Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 10
O erro definitivo


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem galera?

Temos o capitulo 10, espero que gostem e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675768/chapter/10

Bob estava um pouco nervoso. Provavelmente já teriam descoberto sobre a fuga dos quatro prisioneiros e também das mortes de Ross e Black. A cada minuto que se aproximava da sede, seu nervosismo aumentava um pouco, pois sabia que Winter iria questioná-lo sobre o motivo dele ter saído mais cedo ontem e com certeza, querer saber o que Cristian e ele tinham feito.

— Só espero que essa história que bolamos dê certo, pois caso contrário, estaremos em sérios apuros. – ditou preocupado para si mesmo.

Ao chegar no FBI, Bob foi diretamente para seu gabinete e começou a organizá-lo. Desde o incidente com a bomba, não havia encontrado tempo para a papelada que se encontrava em sua mesa.

Algum tempo depois, Winter apareceu em seu gabinete como esperado e pior, parecia estar com um péssimo humor naquela manhã.

— Lincher, venha à minha sala, imediatamente! - ordenou meio irritado, saindo do recinto logo em seguida.

Respirando fundo, Bob o seguiu em silêncio.

O momento tinha chegado, precisava se acalmar para conseguir convencê-lo da história que contaria, não podia demonstrar nenhuma preocupação ou nervosismo.

Logo que chegarem na sala do comandante, Winter fez sinal para Bob sentar na cadeira à sua frente, enquanto ele também se sentava.

— Bem Lincher te chamei aqui porque quero conversar com você. – começou o comandante sério.

— Pode dizer, senhor.

— Fui informado que você e o Hayes tiveram uma discussão com Black e Ross e ainda os agrediram. Isso é verdade?

— Sim senhor! – respondeu firme.

— O que aconteceu?

— O de sempre, eles vieram nos provocar, Cristian já estava bem descontrolado nessa hora, ele não aguentou a provocação e partiu para cima de Black e no momento que Ross estava para atacar o Cristian eu acerte ele primeiro. Depois tive que segurar o Cristian e tirá-lo de lá.

— Certo! Depois do incidente com eles, o que aconteceu?

— O Cristian foi para sua casa e com medo dele fazer alguma loucura fui atrás dele.

— Hum, então você saiu antes do expediente acabar?

— Sim senhor! – confirmou prontamente.

— Então você estava com o Hayes?

— Sim, eu estava com o Cristian.

— O que vocês fizeram depois que saíram da sede?

— Segui o Cristian até à casa dele. – falou sem hesitar. – Ele estava bastante descontrolado. Consegui acalmá-lo depois de muito esforço, ficamos mais um tempo na casa dele e depois levei-o para a casa dos pais dele. Ambos estavam preocupados com o estado emocional do filho, já que mais cedo eu havia avisado eles sobre o que tinha acontecido aqui. Depois de nós jantarmos, levei-o de volta para a sua casa e fui para a minha.

— Tem certeza que não fizeram nenhuma outra coisa ontem? – questinou desconfiado.

— Tudo o que fizemos ontem eu já lhe falei, senhor!

O comandante se inclinou na mesa e o encarou nos olhos ainda bastante desconfiado. Permaneceu assim por um longo tempo, tentando encontrar alguma contradição ou sinal de mentira, porém seu agente continuava a encará-lo calmamente.

Convencido da veracidade das palavras de seu subordinado, Winter voltou a encostar-se na cadeira. No entanto, sua expressão ainda mostrava irritação.

— Comandante, qual o motivo dessas perguntas? Aconteceu algo grave? – perguntou fingindo preocupação, porém, no fundo, mais aliviado por ter conseguido enganar Winter.

— Tivemos um incidente. Black e Ross estão mortos! – disse pesarosamente. – E os criminosos fugiram.

Bob fez sua melhor expressão surpresa, mas ele sabia perfeitamente bem o que tinha acontecido na noite passada, já que ele mesmo havia despachado aqueles dois para o inferno.

— O quê? Como isso aconteceu, comandante? – perguntou, fingindo estar surpreso.

