Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 25
O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

Eai galera, tudo bem? Estou um pouco ansioso, daqui a pouco tenho prova...

Temos aqui o capitulo 25, pelo nome já da para saber que o final está se aproximando, Mullins começa neste capitulo a cair realmente. Também temos outro fato importante neste capitulo, talvez explica-se muita coisa sobre a família de Eric.

Espero que gostem e Boa Leitura!



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Enquanto Stan cumpria suas ordens, Mullins estava encarando a casa de seus pais há algum tempo. Não fora capaz de executar seu plano de entrar atirando e recuperar o que lhe pertencia. Não conseguia entender o porquê da sua incapacidade.

Permaneceu a encarando por mais alguns minutos até que começou a avançar em sua direção.

XXX

No interior da casa, Alex estava calmamente sentado no sofá, bebericava uma dose de conhaque e a arma estava escondida atrás de sua camisa.

XXX

Ao chegar à porta, Eric apanhou a chave que estava escondida dentro de um vaso de flores.

— Os velhotes não mudaram nada mesmo. – falou – Sorte a minha.

O interior tivera pouca mudança com o passar dos anos, a maioria eram móveis trocados de lugar ou substituídos por outros mais novos, mas a casa possuía a mesma essência de sempre.

Estava tudo silencioso.

Mullins estranhou, mas continuou a avançar pelo interior. Chegando à sala, deu de cara com seu pai Alex apreciando uma dose de bebida e com uma expressão serena.

— Estava à sua espera, meu filho. – ditou calmamente, encarando-o.

— Sabia que eu viria, que surpresa! – disse com desinteresse. – Já que estava me esperando, me entregue os documentos e também o garoto. Se fizer isso, eu não mato ninguém.

Alex permaneceu encarando seu filho por alguns minutos.

— Que foi velho, perdeu a fala? – indagou, perdendo a paciência.

— Não, estava apenas vendo como não mudaste em nada, meu filho, continua o mesmo garotinho mimado e sem paciência. Certas características, nunca se vão.

— Olha aqui seu imbecil, - gritou se aproximando perigosamente. – Não vim aqui para fazer uma visita, vim para recuperar o que me foi tomado, e não sairei até que me entregue tudo.

— Não, Eric. Meu neto, não lhe pertence. – falou com tristeza. – Kevin não é uma simples mercadoria, ele é uma criança adorável, que foi tomada covardemente de seu pai pela pessoa que deveria cuidar e protegê-lo.

— Poupe-me desses sentimentalismos. – ditou rispidamente. – Não me importo com isso! Para mim, minha família está morta há vários anos.

— Por que você acha isso? Por eu ter te colocado em uma clínica de reabilitação? Eu estava tentando ajudá-lo, queria te ver livre daquele vício, você não tem ideia do que é para um pai ver seu filho definhando e não poder fazer nada para ajudá-lo.

— Chega! – berrou furiosamente. – Pare com essa pose de bom pai, porque você, para mim nunca foi. – gritou. – Você nunca me amou, sempre preferiu o Cristian a mim.

— Isso é mentira! Eu amo vocês igualmente...

— Pare de mentir, seu velho nojento. – gritou enfurecido. – Você sempre me odiou, não é verdade? Tudo porque eu faço você se lembrar dele, não?

Alex arregalou os olhos diante da acusação do filho mais velho.

— Surpreso, velho? Eu sei da verdade, você não é meu pai biológico. – berrou com um misto de fúria e mágoa. – Minha perfeita e doce mãezinha o traiu com seu melhor amigo e ficou grávida de mim.

— Quem lhe contou isso? – perguntou assustado. Havia concordado com a esposa de jamais revelar esse fato.

— Eu ouvi você e minha mãe conversando um dia no seu quarto. – revelou rispidamente. – Naquele dia, eu estava ajudando o Cristian com o dever de casa, mas tinha algumas coisas que não conseguia ajudá-lo e então fui até o quarto de vocês para pedir ajuda. Eu ouvi parte da discussão e você acabou acusando ela de ter te traído e ainda engravidado do seu melhor amigo, Diego Thorpe, que eu fazia você se lembrar dele, que era difícil conviver comigo sendo que eu o lembrava todo dia da traição dela. – cuspiu as palavras com rancor.

— Eric, filho... – começou mansamente.

— Não me chame assim. – berrou furioso. – Eu sempre tentei te orgulhar, tentei ser um bom filho, mas naquele dia eu percebi que não importava o que eu fizesse, você nunca iria gostar de mim, que você sempre iria preferir o Cristian, o seu filho. Por isso, eu parei de me importar e comecei a seguir esse caminho.

Alex respirou fundo fechando os olhos por alguns momentos.

