Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 27
A tempestade antes da bonança parte 1


Notas iniciais do capítulo

Fala galerinha, tudo bem?
Temos aqui o penúltimo capitulo da história, como ele estava grande, eu dividi em duas partes.
Emoções sem limites, perigos mortais, tudo junto nesse capitulo eletrizante.
Espero que gostem e Boa Leitura.



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Naquela noite Carol havia preparado um belo jantar para comemorar e todos aproveitaram o momento, rindo e conversando sobre coisas banais.
Algumas horas depois, Kevin acabou dormindo. Cristian levou-o para um dos quartos e voltou para a sala de jantar onde todos o aguardavam. Era o momento de ter as respostas para suas perguntas.

— Primeiro quero saber, como encontraram meu filho? – Cristian começou com a seção de perguntas.

Carol e Alex se entreolharam um pouco tensos, não seria muito fácil explicar a história.

— Nós não encontramos o Kevin, ele foi deixado conosco. – disse Alex.

— Qual é, pai? Vai me dizer que o meu irmão se arrependeu e entregou o Kevin para vocês numa boa? – indagou irônico.

— Pare com a palhaçada, Cristian. – ditou Alex irritado. – Uma mulher que trabalhava com seu irmão o traiu e levou meu neto até nossa casa.

— Desculpe interromper, mas como é o nome dela? Da mulher? – indagou Lorena curiosa.

— Nós a conhecíamos por Juliane, - começou Carol encarando o filho, - mas seu verdadeiro nome é Natasha.

— Natasha Evans? Ela que entregou o filho do Cristian para vocês? – perguntou novamente, sem conseguir acreditar no que tinha ouvido.

No entanto, Cristian começou a falar antes dos pais responderem.

— Isso é impossível! Juliane está morta! – disse meio desesperado.

— Não está, meu filho. Nós também pensávamos isso até que ontem ela chegou em casa com Kevin nos braços. – falou Alex sério.

Cristian levantou-se e começou a andar de um lado para o outro angustiado, não podia acreditar que sua esposa estava viva todo esse tempo.

— Ela nos contou toda a história, nos disse que só se envolveu com você porque Eric mandou. – continuou Carol chorosa – Seu irmão queria que vocês tivessem um filho, para que ele pudesse usá-lo para atingir você.

— Não pode ser! – gritou com lágrimas nos olhos – Isso é mentira.

— Se controle, filho. – pediu Alex se aproximando e apertando seu ombro. – Eric subornou o médio e a equipe dele para forjarem a doença e a morte de sua mulher.

— Isso é... – não conseguia se expressar, essa revelação tinha o abalado completamente.

— Não entendo. – começou Lorena. – Natasha sempre foi apaixonada por Mullins, e era sua serva mais leal, não consigo acreditar que ela realmente o traiu.

— É a verdade! – confirmou Alex olhando para Cristian antes de prosseguir – Parece que um dos homens que estava com eles tentou violentar o Kevin, - Cristian encarou o pai com uma fúria insana estampada na face – e ela o impediu e levou o Kevin e os documentos para nós.

— Desgraçado! Eu vou matar aquele desgraçado com as minhas próprias mãos! – berrou furioso, cerrando os punhos, só de imaginar tudo que seu pequeno tinha passado, o deixava completamente fora de si.

— Cris, por favor, se controle! – pediu Bob. – Sei que é difícil, mas temos que manter a calma.

Lágrimas começaram a cair dos olhos de Cristian, não conseguia se controlar.

— O senhor sabe se ela foi presa? – indagou Lorena.

— Não, ela deve ter fugido. – informou Alex. – No entanto, tenho uma pergunta para você, menina.

Lorena o encarou meio assustada.

— De onde você conhece essa Natasha? – perguntou sério.

Todos a encararam. Ela respirou fundo e começou:

— Eu fazia parte do grupo do Mullins. – disse envergonhada.

— Entendo. – falou Alex pausadamente, voltando para seu filho. – O que você estava fazendo junto com essa bandida?

Cristian o olhou, ainda estava chorando de raiva.

— Lorena e seus amigos foram traídos por Eric, ele ordenou que dois agentes os executassem, eu e o Bob os salvamos e desde então eles nos têm ajudado. Não poderíamos ter feito algumas coisas sem eles.

— Não consigo acreditar que você se juntou com marginais. – ditou Alex desapontado.

— Olha, se não fosse por eles, eu nem saberia que Eric estava vivo, já que você e minha mãe me esconderam isso por anos. E outra, fiz apenas o que deveria ser feito, graças a ela, eu consegui chegar a Boston e enfrentar o Eric...

— E foi preso também, não é? – cortou Alex.

— Não importa, se a polícia não tivesse chegado, talvez eu teria matado o Eric. – afirmou com raiva.

Alex estava para contra argumentar, porém Lorena falou antes.

— Me deixem contar toda a história. Depois vocês resolvem o que vão fazer comigo, não os impedirei.

Todos a encararam.

Ela começou a contar sua história: a infância sofrida ao lado do pai viciado em jogos de azar, como conhecera Mullins, os trabalhos que era obrigada a fazer, os subornos, as extorções e até o assassínio de inimigos, embora tenha deixado claro que nunca havia matado ninguém por ordens de Mullins. Contou-lhes sobre a bomba no galpão, a traição, a quase morte pelas mãos de Ross e Black, a favela, a viagem a Los Angeles, a morte dos amigos.

Nessa hora, Lorena começou a chorar copiosamente ao se lembrar da cena de destruição. Rebecca levantou-se e foi até à cozinha buscar um copo de água para tentar acalmá-la.

