Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 22
Um ato de coragem


Notas iniciais do capítulo

Belezinha galera? Animados com o fim de semana?

Temos o capitulo 22, muitas coisas acontecem nele, talvez uma ação que mudará os rumos da história.

Espero que gostem e Boa leitura!



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Um pequeno grupo de agentes do FBI estavam cumprindo uma ordem judicial removendo o corpo de um túmulo em um cemitério quase na saída da cidade.

O serviço não foi demorado, logo o corpo já estava sendo transportado para a cidade vizinha. Nenhum dos agentes tinha ideia do que estava acontecendo.

O caos era total naquela tarde em Nova York. A notícia sobre a explosão do instituto era destaque em todos os telejornais do país.

Os bombeiros estavam trabalhando incansavelmente para controlar as chamas que persistiam em engolir tudo o que viam pela frente. O local tinha vários elementos químicos, por isso a força das chamas era impressionante, sem contar na espiral de fumaça negra que saía dos destroços que atrapalhava o trabalho de resgate dos corpos, porque, desde o começo da operação, havia sido apontado que não existiria nenhum sobrevivente.

Os imóveis vizinhos foram evacuados, muitos deles foram afetados pela explosão e as chamas atacaram casas e prédios comerciais.

No meio do caos, os agentes do FBI, tentavam conversar com as pessoas para encontrar qualquer pista que fizesse sentido para essa tragédia. Eram poucas as pessoas que conseguiam conversar, muitos estavam abalados e outros feridos. Os que falavam não diziam nada que os ajudasse.

Bob poucas vezes em sua carreira como policial tinha visto um cenário de destruição como aquele.

Era chocante ver a cena, pessoas correndo apavoradas, gritos de feridos agoniados, fogo, os bombeiros lutando para apagar as chamas...

Não sabia quantas vezes já tinha ligado para Luiws e Rebecca. Nenhum deles atendia. A cada minuto que passava, a esperança de que seus amigos estivessem vivos se esvaía; o desespero começava a se instalar.

Pouco tempo depois, Winter apareceu no local com mais agentes. Passou direto por Bob, estava tentando dispersar a massa de curiosos que rondavam o local. Dirigiu-se a Ross.

— Alguma novidade?

— Nenhuma comandante, estamos esperando os bombeiros apagarem as chamas para ver se encontramos alguma pista. As pessoas que tentamos conversar estão em choque, não conseguimos apurar nada ainda.

Winter virou-se e viu Bob no celular. Imaginando que poderia estar falando com Cristian, aproximou-se rapidamente.

Bob estava tentando falar com Rebecca e Luiws, mas não teve êxito. Foi pego de surpresa com a chegada do comandante.

— Com quem estava falando no telefone? – indagou autoritário.

— Não era com o Cristian! – retrucou áspero.

— Então quem era? – tornou a perguntar.

— Estou tentando falar com Luiws e Rebecca, mas... – esfregou uma das mãos no rosto angustiado. – ... não consigo! Eles devem estar mortos! – concluiu com algumas lágrimas.

Winter colocou uma mão no ombro do rapaz.

— Não perca as esperanças, enquanto os corpos não aparecerem, teremos que ter fé que estejam vivos! – disse sem acreditar muito nas próprias palavras.

— Certo!

Em seu interior, Bob lutava para manter as esperanças, contudo não era fácil diante da face da destruição que presenciava.

O dia foi passando lentamente, por volta das 4 da tarde, os bombeiros conseguiram extinguir as chamas e começaram as buscas pelas vítimas da explosão.

Bob havia desistido de telefonar para seus amigos, acreditava que ambos estivessem mortos.

XXX

Longe dali, em uma casinha simples quase na saída de Nova York, Natasha e Kevin terminavam de lanchar.

Desde que deixaram Boston, o garotinho estava mais triste, não ria, nem tinha vontade de brincar e isso estava deixando Natasha bastante preocupada.

— Kevin, vamos montar um quebra cabeça? – perguntou sorrindo gentilmente.

— Não quero! – disse fazendo bico emburrado.

— O que foi pequeno, porque está assim?

— Tô com saudades do meu papai! Você disse que ele viria logo para ficar comigo, mas você mentiu, já se passaram um montão de dias e ele não apareceu. – falou, começando a chorar copiosamente.