— Não temos certeza de como tudo aconteceu, – começou  – eles iriam escoltar os bandidos até o presidio, entretanto, a van em que estavam foi encontrada em uma área afastada, próxima de uma favela, os dois estavam mortos no chão e a van aberta. Não havia sinal dos marginais e nem do outro agente que estava junto com os bandidos. – finalizou o comandante.

— O senhor acha que eles foram emboscados por traficantes daquela região?

— Não tenho certeza, o agente Stan estava designado para escoltar os bandidos com Ross e Black até o presidio, - disse o comandante, massageando a testa, como se estivesse com dor, - foi encontrado desacordado e amarrado dentro do vestiário, olhamos as câmeras de segurança, mas infelizmente elas não pegaram nada, o que me leva a acreditar que quem atacou o Stan conhecia bem o local.

— Esses últimos dias estão... – Bob não conseguiu encontrar uma palavra para expressar a falsa frustação, por essa razão deu um soco na mesa – primeiro a bomba que matou vários agentes e policiais, depois o sequestro do Kevin, e agora a fuga das únicas pessoas que poderiam nos levar até o bandido.

Winter amenizou sua expressão irritada, diante das palavras de Bob.

— Eu sei o que está sentindo Bob! – disse o comandante compreensivamente. – No entanto, devemos nos manter firmes para descobrir quem é esse cara e também como resgatar o filho do Hayes. A propósito, como ele está?

— Bem, - disse Bob hesitante – ainda está furioso com o senhor por tê-lo suspendido, mas acho que está bem, não falei com ele hoje.

— Eu imaginei, mas tive minhas razões para suspendê-lo. Espero que logo ele entenda o porquê de eu ter feito isso.

— O senhor precisa de mais alguma coisa, senhor? – se levanta.

— Espero mesmo que você não esteja escondendo absolutamente nada, pois caso contrário, terei de adotar medidas extremas. – falou ameaçadoramente. - Pode sair.

Bob saiu da sala e voltou para seu gabinete, sentiu um grande incômodo pelas palavras de Winter, porém apesar de tudo, havia conseguido despistá-lo pelo menos por agora.

XXX

Rebecca estava no instituto trabalhando arduamente, havia começado as análises para determinar o DNA do suposto agente.

Não pôde deixar de ficar impressionada com tudo que Bob havia lhe contado, principalmente sobre os corpos abandonados. A ideia de deixá-los lá esquecidos sem poder dar-lhes um fim digno, lhe causou repulsa, e mesmo sabendo dos motivos de seu amigo, não pôde simplesmente concordar com ele, por isso, resolveu ajudá-lo a resgatar os restos, fazendo uma denúncia anônima, no entanto, mesmo usando o número restrito, havia a possibilidade do FBI localizar o sinal. Então, Rebecca recorreu a um bom amigo que trabalhava no instituto. Ele conseguiu enganar o sistema e emitir que o sinal da ligação estava vindo realmente da favela, assim ela tinha conseguido realizar a chamada, se passando por uma moradora da favela.

Minutos depois, os agentes do FBI registraram a ocorrência sobre dois corpos encontrados na favela.

Apesar de suas suspeitas, Winter designou Bob e Luiws para comandarem a operação. Os dois montaram duas equipes, com os outros agentes que também haviam sido escalados para a missão.

Winter também requisitou uma equipe do Instituto médico.

Enquanto preparava o equipamento, Bob recebeu uma mensagem de Rebecca, avisando que ela estava indo à favela.

Bob sorriu e lhe respondeu. Em seguida guardou o celular no bolso, com uma expressão preocupada.

— Se o que West tinha lhes dito era verdade, teriam que correr para conseguirem encontrar os corpos. – pensou com determinação.

XXX

Em Boston o clima estava agradável naquela manhã, o céu limpo, quase sem nuvens. A luz do sol entrava no recinto por uma das janelas.

O quarto era simples, só havia uma cama e um armário de gesso embutido na parede, sem luxos. Na cama ainda dormiam profundamente um garotinho loiro e uma mulher morena.

Natasha acordou meio zonza, estava sentindo um peso em seu corpo. Passados alguns segundos, conseguiu ver o que se passava em sua volta. Viu o quarto iluminado pelo sol, viu sua mala no chão, seu celular ao lado da cama e em cima de sua barriga, estava Kevin.