— Obrigado! – disse tomando alguns goles. – Mullins sabotou nosso carro, quando percebemos, já era tarde demais. Batemos em um caminhão. Tales e Thabata morreram na hora, nenhum deles estava com cinto, foi horrível.

— Olha, não precisa continuar... – falou Bob, mas ela o cortou, sem parecer tê-lo escutado.

— Vinicius ainda estava vivo, mas estava perdendo muito sangue e tinha um metal empalado no corpo. Tentei ajudá-lo, mas logo ele morreu, foi-se para sempre. – disse aos prantos.

Carol encarava-a com lágrimas nos olhos, até que se levantou e lhe deu um abraço cheio de carinho que pareceu deixá-la mais tranquila.

Acabou por contar como conseguiu encontrar os documentos na casa de Mullins e também narrou a luta com Kimberly e Rojas.

— Eric e seus capangas estavam em uma casa em frente da de vocês? – interrompeu Luiws.

— Sim, que ironia do destino, não? – disse Cristian. – Nessa hora eu estava enfrentando o Eric perto da Interpol.

Lorena continuou.

Ninguém mais a interrompeu durante o restante do relato, quando chegou na parte em que se separara de Cristian, ela parou.

— Nós nos separamos porque Smith estava atrás de mim e sabia que ele mataria quem estivesse comigo, por isso pedi para o Cris ir para Boston tentar encontrar o filho.

— Eu não o encontrei, provavelmente ele deveria ter o mandado de volta para NY, mas pelo menos arrebentei a cara dele. – ditou sorrindo. – E o que aconteceu entre você e o Smith?

Detalhadamente, contou-lhes o plano para enfrentar Smith, da fábrica, do confronto, da fuga para N.Y e como salvara Bob na luta com outro capanga de Mullins

— ... acho que se chamava Stan. Eu agi por impulso, peguei na primeira coisa que vi e a quebrei na cabeça dele.

— É, só que a primeira coisa que ela viu, foi um vaso caríssimo e inestimável. – lamentou Bob novamente.

Lorena revirou os olhos.

— Depois quando achei que tinha acabado, surge outro ajudante de Mullins, era o agente que trabalha com vocês...

— Ross. – disseram Luiws e Bob ao mesmo tempo.

— O quê? Ross era informante de Mullins? – indagou Cristian surpreso.

— Parece que sim, queria a todo o custo saber onde os documentos estavam e você também. – disse Bob. – Nossa sorte foi que o Luiws chegou na hora certa e prendeu-o, antes que ele matasse a Lorena.

— Bem, essa é toda a história! – completou ela – Agora seja lá o que queiram fazer comigo, vão em frente, não irei impedi-los.

Caiu sobre eles um silêncio um tanto incômodo até Luiws o quebrar.

— Por enquanto deixaremos as coisas dessa forma, você nos disse que tem algumas provas contra o Mullins, não?

— Tenho! Está na minha bolsa. – confirmou, levantando-se e indo pegá-los em sua mochila.

— Aqui. – entregou-os para Luiws. – Tudo que consegui pegar dele em Los Angeles.

— Ótimo! Amanhã os levaremos para o comandante e falando nele, temos outro assunto. Dissemos a Winter que você tinha sido sequestrado por algum capanga do Mullins. Temos que pensar em uma boa história para poder enganá-lo.

— Posso dizer que consegui escapar porque os dois homens que estavam me vigiando eram dois idiotas e consegui uma carona até à casa de Bob.

— Não é uma história ruim, mas temos que planejar com bastante calma e pensar em alguns detalhes para parecer que foi real. – ditou Bob.

Ficaram mais algumas horas discutindo sobre o suposto sequestro e conseguiram bolar uma boa história.

Próximo da uma da manhã, Luiws e Rebecca foram se deitar, embora pelo olhar de ambos, Bob imaginou que fossem fazer outras coisas. Sem que pudesse impedir, a cena dos dois transando em seu sofá apareceu em sua mente e instantaneamente ficou ruborizado.

Carol e Alex também se recolheram, deixando Lorena, Bob e Cristian na sala.

— Cris, não quis te perguntar isso na frente dos outros, mas Ross nos falou uma história e queria que você me confirmasse.

— Pode perguntar, Bob.

— Você sabe realmente qual é o serial que o Eric está atrás? – indagou inseguro.

— Sei! Apenas eu e o Winter sabemos.

— Por que nunca me contaste isso?

— Não podia, era um assunto sigiloso e se você soubesse, talvez Eric também teria ido atrás de você. Ele fez tudo contra mim por causa disso, tirou meu filho, me acusou de crimes que eu jamais poderia ter cometido, deixou todos meus amigos contra mim.

— Quase todos! Sempre acreditei na sua inocência e estive do seu lado. E logo você estará livre de todas essas acusações.

— Eu sei, você sempre foi meu melhor amigo. – falou sorrindo.

— Meninos eu irei dormir. Amanhã acho que teremos um dia bem cheio! – informou Lorena, se levantando.

— Tem um quarto para você, segunda porta à direita, tem tudo que você precisa. – disse Bob sorrindo.

—Obrigado! Boa noite para vocês!

— Boa noite! – responderam juntos.

Ao chegar no quarto, Lorena sentou-se na cama e pegou um papel dentro de sua bolsa. Era uma escritura de um imóvel no bairro do Bronx.

— Amanhã irei acabar com sua maldita raça, Mullins. – falou determinada.

Na sala, só ficaram Bob e Cristian. Depois que Lorena havia saído, nenhum dos dois falara, apenas se encaravam.

— Cris, você ainda sente alguma coisa pela sua ex mulher? – fez a pergunta que não saía de sua mente.