— Eric, eu lamento muito. – disse com lágrimas nos olhos – Fiz o melhor que pude, tentei de coração criá-lo como se fosse meu filho, mas não era fácil, toda vez que eu te via, me lembrava daquele desgraçado e da traição da sua mãe. Sinto muito.

— É tarde demais para desculpas. Vocês mentiram para mim desde que nasci, minha vida foi uma mentira desde o início. Isso nunca foi uma família, era apenas um bando de mentirosos se ocupando em sobreviver. Eu odeio vocês por isso.

— Eric, eu sei que tudo que fizemos não foi correto, mas nada pode justificar as atrocidades que tem feito. Por favor meu menino, pare com essa loucura, ainda dá tempo de você se redimir pelos seus erros, de voltar para o bom caminho.

Eric encarou o homem idoso por longos segundos.

— Não cheguei até aqui para desistir agora, falta muito pouco para a bomba ficar pronta, nada vai me parar. Lamento Alex, - disse com escárnio. – Suas desculpas vieram tarde.

Logo após parar de falar, Eric mirou a arma nele e disparou.

Para total surpresa, Alex conseguiu se esquivar e correu até ele, derrubando-o no chão.

Eric tentou pegar a arma para livrar-se de seu pai, mas não conseguiu, Alex o imobilizou no chão.

— Até que para um velho, você ainda tem agilidade. – zombou.

Alex retirou a arma de trás de sua calça e lhe apontou.

— Vai me matar? Você e meu irmãozinho são iguais, ele também teve a chance de me matar em Boston e não teve capacidade para isso.

— Seu irmão é um homem bom, de caráter, ele não é um assassino como você!

— Vamos lá Alex, dispare! Acabe de uma vez com seu tormento, mate aquele que faz você se lembrar que sua mulher o traiu. Anda logo.

— Não irei tirar sua vida, Eric. Seria muito simples, existem coisas piores que a morte. Quero te ver apodrecendo na cadeia.

— Você é um covarde, trouxa, corno.

Alex acertou-o com uma coronhada de sua arma que o deixou desacordado, depois permitiu-se chorar. Tinha guardado aquele segredo por anos, e agora sentia-se responsável por tudo o que estava acontecendo com Eric e Cristian.

Em parte, tudo o que Eric dissera tinha um fundo de verdade, nunca conseguira amá-lo verdadeiramente como amava Cristian. O orgulho fora maior que seu bom coração e agora estavam nessa situação.

— Meu menino. – sussurrou, fazendo um carinho em sua face – Queria que tudo terminasse de uma outra forma. Me perdoe por não amar-lhe o suficiente.

Levantou-se, enxugou as lágrimas e saiu em direção a porta, sem olhar para trás. Entrou em seu carro e partiu.

Com o veículo em movimento, ele pegou seu celular e ligou para a polícia.

— 911, qual é a emergência? – indagou uma voz feminina.

— Um bandido invadiu minha residência, eu consegui desarmá-lo e acertá-lo deixando-o inconsciente. Estou fugindo com medo dele acordar e de me matar, por favor, vão logo para lá, o endereço é...

— Estou encaminhando as viaturas, fique tranquilo senhor!

Após encerar a ligação, Alex respirou fundo.

— Esse é o único jeito.

XXX

Assim que deixou a casa dos pais de Cristian, Bob voltou apressadamente para a sua, queria contar tudo o que tinha acontecido para Rebecca e depois iria ao FBI.

No meio do caminho, recebeu uma mensagem de Luiws:

“Tudo correu como combinado, a entrega foi feita e já paguei o frete!”

Foi uma mensagem bastante inteligente, somente ele entenderia seu significado. Respirou mais aliviado ao saber que o amigo já estava seguro. A ansiedade queimou-lhe por dentro, queria resolver todos seus assuntos para poder vê-lo.

Ao chegar em casa, encontrou Rebecca deitada no sofá assistindo televisão, no entanto, não percebeu que estava sendo observado por Stan.

— Becky. – chamou afobado.

— Que foi Bob? Porque está assim? – indagou preocupada.

— Venha ver isso! – falou, sentando-se à mesa da cozinha e pegando alguns papéis da pasta.

— O que são esses papéis?

— São provas da inocência de Cristian. – ditou feliz. – Por isso os pais dele me chamaram lá com urgência, era para poder me entregar isso. E tem mais, uma mulher que trabalhava com Mullins o traiu, levou o Kevin e essa pasta para eles.

Rebecca abriu um largo sorriso.

— Isso é maravilhoso! Então Mullins...

— Está ferrado! Seus planos vão falhar! Vencemos! – berrou alegremente, enquanto se abraçavam.

Porém, nesse momento tão feliz, a porta da casa foi derrubada violentamente e um homem corpulento, com um ar ameaçador, sorriso largo e diabólico, alto, pele branca, cabelo preto, jeans escuros e camisa xadrez, entrou com uma arma em cada mão.