Sem saber o que fazer para acalmar o menino, ela tentou abraçá-lo, mas não conseguiu, pois Kevin correu para o quarto.

Estava indo para tentar conversar com ele, quando ouviu batidas frenéticas na porta.

Ao abri-la, teve uma desagradável surpresa!

— O que está fazendo aqui? – indagou com desprezo.

Stan sorriu.

— É muito bom te ver novamente, minha cara Natasha! – disse entrando na casa. – Continua uma delícia.

— Não sei o que você está fazendo aqui, mas quero que saia agora mesmo!

— Ordens do Mullins! Ele me mandou ficar aqui até segunda ordem. – respondeu, jogando-se no sofá.

— Isso não pode ser! – lamentou, sacando seu telefone e ligando para Mullins.

XXX

Em Boston, Eric estava há horas no hospital para tratar dos ferimentos provocados pelo irmão.

Ainda custava a acreditar que tinha sido descoberto, ainda por cima Cris lhe dera uma bela surra. A sorte é que tinha mandado Natasha e Kevin para Nova York.

Por alguns segundos, sentiu medo de Cristian, ele parecia estar possuído, não pôde se defender de seus golpes e temeu que ele o matasse.

Não sabia como a polícia tinha aparecido lá, mas agora agradecia imensamente a sua chegada.

Estava com dores por todo o corpo e quando seu celular começou a tocar, tentou pegar o aparelho sem se mexer muito.

— Quem é?

Como você permitiu que aquele ser asqueroso do Stan se escondesse comigo e com o Kevin, você está louco?— gritou descontrolada.

— Natasha, não precisa gritar, te escuto muito bem, - disse ácido. – e outra, preciso que ele fique aí em NY por mais alguns dias, e não tem melhor esconderijo do que aí onde você está! – gemeu de dor.

— Você sabe muito bem que ele não é confiável e ainda mais com o Kevin aqui, você lembra o que ele fez da última vez?— indagou furiosa.

— É claro que eu lembro, e ele está avisado do que acontecerá com ele caso pense em encostar no garoto! Fique tranquila... ai, maldição!

— O que aconteceu?

— Cristian me encontrou em Boston e me deu uma boa surra. – admitiu com amargura.

— O quê? Como ele te achou?

— Tenho um palpite, mas não importa agora, ele foi preso, finalmente! Agora é só uma questão de tempo até Bob me dar o serial.

— O senhor está bem?

— Vou ter que passar a noite no hospital, nada de mais, assim que eu sair voltarei para Nova York. Se prepare, pois irá começar a última parte do plano. – avisou, encerrando a chamada.

Natasha desligou o celular.

— Estou com fome, faça alguma coisa para mim comer!

Encarou Stan com desprezo.

— Não sou sua empregada, se quiser comer alguma coisa, vá para cozinha e prepare você mesmo! – retrucou saindo da sala e indo para o quarto de Kevin.

— Uma hora você vai baixar a guarda, e ai sim, saciarei minha fome com esse garotinho. - sorriu maliciosamente.

XXX

Enquanto isso, no necrotério da cidade de Hoboken, Rebecca Walters estava entretida fazendo a exumação do corpo que viera do cemitério. Junto com ela, estava um agente do FBI, Luiws Romero, acompanhando com grande expectativa a finalização do processo.

Ambos tinham passado praticamente todo o dia juntos, Rebecca não queria parar nem para almoçar, porém Luiws a convenceu a comer alguma coisa.

Entregaram um saco mortuário para Becky que se surpreendeu ao ver que era o corpo do indigente que estava em Nova York. Aparentemente Trent o enviou para lá sem falar com ninguém.

Logo que terminou com o corpo do cemitério, partiu para o outro que havia sido entregue.

Por volta das 10h da noite, sorriu.

— Por fim, terminei!

— Qual é, acabe logo com essa expectativa, me conte o que descobriu...

Rebecca sorriu mais.

— Eu estava certa, Acetti trocou os corpos! – concluiu com orgulho. – O corpo que Trent me mandou que estava marcado como indigente é o West e o que estava enterrado é o indigente.

— Como você conseguiu comprovar isso?