— Não! Tudo que sinto por aquela mulher é raiva, desprezo, ódio… por ela e por Eric também, pois ele sempre esteve por trás de tudo.

— Difícil acreditar no que Eric foi capaz de tramar apenas por ganância.

— Pois é! Mas porque me perguntou sobre minha ex mulher?

— Pelo jeito que você ficou, achei que ainda amava ela! – respondeu um pouco nervoso.

— Sabe, eu nunca a amei verdadeiramente, sempre a vi como uma amiga, somente me casei por que meu pai quis. – revelou triste – Iria me divorciar, mas ela ficou doente e achei que seria desumano deixá-la sozinha naquela situação, mas agora vendo tudo que aconteceu, talvez eu devesse ter enfrentado meu pai e imposto minha vontade. Talvez as coisas fossem diferentes.

— Não temos como saber! O que está feito não pode ser desfeito. Não é?

— Infelizmente sim, talvez se tivesse tido mais coragem, poderia estar neste momento feliz com a pessoa de quem eu gostava, ou melhor, ainda gosto.

Bob encarou-o.

— Eu conheço essa pessoa?

— Eu diria que sim. – disse sorrindo. Se levantou, se aproximou de Bob e o beijou.

Apesar da surpresa, Bob correspondeu ao beijo, entrelaçando seus braços na cintura dele enquanto Cris estava com as mãos em seu rosto. O beijo durou vários minutos, foi calmo e cheio de sentimentos, somente se separaram quando o ar foi necessário.

Ambos se encararam corados e ofegantes.

— Eu sempre gostei de você. – admitiu Cristian. – Mas nunca quis te falar com medo de perder sua amizade.

— Eu também sempre gostei muito de você, e nunca disse pelo mesmo motivo, preferi ter você como amigo do que te perder para sempre.

— Então acho que podemos continuar, não? – perguntou sorrindo.

Se beijaram novamente, dessa vez com mais intensidade, desejo, não conseguiam mais se controlar.

Bob começou a ir para seu quarto, não foi muito simples, pois nenhum dos dois queria interromper o beijo e durante o curto caminho, esbarraram em vários objetos e paredes.

Enfim chegaram ao seu destino. Bob trancou a porta e voltou a atacá-lo com diversos beijos no pescoço, enquanto Cristian acariciava-lhe os músculos e a barriga definida.

Bob se afastou um pouco e o olhou nos olhos.

— Tem certeza que quer ir até o fim? – perguntou inseguro, queria muito saciar seu desejo, mas não queria forçá-lo a nada.

— Quero! – afirmou sorrindo.

Voltaram com os beijos e as carícias, aos poucos as roupas foram tiradas e o ato que tanto ansiavam teve início.

A manhã chegou lentamente, Bob e Cristian ainda dormiam juntos. Tinham tido uma noite inesquecível.

Com a luz do sol entrando pela janela, Bob foi o primeiro a acordar, estava um pouco desorientado, acreditava que tudo tivesse sido um sonho até que sentiu Cristian se mexendo em seu peito.

Sorrindo, colocou-o apoiado em um travesseiro e saiu da cama indo fechar as cortinas.

Depois de vestir sua cueca boxer, apanhou o celular e checou as horas, tinham que ir ao FBI o mais cedo possível, por isso, mesmo contra à vontade, teve de acordá-lo.

— Bom dia! – ditou próximo ao ouvido – Temos um compromisso agora cedo, temos que ir.

— Tá muito cedo! – resmungou ele cobrindo a cabeça com o lençol. Era a mesma coisa que seu filho sempre fazia.

— Eu sei, mas temos que ir ao FBI. Vamos logo. – reforçou, achando graça ao jeito dele. Acabou por puxar o lençol e fazer-lhe cócegas.

Ele despertou na hora e ambos começaram a rir sem parar até finalizarem com um beijo.

— Vai Cris, levanta logo!

— Está bem! – obedeceu e começou a se vestir. – Vou dar uma olhada no Kevin, nos vemos lá em baixo. – disse se aproximando de Bob e beijando-o com vontade.

— Ok! – falou sorrindo abertamente.

Depois que Cristian saiu do quarto, Bob jogou-se na cama feliz, finalmente estava junto com seu amor.

XXX

Ao entrar no quarto, Cris encontrou Kevin chorando copiosamente.

— Filho, o que foi? – indagou preocupado, se sentando na cama.

Ao ver seu pai, o pequeno se jogou contra ele, o abraçou forte e continuou chorando.

— Filho, o que foi? – voltou a questionar, aflito.

— Tô com medo papai, sonhei que aquele homem mau ia me pegar e fazer coisas feias. – disse chorando copiosamente.

— Não se preocupe meu filho, papai está aqui e não vou deixar nada nem ninguém te machucar novamente. Eu juro!

Levou alguns minutos para conseguir acalmá-lo e a convencê-lo a tomar um banho.

Logo, o pequeno Kevin estava sorrindo outra vez, embora seu pai tenha ficado muito preocupado.

Momentos depois, os dois apareceram na cozinha.

Carol, Alex e Bob estavam tomando café.

— Bom dia! – Cristian saudou-os.

— Bom dia, vovô, vovó e tio Bob. – falou com a vozinha alegre.

— Bom dia! – responderam os três.

— Venha querido, a vovó vai te ajudar com o café.

— Já estou grande, posso fazer sozinho. – disse Kevin meio emburrado.

— Hey campeão, você ainda é um garotinho, deixa a sua avó te ajudar. – ditou Cristian.

— Será que o Luiws ainda não acordou? – indagou checando a hora.

— Opa, estavam falando de mim? – perguntou ao entrar na cozinha. – O cheiro está maravilhoso, dona Carol.