Ao ver Rebecca, arregalou os olhos.

“ – Então a maldita puta escapou da explosão? Não estava contando com isso!” – pensou furiosamente.

— Lamento interromper essa celebração, mas tenho coisas a tratar com você, Bob Lincher! – falou friamente e depois se voltou para encarar a mulher. – Rebecca Walters conseguiu escapar da explosão do instituto, você é mais esperta do que eu pensei. Mas acho que sua sorte terminará hoje.

— Quem é você? E como sabe meu nome? – indagou, soltando-se de Rebecca e encarando o intruso.

— Eu sei muito bem quem você é. – falou com desdém. – Quero saber onde está o Cristian, sei muito bem que você o ajudou a fugir, preciso saber onde o escondeu. Se for um bom menino, talvez eu poupe sua vida.

— Você sabe que está invadindo a casa de um agente federal? Se não quiser ser preso, sugiro que saia agora daqui.

Stan gargalhou.

— Uau até que para um veado, você sabe falar grosso.  – zombou. – Só vou sair depois que você me disser onde escondeu seu namorado.

Bob o encarou com ódio, sua arma estava escondida debaixo da camisa, se fosse rápido, poderia sacá-la e enfrentar o marginal.

Aproveitando que os dois homens se encaravam, Becky reuniu os papéis e tentou escondê-los, porém não conseguiu ser rápida.

Stan viu a pasta que pertencia a Mullins e sorriu.

— Não se mexa garota, me entregue essa pasta ou eu vou estoirar seus miolos. Agora! – berrou fazendo-a pular assustada. Olhou para Bob aterrorizada.

Perdendo sua paciência, Stan avançou para Rebecca, porém, antes que conseguisse, Bob apanhou sua arma e disparou contra ele. Em seguida, derrubou a mesa para ter alguma proteção e puxou Rebecca para si.

— Fuja! Saia pelos fundos e vá para o esconderijo.

— E você? – perguntou com terror.

— Vou mantê-lo ocupado para dar tempo de você fugir. Não se preocupe, eu dou conta desse idiota.

Nesse momento, ouviram-se novos disparos.

Stan abriu fogo contra eles, por sorte, a mesa era de mogno maciço que impediu as balas acertassem neles.

Bob espreitou e viu que seu disparo pegara de raspão o braço direito dele, mas ele parecia não se importar, continuava atirando.

— Vá logo Becky! – pediu desesperado.

— Fique vivo seu idiota! – deu um abraço nele.

Nesse instante, Stan começou a se aproximar da mesa, mas Bob levantou-se e abriu fogo contra ele.

Stan correu e se atirou atrás do sofá da sala.

Aproveitando o momento, Rebecca saiu pela área de serviço e, servindo-se do carro de Bob, fugiu apressadamente dali. Alguns quarteirões depois, sacou o celular e ligou para Luiws.

XXX

Ao ver o numero de Rebecca, Luiws sorriu.

— Oi Becky.

— Luiws, pelo amor de Deus, vá para a casa do Bob agora!— gritou desperada. – Um dos capangas de Mullins invadiu a casa dele, ele precisa de ajuda!

— Vou para lá agora mesmo, onde você está?

— Bob me mandou fugir, estou indo para a casa onde está Cristian!

— Eu vou voltar para lá agora mesmo.

— Ok, por favor, se apresse.— pediu, desligando em seguida.

Luiws pegou as chaves do carro, mas nesse instante, Cristian acordou.

— Aconteceu alguma coisa? – indagou um pouco sonolento.

Ponderou por alguns instantes se deveria contar o que estava acontecendo.

— Rebecca me ligou pedindo para ajudar Bob, pois um dos capangas de Mullins invadiu a casa dele.

— O quê? – berrou, levantando-se do sofá.

— Fica tranquilo, eu tô indo para lá ajudá-lo, preciso que você fique aqui...

— Eu vou com você!

— Não vai não. – retrucou com firmeza. – Você ainda está sendo procurado pela polícia, eu sei que você está preocupado com Bob, mas é crucial que você fique escondido por enquanto. Eu vou lá e o ajudarei.

Cristian não gostou nem um pouco, mas sabia que seu amigo estava certo, precisava permanecer escondido.

— Tudo bem, vou ficar aqui! – disse a contra-gosto. – Por favor, vá logo!

— Ok, estou indo, e por favor, não faça nenhuma loucura, está bem?

Sem esperar por resposta, Luiws saiu.

XXX

Na casa de Bob, o tiroteiro continuava. Stan atirava protegido pelo sofá e Bob revidava oculto pela mesa.

Quando ficaram sem balas, Stan saiu de trás do sofá e avançou furiosamente contra o policial que também se aproximava.

