Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 9
Uma única chance


Notas iniciais do capítulo

Galera, primeiro desculpem por demorar um pouco para postar esse capitulo, tive que fazer uns ajustes nele e demorou mais do que eu tinha imaginado.

Boa Leitura!



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Natasha estava entediada.

Estava sentada na sala, passando os canais da televisão com o controle remoto. Após não encontrar nada que lhe despertasse interesse, ela desligou o aparelho e atirou o controle no sofá.

Ficar só com o garoto naquela casa era um saco; já havia xingado seu chefe incontáveis vezes nas últimas horas.

Havia levado para o menino o jantar, e já tinha pedido para ele ir dormir.

Apesar de não querer admitir, Kevin era um doce, não estava lhe dando trabalho algum, ainda mais depois que ela levou uns jogos para ele brincar.

Já fazia algumas horas que os outros haviam partido para L.A., ainda não tinha recebido notícias.

A luz de um raio e logo em seguida o som estridente de um trovão chamaram sua atenção.

Natasha sempre desterrara tempestades, mas ficou alguns momentos contemplando o céu nublado pela janela da casa, e sua mente começou a se lembrar de alguns fatos que ela tinha passado.

Nunca teve pais amorosos que a acolhessem nas noites de chuvas intensas durante sua infância.

Natasha nunca chegou a conhecer seu pai, ele se mandou antes dela nascer, e sua mãe sempre a maltratava, batia, humilhava, e para piorar arranjou um novo companheiro que a abusou sexualmente. Quando relatou o ocorrido à sua mãe, ela lhe disse que havia sido a própria Natasha que havia seduzido o seu marido, e lhe deu a maior surra de sua vida. Sua mãe só não a matou devido à interferência de uma vizinha que a levou para o hospital.

Mas com medo de voltar para aquela casa, Natasha fugiu do hospital e passou a morar nas ruas.

Ela conseguiu se virar por algum tempo, pedindo esmolas e cometendo pequenos furtos.

Sua sorte mudou quando ela encontrou um homem misterioso, que sentiu pena da situação que ela vivia e começou a ajudá-la.

Esse homem era um dos donos da maior favela de Nova Iorque, ele ensinou-lhe todo o esquema de seus negócios, esperava que ela o substituísse no futuro, entretanto, ela queria se vingar das pessoas que lhe fizeram tanto mal no passado.

Ela pediu a seu bem feitor uma chance de se vingar, e este lhe concedeu o desejo, e pouco antes de conhecer Mullins, Natasha consegui cumprir seu objetivo.

Ela matou a mãe com um tiro à queima roupa. Acertou um tiro em cada perna de seu padrasto, amarrou suas mãos com uma corda, depois o castrou, e em seguida o matou.

Quando ela retornou à favela, descobriu que o homem que a tirou da rua estava morto e em seu lugar estava um novo chefe, Steven Mullins.

Natasha acreditou que morreria também, porém Mullins lhe disse que ela seria seu braço direito, já que ela conhecia muito bem a área e também sabia como lidar com os traficantes.

Foi tirada de seus pensamentos ao ouvir um grito assustado de Kevin.

Respirando fundo, ela foi até o quarto para ver o que estava acontecendo com o garoto.

Ao chegar lá, ela o encontrou encolhido e tremendo de medo.

— O que foi, querido? – perguntou em uma falsa voz doce.

Ao ouvir a voz da mulher, ele se atirou no colo dela.

— Eu tô com medo dos barulhos feios que estão vindos lá fora. – disse choroso.

Natasha deu um imperceptível sorriso.

— Os barulhos não vão te fazer mal algum, pequeno. – disse carinhosamente.

Assim que ela terminou de falar, outro trovão foi ouvido, Kevin se agarrou ainda mais a Natasha, e a olhou.

— Eu não posso dormir com você? – perguntou esperançoso – Sempre que começa a fazer esses barulhos, meu papai me deixa dormir com ele.

Compadecendo-se do medo que o menininho sentia, ela deu um aceno, autorizando que ele dormisse com ela.

Depois de um tempo, ambos já estavam deitados confortavelmente na cama espaçosa.