— Obrigado menino, sente-se e coma. – disse Carol satisfeita. Adorava quando elogiavam sua comida.

Após aproveitaram o café, Bob e Luiws se levantaram para irem ao FBI. E depois de uma longa despedida com seu menino, prometendo e alegando que logo voltaria, Cristian conseguiu sair junto com os outros.

— Você se lembra de todos os detalhes da história do sequestro? – indagou Luiws.

— Lembro de tudo, não se preocupem. – assegurou Cristian.

Enquanto os três estavam na estrada, Lorena estava se preparando para a ação.

Estava com tudo pronto, havia conseguido pegar um pouco da munição de Bob e agora somente precisava de um carro.

Assim que desceu, encontrou Carol e Rebecca na cozinha, as duas conversavam animadamente.

— Lorena! – disse a senhora – Venha tomar café!

— Obrigado, dona Carol, mas estou sem fome, vou tomar somente um café.

— Você deve se alimentar bem, o café é uma das refeições mais importantes do dia. – insistiu.

— Eu sei, mas não estou com o estômago muito bom nesses dias. – mentiu. – Vou ficar somente com o café! – ditou sorrindo.

Lorena ficou enrolando por algum tempo, não queria que ninguém se intrometesse no que pretendia fazer.

Alguns minutos depois, Carol e Rebecca foram dar uma organizada nos quartos e deixaram Lorena sozinha.

Ela terminou o café e saiu sorrateiramente da casa, levando a chave do carro de Bob. Porém antes de sair, deixou um bilhete em cima da mesa, informando o que pretendia fazer e o endereço onde acreditava estar Mullins.

Conseguiu abrir o portão sem fazer muito barulho, e com o carro desligado, desceu até à rua. Logo, saiu em disparada.

— Hoje você vai pagar por todos os seu crimes Mullins! Eu juro!

XXX

Na sede, o clima estava tranquilo naquela manhã, embora Winter estivesse de péssimo humor. O incidente entre Ross e Bannet no dia anterior ainda estava longe de ser resolvido.

Ao entrarem no prédio, o trio atraiu olhares curiosos, Cris estava um pouco inseguro, mas prosseguiu tentando não se importar com a análise dos companheiros.

Luiws bateu na porta da sala de Winter e logo recebeu a autorização para entrarem.

Assim que Cristian apareceu na sala, o comandante encarou-o fixamente por longos minutos.

— Hayes? – indagou ainda surpreso.

— Como vai comandante? – perguntou sério.

— Como chegou até aqui? Não tinham te sequestrado?

— Sim, uns capangas de meu irmão Eric. Não lembro exatamente do que ocorreu, estava na viatura e do nada um dos agentes atacou Adam e Pierce, depois me nocauteou. Quando acordei, estava em um casebre. Para minha sorte, os dois não eram tão espertos, não ficou ninguém me vigiando. Consegui sair por uma janela e reconheci o bairro do Bronx, depois corri o mais longe que pude e consegui uma carona que me deixou na casa de Bob.

Winter o avaliou demoradamente, as engrenagens de seu cérebro trabalhavam sem parar tentando processar o seu relato, analisar a veracidade dele.

— Você se lembra de mais alguma coisa sobre o sequestro?

— Tudo que eu lembro já te falei, senhor. – respondeu calmamente.

Winter levantou-se, avançou contra Cristian e o algemou. O homem foi pego de surpresa, não teve como escapar.

Bob e Luiws ficaram indignados e tentaram ajudá-lo.

— O que está fazendo? – perguntou Bob furioso, pegando sua arma.

— Até que a juíza dê a sentença, ele permanecerá preso. – ditou rispidamente. – Guardem as armas! Sinto muito, mas Cristian ainda é acusado de muitos crimes.

— Comandante. – interviu Luiws. – Já te explicamos toda a história e te mostramos as provas, não tem sentido manter o Cristian preso, ele é inocente e o senhor sabe!

— Até que a juíza dê o veredito, ele ficará aqui! – ditou sério, saindo da sala e levando Cristian consigo até uma das celas, deixando-o lá.

Muitos agentes estavam vendo o que estava acontecendo.

— Pierce, fique aqui e vigie-o. Não deixe ninguém se aproximar, afinal não queremos outro incidente como o de ontem.

— Sim senhor! – disse o agente sorrindo.

Luiws e Bob foram atrás de Winter protestando furiosamente, enquanto Cristian foi obrigado a permanecer na cela.

— Achou que tinha escapado do castigo, não é? Agora passará muitos anos na cadeia, seu marginal.

— Sabe Pierce, você continua sendo um perfeito idiota. Não ficarei aqui por muito tempo, as provas da minha inocência estão com um juiz, e não demorará muito até que eu seja inocentado.

— É o que vamos ver, não? – falou irônico.

XXX

Enquanto Pierce e Cris discutiam, Luiws, Bob e Winter não faziam nada diferente.

— Mais uma palavra sobre isso e eu vou colocá-los junto com o Hayes. – ameaçou-os friamente, dando as costas e entrando em seu escritório.

Bob ia retrucar, porém Luiws o impediu.

— Deixe para lá, amanhã é provável que toda essa história se resolva de uma vez, devemos ter paciência.

Os dois estavam indo em direção ao gabinete de Bob quando um agente se aproximou deles, estava pálido, e escorria sangue de sua boca.

— Estão atacando a sede! – foi a única coisa que conseguiu dizer antes de cair morto.

Do nada, muitas figuras encapuzadas adentraram no prédio, atirando. Alguns agentes foram pegos de surpresa e não conseguiram escapar dos tiros, outros se jogavam em baixo de mesas ou usavam objetos para se protegerem. Houve intensa troca de tiros.