— Muito simples, apesar dos dois corpos terem contusões semelhantes, é possível distinguir algumas diferenças, por exemplo, olhe a perna deles, - apontou -  ambos têm a mesma laceração feito por algum objeto cortante, porém a do indigente foi feita após a morte, a de West não, ele ainda estava vivo. E olhe a cabeça, os dois têm o mesmo buraco de bala, porém o indigente recebeu o tiro após estar morto, a causa de sua morte foi espancamento que resultou em um coágulo cerebral que o levou a óbito, enquanto a causa da morte de West foi o tiro. É possível também ver que os ângulos onde a bala entrou são diferentes, West estava de pé quando recebeu o tiro, o indigente estava deitado.

— Uau! – foi tudo que consegui dizer, estava impressionado.

— Mas isso somente comprova que os corpos foram trocados, temos que esperar que os peritos analisem as imagens novamente para podermos comprovar que Cristian não matou West.

— Você é incrível! – elogiou dando um largo sorriso.

— Que é isso! – disse ruborizada. – Apenas adoro o que eu faço.

Permaneceram se encarando por alguns segundos até que Rebecca desviou o olhar envergonhada e passou a procurar algo em sua bolsa.

Ao olhar com mais atenção, encontrou um envelope. Não havia nada escrito nele. Com sua curiosidade atiçada, o abriu e começou a ler.

“ Rebecca.

Se você estiver lendo essa carta, talvez eu já esteja morto, porém queria te alertar de algumas coisas:

Cometi alguns erros na minha vida, talvez o maior deles é não ter lhe revelado tudo o que sinto por você. Eu a amo desde o momento que comecei a trabalhar aqui. Você fez nascer em mim um sentimento que eu não conhecia e pode ter certeza que foi a melhor coisa que já experimentei.

Contudo, não estou lhe deixando essa carta para falar-te de minhas tristezas, e sim para avisá-la que está correndo um grande perigo.

Steven Mullins quer acabar com a sua vida, ele teme que você possa destruir seus planos, e por isso me mandou eliminá-la. Eu jamais poderia fazer isso, por essa razão, tenho certeza que ele mandará outra pessoa atrás de você, e por isso te imploro que se esconda, saia da cidade, não deixe que ele a pegue, não suportaria saber que você perdeu a vida por causa de erros que cometi.

A última coisa que quero te falar é que você estava certa todo esse tempo, Acetti trocou o corpo do West pelo do indigente, tenho certeza que você irá descobrir isso por conta própria. A gravação que mostra o policial atirando é falsa, consegui recuperar o original e estou mandando junto com o corpo. Para terminar, investigue as transações da conta de Cristian, eu não tenho certeza, mas ouvi o Dr Jones conversando ao telefone sobre elas.

Fique viva, meu amor, espero que algum dia você me perdoe por todos os meus erros.

Trent McNamara

Ao terminar de ler a carta, a garota parecia estar a ponto de chorar.

— Rebecca, está tudo bem? – indagou preocupado.

— Leia! – entregou-lhe a carta.

O agente leu-a e depois encarou a companheira.

— Então Trent sabia de tudo isso. Quando eu puser minhas mãos nele, eu acabarei com a sua raça.

— Luiws, você não percebe que estamos correndo perigo e não é somente eu? Quem estiver investigando o caso de Cristian, com certeza também é alvo daquele louco.

— Você tem razão! Eu preciso avisar o Bob, talvez ele consiga pensar em alguma coisa para prendermos seu chefe.

Ao apanhar o celular no bolso, assustou-se com a quantidade de chamadas perdidas que tinha, todas de um único número: Bob.

— Caramba, tenho 45 ligações perdidas.

Rebecca ligou seu celular e também se assustou, havia a mesma quantidade de ligações de Bob para ela.

— Eu também tenho várias ligações perdidas, será que aconteceu alguma coisa de grave com ele? – indagou preocupada.

— Espere, vou ligar.

Bob ainda estava no local da explosão, os trabalhos de busca tinham se iniciado algumas horas atrás e já tinham encontrado alguns corpos carbonizados que haviam sido levados para cidades vizinhas para serem reconhecidos.

Por conta do adiantado da hora, as buscas tinham sido suspensas até o dia seguinte.

Um de seus companheiros tocou-lhe no ombro para atrair sua atenção.

— Bob, estamos voltando para a sede, venha!

— Estou indo Adam, obrigado!

Contemplou pela última vez os escombros e foi em direção ao carro, mas no meio do caminho, sentiu seu celular vibrar.

Sem se importar em ver quem era, atendeu.