Kevin tinha apagado quase automaticamente, Natasha, no entanto, continuou acordada tentando entender a confusão que estava instalada em seu interior.

 XXX

Na favela, enquanto Bob e Cristian estavam no galpão, Lorena e os outros vigiavam os arredores em duplas. De um lado do galpão estavam Vinicius e Thabata e no outro estavam Tales e Lorena.

Próximo de onde eles vigiavam, estava um grupo de quatro traficantes vigiando-os atentamente.

— Encontramos eles. – sussurrou um deles pelo rádio.

— Mate-os! – chiou o rádio em resposta.

Sem demora, o grupo se dividiu e se preparou para o ataque.

Rapidamente, Thabata e Vinicius foram atacados por trás. Ambos levaram coronhadas na cabeça que os deixaram inconscientes.

Entrementes, quase no mesmo momento, Lorena e Tales também sucumbiam ao ataque dos bandidos.

— Até que foi fácil. – falou um deles, enquanto arrastavam os quatros jovens desacordados para longe do galpão.

Quando saíram, viram seus novos aliados no chão desacordados e quatro bandidos prontos para eliminá-los.

Antes que fossem vistos, eles recuaram para dentro do galpão novamente.

— Merda! – disse Bob – O que vamos fazer agora, Cristian?

— Só tem uma coisa – disse Cristian, respirando fundo – mandar bala nesses marginais.

Bob concordou com um aceno.

Saíram do galpão, atirando nos bandidos.

Os quatro foram pegos de surpresa e não tiveram chance de revidar, caíram mortos no chão.

Bob e Cristian correram para ajudar os outros.

— Lorena, Tales, acordem – disse Bob dando uns tapas no rosto para despertá-los.

Logo os quatro começaram a se mexer e a resmungar. Sem perder mais tempo, Bob e Cristian os colocaram todos de pé.

— Vocês estão bem? – perguntou o policial loiro.

— Sim – disse Tales – o que aconteceu?

— Agora não dá tempo de explicar – disse Bob bruscamente – temos que ir embora dessa favela, os traficantes já estão nos procurando e quase mataram vocês quatro. – Disse rapidamente – Tem alguma outra saída alternativa por aqui?

— A saída mais próxima é aquela que você e Thabata usaram.

— Mas, fica próxima da casa de Mullins, e tenho certeza que aquela área está toda vigiada. – disse Thabata.

— Não podemos voltar, tem que haver outro caminho, não podemos enfrentar todos aqueles traficantes. – disse Bob.

— Não temos outra opção, por aqui não tem saída. – afirmou Tales.

— Que merda! – xingou Bob. – Se não há outra forma, vamos ter de enfrentar os traficantes. – disse pegando uma metralhadora que estava com o traficante morto.

— Vamos nessa! – disse Cristian pegando também a arma de outro traficante.

O grupo começou a seguir em direção ao prédio abandonado.

Quando estavam no meio do caminho, a iluminação da rua foi cortada subitamente.

Vinicius parou imediatamente, ele sentiu um tranco em suas costas e logo percebeu que seus companheiros esbarraram uns nos outros. Todos começaram a apontar as armas para todas as direções, porém não conseguiam ver nada, somente a escuridão.

— Eles estão procurando por nós! – disse Tales preocupado – Temos que sair logo daqui.

— Thabata, me dê os seus óculos de visão noturna – disse Bob tentando encontrar a mão da garota, porém sentiu que tocara em algo macio.

— Tire a mão daí, seu tarado! – disse Lorena furiosa, retirando a mão de Bob do seu seio.

— Desculpe! – disse Bob corando levemente – Não foi intencional.

— Certo, – disse Thabata – os óculos estão aqui.

— Ok! Nós vamos agora sair em fila, Tales coloque. – disse entregando-lhe os óculos - Vá à frente, guie-nos, eu vou no final da fila e se você vir alguma movimentação, grite para todos se abaixarem, porque vou mandar bala. – disse engatilhando sua arma.

Eles voltaram a andar novamente, Tales estava liderando o grupo, sempre alerta para o menor sinal de movimentação.