Ela sorriu ao ver a criança dormindo.

“Parece um anjinho” pensou ela.

Ultimamente estava tendo reações e sentimentos estranhos. Isso a assustava.

Kevin estava conseguindo amolecer seu coração, mais rápido do que imaginara. Tanto que havia começado a ser um pouco mais carinhosa e paciente com ele. Lhe deu uns jogos para se distrair, até mesmo o chamou de pequeno algumas vezes, inclusive tinha perdido totalmente a coragem de “apagá-lo” com alguma droga.

Natasha tirou o garoto de cima de si e o colocou gentilmente em um travesseiro. Em seguida se levantou e seguiu para o banheiro.

Após fazer sua higiene matinal, foi para a cozinha afim de começar a preparar o café da manhã, porém antes de conseguir chegar ao cômodo, seu celular começou a tocar, na tela apareceu o nome de “MULINS” junto com uma foto que ela tirou escondida.

— Alô! – disse ela bastante animada.

— Como está o garoto? – perguntou de modo frio.

Natasha não pôde deixar de ficar um tanto desapontada diante da frieza que seu amado lhe dirigia.

— Ele está bem, ainda está dormindo. – respondeu friamente.

— Ótimo! Já estamos aqui em Los Angeles.

— Ligou só para saber sobre o pirralho? – perguntou a mulher com certa fúria na voz.

— Não, - falou de modo simples – tenho um serviço para você! – concluiu ele, surpreendendo Natasha.

— Mas que trabalho? Como vou executar esse trabalho se tenho que ficar de babá 24 horas...

— Se você calar a porra da boca, vai saber que trabalho é.

Natasha se calou, mas logo sentiu uma lágrima solitária escorrendo dos olhos. Logo tratou de limpá-la com a mão livre.

— Quero que você ligue em qualquer canal, CNN ou outro do gênero e fique atenta para toda e qualquer notícia que sair sobre o que aconteceu ontem na sede da Interpol, e me informe imediatamente, entendeu? – perguntou Mullins.

— Posso perguntar o motivo disso, senhor? – indagou com desdém.

— Apenas faça o que eu mandei, não te pago para fazer perguntas, mas para cumprir minhas ordens. – concluiu friamente e logo após encerrou a ligação.

Ela ficou lá com o telefone mudo ainda no ouvido por algum tempo; não conseguia entender o motivo de Mullins lhe tratar com tanta frieza.

Ainda perdida em pensamentos, foi até a sala e ligou a TV em um canal de notícias qualquer para logo em seguida ir até a cozinha começar a fazer o café da manhã.

XXX

A cidade dos anjos.

Esse era um dos apelidos da cidade de Los Angeles, onde naquela manhã o céu estava ensolarado e o clima agradável.

Mullins e seus comparsas haviam chegado a L.A. há pouco mais de uma hora e agora estavam acomodados na casa que Rojas havia alugado pouco tempo antes de sair de Boston.

A casa era simples, típica de uma família de classe média. Era um esconderijo ideal, não chamaria atenção de ninguém indesejável. Depois do ataque que realizaram em Boston, deveriam ser ainda mais cuidadosos.

Mullins após desligar a ligação com Natasha, tinha retornado à sala, onde os outros estavam reunidos desde a chegada. No entanto, Mullins ainda não havia se pronunciado sobre os planos nem nada do tipo, e ao voltar para lá, permaneceu calado olhando para o céu através da janela da sala.

Kimberly White, Adam Smith e Roman Rojas ficaram olhando seu chefe com desconfiança.

Steven Mullins calado e com um sorriso no rosto, muitas vezes não era uma combinação das melhores.

— Senhor – começou White cautelosamente – não vamos começar a planejar o próximo ataque para obter a última parte do componente?

Mullins a ignorou e continuou a olhar pela janela, com o mesmo sorriso.

— Senhor, está tudo bem? – perguntou Smith preocupado.