— Lincher.

— Bob, o que aconteceu, porque me ligou tantas vezes?

O policial quase deixou o celular cair tamanho foi o choque de ouvir a voz do amigo.

— Luiws, você está bem? E a Rebecca? – perguntou rapidamente.

— Estamos bem, mas porque...

— Explodiram o instituto! Pensei, pensei q-que vo-vocês, que vocês estivessem mortos! – desabafou aliviado.

— O quê?— berrou assustado.

— Explodiram o instituto! Os bombeiros só conseguiram extinguir as chamas agora há pouco, as buscas foram suspensas até amanhã cedo.

— Meu Deus!

— Onde vocês estão?

— Em Hoboken, Rebecca ficou todo o dia fazendo as análises nos corpos, ela terminou praticamente agora, já estamos voltando para NY.

— Certo! Vão diretamente para minha casa, não passem em nenhum outro lugar, a partir de agora precisamos ter muita cautela.

Tudo bem, estamos indo! Até logo!— assim que encerrou a ligação, virou-se para Becky.

— Bob me disse que o instituto explodiu, não tem nenhuma pista como isso aconteceu.

— Meu deus!  - disse derrubando algumas lágrimas.

— Temos que ir, vamos para a casa do Bob, ele disse que quer falar conosco.

— Antes temos que levar a gravação e também encontrar uma maneira de um perito analisar os extratos de Cristian. Se o que o Trent escreveu for verdade, sei uma possibilidade de conseguirmos inocentá-lo.

— Certo, vamos logo!

Estavam ansiosos e determinados para destruírem Mullins definitivamente.

XXX

Ao voltar para o FBI, Bob foi até à sala do comandante para terminar de saber dos detalhes de sua suspensão, porém ao chegar próximo, ouviu ele conversando com alguém.

— ...então prenderam o Cristian em Boston?

— Sim comandante. – confirmou um agente. – Aparentemente ele invadiu uma casa e estava espancando o morador, ele estava com um soco inglês, duas armas sem numeração e um punhal. A polícia de Boston entrou em contato com o FBI e eles irão transferi-lo para cá amanhã cedo.

— Muito bem, vocês ficarão responsáveis por trazê-lo para cá!

Bob não escutou mais nada. A prisão de Cristian veio na pior hora possível, agora Eric tinha tudo o que precisava para poder pressioná-lo a entregar-lhe o serial e acabar com todo o país.

Não poderia deixar Cristian preso. Teria que encontrar uma maneira para ajudá-lo a fugir.

XXX

Natasha estava tensa.

A presença de Stan não lhe agradava, temia que aquele monstro fizesse algum mal a Kevin. Mesmo Mullins assegurando-lhe que ele não ousaria tocar no menino, ela não estava segura já que seu chefe não estava lá para lembrá-lo e o pior era que Stan ainda era útil para os planos.

Havia permanecido no quarto com Kevin desde a chegada do visitante; havia conversado com o garoto para não se aproximar do homem e ficar sempre próximo a ela. Ele não havia entendido muito, mas prometeu que obedeceria.

Às 10h da noite, ela foi até a porta do quarto e olhou para a sala. Viu o homem adormecido no sofá.

— Kevin, eu vou tomar um banho rapidinho, fica tranquilo querido, o homem está dormindo, então fique aqui quietinho para não o acordar, tudo bem?

O pequeno concordou com um aceno.

Ao sair, trancou a porta, correu até seu quarto, separou algumas roupas e foi até o banheiro o mais silenciosamente que pôde.

Assim que entrou no banheiro, Stan abriu os olhos, esgueirou-se até à porta e colocou uma cadeira na maçaneta, trancando-a.

— Agora sim, vou me divertir um pouco. – sorrindo sadicamente, esfregou as mãos.

Andou calmamente até o quarto de Kevin e tentou abrir a porta, mas estava trancada. Sem se importar com o barulho, acertou um forte chute que a abriu e revelou o pequeno encolhido de medo na cama.

Ao ver aquele rostinho assustado, os cabelinhos loiros e os olhos azuis, sentiu seu membro enrijecer. Avançou até o garoto.

Kevin tentou gritar, mas Stan o agarrou e tapou sua boca com uma das suas mãos.

— Hum, você é uma delícia, hein garotinho? – disse apalpando as nádegas dele por dentro do short.

