Talita escrita por Haruka hime


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Passaram-se quatro meses e Talita já estudava. Ela pegou amizade com uma garota chamada Sasha Jens, com a professora Ana Lara e com o Diretor Carlos.

Sasha tinha 22 anos e era o quinto curso que tentava fazer. Já passara por neurologia, pediatria, virologia e dermatologia. Dizia que procurava seu sonho. Não se importava com dinheiro, já que seu pai era empresário e sua mãe modelo.

Sasha era filha única. Parecia bastante com a mãe. Seus cabelos cacheados eram volumosos. Usava óculos. Sua pele era escura se comparada a de todos na sala. A única pessoa mais escura que ele era a professora Ana Lara.

A professora era chamada apenas de Ana quando elas passeavam. Tinha um bom gosto para música e um bom senso de moda. Quando se conheceram, contou sobre a dificuldade de ser uma mulher negra, principalmente no mercado de trabalho. Era vitoriosa por ser professora de faculdade aos trinta e seis anos.

Carlos era diretor do prédio havia pouco tempo. Fez amizade com Talita por dar carona para ela às vezes, já que morava no condomínio ao lado. Ele tinha os cabelos loiros e a pele branca como a neve. Tinha um ótimo humor, mas não se dava bem com Ana Lara já que almejava o cargo de diretor antes que ele fosse indicado.

O diretor e a professora não conseguiam conversar abertamente um com o outro. Ela até evitava falar com ele. Quando tentava, acabavam brigando. Tudo o que ele amava ela não gostava. Tudo que ela dizia, ele negava, tudo que ela argumentava, ele contra-argumentava. Só andavam juntos por causa dos colegas.

***

Era um sábado e Ana havia convidado as meninas para almoçar em sua casa que ficava perto da Universidade. Não era uma casa grande, mas era bonita, e Ana sempre a arrumava.

Assim que chegaram, elas se sentaram mesa e apreciaram um lindo peru assado. Os lugares estavam preparados para as três, os copos colocador à esquerda e os talheres à direita sobre a mesa, tudo muito bonito.

Ana serviu as convidadas que agradeceram. Logo depois do almoço, se sentaram na sala e ficaram a conversar.

— Ana, sua casa é linda. – Sasha falou.

— Eu sei. – respondeu.

As três riram.

— Mas sabe, você devia arrumar um namorado. – Talita falou.

— E você, por que não arruma um também? – Ana perguntou fingindo estar brava.

— Sabe que eu quero namorar alguém, mas...

— Mas tem medo de se confessar. – Sasha complementou.

— É que o Kaleo é... – ela se perdeu nas palavras. Queria achar a coisa certa a dizer do amigo, mas desistiu depois de não encontrá-la.

— Amiga – Sasha falou pegando as mãos de Talita – Uma hora você vai ter que falar, não pode ficar esperando. E se ele achar outra garota, o que você vai fazer?

— Eu sei, – Talita disse deixando os ombros caírem. – é que não tenho a menor ideia de como vou fazer isso.

— Simples! – Ana falou – Chega nele e fala.

A conversa continuou, e as três decidiram que ela se confessaria na segunda-feira assim que o visse.

***

Já era segunda e Talita estava no refeitório da universidade com Sasha. Talita usava uma calça jeans, uma camisa social branca e o cabelo solto. Esfregava as mãos enquanto esperava.

Kaleo chegou e pediu para conversar com ela. Talita, surpresa, aceitou e disse que também tinha algo a falar. Foram para uma mesa longe dos outros.

— Sabe, – ele começou a falar – eu tenho pensado muito em você esses dias.

— Em mim? – ela disse surpresa.

— Na verdade, eu não paro de pensar em você. Então, quer jantar comigo?

Talita ficou sem reação. Não acreditava que aquilo estava acontecendo e depois que voltou a realidade aceitou sem pestanejar. O abraçou e eles marcaram de se encontrar no prédio onde ela morava na sexta-feira. Ela saiu saltitando, e foi falar com Sasha que percebeu a mudança de comportamento da amiga.

— Ele te correspondeu?

— Ainda não, eu não falei. Mas ele me convidou pra jantar com ele.

— Sério? – perguntou a outra colocando a mão na boca.

— Sim. – as duas riram e depois de se despedirem, foram para a sala.

***

A professora Ana Lara guardava as coisas no carro e o fazia com dificuldade. Ela tinha em mãos um bolo de papeis que eram provas e trabalhos dos alunos. Carlos, que passava na hora, resolveu ajudar a enrolada professora. Ele pegou parte dos papeis e os colocou no porta-malas.

— Obrigada. – ela agradeceu guardando o resto dos papeis.

— Ana, eu tenho que te perguntar uma coisa. – ele torcia a camisa.

— O quê? – ela perguntou ríspida.

— É que... Sabe... Eu espero que você não me... Não me odeie mais.

— Por que eu não odiaria?

— Não sei, mas eu quero sair com você. – ele falou rapidamente.

Ana arregalou os olhos. Incrédula, ela se deixou encostar-se ao carro e abaixou a cabeça. Ele pegou a sua mão e disse:

— É serio, quero muito sair com você, então espero que você não me odeie mais.

— Idiota... – o cabelo cobria o rosto dela - Eu... Estou livre na sexta.

Ana entrou no carro sem dizer mais nada e saiu. Ele ficou parado por um tempo e depois saiu feliz para seu carro.

Carlos dirigiu bem até sua casa. Tomou banho, jantou e foi assistir o jornal, mas não prestou atenção em nenhuma noticia. Pensava em que lugar poderia levar a mulher dos seus sonhos. Eram tantas opções: um jantar num restaurante chique ou na sua casa; um passeio no parque de diversão ou talvez na praça da cidade; um luau - que ele sabia que teria na sexta-feira - ou poderia leva-la a uma casa de banho; poderia ir ao cinema ou ao teatro, quem sabe uma ópera...

De tanto pensar, acabou dormindo na sala.

***

Antoni cozinhava biscoitos quando alguém bateu à porta. Ele foi atender desajeitadamente enquanto tentava tirar o avental de cozinha. Acabou por deixar um livro cair no meio do caminho. Abriu a porta e encontrou uma mulher de cabelos verdes, olhos azuis marcados, uma regata que mostrava as tatuagens que tinha, e um pirulito na boca rosada. Ela segurava uma jaqueta jeans, e na outra mão tinha cinco pastas.

— Sim? – ele perguntou calmo.

— Não me reconhece? – ela falou abrindo os braços – Sou eu, Lorena Lars, a diva dos palcos da ilustre Universidade Nacional de Teatro Sant'Aniceto.

— Lorena! – ele disse surpreso – Há quanto tempo, entre.

— Obrigada. – disse Lorena entrando

Os dois foram para a sala conversar. Ela se sentou numa poltrona e ele no sofá.

— Faz tanto tempo, que você até mudou a decoração do seu apartamento. – ela comentou.

— Então, o que faz aqui?

— Vim te pedir um favor.

— Que tipo de favor?

— Um que envolve sua criatividade e beleza.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui



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