas, ia ficar tudo bem. 


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Notas finais do capítulo

Gnt, desculpa qualquer erro. BORA LER E COMENTAR!!!!



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