Na sequência da fila estava Thabata, Vinicius, Lorena, Cristian e Bob que também usava os óculos e permanecia atento ao caminho.

Ao irem se aproximando do prédio abandonado, perceberam que naquela região a luz não havia sido cortada, entretanto a fraca iluminação ainda não era eficaz para eles, e muito menos para os bandidos que os procuravam.

Estavam a alguns metros da saída, estavam perto, mas um grupo de traficantes os avistou.

Tales só teve tempo de gritar:

— Pro chão!

Segundos depois, uma grande saraivada de tiros foi ouvida.

Todos estavam jogados no chão, suas mãos protegendo os ouvidos e esperavam que saíssem vivos dali.

Beneficiados pela baixa luminosidade do local e com os óculos, não foi difícil para Bob eliminar todos com a metralhadora.

— Vamos pessoal, - disse Bob se levantando ainda com a arma nas mãos – temos que nos apressar.

O barulho da troca de tiros havia alertado alguns homens que estavam próximos ao local. Mais que depressa, eles avisaram os outros pelo rádio. E agora todos estavam seguindo em direção ao prédio.

O Tempo estava se esgotando.

Antes que os bandidos chegassem, eles conseguiram alcançar o edifício e acessar à trilha que os levaria para fora.

A todo momento, olhavam para trás para se certificarem que não estavam sendo seguidos por ninguém.

Estavam quase chegando.

Mas foram abordados por dois bandidos; um deles munido de um fuzil AK- 47 e o outro com uma carabina M-4 A3.

— Joguem as armas no chão e mão para cima – disse o bandido com o fuzil.

Sem opção, Lorena e seus amigos jogaram suas armas, no entanto Bob e Cristian ainda seguravam suas metralhadoras.

— Eu mandei jogar as armas no chão, vocês são surdos? – disse o bandido rispidamente e apontando a arma para os dois.

Os dois policiais deram um aceno para o bandido, em seguida ambos se abaixaram e colocaram as duas armas no chão, porém com uma grande agilidade ambos sacaram outra arma que estava na parte traseira da calça deles.

Pegando os bandidos de surpresa, ambos atiraram no braço de cada um dos traficantes.

Vinicius e Lorena aproveitaram a chance e conseguiram tirar as armas dos bandidos

Os dois tentaram correr.

— Se vocês derem mais um passo, eu atiro. – Vinicius disse engatilhando a arma.

Com medo, os dois bandidos se renderam.

Os dois agora, com a posse das armas, se prepararam para liquidar os bandidos, mas foram impedidos por Cris e Bob.

— Nos deixe acabar com esses caras! – exigiu Lorena.

— Não! – retrucou Cristian – O barulho dos tiros vai alertar os outros, e nós estaremos perdidos. Vamos apenas deixá-los fora de ação. – concluiu com um sorriso no rosto.

Bob e Cristian nocautearam os dois marginais.

— Vamos deixar eles ai.

— Estamos perto. – disse Tales.

Deixando os dois bandidos desacordados para trás, eles conseguiram chegar ao local onde estavam horas antes.

O grupo novamente se dividiu em duplas, cada uma teria de voltar ao local onde havia deixado o carro.

— Nós nos encontramos no mesmo local onde os carros estavam. - disse Cris.

Todos concordaram e partiram em direções distintas.

Sem qualquer outra surpresa, as 3 duplas conseguiram chegar aos carros e partir.

A cabeça de Cristian estava a mil. Ele não conseguia parar de pensar sobre o que tinha acontecido nessas últimas horas. Tudo que tinham descoberto com o West, o plano misterioso de Mullins que o envolvia, e também o local onde estava com o seu filho.

Ele dirigiu por vários minutos até que finalmente chegou ao ponto de encontro. Pôde respirar aliviado ao ver que os outros já estavam esperando por eles.

Depois de trancarem os carros alugados e deixá-los seguros, todos seguiram para a casa de Cristian.

Ao chegarem, Lorena e Thabata foram tomar banho.

Bob, usando um kit de primeiros socorros, limpou o ferimento do braço de Vinicius e o enfaixou.

Cristian foi preparar algo para comerem. Após alguns minutos Bob apareceu.