Stan tentou acertar-lhe um soco, no entanto Bob se esquivou e desferiu um contra golpe com toda a força que possuía. O bandido recuou um pouco, mas logo voltou a atacar.

Bob conseguiu se desviar sem problemas, era treinado para isso e Stan, vendo que suas investidas não surtiam efeito, continuava a atacar com mais violência, porém, mesmo assim, não conseguia causar nenhum dano.

Com a técnica do Tui Shou, Bob utilizou a força bruta do homem contra o próprio, derrubando-o no chão. Depois, socou-o e chutou-o sem que Stan conseguisse se proteger. A boca dele sangrava e o seu corpo ficaria com vários hematomas.

Sem se importar com esse estado, Bob agarrou-lhe a camisa e puxou-o para mais perto.

— Você estava tão confiante, mas veja só, a única coisa que você tem é músculos, nada de cérebro. – zombou animadamente. - Só vou te perguntar uma vez, onde está o Mullins?

Stan não disse nada, apenas ficou o encarando com indiferença.

Bob perdeu a paciência e acertou-lhe outro soco na face.

— Responda! – berrou, armando outro soco, porém antes de finalizar, Stan deu-lhe uma cabeçada que fez com que ficasse livre.

Bob levou a mão ao nariz contundido, estava começando a sangrar. Esses poucos segundos de distração foram suficientes para Stan atacá-lo com força total. Desferiu-lhe socos e chutes sem piedade.

— Me diga onde está o policial, senão quiser morrer agora mesmo! – urrou furioso levantando-o pelo pescoço e pressionando-o fortemente.

Bob estava ficando sem ar, tentava desesperadamente livrar-se das mãos do agressor, mas sem sucesso.

Stan sorria maliciosamente, vendo-o debater-se, tentando se soltar. Afrouxou um pouco o aperto para poder prosseguir com a sua diversão.

— Bob, seja razoável e me diga onde o Cristian está, sabe que Mullins não irá machucá-lo, afinal eles são irmãos.

Como resposta, Bob cuspiu na cara dele.

O bandido ficou furioso. Voltou a pressionar o seu pescoço com bastante força.

A visão do policial ficou turva, seu cérebro parecia ter parado de funcionar, era seu fim, estava certo que não teria salvação.

No entanto, ouviu um barulho alto e de repente as mãos do homem soltaram seu pescoço.

Bob caiu de joelhos no chão, ofegante. Quando elevou o olhar, viu o que tinha acontecido. Lorena tinha aparecido e atacado Stan, provocando-lhe um corte na cabeça por onde escorria sangue. Agora, o bandido investia furiosamente contra a garota que estava com um pedaço de madeira nas mãos, esquiando-se dos seus golpes.

— Desgraçada! – berrou irado. – Vou te matar também! – avançou contra ela.

Mas Lorena foi mais rápida e acertou-lhe no rosto com o pedaço de madeira.

Stan ficou atordoado.

Aproveitando a vantagem, Bob levantou-se e ainda ofegante, colocou a mão no ombro do bandido e o puxou para ficar de frente. Acertou-lhe dois socos no rosto e Lorena finalizou com uma rasteira que fez com que ele caísse para depois lhe chutar o rosto.

Stan desmaiou.

Bob curvou-se, tentando recuperar o folego e ela aproximou-se preocupada.

— Cara, você está bem?

Ele encarou-a com um sorriso no rosto.

— Estou bem! – falou respirando fundo. – Nunca pensei que iria dever minha vida a uma criminosa.

A mulher sorriu.

— Eu nunca pensei que iria salvar a vida de um tira. – disse divertida. – Então estamos quites.

— Obrigado por ter me ajudado. – agradeceu com sinceridade.

— Somos aliados, apesar de você não acreditar muito em mim, estamos juntos nessa.

Bob sorriu e abraçou-a como um sinal de agradecimento e amizade. Ela correspondeu.

— Sei que não é o momento, mas tem como me arrumar U$ 120, 00 dólares para pagar o taxista?

— Aqui está! – pegou o dinheiro da carteira.

Lorena correu até o taxi e pagou o motorista ranzinza. Teve que aguentar alguns insultos do velho pela demora, mas não se importou com a ofensa. Voltou para casa e viu Bob examinando alguns cacos do vaso que tinha usado para ferir Stan.

Ao vê-la, Bob levantou-se com os cacos na mão.

— Você usou um vaso inestimável da dinastia Ming para ferir um bandido?

— Desculpe Bob, mas agi por impulso. – tentou defender-se. - Quando o vi quase te matando, peguei a primeira coisa que me veio à mão e acertei nele.

— Sabe quantos dólares esse vaso valia? – perguntou ainda ressentido.