Os traficantes estavam em maior número e a todo o instante agentes caíam mortos ou feridos, não demoraria muito até que os bandidos tomassem posse do prédio.

Bob e Luiws sacaram suas armas e investiram contra os homens. Ambos tinham uma boa mira e conseguiram ferir alguns deles.

— Bob, fique aqui, vou até a sala de Winter, ver se ele está bem, me dê cobertura! – saiu abaixado para tentar evitar os tiros e desapareceu pelo corredor.

Contudo, ao se virar novamente, Bob foi surpreendido por um dos bandidos com um soco no rosto. Sem se abalar com o golpe, revidou e uma luta violenta começou com socos, chutes, sangue… ambos se atacavam ferozmente.

Bob conseguiu imobilizar o homem encapuzado e quebrou seu pescoço em um golpe bastante rápido.

XXX

Luiws ao se aproximar da sala de Winter, viu o comandante encurralado, se protegendo dos tiros de dois traficantes. Sem perder tempo, disparou duas balas certeiras nos homens, depois correu até o comandante que tinha levado um tiro no ombro.

— Comandante, tem muitos bandidos aqui, temos que pedir reforços.

— A polícia de Nova York já deve estar a caminho, consegui entrar em contato enquanto os bandidos atiravam em mim. – gemeu de dor.

— O senhor está perdendo muito sangue, temos que encontrar um lugar seguro para o senhor ficar. – falou, ajudando Winter a se levantar.

— Não ficarei escondido como um covarde, tenho que continuar lutando, meus homens e minha agência estão caindo. – ditou sério.

— Winter, - chamou autoritário. – Chega dessa conversa, você está ferido, não consegue se manter em pé sozinho, se for entrar no conflito, você morrerá ou pode causar a morte de alguém, portanto, fique escondido em um local seguro até que isso acabe, entendeu? – indagou ríspido, enquanto aplicava pressão sobre o ferimento do chefe.

— Você não pode me dar ordens. – disse raivoso.

— Cale a boca! – ditou furioso, levantando Winter e arrastando-o até uma sala meio afastada.

— Fique frio comandante! – disse saindo e trancando a porta.

— Romero, abra essa porra de porta! – gritou batendo violentamente contra a ela, sem ser ouvido por ninguém, já que o barulho era ensurdecedor.

XXX

Na cela, Cristian estava insistindo pela décima vez para Pierce deixá-lo sair para ajudar os outros, mas o agente era muito cabeça dura.

— Não sei o que vamos fazer, estou quase sem balas. – falou desesperado.

— Pierce, me deixe sair! Eu posso ajudar! – gritou raivoso.

O rapaz olhou desesperado para os lados, tentando encontrar uma saída para o problema.

— Não posso confiar em você Cristian! Se eu deixá-lo sair, você tentará me matar, tenho certeza. – falou angustiado.

— Cara, você me conhece há anos, acredite em mim, eu sou inocente! Tudo o que estou sendo acusado foi por causa do meu irmão, ele quer me destruir. Confie em mim.

Pierce olhou em várias direções, assustado, depois encarou Cristian.

— Tudo bem! – falou, pegando as chaves e abrindo a cela.

No momento em que Cristian saiu, Pierce foi atingido por dois tiros nas costas. Momentos antes dele cair, olhou aterrorizado para o colega, dizendo com dificuldade:

— Ac-acabe com e-eles.

Cristian agiu rapidamente, pegou a arma que Pierce deixara cair e matou os dois bandidos; depois correu para tentar ajudar o companheiro baleado, porém já era tarde demais.

Não podendo fazer mais nada por ele, Cristian com a arma em punho, começou a explorar a sede tentando encontrar seus amigos. Sentiu como se uma garra invisível apertasse suas entranhas ao imaginar encontrar Bob e Luiws mortos em algum corredor.

Momentos depois, se encontrou com outro homem encapuzado. Começou uma troca de tiros, porém bastante rápida já que Hayes ficou sem munição. Sem outra opção, saiu do esconderijo e arremessou a arma na direção do bandido.

O revolver acertou em cheio no nariz, começando a jorrar sangue. Aproveitando sua chance, Cristian avançou contra ele e derrubou-o no chão, acertando-lhe vários socos no rosto.

Teria continuado a espancar o traficante se não escutasse um gemido um pouco angustiado.

Olhou para os lados e viu o comandante Winter pálido, tentando manter-se em pé e com o ombro sangrando. Sem pensar duas vezes, correu para ajudá-lo.

— Comandante. – falou preocupado, ajudando-o a manter-se em pé.

Ao o ver o ajudando, Winter arregalou os olhos.

— Como saiu da cela? – indagou, gemendo de dor.

— Pierce me deixou sair! Só que isso não importa agora, não sou um bandido, estou tentando ajudar. – falou um tanto ríspido. – O senhor está ferido, precisa ir para um hospital rápido.

— Não vou deixar meus homens sozinhos aqui, tenho que continuar a lutar. – disse fracamente.

— O senhor não tem condições, pare de ser tão cabeça dura...

Subitamente Winter empurrou-o ao chão.

Pego de surpresa, Cristian não conseguiu evitar a queda. Estava para se levantar e continuar a discussão com Winter quando percebeu o que tinha acontecido: um outro bandido tinha aparecido e atirado na direção deles. O comandante empurrou-o para salvá-lo, porém acabou levando outro tiro, este bem próximo do coração.

Winter, no chão, gemia de dor, sua vista começava a escurecer, a respiração era superficial.

Cris tentou pegar a arma dele para abater o bandido, mas não conseguiu ser rápido o bastante. Um tiro foi ouvido, somente teve tempo de fechar os olhos e esperar pela dor excruciante da bala penetrando em sua carne.