— Como está o braço do rapaz?

— Está bem, o tiro pegou de raspão.

— Sorte a dele. – disse Cristian.

— Amanhã bem cedo vou levar essa amostra para uma legista. – Bob disse mudando de assunto.

Cristian olhou para seu amigo.

— Essa legista é de confiança? – preguntou aflito – Você sabe bem que o ato que executamos hoje na favela foi irregular, não havia nenhum mandato, - Cristian continuava falando freneticamente – e se essa legista começar a questionar, o que vamos dizer? E se descobrirem o que fizemos com o West? E se... – Cristian foi impedido de continuar a falar devido a sacudida que levou de Bob.

— Cristian, se controle! Eu sei de tudo isso, – disse colocando-lhe a mão no ombro – a legista é minha amiga, tenho certeza de que ela vai nos ajudar, e outra, ela me deve uma, e com relação aos traficantes, duvido que eles prestem alguma queixa na polícia por nossa “visita” a eles. - finalizou sorrindo.

Eles permaneceram se encarando por longos minutos, olhares pareciam que enxergavam além da alma de cada um, como se ambos se completassem.

Ao ouvirem novamente os quatro discutindo na sala, Cris e Bob voltaram a preparar o jantar.

Depois de comerem, Bob foi embora.

Cristian arrumou seu quarto para as garotas dormirem, e o quarto de hospedes para os dois rapazes.

O relógio marcava quase três da manhã, e até aquele momento, Cristian não tinha conseguido pregar os olhos nem um minuto. Vários pensamentos iam e vinham, e sua preocupação com seu garotinho tinha aumentado depois do que o West tinha dito. Estava indo para o terceiro dia que haviam levado seu Kevin, e nenhum bandido havia contatado ele. Não saber como seu filho estava, partia-lhe o coração.

Desistindo de dormir, ele se levantou e foi até a estante que havia na sala e pegou um porta retrato que tinha a foto do Kevin. Ao ver a foto com seu pequeno sorrindo alegremente, ele não conseguiu conter as lágrimas, elas caíam em cascata de seus olhos azuis.

— Meu pequeno! – disse enquanto acariciava a foto.

Lorena havia acordado alguns minutos antes e havia descido para beber um copo d’agua, no entanto, parou na porta da sala ao ver Cristian segurando o porta retrato e chorando copiosamente.

Ela continuou imóvel na porta, como se estivesse travando uma batalha interna sobre ir até ele e conversar ou deixá-lo sozinho. Sepois de alguns momentos ela adentrou no recinto e olhou para Cristian.

— Ainda acordado, policial? – disse com um sorriso meigo no rosto.

Cristian levou um susto ao ver Lorena ao seu lado. Rapidamente enxugou as lágrimas.

— Não consegui dormir nada nessa noite, tudo o que aconteceu naquele lugar – ele fechou os olhos e sacudiu a cabeça, tentando em vão parar com as lembranças – não sai da minha cabeça.

Ela o olhou com ternura e colocou uma mão no ombro dele.

— Esse é seu filho? – perguntou olhando o porta retrato.

— Sim, – disse sorrindo – esse é meu filhinho Kevin.

— Ele é a sua cara.

— Todos falam isso, ele não herdou quase nenhum traço da minha falecida esposa.

— Você tem alguma ideia do que fazer agora?

— O que temos que fazer é esperar. – falou sem entusiasmo. – Ver se essa amiga do Bob consegue descobrir quem é esse agente, só então poderemos agir.

— Esperar não faz muito meu estilo.

— Nessa situação, também não me agrada nada, mas não há outra coisa a se fazer. – ditou tristonho. – Só espero que meu filho esteja bem.

Lorena apertou novamente o ombro de Cristian em um sinal de apoio.

— Vou voltar para a cama, você deveria tentar dormir também.

— Tudo bem. Boa Noite!

— Boa Noite.

No corredor, ela topou com Vinicius que estava com cara de poucos amigos.

Tentou ignorá-lo, porém ele a segurou pelo braço, impedindo-a de sair.

— Quer dizer que você está dando mole para aquele policial nojento? – indagou furioso.