— Perfeitamente, meu caro Smith, está tudo muito bem. – disse sem tirar os olhos da janela. – Ainda não é o momento para discutir os planos. Descansem por algumas horas, mais tarde conversaremos. – ditou calmamente.

Nenhum deles estava entendendo a repentina calma de seu chefe, mas já o conhecendo bem, não se atreveram a questionar ou perguntar mais alguma coisa. Os três olharam uns para os outros e concordaram em esperar por enquanto. Aproveitando a oportunidade, foram descansar e comer alguma coisa.

Sozinho na sala, Mullins continuou sorrindo, imaginando tudo que realizaria naquele dia: Destruição, fogo e morte...

— Esse será um grande dia! – murmurou satisfeito.

XXX

Em Nova York, Luiws estava dirigindo a viatura, um SUV preto. Bob estava no banco do carona, e no banco traseiro haviam mais três agentes, todos focados na sua missão; logo atrás deles haviam mais viaturas, um grande número de agentes fora designado.

Todos os agentes estavam preocupados, já que na última vez que receberam uma denúncia anônima, muitos morreram, e outros tantos ficaram feridos.

Bob sacou seu celular e mandou uma mensagem para Cristian:

“Estamos indo para favela, resgatar os corpos.”

Ele esperou por alguns segundos e logo chegou resposta:

“O que? Como isso é possível?”

Bob logo lhe mandou a resposta.

“Minha amiga legista me convenceu a resgatá-los, e fez uma denúncia anônima para conseguirmos pegá-los.”

Segundos depois outra mensagem de Cristian chegou:

“Tenha cuidado meu amigo, podem te reconhecer lá, não quero que nada de ruim aconteça com vc.”

Bob sorriu ao ler a mensagem.

Luiws desviou os olhos da estrada por alguns segundos e captou o sorriso.

— Porque está sorrindo, Bob? – perguntou com curiosidade ainda olhando para a estrada.

Bob continuou sorrindo e olhou para o amigo.

— Recebi uma mensagem de Rebecca, ela vai estar na favela também com uma equipe do instituto médico.

— E por isso estava sorrindo?

— Sim – disse de modo simples, - faz muito tempo que não a via, estou com saudades. – concluiu sorrindo.

— Ok! – disse encerrando o assunto.

O restante do trajeto foi feito em silêncio.

Ao chegarem no local indicado, desembarcaram das viaturas e se agruparam. Todos estavam com coletes à prova de balas, comunicadores, capacetes, óculos, armas em punho e munição extra. Estavam preparados.

A equipe do instituto chegou minutos depois. Também usavam coletes à prova de balas e carregavam seus equipamentos em maletas.

A denúncia que Rebecca fez, não dizia o local exato onde o galpão estava, então tiveram que dividir os policiais em dois grupos.

Bob e Luiws lideravam os grupos, cada um seguiu para uma direção diferente.

XXX

Alguns metros dali, mais especificamente em uma grande casa quase no limite da favela, West estava furioso.

Ontem, depois que Cristian e os outros fugiram de sua casa, West foi socorrido por alguns dos traficantes que o desamarraram e o levaram para um pronto socorro clandestino que existia nas redondezas. Ficou algumas horas no P.S, e logo que foi liberado, West voltou para casa.

Passara o restante da noite com muitas dores, seu corpo estava cheio de hematomas e cortes, o mais grave era em sua perna, onde a vadia da Lorena tinha fincado uma faca duas vezes. Os “médicos” tiveram que suturar a perna e por esse motivo estava sem conseguir andar.

Não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido na noite anterior. Pensava que seus homens eram melhores que isso. Como permitiram que seis pessoas tivessem conseguido invadir sua favela, matar inúmeros subordinados, invadir sua casa, o torturar e ainda quase matar seu filho?

Esse fato ainda o deixava furioso.

Seu filho quase foi morto bem diante de seus olhos por aquela desgraçada. O garotinho também foi levado ao médico, onde fizeram alguns exames e comprovaram que estava bem.

Naquele momento suas preocupações eram outras, teria que entrar em contato com Mullins e lhe contar o que tinha acontecido, sem mencionar que não havia feito o que ele lhe ordenara.

