I'll Find You escrita por J00


Capítulo 9
My favorite Superhero




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Regina pegou em sua pequena lanterna. Abriu a tenda e saiu cuidadosamente, para evitar qualquer ruído. Eram cerca de 3 da manhã quando todos se deitaram, mas como Regina havia adormecido logo após Emma ter saído, acabou por dormir as 3 horas mais cedo que todos. Não era por ser a general que iria ter algum tipo de privilégio, e Regina estava ciente disso. Agora restava ficar lá, apenas observando tudo em sua volta, no meio do escuro, no meio do silêncio. O seu cabelo estava solto, mas devido ao estranho calor que estava, apanhou-o num coque rápido. A morena se sentou num tronco e acendeu uma pequena fogueira, para não gastar as baterias da lanterna rapidamente. Após alguns minutos a sós, Regina sentiu uma mão suave em sua nuca. Eram os movimentos de alquem que estivesse apreciando uma arte, ou algo do tipo. 

— Pensei que não tinha tatuagens... - Emma apareceu. Um pequeno arrepio percorreu o corpo da morena ao ouvir a voz de Swan. 

— Eu não considero isso uma tatuagem... é mais como uma cicatriz... - Ela desatou o coque rapidamente.

— Como assim? - A loira tomou lugar na frente de Regina. 

— Eu... eu não gosto de falar disso, Swan... Se eu te falar sobre essa tatuagem, teria que te contar minha vida inteira... 

— Por favor... Eu não sei nada de você. Eu prometo, que tudo o que você me contar, eu irei guardar para mim, como se fosse o meu maior tesouro.

— Promete? - A morena olhou ternamente para Emma.

— Com todo o meu coração... - A loira sorria de lado, e os seus olhos penetravam nos da morena, até que Regina desviou o olhar.

— Então... como eu disse ontem, eu nunca conheci minha família. Eu nasci numa base. Mas não... numa base normal. Uma base onde qualquer um que lá nascesse, estaria destinado a lutar, a ir para a guerra, fosse essa pessoa homem ou mulher, sem poder de opinião ou de escolha, e o pior, é que essa regra foi implantada quando eu vim para este mundo. Para me marcarem como... uma espécie de "começo", eles tatuaram o número "1" na minha nuca assim que eu nasci, logo não me lembro da dor, ou como foi. Mas aquilo era apenas o começo de algo novo, e na minha opinião, de algo desprezível e nojento.  Colocaram-me num quarto fechado durante anos, até eu ter cerca de 12 anos de idade. Como a minha mãe havia sido a única mulher na base, ela era a única sujeita a engravidar, e por isso eu era a única criança na base. Pelo que me disseram, meu pai morreu em missão uns meses antes do parto. Enfim, quando finalmente me tiraram daquele quarto, eu pude finalmente ver a luz do sol pela primeira vez... Não vou mentir, ao início toda aquela luz havia queimado os meus olhos... mas eu me acostumei rápido, e parecia que tinha nascido novamente. Logo fui levada para salas onde se realizavam treinos. No meio de todos aqueles homens fortes e musculados, eu não era nada. Era uma criança. Não sabia o que era força, ou músculos. Nunca havia ido à escola, e isso custava. Não entendia as palavras que saíam da boca de algumas pessoas, então nunca sabia o que fazer quando me falavam para me defender ou atacar. Felizmente eles entenderam essa minha dificuldade e arranjaram alguém para ser minha professora. Ela me ensinou o alfabeto, os números, enfim, tudo isso que se aprende na escola, e me ajudou muito. Eu chegava nos treinos e seguia todas as instruções. Fui crescendo, e ela sempre permanecia ao meu lado. Era como uma mãe para mim. Aos 18 anos me tornei a melhor soldada do meu departamento. Todos me parabenizaram e me deram alguns presentes, como simples armas para treinar, algumas roupas que realmente me serviam e que não me fizessem nadar dentro delas e algumas outras coisas. Mas tudo aquilo estava indo bem demais. A minha "mãe", professora, como quiser chamar, chegou perto de mim e falou que eu já tinha idade para continuar a minha vida sem necessitar de alguém ao meu lado. Que ela já havia estado ali tempo suficiente, e que eu já havia aprendido tudo. Isso me devastou e... eu fiquei bem brava com tudo. A minha primeira missão chegou. Eu não lembro muito bem onde foi... Tudo correu bem, mas assim que voltei, havia mais uma mulher no meu departamento. O nome dela era Mal. Ela era uns 10 anos mais velha que eu, e eu logo achei que ela fosse roubar o meu lugar. Eu continuei os treinos, e eu sempre tentava ser melhor que ela. Uma vez, nós fizemos uma espécie de treino que... era diferente. Era tipo uma corrida. Quem escalasse um penhasco primeiro, ganhava alguma coisa. Acontece que a minha concorrente era Mal, então eu tinha que ser melhor. Acabei por cair de uma grande altura, e me machuquei muito feio. Estranhamente, Mal foi a primeira a ver como eu estava. Ela desceu rapidamente e foi lá. Eu estava sangrando bastante, e ela de alguma maneira fez isso parar. Eu lembro que apaguei por um tempo, e quando acordei vi a face dela bem perto da minha. Eu não sabia o que pensar. Ela olhava para mim de uma maneira única, e cada vez que isso acontecia, eu sentia borboletas no meu estômago. Quando me recuperei, eu contei pra ela que estava começando a sentir algo, e... nós dormimos juntas. Fomos apanhadas, e o meu general não gostou nada disso, pelo simples facto de que como éramos as únicas mulheres lá, tínhamos ambas que ter pelo menos um filho com algum homem da base, para que ele pudesse viver na base. O objetivo era escolher um dos soldados assim que eu completasse 18 anos, e Mal já deveria te feito tal coisa fazia algum tempo. Mas nenhuma de nós podia fazer isso, pois não era isso que o nosso coração dizia. O meu general viu que não havia qualquer hipótese, e como Mal era mais velha, ela foi levada para uma missão bastante difícil... principalmente para ela, que ainda não tinha os requisitos necessários para a completar. Ela morreu em batalha. Eles me fizeram de babaca durante aquele tempo todo. Tentaram me estrupar, mas a minha força não deixava e eu acabava sempre por evitar que isso acontecesse. Mas em vez disso, eles me fizeram fazer tudo o que eles queriam. Não tinha escolha. Eles apontavam armas para mim até eu fazer a tarefa e ameaçavam-me,  até que me deram o aviso da morte dela. Depois eles apenas me expulsaram da base sem nada, sem ninguém. Depois de bastante tempo sozinha, sem dinheiro, nas ruas, perdida, alguém que passava rua se meteu comigo... e me obrigou a lutar com ele. Quando quase lhe parti um dos braços, ele se revelou como sendo um recrutador. Ele me levou para um centro de treino, onde eu pude treinar mais e evoluir as minhas capacidades, sem ser julgada pela minha história. Fiquei lá bastantes anos... uns...9 anos, até que eles começaram a reportar o meu caso e eu fui chamada para vos treinar. Fim. 