— Não! Claro que não. – retrucou surpresa. – Como... você estava me seguindo? Me espionando? – perguntou nervosa.

— Vi você saindo do quarto, e fui atrás de você para ver se estava acontecendo alguma coisa. – ditou na defensiva. – Mas pelo que vi, você estava bem à vontade com aquele desgraçado.

— Escuta, não aconteceu absolutamente nada, ele bem que tentou, mas eu não deixei. – disse rispidamente. – Agora, vou te falar pela última vez, pare de se comportar como se tivéssemos alguma coisa, pois você não é meu dono nem nada do tipo e se eu quiser ficar com alguém não vai ser você que irá me impedir. – concluiu tentando sair do corredor, porém foi novamente travada por Vinicius, que a agarrou pela cintura e lhe deu um beijo ardente.

Lorena tentou resistir a princípio, porém aos poucos foi se entregando à deliciosa sensação que o beijo de Vinicius lhe proporcionava. Somente se separaram quando o ar fez falta.

O garoto sorri satisfeito pelo perfeito beijo e a garota ficou assustada com tudo que tinha acontecido; ela tentou novamente escapar daquele corredor, no entanto Vinicius não permitiu.

— Por favor, me solte! – implorou assustada.

— Porque você foge de mim? Eu já lhe disse muitas vezes o que eu sinto por você, Lorena, eu te amo! Por que você tem tanto medo de se entregar?

— Você sabe o que eu penso sobre essa baboseira de relacionamentos amorosos! Isso é uma fraqueza, uma inutilidade, e pessoas que vivem como nós vivemos, não podem ter fraquezas! E outra, eu não sinto nada por você!

— Será mesmo que não sente nada quanto eu te toco? – perguntou acariciando o rosto delicado, vendo sua amada ficar com os pelos arrepiados. – Nem quando eu te beijei? – continuou a provocá-la dando pequenos beijos no seu ombro e depois a encarando com um sorriso sacana. – Você sente algo por mim, mas não quer admitir.

— Eu não... – ela foi interrompida por outro beijo ardente de Vinicius, que fez suas pernas ficarem bambas e seu coração acelerar.

— Fique comigo, só por essa noite! Permita-se ser amada, por pelo menos uma vez!

Lorena sentia seu coração pulsar rapidamente, sua respiração irregular, encarando os belos olhos do homem à sua frente.

— Sim! Me ame, me faça sua! – rendeu-se finalmente.

Sem esperar por mais nada, Vinicius voltou a beijá-la, porém dessa vez o beijo foi calmo, lento, apaixonante.

Os dois saíram do corredor ainda aos beijos e entraram em um cômodo, que provavelmente seria um escritório onde havia um sofá e ambos caíram nele ainda aos beijos. Trocaram olhares carinhosos, e um pouco surpresos.

Depois dos momentos carinhosos, a luxúria se manifestou, Lorena e Vinicius começaram a se beijar desesperadamente, acariciando o corpo um do outro. Logo as roupas começaram a atrapalhar; ambos se despiram com urgência. Movidos pelo desejo desenfreado que sentiam, Vinicius entrou nela rapidamente e logo começou a movimentar-se.

Ambos gemiam loucamente durante o ato; até que o garoto se derramou dentro dela, mas não foi o suficiente para saciar ambos, e logo recomeçaram.

O dia estava quase amanhecendo quando por fim, exaustos, ambos dormiram um nos braços do outro.

XXX

Quando finalmente o relógio marcou 6 da manhã, Bob levantou-se um tanto cansado, ele não tinha dormido muito na noite passada, estava bastante ansioso.

Havia entrado em contato com sua amiga legista Rebecca Walters, na noite anterior, havia resumido os fatos ocorridos e ela concordou em ajudá-lo.

Após se arrumar e tomar um café rápido, Bob partiu para o instituto.

Logo que chegou, Bob identificou-se e foi até a sala onde sua amiga aguardava a sua chegada.

Rebecca tinha olhos negros como a noite, seus cabelos estavam presos em um coque, usava um jaleco branco por cima do vestido preto, sempre chamava atenção por onde passava devido à beleza e inteligência.