Outra de suas preocupações eram os corpos no galpão, já tinha que ter se livrado deles há dias, porém havia deixado para depois. Tinha pensado que sua favela era impenetrável, que ninguém iria conseguir chegar até o galpão, então para que se apressar? No entanto, esse foi justamente seu maior erro, ele subestimou seu oponente e agora estava pagando o preço.

Agora, precisava agir com muito mais agilidade, pois se falhasse em se livrar dos corpos, iria sofrer ainda mais na mão de seu chefe.

Por isso, West bolou um plano alternativo, já que seus recursos de mão de obra estavam razoavelmente limitados.

Na noite anterior, depois que foi deixado no hospital, mandou instalar bombas no galpão, se alguém viesse tentar resgatar os corpos, teriam uma grande e explosiva surpresa.

Foi tirado de seus pensamentos quando um dos traficantes da região o chamou pelo rádio:

— West? – perguntou com a voz ofegante.

— Fale, o que você quer?

— Tem um grande número de policiais entrando na favela. – disse o traficante em um folego só.

— O que você disse, imbecil? - gritou enfurecido, não esperava que os policiais invadissem tão rapidamente sua área.

— Tem vários tiras invadindo o morro.

— O que estão esperando? Matem todos. – berrou enfurecido.

— Chefe, eles são muitos, mesmo se eliminássemos alguns, os outros iriam nos matar rapidamente e... – sua explicação foi interrompida pelo brado furioso de West.

— Vocês são um bando de inúteis, imbecis, covardes! – gritou no rádio, antes de atirá-lo contra a parede.

West respirou fundo e começou a pensar em seu plano, ele estava com alguma vantagem sobre os tiras, tinha as bombas no galpão e também carros esperando por eles na sua trilha particular.

Estava na hora de sair de cena.

Ele chamou seus novos seguranças e alguns segundos depois eles apareceram.

— Aconteceu alguma coisa grave, senhor?

— Sim, tem vários policiais invadindo a favela, tenho que sair daqui agora mesmo. – disse rapidamente – Algum de vocês, peguem me filho e os outros me ajudem, não consigo andar por causa da facada que aquela vadia me deu.

Sem demora os seguranças fizeram o que foi ordenado.

XXX

O grupo de Bob seguia sempre alerta, estavam apontado as armas para todas as direções possíveis.

Bob estava indo em direção à casa de West, porque ela fora o ponto de partida que eles usaram para chegar ao galpão na noite anterior.

Depois de alguns minutos de caminhada, eles finalmente avistaram a casa imponente que pertencia a Carl West. A casa continuava com sinais da luta do dia anterior, a porta da frente arrancada das dobradiças continuava no chão, algumas manchas vermelhas também estavam presentes na frente da casa, tinha várias capsulas de munição vazias, porém não havia mais nenhum corpo.

“- Menos mal”, pensou Bob, ao notar a ausência dos cadáveres.

— Parece que teve uma luta grande aqui ontem. – comentou um dos agentes.

— É verdade. – confirmou Bob. – Mas nosso objetivo é encontrar os corpos, e segundo a denúncia, eles estão em um galpão incinerado, não temos ordem para invadir uma casa de um morador, vamos encontrar esse galpão. – concluiu um tanto apressado.

XXX

Enquanto Bob e seu grupo seguiam em direção ao galpão, West, seu filho e os três novos seguranças, seguiam pela trilha em direção a um carro que os levaria em segurança a um bom esconderijo.

West já estava acostumado com essa vida, já precisara fugir algumas vezes da favela e ficar fora de cena por um tempo, mas sempre conseguia voltar.

Ao chegar no carro, West e seu filho foram cuidadosamente colocados no banco traseiro; um dos seguranças assumiu a direção, um outro ficou no banco do carona e o terceiro iria em outro carro para garantir alguma proteção.

— “O tráfico é algo que nunca terá fim, mais cedo ou mais tarde, eu voltarei a ocupar o que é meu, mas por enquanto, adeus policiais” – finalizou o pensamento sorrindo e sem que ninguém percebesse ele apertou um pequeno controle que estava em seu bolso.