No entanto, ela nunca veio.

Ao abrir os olhos confuso, percebeu o motivo. Eric Bannet tinha aparecido e salvado sua vida.

— Cris, - correu até eles e abaixou-se ao lado do comandante. – Você está bem? – perguntou um pouco assustado.

— Estou bem, mas o comandante, ele levou outro tiro, temos que levá-lo ao hospital, rápido.

— Não tem como sair pela entrada principal, ainda há muito tiroteios lá.

— Tem que ter uma saída, não podemos deixá-lo morrer. – gritou desesperado.

— Podemos sair pela sala do comandante, tem uma janela que é baixa, talvez consigamos passar por lá.

— Vamos tentar! Me ajude a levá-lo.

Com bastante esforço, conseguiram alcançar a sala de Winter.

Eric correu até a janela, usou uma cadeira, quebrou totalmente o vidro, e saiu por ela.

— Venha Cristian! Temos que ser rápidos.

Cristian conseguiu passar Winter pela abertura, aparado por Eric. Era até uma cena meio engraçada vendo um rapaz tão franzino suportando todo o peso do Winter.

Sem perder mais tempo, Cris saiu e ajudou-o a afastar o comandante do caos que estava o FBI.

— Estou de carro, vamos, ele está perto. – falou Eric ofegante.

— Aguente firme comandante, não desista agora.

Continuaram arrastando o homem desacordado e sangrando, logo avistaram uma caminhonete S10 preta. Eric correu na frente para abrir o veículo, deixando Cris a cargo de Winter.

Depois de abrir a porta, Eric voltou a se aproximar dos dois e revelou sua verdadeira intenção ao atacar o Cristian, quebrando uma garrafa de vidro em sua cabeça. Ao sentir o golpe, ele não conseguiu manter Winter seguro e deixou-o cair no chão. Eric acertou uma cotovelada no rosto que o deixou desacordado.

— Que idiota. – gargalhou arrastando Cristian desacordado para o carro, jogando-o no banco traseiro e saindo apressadamente do local, sem se importar com Winter.

O que Eric não contava era que o comandante tinha recobrado a consciência e visto toda a ação. Tentou voltar para a sede e avisar alguém sobre o que ocorrera, no entanto, suas forças estavam quase exauridas, não iria conseguir. Reunindo suas últimas energias, conseguiu pegar seu celular e escrever uma mensagem para Bob.

“Bsneet pegou cristuan.”

Depois seus olhos se fecharam, a mão que segurava o aparelho caiu no chão e Winter não se mexeu mais.

XXX

Entrementes, dentro do prédio, o duelo entre traficantes e agentes continuava.

A cada minuto, o número de agentes diminuía, não iria demorar até que fossem subjugados.

Bob e Luiws continuavam a enfrentá-los com bastante empenho, não desistiriam mesmo com chances mínimas.

No entanto, Bob não conseguia entender qual o motivo do ataque. Ao que parecia, os bandidos somente estavam atacando aleatoriamente.

— Estou quase sem munição! – falou Luiws para Bob.

— Eu também! – respondeu apreensivo.

— Estamos ferrados! Iremos morrer! – angustiou-se, pensando em Rebecca.

— Luiws, não se desespere, tente manter a calma, iremos dar um jeito. – disse, embora em seu interior duvidasse que sairiam vivos daquela situação.

No entanto, a sorte estava do lado deles. A polícia de NY chegou para ajudá-los e em poucos minutos o ataque teve um fim.

Os bandidos, ao verem diversas viaturas e muitos policiais chegarem, tentaram fugir, porém não conseguiram. Todos os traficantes vivos foram presos enquanto os paramédicos estavam à procura de feridos em meio ao caos.

Depois de serem avaliados e liberados pelos médicos, Bob e Luiws respiraram mais aliviados. Ainda não tinha acabado, precisavam procurar seus colegas, verem os que tinham sobrevivido e quantos haviam perdido a vida.

Bob desesperou-se ao imaginar Cristian morto em uma das celas. Correu para lá, seguido de Luiws.

Ao chegarem na área dos prisioneiros, tiveram uma desagradável surpresa, Pierce estava morto e a cela de Cristian vazia.

— Merda! – xingou Bob. Começou a sentir um medo muito forte se apoderar de si. – Temos de encontrá-lo, rápido.

— Fique calmo, iremos encontrá-lo. Tenho certeza de que ele está bem! – assegurou Luiws.

— Vamos nos separar e procurar.

De repente, chegou uma mensagem no celular de Bob.

Imaginando ser de Cristian, a abriu rapidamente.

“Bsneet pegou cristuan.”

Não entendendo a mensagem, mostra para Luiws.

— Veja, chegou essa mensagem, mas deve ser algum trote, porque a mensagem parece estar zoada.

Luiws leu a mensagem, também não conseguiu entender o que significava, mas ao ver o número do remetente, soube de quem era.

— Bob, esse número é do Comandante. – disse, correndo em direção à sala onde o tinha deixado.

— O quê? – gritou Bob seguindo seu companheiro.

Ao chegarem na sala, viram a porta aberta e não havia ninguém, apenas manchas de sangue.

— Olhe ali. – apontou outras manchas de sangue no piso. – Vamos ver até onde vai, talvez elas nos levem até Winter.

Os dois começaram a seguir a trilha de sangue, alguns metros depois encontraram um corpo, era a prova que estavam na pista certa. Logo chegaram até à sala do comandante.

— As manchas vão até à janela. – ditou Bob. Ao se aproximar vislumbrou um corpo sozinho no estacionamento. – O que é aquilo? – indagou apontando para o lugar.