— Bob, há quanto tempo! – disse sorrindo.

Eles trocaram um abraço caloroso.

— Muito tempo mesmo, é muita correria no dia a dia, quase não dá tempo de respirar – disse sorrindo.

— Quer um café? Ou chá?

— Aceito um café!

Rebecca saiu da sala por alguns instantes, mas logo retornando com duas xícaras de café.

Bob tomou um gole e pousou a xicara na mesa, em seguida retirou o saco que continha o fragmento de dente do agente.

— Então Bob, o que você precisa?

— Queria ver se tem como você examinar esse fragmento, preciso saber de quem ele pertence. - disse entregando-o.

Ela analisou o fragmento por alguns instantes e em seguida olhou para Bob.

— Hum, acredito que irá demorar um pouco, mas sem problemas, Pode deixar comigo!

Bob respirou aliviado pelo fato dela ter aceitado lhe ajudar, mas principalmente por não lhe fazer perguntas.

No entanto, Rebecca começou a fazer essas perguntas instantes depois.

— Bob, onde você o encontrou? E para que você precisa descobrir quem é a pessoa? – perguntou séria.

— Isso realmente é importante?

— Bob, você sabe que pode confiar em mim.

Bob ponderou por alguns instantes, e contou-lhe toda a história, claro que a resumiu ao máximo e ocultou alguns fatos.

Rebecca ouviu tudo com atenção e ao final do relato, estava perplexa.

Ela sempre tinha lidado com casos de assassinatos cruéis, mas nunca houvera um caso que tivesse a deixado tão chocada, esse homem era... não tinha conseguido uma palavra para descrever seus atos hediondos; uma bomba que matou várias pessoas, o sequestro de uma criança e ainda matou duas pessoas a sangue frio, carbonizando os restos para evitar que conseguissem identificá-las.

— Então – começou ela meio nauseada – a única chance de encontrar esse tal de Mullins é descobrir quem era esse agente, e o que ele entregou para o bandido?

— Exatamente! – disse Bob – Se não descobrimos o que ele está tramando, não teremos chances de encontrar o Kevin.

— Mas quanto ao restante dos ossos? Vocês não irão resgatá-los?

— Não podemos! – disse Bob - Fomos à favela sem mandato, escapamos por sorte, não tem como voltar para resgatar o restante.

— Bob! – disse Rebecca um pouco chocada – Seja quem for essas pessoas, elas merecem um enterro decente, merecem que seus parentes possam se despedir.

— Rebecca, não tem jeito. – argumentou, tomando o último gole da xícara – Para irmos resgatar os corpos, teríamos que contar tudo o que fizemos ontem à noite e se fizermos isso, o Cristian e eu poderemos ser exonerados e até enfrentar um processo.

— Tudo bem, eu entendo Bob. Mas temos que pensar num jeito de recuperá-los.

— A única chance de voltarmos para lá, seria uma denúncia anônima. – Bob disse com a mão no queixo e uma expressão pensativa.

— Você me deu uma ideia! – afirmou animada.

Bob olhou um tanto preocupado; conhecia sua amiga há bastante tempo e geralmente suas ideias causavam uma boa confusão.

— Que ideia?

— Vou ligar no FBI e farei a denúncia. – anunciou com determinação – Não se preocupe, vou fingir ser uma moradora da favela, ninguém saberá sobre você ou seu amigo Cristian. – sorri - Vou começar as análises imediatamente, assim que tiver os resultados, eu mando para você.

Bob se aproximou da amiga e a abraçou.

— Obrigado pela ajuda! Sabia que podia contar com você. – disse soltando-a e piscando para ela.

— Sempre pode contar comigo, bobinho. – disse sorrindo com ternura.

— Eu vou estar na sede do FBI, qualquer coisa pode me encontrar lá. – saiu do local.

Ela deu um aceno com a cabeça e começou a trabalhar.