— Não tenho ideia, mas acredito que sua vida valha mais que esse vaso feio e velho. – falou cansada do choramingo – Porra, eu salvei sua vida, então por favor pare com essa choradeira.

— Tudo bem, apesar de ser um vaso caro e inestimável... – Lorena o fuzilou com o olhar. – você tem razão.

Naquele momento onde o perigo havia aparentemente cessado, eis que surge uma nova ameaça.

— Parados, levantem as mãos, ambos estão presos. – ditou a voz fria e cruel.

Ao fitar o dono da voz, Bob arregalou os olhos, não acreditando no que via.

XXX

Mullins estava começando a recobrar os sentidos.

Estava sentindo uma pontada de dor na cabeça, tentou se levantar, mas sentiu uma tontura e teve que se apoiar em uma estante para não desabar novamente. Fechou os olhos por alguns instantes para tentar eliminar a náusea e a tontura. Quando os voltou a abrir, percebeu que estava em sérios problemas.

A porta da frente fora derrubada e a sala estava abarrotada de policiais, todos empunhando armas.

— Parado, coloque as mãos na cabeça e fique de joelhos, você está preso! – gritou um policial.

“Maldição!” berrou em seu cérebro.

Estava encurralado, não tinha como escapar. Seu pai havia executado um movimento brilhante. Não tinha previsto que o velhote fugisse e que chamasse os tiras para prendê-lo.

— Você é surdo? Fique de joelhos e coloque as mãos na cabeça, senão quiser levar chumbo.

Sem qualquer alternativa, Eric obedeceu, porém quando o policial se aproximou para algema-lo, acertou-lhe um soco no estômago. Os outros policiais atiraram nele, mas ele agiu rápido. Colocou na sua frente o policial que acabou levando com todas as balas e depois sacou a arma e disparou três tiros certeiros nos seus oponentes.

Correu para a porta, tentando sair daquela casa, no entanto, havia mais viaturas e policiais no lado de fora, e ao verem-no sair, abriram fogo contra ele.

Eric teve que se abaixar atrás de um móvel para escapar dos tiros. O tempo estava se esgotando!

Não conseguia ver nenhuma alternativa de fuga, não havia possibilidade de eliminar todos aqueles policiais de uma só vez, qualquer tentativa mal calculada, poderia custar-lhe a vida.

— Se tivesse uma bomba... – lamentou-se, mas logo se lembrou de algo, seu pai guardava algumas bananas de dinamite em casa sem Carol saber. Só torcia para que o velho idiota as tenha deixado no mesmo lugar.

Saiu do local onde se escondia e correu para os fundos da casa onde seu pai possuía uma espécie de oficina.

Logo que entrou no campo de visão dos policiais, os tiros recomeçaram, mas nenhum deles o acertou.

Ao chegar à porta dos fundos percebeu que ela estava trancada. Atirou na fechadura e a abriu com um chute violento.

Estava ofegante, suado, furioso e também com medo de ser preso. Aquela era sua última chance.

Encontrou duas bananas de dinamite.

— Sim. –berrou aliviado. Deu a volta pelo quintal, acendeu as duas dinamites e as jogou na direção dos policiais, que quando perceberam o fato, já era tarde demais.

As duas bombas explodiram atingindo uma viatura, causando um violento tremor e um mar de fogo.

Todos os policiais ficaram desacordados devido ao choque da explosão.

Eric saiu correndo para longe da casa e depois sentiu uma dor aguda em sua perna.

Um dos policiais tinha acertado nele tentando evitar que ele fugisse, mas isso não era suficiente para travá-lo.

Seu carro estava estacionado a duas quadras dali, não demorou para conseguir chegar nele e dar a partida.

A perna sangrava bastante, manchando o carpete, mas ele não ligava para isso, tinha outras preocupações no momento.

— Maldição! – urrou, socando repetidamente o volante – Essa merda está desmoronando, nada dá certo! Maldição.

XXX

Estar naquela casa sozinho e sem notícias era totalmente angustiante.

Luiws tinha saído há quase meia hora, deixando Cristian sozinho e apreensivo. Ele não conseguia ficar parado, andava de um lado para o outro, examinava as janelas e os outros cômodos, tentando distrair sua mente para que não começasse a pensar inúmeras besteiras.

Quase uma hora depois, Cristian não se aguentava mais de tanta apreensão que aumentou ainda mais ao ouvir o portão da casa se abrindo e um carro entrando na garagem.

Se escondeu. Se fosse um inimigo teria o elemento surpresa, talvez conseguisse desarmá-lo e dominá-lo.

XXX

Rebecca Walters desceu do carro e fechou o portão de casa. Seus olhos estavam vermelhos, tinha passado por um grande sufoco naquele dia, mas graças a seu amigo Bob, estava salva. Rezava para que nada tivesse acontecido com ele.