— Parece ser, - disse Luiws tentando enxergar. – Um corpo.

Os dois trocaram olhares meio aterrorizados, pularam a janela e correram naquela direção.

Perceberam quem era: Conrad Winter.

Luiws se ajoelhou perto dele e tentou sentir a pulsação, porém não a encontrou.

— Ele se foi! – sussurrou para Bob.

O agente não sabia o que pensar, não sabia o que estava sentindo ao ver seu comandante morto, abandonado.

Luiws percebeu que o celular de Winter ainda estava em sua mão, ele o pegou e viu a mensagem que mandou para Bob.

— Continuo sem entender o que ele queria dizer com isso.

— Vamos levá-lo para a sede, depois vemos o que iremos fazer. – falou Bob, pegando gentilmente o corpo.

Ao voltarem para o interior do prédio, viram que somente três agentes haviam escapado ilesos do ataque. Adam, Stuart e Jones, estavam terminando de serem examinados.

— Bob, Luiws. – ditou Adam aliviado. – Ainda bem que vocês estão b... – sua voz foi morrendo ao perceber o corpo que Bob carregava.

Luiws acenou com a cabeça confirmando de quem era o corpo enquanto Bob colocava-o gentilmente no chão.

— Só sobramos nós? – perguntou Luiws.

— Somente nós cinco. – confirmou Jones. – Alguns agentes foram levados para o hospital, mas a maioria morreu.

— O que vamos fazer agora? – indagou Stuart.

Todos se entreolharam. Ninguém tinha ideia do que fariam a seguir.

— Espero que Eric tenha sobrevivido. – comentou Jones.

Bob virou-se bruscamente para Jones.

— O que você disse? – perguntou rispidamente.

— Eu vi o Eric aqui agora há pouco, ele foi em direção à sala do comandante e depois não o vi mais.

De repente, a mensagem de Winter fez todo o sentido: Bannet pegara o Cristian.

— Desgraçado! – urrou Bob.

— O que houve, Bob? – indagou Adam.

— Bannet levou o Cristian. Era essa a mensagem do comandante. Maldição! Como pude demorar tanto assim para perceber?

— Do que você está falando? – indagou Stuart

— Cristian estava aqui na sede, ele veio falar sobre o sequestro, então o comandante o prendeu... – contou toda a história para os colegas.

— Ele é o informante de Mullins! Todo esse tempo, fingia ser aquele garoto fraco que todos nós importunávamos, mas no fundo ele estava nos enganando, a prova é a morte de Ross.

— Mas para onde ele levou o Hayes? – perguntou Adam.

— Esse é o problema, não sabemos onde ele está se escondendo. – respondeu Bob.

XXX

Enquanto isso, na casa de Belvedere...

Carol e Rebecca tinham terminado de arrumar os quartos.

Momentos depois, a senhora foi dar uma olhada no seu neto e esposo, enquanto Becky voltou para a cozinha esperando ter a companhia de Lorena, mas assim que chegou ao local, não a encontrou. Estranhando, começou a procurá-la pelo restante da casa, porém não a achou.

Retornando à cozinha, se sentou à mesa e viu um papel embaixo do enfeite. Rapidamente, o pegou e começou a ler.

Com olhos esbugalhados, ela pegou seu celular e ligou para Luiws.

— Espero que Lorena não faça nenhuma burrada. – ditou desesperada enquanto seu celular chamava.

O celular de Luiws começou a tocar. Ele se afastou dos colegas para atender.

— Seja lá quem for, estou ocupado!— falou ríspido. – Ligue depois.

Estava para desligar quando ouviu um grito de Rebecca.

— Espere!

— Rebecca, desculpe por minha grosseria...

— Tudo bem, estou ligando porque temos um problema, a Lorena sumiu.

— O quê? Para onde ela foi?— indagou surpreso.

— Ela nos deixou um bilhete dizendo que ia atrás de Mullins, que iria vingar os amigos. Ela deixou um endereço do lugar onde acredita que Mullins esteja, usando-o como esconderijo.

Nesse momento, Carol estava voltando para a cozinha e começou a escutar a conversa.

— Passe o endereço, assim que der nós iremos lá!— ele anotou rapidamente. — Escute, não saia daí por nada desse mundo, nem você nem os pais do Cristian, está entendendo?

— Sim, pode deixar! Você está bem? – indagou preocupada.

— Não muito, teve um ataque em massa aqui na sede, vários traficantes nos pegaram de surpresa, perdemos muitos amigos.

— Meus Deus! Você e o Bob estão bem? E o Cristian? – perguntou assustada.

— Eu e o Bob estamos bem, mas o Cristian não sabemos onde está, acreditamos que um dos informantes de Mullins o levou. Por favor, não conte para os pais dele, senão são capazes de fazer alguma loucura.

— Meu Deus! O Cristian foi levado?

— Infelizmente sim, esperamos que esse endereço nos leve até ele. E por favor, não conte nada para os pais dele.

— Fique tranquilo! – assegurou chorando. – Tome cuidado, esse homem é muito perigoso.

— Não se preocupe, teremos o máximo de cautela. Se cuida! Beijos.

— Você também, beijo. – desligou em seguida, meio relutante.

— Só espero que eles consigam encontrá-lo antes que seja tarde demais. – falou limpando as lágrimas e indo em direção ao quarto. Nesse instante, deu de cara com a mãe de Cristian.

— Dona Carol! A senhora estava aí há muito tempo? – indagou apavorada.

— Não, estava descendo, mas o que aconteceu?

— Nada é que fiquei lembrando do dia em que o instituto foi explodido, muitos de meus amigos morreram...