 XXXX

 Os raios do sol entravam pela janela do escritório de Cristian naquela manhã, acordando Vinicius de seu sono. Ainda meio sonolento, tentou abraçar o corpo da companheira para poderem dormir mais um pouco, porém ao tocar no estofado, sentiu que estava só. Ao constatar esse fato, automaticamente, abriu seus olhos e começou a procurar sua amada. No entanto, ele estava só no cômodo. Sem ter mais vontade de dormir, começou a se vestir, mas quando somente estava de cueca, ouviu a parta se abrir e revelar a figura de Cristian bastante surpreso.

— Você não sabe bater antes de entrar? – perguntou rispidamente.

— Olha, estou na minha casa e outra, não esperava encontrar você dessa maneira no meu escritório. – ditou friamente, sentindo o cheiro de sexo que empregava o lugar. – Você estava usando meu escritório para fazer sexo?

Vinicius ignorou a pergunta e terminou de se vestir, porém antes de sair do aposento, ele se virou para Cristian com uma expressão fria na face.

— Não quero mais você perto da Lorena! – falou nervoso.

— O quê? – indagou sem entender.

— Não se faça de idiota, policial nojento. – se aproximou perigosamente – Eu disse para não chegar perto da Lorena, ela é minha, entendeu?

— Realmente, fique despreocupado, não tenho o menor interesse na sua garota! – retrucou com frieza.

— É bom mesmo, pois se ignorar meu aviso, esquecerei que salvou a minha vida e acabarei com a sua.

— Não tenho medo de ameaças, e outra, já falei que não tenho o menor interesse nela. – bradou furiosamente. – Agora se não se importar, saia logo daqui, pois graças a você eu preciso limpar essa sala para poder resolver outros assuntos e nunca mais use minha casa como um prostíbulo. Se quiser fazer foder com alguém, que seja bem longe daqui, entendeu?

Vinicius lançou-lhe um olhar fulminante antes de sair de lá.

Cristian foi até a área de sérviço, apanhou uns itens de limpeza e começou a limpar os vestígios da noite quente de Lorena e Vinicius.

— Estou começando a me arrepender de ter salvado a vida dele. – ditou enquanto limpava o estofado.

No andar de baixo, Tales e Thabata tomavam café tranquilamente, quando Vinicius apareceu com uma expressão azeda na face.

— Bom dia Vini! – ditou Thabata.

— Só se for para você! – retrucou ríspido.

— Credo, que mau humor logo cedo. – emendou Tales. – Está mal humorado igual a Lorena.

Vinicius não lhe respondeu, apenas tomou uma xícara de café.

— Onde está a Lorena? – perguntou se levantando da mesa.

— Deve estar no quintal! – ditou Thabata.

O garoto saiu sem falar mais nada, deixando seus dois companheiros confusos.

XXX

Lorena estava sentada no quintal dos fundos admirando o pequeno jardim, porém a sua mente não parava de pensar no que havia acontecido na noite passada.

A todo momento as cenas dela e de Vinicius se beijando; se acariciando, iam e vinham, não queria admitir, mas ela havia gostado de ser beijada. Nunca havia sentido tanto desejo como na noite anterior. E estava se odiando por isso.

Sempre evitara se relacionar com outros caras, sempre havia considerado o amor um sentimento para fracos, um empecilho, uma fraqueza, e no mundo em que ela vivia não podiam existir fraquezas.

Tão perdida em seus confusos pensamentos, não notou a presença de Vinicius ao seu lado. Levaou um grande susto quando ele acariciou sua face.

— Tudo bem? – indagou preocupado.

— Claro! – respondeu rapidamente. – Porque teria algo errado?

— Não sei, eu cheguei aqui há uns cinco minutos e você nem se deu conta.

— Estava distraída!

— Você quer conversar sobre o que aconteceu ontem? – perguntou inseguro.

Lorena encarou-lhe por alguns segundos e saiu correndo, sem responder à pergunta.

— Hey Lorena! – tentou em vão chamá-la.

Xingando a si mesmo, Vinicius sai à procura de Lorena, mesmo sabendo que provavelmente ela queria ficar só por algum tempo.


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Notas finais do capítulo

Clima ficou tenso entre Cris e Vinicius. E o que será que vai acontecer com Lorena e Vinicius? Esse romance vai pra frente ou não?
Até o próximo capitulo!



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