Quando entrou, deixou a pasta em cima do sofá e foi procurar um banheiro.

De repente, Cristian surgiu à sua frente e ela soltou um berro apavorado.

— Você? – perguntou a reconhecendo. Era a mesma garota que estava almoçando com Bob no dia que fora para Los Angeles.

— Que susto, Cristian! – ditou ríspida.

— Desculpe! Achei que fosse algum policial ou capanga do meu irmão.

— Tudo bem, eu entendo.

Cristian olhou para ela mais atentamente e percebeu a expressão chorosa e o inchaço em seus olhos.

— Está tudo bem? Luiws me falou que um homem tinha invadido a casa do Bob, ele está bem?

— Eu estou bem, mas Bob eu não sei, ele ficou enfrentando o homem para me dar tempo de fugir com os documentos.

— Que documentos? – indagou confuso.

— Ele conseguiu provas que inocentam você de praticamente todos os crimes que está sendo acusado.

— Como ele os conseguiu? – perguntou surpreso.

— Não sei, não houve tempo dele me contar toda a história.

Antes que Cristian pudesse continuar com a seção de perguntas, ambos ouviram a campainha tocando e batidas no portão.

Os dois se entreolharam um tanto assustados.

— Fique aqui, eu irei ver quem é! – sussurrou. – Aqui, leve isso com você. – entregou a pasta com as provas.

Cristian continuou escondido enquanto Rebecca foi averiguar.

Momentos depois, ela retornou com uma expressão de choque em seu rosto.

— O que foi? Quem era? – indagou assustado.

— É melhor você ir na sala e ver por si mesmo. – falou ainda em choque.

Segurando a pasta com os documentos, Cristian tomou coragem e seguiu para a sala.

Quando entrou, seu coração disparou, as lágrimas começaram a cair sem que pudesse contê-las. Permaneceu encarando-os por longos minutos, tentando convencer a si mesmo que o que via não era uma ilusão. Eles realmente estavam lá.

XXX

Bob e Lorena continuavam sob a mira do agente.

— O que você está fazendo aqui, Ross? – indagou surpreso, começando a se aproximar.

— Não se aproxime! Você está preso, e essa vagabunda também. – gritou.

Ross parecia estar descontrolado, possuía um brilho meio alucinado no olhar.

— Você só pode ter ficado maluco! – protestou Bob ríspido. – Quais são as acusações?

— Podemos começar com o assassinato de agentes federais. Eu sei perfeitamente que você matou meu primo Owen Ross e também Aron Black, depois libertou aqueles criminosos e a prova está bem aqui. – apontou a arma para Lorena - Onde estão os outros?

— Estão mortos! – bradou com fúria. – Steven Mullins os matou em Los Angeles.

Ross gargalhou.

— Não se perdeu grande coisa.

Lorena sentiu uma grande fúria tomando controle de seu corpo. Não pôde se segurar e avançou contra Ross, desferindo-lhe um soco na face com toda a força que possuía, no entanto, quando foi para acertar-lhe o segundo, ele recuperou-se e atingiu-a com um tapa que a levou ao chão.

Não satisfeito, começou a chutá-la em vários lugares.

Bob correu para ajudar Lorena, porém Ross apontou-lhe a arma.

— Fica quietinho aí, senão eu vou te matar aqui mesmo. – berrou descontrolado.

— Isso que você está fazendo é contra a lei, não tem nenhum mantado de busca ou prisão para você estar aqui.

— Cale a boca!

Do nada, ouviram um gemido.

Stan estava recobrando os sentidos.

Ross se aproximou dele.

— Stan Evan, considerado um dos melhores homens de Mullins, - negou com a cabeça – se ele pudesse te ver nessa situação, derrotado e subjugado por dois idiotas…

— Cale a porra da sua boca Ross. Ninguém nunca fez tanto por Mullins quanto eu! Você sabe disso, afinal é informante dele há vários anos, não? Faça alguma coisa de útil e me desamarre, seu imbecil.

— É uma pena, Stan, mas você falhou três vezes nos últimos dias, deixou a puta da Natasha escapar com o garoto, não eliminou a vadia da Rebecca Walters, e também não conseguiu arrancar desse negro nojento o lugar onde escondem o Cristian. Sabe o que acontece quando se falha tantas vezes com o chefe?

Stan abriu a boca para protestar, mas não teve chance. Ross apertou o gatilho três vezes à queima roupa e depois voltou-se para os outros.

Bob estava ajudando Lorena a manter-se de pé, enquanto encarava o companheiro com ódio e repugnância.

— Você é informante do Mullins, seu maldito! – gritou furioso.

Ross soltou uma gargalhada insana.

— Você não sabe o quanto é bom ter uma segunda renda, meu amigo! E logo que Mullins terminar a bomba, ficarei milionário.