— Entendo. – disse Carol. – Meus sentimentos! Tenho que começar a preparar o almoço.

— A senhora quer ajuda? – indagou prestativa.

— Não precisa, vá se deitar um pouco, e tente não pensar nesse assunto. Tudo bem?

Rebecca sorriu e fez um aceno com a cabeça, saindo do local.

Sem perder tempo, Carol pegou as chaves do carro de Alex e saiu apressada de casa. Sabia onde tinha que ir, e faria tudo o possível para proteger seu filho.

XXX

Logo que encerrou a ligação, Luiws correu até aos outros agentes.

— Bob, parece que Lorena foi atrás do Mullins.

— O quê? – perguntou furioso. – Ela sabe onde ele está?

— Ela deixou um endereço com a Rebecca, ela acredita que ele está lá.

— O que deu na cabeça daquela garota para ir lá sozinha? Precisamos ir logo, antes que o pior aconteça.

Os cinco agentes estavam saindo quando foram abordados por diversos jornalistas, que ansiavam por mais detalhes sobre o que tinha ocorrido naquela manhã.

Sem outra opção, eles voltaram para dentro da sede.

— Malditos urubus. – xingou Bob. – Temos que ir logo, se Mullins realmente estiver lá com o Cris... – começou desesperado.

— Encontraremos um jeito de despistar esses jornalistas, mas temos que manter a calma. – ditou Luiws.

XXX

Enquanto os agentes sobreviventes estavam encurralados na sede destruída do FBI, Eric Bannet estava dirigindo velozmente pelas ruas de NY. Tinha conseguido capturar seu alvo, o grande Cristian Hayes.

Logo chegaria a seu destino final. Mullins tinha-lhe prometido uma fortuna caso conseguisse capturá-lo.

— Ficarei rico! – ditou gargalhando sadicamente. – Mas ele não perde por esperar, vou me livrar dele assim que ele completar o chip e então ficarei milionário.

Cerca de meia hora depois, Eric conseguiu chegar ao seu destino, uma casa no bairro do Bronx. Na porta estava Mullins, com uma espingarda na mão, pronto para matar quem ousasse se aproximar.

Ao ver Eric descendo do carro, correu até ele.

— Conseguiu? – indagou rapidamente.

Mullins estava um caos, havia duas bolsas negras em baixo de seus olhos azuis, seus cabelos loiros estavam bagunçados, sua barba estava crescida e tinha uma expressão alucinada na face. Sem dúvida, os últimos dias não estavam sendo fáceis para ele.

— Claro que consegui, chefe! O senhor tinha dúvidas? – questionou Eric, entregando-lhe o policial desacordado.

— Tinha! Você sempre foi um idiota, achei que não teria capacidade para executar minhas ordens, mas você me surpreendeu, Bannet. Estou impressionado.

Eric fechou a cara e cruzou os braços, encarando Mullins com raiva.

— Onde está o dinheiro que me prometeu? – indagou friamente.

Mullins foi até a entrada da casa e retornou com uma maleta.

Eric abriu-a rapidamente para checar se o valor era o combinado.

— Aparentemente está tudo certo. – falou Bannet.

— Claro que está, sempre cumpro com minha palavra. Agora suma daqui, fique uns dias escondido, se eu precisar de você, te chamarei.

— Muito bem! Adeus senhor! – disse entrando no carro e saindo rapidamente do local.

— Adeus, seu grandíssimo idiota! – sorriu maliciosamente. – Agora, é somente eu e você irmãozinho. Prepare-se para conhecer o verdadeiro inferno.

XXX

Alguns metros afastados da casa, Eric guiava o carro tranquilamente. Estava satisfeito pelo serviço, agora por enquanto, tinha dinheiro suficiente para viver bem, mas logo iria retornar para tomar de Mullins tudo que lhe pertencia realmente.

Tão fissurado em planejar a morte de Mullins de vários jeitos e maneiras possíveis e como gastaria os milhões que herdaria dele, Eric não tinha se ligado que não se podia confiar realmente em Steven Mullins.

Alguns minutos depois, a maleta com seu precioso dinheiro explodiu, sugando para seu interior o veículo e seu motorista. As chamas quentes e destruidoras espalharam-se violentamente, extinguindo a vida e as ambições de Eric.

XXX

Mullins tinha deixado Cristian na sala, amarrado e amordaçado. Depois havia retornado para fora, permanecendo a olhar para o horizonte.

Após alguns minutos, uma grande espiral de fumaça negra começou a ser vista. Tranquilamente, checou seu relógio.

— Eric, patético e inútil informante, teve o seu final merecido. – ditou como se estivesse conversando com alguém. – Ele nunca poderia me superar, não tinha capacidade para isso.

Logo em seguida retornou para dentro da casa e levou Cristian para um dos quartos onde o colocou em uma cadeira, deixando-o preso.

Do nada, Mullins começou a gargalhar. Uma gargalhada insana, simplesmente não conseguia se controlar.

— Acho que está na hora de reunir a família novamente, não?

A gargalhada insana escapava por seus lábios enquanto pegava uma pequena faca e fazia um corte em seu próprio braço.

Ao ver o sangue escorrendo recomeçou a rir, sentindo-se extasiado ao ver o sangue saindo do ferimento.

Deixando Cristian desacordado no quarto, Mullins desceu rapidamente até o porão.


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Notas finais do capítulo

1 minuto de Silencio em respeito a morte do comandante Winter. Embora ache que ninguém ficará muito triste com sua partida.
Eric Banett enganou todo mundo, ele era o informante oficial de Mullins, e para piorar a situação, ele conseguiu pegar o Cristian, e agora o que será que vai acontecer???
Até a próxima galera!



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