O pequeno começou a chorar e tentou se livrar do seu agressor, mas não teve chance, ele era muito mais forte.

Stan jogou o garoto na cama e arrancou a bermuda junto com a cueca. Continuou a apertar, a apalpá-lo enquanto a criança tentava se soltar e gritar por ajuda.

— Não adianta choramingar, irei te foder com força. – lambeu o lóbulo dele.

Natasha tinha terminado de banhar-se e quando foi tentar sair, encontrou a porta emperrada.

Stan tinha retirado seu membro para fora e estava passando nas nádegas de Kevin,

O pequeno desesperado mordeu a mão do homem e gritou o mais alto que pôde.

O homem certou-lhe um tapa que o deixou desacordado.

Natasha ouviu o grito e percebe o que tinha acontecido. Como um animal ferido, ela começa a esmurrar e chutar a porta com toda força que possuía, até que finalmente conseguiu abri-la.

Correu para o quarto de Kevin e viu Stan nu preparando-se para o violentar.

Com uma fúria homicida, ela apanha uma cadeira e acerta-a nas costas de Stan com toda a força que possuía. Uma, duas, três vezes, ninguém poderia pará-la. O homem não resistiu aos golpes e caiu desacordado.

Natasha jogou a cadeira de lado e correu para amparar o Kevin.

Ao pegá-lo em seus braços, sentiu as lágrimas descendo em cascata de seus olhos. Nunca tinha sentido tanto ódio de alguém como sentia de si mesma, quase deixara um monstro machucar seu filho, o bem mais precioso que possuía.

— Nunca mais vou deixar ninguém te machucar, eu prometo meu filho. – abraça-o carinhosamente.

Recompondo-se, vestiu Kevin novamente o mais rápido possível, correu até um dos quartos, abriu o cofre e pegou todos os papéis que incriminavam Mullins. Saiu correndo daquela casa junto com seu filho.

Tinha tomado sua decisão, não iria mais compactuar com os crimes de Mullins, ainda mais quando a vida de seu pequeno estava em risco.

XXX

Bob andava de um lado para o outro em sua casa aguardando os dois amigos chegarem.

Ainda não conseguia acreditar que estavam bem, queria ter certeza que não estavam feridos.

Ao ouvir batidas na porta, correu e abriu.

Uma expressão de alívio cruzou sua face ao se deparar com Luiws e Rebecca ambos sem qualquer ferimento ou lesão, sorrindo para ele.

Sem mais delongas ,ele os puxou para um abraço apertado e pôde respirar mais aliviado.

— Que bom que vocês estão bem!

— Bob, ainda não posso acreditar no que você nos contou. – falou Rebecca abatida. – Como aquele prédio pôde ter explodido assim, sem mais nem menos?

— Ainda não conseguimos apurar nada. As chamas foram potentes e deram bastante trabalho aos bombeiros, mas tenho certeza que Eric está metido nessa história.

— Sabe se alguém sobreviveu? – indagou Luiws.

— Aparentemente ninguém! Todos os funcionários que estavam no prédio morreram com a explosão. Parece que já identificaram os corpos do chefe Trent McNamara e também o Carlo Acetti e alguns outros funcionários.

Becky olhou para Luiws com tristeza.

— É uma pena os dois terem morrido, pois se estivessem vivos eu iria acabar com a raça dos dois. – bradou Luiws furioso.

— Do que você está falando? – indagou confuso.

Rebecca tirou a carta e entregou-lhe.

— Trent me deixou essa carta, ele confessou que sabia da troca dos corpos, que a gravação do Cristian é falsa e também que Mullins me quer morta.

Bob leu a carta rapidamente e encarou Becky.

— Maldito!

— Deixe isso de lado Bob, ele está morto, e espero que descanse em paz. O que temos que nos concentrar agora é em inocentar o Cristian.

Ao ouvir o nome do amigo, Bob lembrou-se da situação. A chegada deles e o alívio ao ver ambos bem, fez com que se esquecesse por algum tempo sobre Cristian.

— Temos um problema, parece que prenderam o Cris em Boston.

— Não! – lamentou Luiws. – isso é ruim, pois nos deixa com pouquíssimo tempo.

— Por isso, temos que pensar em alguma coisa para livrá-lo da cadeia, não podemos deixar que ele fique preso, pois assim Eric terá tudo o que precisa para conseguir o serial.