— Se você acredita que Mullins lhe dará algum dinheiro depois de vender a bomba, está se enganando!

— Ah minha cara Lorena, você é muito burra! – falou se aproximando deles com a arma engatilhada. – Quando Mullins conseguir o serial e finalizar a bomba, eu a roubarei e o matarei. Não sigo ordens de ninguém, até agora fingi ser um leal informante, mas meus planos são maiores que isso.

— Você está louco! – gritou Bob.

— Agora, você vai me dizer onde Cristian está, senão quiser que eu mate a garota. – gritou, puxando Lorena para si e apontando-lhe a arma para a cabeça.

— Porque você precisa tanto que o Cristian pegue o serial? Porque você mesmo não o pega?

— Bob, não são todos os agentes que têm acesso a essa informação. No FBI apenas Winter e o Hayes sabem onde e qual é o serial.  – revelou. – Quando Winter virou comandante, ele escolheu Cristian para compartilhar essa informação, pois quando ele saísse, seria Hayes a assumir o cargo de comandante.

— Por isso Mullins armou todo esse plano...

— Caia na real, seu idiota! Mullins fez tudo isso somente para poder ferrar com o irmão, é apenas um desejo de vingança tolo e sem motivo. Ele nunca imaginou que Cristian teria essa informação tão facilmente. O que ele tinha planejado no início era sequestrar o filho dele e obrigá-lo a conseguir o serial em troca da liberdade do filhinho.

— Você é um desgraçado! Um maldito. – Bob começou a gritar outras ofensas.

— Já chega! – levantou a arma – Me fale agora mesmo onde está o Cristian ou eu a matarei.

— Não diga nada para ele! – gritou Lorena. – Não se preocupe comigo.

Bob estava sem saída, não sabia o que fazer.

— Acabou o tempo! – falou cruelmente.

Lorena fechou os olhos e a imagem de seus amigos apareceu. Iria se juntar a eles em breve. No entanto, Ross soltou um gemido e afrouxou o aperto permitindo que ela escapasse.

Ainda fraca devido aos sucessivos golpes que recebera, Lorena não conseguiu se manter de pé e teria ido de encontro ao chão se Bob não a tivesse segurado.

Quando olhou para trás, percebeu o que tinha acontecido.

Luiws tinha aparecido e imobilizado Ross com algemas.

— Adam Ross, você está preso por coação, abuso de poder, associação ao tráfico, transmissão de informações confidenciais a bandidos, tentativa de homicídio doloso e homicídio duplamente qualificado. – disse furioso – Tem o direito de permanecer em silêncio e tudo o que disser, será usado contra você no tribunal.

— Não tem prova alguma de nenhum desses crimes!

— Tem o meu testemunho, o de Bob e também do senhor Alex, sem contar o corpo e o buraco de bala.

— Ele era um sádico assassino, explodiu o instituto médico, matou Carl West e tentou matar o Bob. Eu salvei a vida dele. – gritou desesperado.

— Quando você chegou, já tínhamos dominado o Stan – afirmou Lorena. – Ele estava amarrado e não oferecia perigo algum, você o matou friamente com três tiros à queima roupa.

— Cale a boca! – berrou irado. – Ninguém vai acreditar em uma criminosa, foi ela que armou a bomba no galpão e matou diversos policiais.

Luiws encarou os dois.

— Ele tem razão, estou reconhecendo sua foto, Lorena Thompson.

— Sou eu mesmo! Sei que você deve me prender, e realmente mereço, mas eu tenho informações valiosas contra o Mullins e voltei para ajudar a colocar ele na cadeia de uma vez por todas.

— Onde estão essas informações então? – indagou ríspido.

— Estão comigo e vou entregá-las, mas quero pedir uma coisa em troca.

— O que seria?

— Quero que o Mullins pague por ter matado meus amigos, quero que ele sofra. Depois que eu conseguir isso, me entrego voluntariamente.

— Desculpe, mas isso é uma completa loucura! – ditou Luiws severo. – Não posso permitir isso. Sinto muito.

— Luiws, ela salvou minha vida, se Lorena não tivesse chegado e quebrado um vaso caríssimo na cabeça dele, eu estaria morto. Sei que devemos fazer o que é certo, mas neste caso, dê uma chance! Eu me responsabilizo por ela.

— Não gosto nem um pouco dessa história, mas se ela te salvou, merece uma chance. – ditou a olhando. – Tudo bem, mas saiba que no primeiro vacilo, te coloco na cadeia, e tenha certeza que não sou tão mole como meu amiguinho ali.

— Eu acredito nisso. Fique tranquilo, quero somente ajudar.