XXX

Bob finalmente tinha avistado o galpão, ele continuava com o mesmo aspecto sombrio e prestes a desabar a qualquer momento. No chão, próximo da entrada, tinham quatro corpos. Bob ao notar, lembrou-se exatamente do que havia acontecido; ele e Cristian haviam os matado para salvar os outros bandidos. Aparentemente, os traficantes que estavam os perseguindo à noite não chegaram até esta área.

Rebecca prontamente, avançou contra os corpos e começou a examiná-los com a ajuda de outros internos.

Bob permaneceu impassível encarando os corpos, sentindo-se um pouco desconfortável.

— Dr Walters, o galpão está com toda sua estrutura comprometida, acho que é melhor irmos logo até lá, antes que aquilo desabe em nós. – falou Bob.

— Tem razão, agente Lincher. – Rebecca se virou para seus internos. – Continuem a examinar os corpos e anotem tudo o que descobrirem.

Bob mandou alguns de seus agentes ficarem com os internos e os outros para vigiarem alguns pontos ao redor do local, enquanto ele e Rebecca entraram para averiguar os corpos.

O mesmo cheiro pútrido que Bob e Cristian sentiram na noite anterior lhes deram as boas-vindas.

Bob sentiu uma forte náusea apoderar-se de si, enquanto Rebecca não havia sido afetada pelo forte odor. Já estava acostumada.

— Seria muito desumano deixar os ossos nesse lugar, Bob! – disse ao se aproximar da primeira ossada.

Bob concordou com a cabeça, mas logo deu as costas. Tentava de todos os modos não sucumbir ao enjoo que o cheiro estava lhe causando.

Becky desviou o olhar do cadáver para Bob. Começou a gargalhar, chamando a atenção dele.

— O que foi? – perguntou ele com a voz estranha.

— Não se acanhe por minha causa, Bob – disse ainda sorrindo abertamente – se você precisar vomitar por causa do cheiro, fique à vontade.

Bob fechou a cara para ela.

— Pare de dizer besteiras! – disse meio bravo.

— Bob, eu te conheço há muito tempo! – disse ela – Lembra quando nós namorávamos e eu encontrei um gato atropelado e quis de todos os modos enterrar o bichinho? Lembro que você vomitou quando chegou perto, sentindo o cheiro dele. – gargalhou em seguida.

— Aff você lembra de cada coisa. – sussurrou irritado. – Isso já faz muito tempo. E tem mais, naquela época você era uma magrela esquisita, mas tinha muitas qualidades.

— Magrela esquisita? – perguntou em um falso tom de ultraje. – Se eu soubesse disso, tinha jogado o gato morto na sua cama.

Os dois riram novamente.

— Calma aí! – disse levantando as mão – estou brincando.

— É bom mesmo – falou séria, mas em seguida abrindo um sorriso.

Rebecca continuou o seu trabalho, tirando fotos, tentando identificar alguma coisa que ajudasse na identificação dos ossos, mas aparentemente o assassino sabia bem o que estava fazendo, não havia absolutamente nenhum material para fazer as análises. Quando estava começando os procedimentos no segundo corpo aconteceu uma explosão e o mundo inteiro veio abaixo.

— O que está acontecendo? – gritou Rebecca apavorada, tentando se proteger dos escombros que caiam.

— Isso foi uma explosão! – berrou Bob agarrando-a bruscamente, colocando-a em seus ombros e seguindo em disparada para fora do galpão.

Rebecca gritava histericamente, mas seus gritos foram abafados pelo estrondoso barulho do galpão desmoronando.

Bob percebeu que não conseguiriam chegar até a porta do galpão, então mudou o rumo para uma janela, onde grande parte do vidro estava quebrado, o que iria facilitar que ambos escapassem.

No meio do caminho, aconteceu outra explosão; que acelerou ainda mais o desabamento.

Bob acelerou ainda mais, estavam quase. Ao chegar próximo à janela usou algum entulho para ganhar impulso e se atirou de lá, levando Rebecca junto no exato momento em que todo o galpão foi pelos ares num cobertor de fogo sem fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse final foi emocionante, não?

O que será que vai acontecer agora?

Até o próximo capitulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até Às Últimas Consequências" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.