— Mas como vamos fazer isso Bob? Ele está em Boston e...

— Eles vão transferi-lo para NY, deve chegar amanhã à hora do almoço. – informou. – Ouvi Winter falando com Adam, ele irá comandar a ação para levá-lo ao FBI.

— Gente, vocês estão falando de libertar um preso. Sei que Cristian é inocente Bob, não precisa me olhar assim, mas ainda assim, o que quero dizer é que se forem pegos, vocês serão cumplices e irão para cadeia junto com ele.

— Isso é verdade, mas e se não formos nós a resgatar o Cris. – disse Luiws sorrindo. – Olha, tenho um primo meio barra pesada, livrei sua barra algumas vezes e ele me deve alguns favores.

— Ele toparia fazer esse favor? – questionou Bob ansioso.

— Vou ligar para ele, mas não será de graça, meu primo é um mercenário, não faz nada sem lucrar com alguma coisa.

— Não importa... – começou Bob, mas foi interrompido por Rebecca.

— Primeiro veja se ele pode fazer isso e o que ele quer, depois nós discutimos os termos.

Bob concordou e Luiws ligou para o primo. Cerca de 10 minutos depois, desligou o telefone.

— Ele quer R$ 50 mil dólares para fazer o serviço! – disse apreensivo.

— Não tem problema, eu pago, mas metade agora e metade quando terminar o serviço.

Luiws voltou a ligar para o cara e ele aceitou os termos.

— Bom, agora é só esperar.

XXX

Depois de sair da casa e deixar Stan desmaiado, Natasha percorreu as ruas de NY sem saber para onde ir.

O primeiro lugar que tinha pensado era a casa de Bob, porém fazia muito tempo que não ia até lá e não se lembrava onde ficava. Sem outra opção em mente, mudou seu trajeto para a casa de seus antigos sogros.

Sabia que seria um choque imenso para eles ver a antiga nora que consideravam estar morta há anos, viva e ainda com seu neto desaparecido há dias. Não imaginava o que Alex e Carol fazeriam, porém considerando que nunca gostaram muito dela, não seria surpresa que fosse entregue para a polícia.

No entanto, ao pensar em tudo em que seu filho tinha sofrido nesses dias, fez toda e qualquer dúvida que existia dentro de si desaparecer. Era a coisa certa a se fazer, mesmo que fosse presa ou mesmo que fosse morta por trair Mullins. Nada disso importava para ela, somente a segurança de Kevin.

Teve um pouco de dificuldade para encontrar o endereço deles, porém finalmente havia conseguido.

As luzes estavam acesas, permaneceu no carro reunindo coragem para ir lá, olhou para Kevin no banco traseiro do carro e sorriu ao ver o pequeno dormindo. Desceu do carro, pegou o filho adormecido e foi até a casa.

XXX

Lá dentro, Carol e Alex estavam apreensivos e preocupados.

Há quase uma semana que não tinham nenhuma informação sobre Cristian e Kevin, e Bob, que sempre os mantinha informados, não ligava ou aparecia. Estavam bastante preocupados.

— Querida, você precisa descansar. Faz dois dias que você não dorme direito. – disse autoritário.

— Como você quer que eu relaxe quando meu filho e meu neto estão correndo perigo? – retrucou ácida.

— Acha que não estou preocupado também? – indagou nervoso. – Eu os amo também, mas ficar nervosa, não se alimentar, não ajuda em nada querida. Temos que permanecer fortes e ter fé que logo esse pesadelo vai acabar. – falou com carinho, abraçando-a.

Os dois trocaram um beijo cálido e cheio de carinho, porém foram interrompidos pelo barulho da campainha.

— Quem pode ser a essas horas? – Carol indagou indo até à porta.

Ao abri-la, teve uma grande surpresa.

— Não, não pode ser! – berrou antes de desmaiar.

Alex ouviu o barulho de algo caindo no chão e correu até à sala. Viu sua esposa desmaiada e na porta uma pessoa que julgava estar morta há anos.

— Você? – murmurou assustado.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Natasha traiu seu amado e fugiu com todas suas provas. O que será que vai acontecer agora?
Estamos nos aproximando do final, faltam apenas mais 8 capítulos para terminar, e ainda falta tanta coisa para acontecer... Aguardem pelos próximos. Até mais.



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