— Uou... Regina, você é a minha super-heroína favorita! - A loira limpou uma pequena lágrima que escorria pela sua face, e se colocou de pé. Emma foi até Regina, e a abraçou fortemente. - Lamento que sua vida tenha sido assim... e me desculpa todas as coisas que disse sobre você...

— Emma... eu tenho medo... - A loira quebrou o abraço. Ela se separou um pouco de Regina e a encarou.

— Medo? Medo de quê, Regina! Você... você foi tão brava. Realmente ouviu toda a história que acabou de me contar? 

— EMMA! Eu tenho medo de te perder...

— O--o quê? - A loira arregalou os olhos. 

— Emma eu... desculpa. Eu preciso de pensar. - Regina se levantou, mas Emma colocou uma mão num dos ombros da morena, e fê-la sentar novamente. 

— Eu não acho que você precisa pensar... Na sua história, eu acho que sou você... e você é a minha Mal... Apesar de quando quase me matou, você praticamente se cagou pra mim e continuou andando, quero que saiba que ainda te odeio por isso. - Regina abriu um sorriso, mas logo o fechou. - A conversa de ontem, Regina, era eu tentando entender o que você tinha comigo, e o que eu tinha com você... Eu  te odiava, sério mesmo... mas... eu não sei, algo mudou. Eu me sinto estranhamente bem quando estou perto de você... e olha que eu nunca senti isso na minha vida. Nem com o pai do Henry. Eu acho que... eu acho que gosto de você, Regina. 

— Emma... você não é... eu... nem eu sou a Mal. Eu sou eu, e você é a Emma. Eu não quero te perder Emma, e é por isso que eu sou como eu sou, entende? Eu não quero que você vire a nova Mal! Eu quero que você seja a Emma, para SEMPRE! Ouviu? Se... se você... morr... - Emma pegou nos dois lados da face de Regina, e rapidamente depositou um beijo nos lábios da morena, não deixando a morena acabar de falar. Não durou muito tempo. Emma se afastou um pouco, o suficiente para poder falar ao mesmo tempo que encarava os olhos da morena. 

— Eu não vou morrer. 

— A kiss is a lovely trick designed by nature to stop speech when words become superfluous. -*

— Ingrid Bergman


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