— Bob, você precisa vir comigo para o FBI prestar queixa contra esse babaca aqui. Seu Alex, venha também, por favor. – ditou Luiws seguindo em direção à porta. – Lorena, fique aqui e nos espere.

— Pode deixar!

XXX

Longe dali, Natasha estava oscilando entre a consciência e a inconsciência por um longo tempo. O cansaço que sentia, somado com as dores da tortura, a tinha enfraquecido totalmente.

Sua maior preocupação era Mullins. Se ele conseguisse recuperar os documentos e seu filho, seria o fim e dessa vez não poderia fazer nada para impedi-lo.

Momentos depois, Mullins apareceu, seu rosto era uma máscara de fúria e frustação. Avançou contra ela e acertou-lhe com dois tapas no rosto já bastante castigado.

— Sua desgraçada maldita! Por sua culpa, quase fui preso e agora meu rosto está estampado em diversos cartazes de “procurados”. Tudo por sua culpa, cadela, vagabunda, - pontuava cada xingamento com um soco em diferentes lugares.

— É uma pena não terem te colocado na cadeia, desgraçado. Eu falei que você não iria vencer, e aí está a prova, não falta muito para você ter o castigo que merece.

Mullins estava ofegante e tremendo de raiva, não conseguia encontrar uma maneira de extravasar tudo o que sentia. Então avançou contra Natasha, soltou-a e jogou-a no chão. Curvou sobre ela e nu da cintura para baixo, rasgou os farrapos que ela estava usando e a invadiu sem nenhum cuidado.

A dor era intensa, Mullins estocava freneticamente, cada vez mais rápido e forte, enquanto ela gritava de dor. Em determinado momento, sucumbiu, desmaiou.

Quando recobrou os sentidos, olhou aterrorizada em busca da figura de Mullins. Para seu alívio, não o encontrou. Ainda estava nua e próximo às suas nadegas havia uma grande poça de sangue. O desgraçado a tinha ferido ainda mais.

Chorou. Não sabia quanto tempo permaneceu ali, soluçando sem parar. Demorou algumas horas até adormecer no chão frio daquele porão.

XXX

No andar de cima, Eric andava de um lado para o outro. Tinha conseguido se controlar um pouco após violentar Natasha, porém ainda se sentia frustrado. De uma hora para outra tudo começara a dar errado.

— Não tem mais jeito, tenho que conseguir o serial custe o que custar, e agora que estou sendo procurado pela polícia, não me resta muito mais tempo.  

E Eric estava certo! Algumas horas depois, devido à morte de quatro policiais, à tentativa de homicídio de outros tantos e também à tentativa de latrocínio, estava na lista dos mais procurados do FBI. Estava ferrado, completamente ferrado.

XXX

Os agentes do FBI logo entraram no caso e descobriram algo que os deixaram bastantes chocados. Encontraram uma amostra de sangue na rua. O policial que atirou no bandido confirmara a história. Mandaram a amostra para um laboratório e o resultado os deixou bastantes impressionados já que o sangue pertencia a Eric Hayes e pelas informações oficiais, ele estava morto há anos.

Winter estava em seu gabinete junto com Adam Morris lendo o relatório. Estava chocado. Todo esse tempo, Bob estava certo e ele não tinha acreditado.

De repente, começaram a ouvir uma gritaria vindo do corredor.

Winter se apressou para averiguar o que estava acontecendo, e a cena que viu era completamente inesperada.

Luiws vinha junto com Bob e o pai de Cristian, trazendo Ross algemado.

— O que está acontecendo aqui? Por que Ross está assim?

— Ele é informante de Eric Hayes, passava informações para ele daqui de dentro. O capturei na casa de Bob, onde estava com uma arma apontada para ele, ameaçando matá-lo. Também encontrei um corpo com três tiros, já mandei alguns peritos para lá e vão fazer o exame de balística para confirmar se foi mesmo a arma de Ross que matou o bandido.

— É mentira comandante, não acredite em nada do que eles disserem. – bradou desesperado.

— Comandante, tenho o testemunho do senhor Hayes e também do Luiws. Ele invadiu a minha casa, me ameaçou e confessou diversos crimes.

— Quietos! Todos vocês! Luiws, leve Ross até uma das celas e depois venha para meu escritório. Enquanto isso, nós vamos conversar. – disse, apontando para Bob e Alex.


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Notas finais do capítulo

É muito curiosa a imaginação das pessoas, tive essa ideia de fazer Eric como fruto de uma traição, agora realmente sabemos que, mesmo sem querer, Alex preferia o Cristian. Mas devemos entender o lado do velho também, não deve ser fácil criar um filho que não era dele e que o fazia lembrar da traição da mulher.Se formos pensar bem, ele realmente ama a Carol, porque é difícil um homem continuar casado mesmo depois de descobrir que foi traído.
Até o próximo capitulo!!!



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