Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 2
O inimigo: Steven Mullins


Notas iniciais do capítulo

Galera aqui temos o segundo capitulo, ele ocorre simultaneamente com capitulo anterior, mas agora sob a perspectiva dos vilões.
Espero que gostem...



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Os primeiros raios de sol ainda não eram visíveis no horizonte quando a movimentação começou no apartamento luxuoso do hotel The Peninsula New York localizado na Fifth Avenue at 55th street, uma das áreas mais nobres de Nova York.

Um dos grupos mais perigosos e letais do país começava a executar os preparativos de um dos seus planos.

Eles operavaram há anos em segredo, gerenciando uma grande rede de tráfico de drogas, além de outras coisas, como lavagem de dinheiro, extorção, havia até alguns matadores de aluguel, tudo muito bem controlado.

O “líder” desse grupo tinha vários contatos poderosos em diversas cúpulas do governo, o que facilitava os serviços e o fato de não serem perturbados pela polícia. Porém no último ano, alguns traficantes cometeram erros que lhes custou o anonimato, mas foi em partes, todos continuaram intangíveis para os policiais, a única diferença é que muitos sabiam que havia um grupo no comando do tráfico e das favelas da cidade.

O grupo começou a ser perseguido pela polícia de Nova York e depois de alguns meses de completa incompetência, o FBI entrou no caso, mas também não estava obtendo sucesso, eles eram lerdos demais para uma equipe tão bem estruturada como a deles.
Mas se não fosse pelo seu chefe Steven Mullins jamais teriam ido tão longe e se tornado praticamente invisíveis para a policia e os concorrentes.

Mullins começou cedo sua carreira no crime, herdou os negócios de um grande amigo e também aprendeu a controlar tudo. Possuía apenas uma regra: Precisão. Todo e qualquer erro era punido com a vida, não havia espaço para fracos, não havia espaço para erros.
Mullins estava em seu quarto terminando de se vestir, aguardando ansiosamente pelo dia que estava começando. Seria o início de sua jornada para uma nova vida. Ao adentrar na sala, presenciou os funcionários já pondo em prática seu plano.

Para ele, seus comparsas não eram mais do que “meios” para obter o que sempre mereceu: dinheiro, mulheres, mansões e muito mais que o dinheiro podia comprar.
Permaneceu encarando seus subalternos por mais alguns segundos, antes de começar a falar:

– Tudo já está preparado?

– Quase senhor. - respondeu prontamente Natasha Evans, uma morena linda com cabelos pretos que vão até o meio das suas costas, presos cuidadosamente em um rabo de cavalo.

Era notável que ela tinha uma quedinha pelo chefe, quedinha não era uma grande paixão, mas sempre pensara que seu chefe não percebia.

Steven sabia bem explorar os pontos fracos de seus subordinados, sabia bem que Natasha era apaixonada por ele, mas uma hora saberia usar isso a seu favor.

– Ótimo, mas se apressem logo, não temos todo o dia, temos que preparar tudo, vocês têm mais 15 minutos para terminar, caso contrário irá haver severas consequências.

Imaginando o que aconteceria depois que seus planos fossem executados, não conseguiriam mais passar despercebidos. Certamente as investigações seriam intensificadas e isso poderia comprometer seus planos futuros, por isso deveria sacrificar alguns dos seus, alguém para ser deixado para trás, para atrasar os imbecis da polícia enquanto iam para longe outra vez. Mas quem? Essa era a grande dúvida, Natasha certamente não, ainda precisava dela, ela sabia seduzir como ninguém, era uma importante peça para seus planos futuros.

Kimberly White tinha 28 anos, era inteligente, sabia fazer uma investigação completa de seus inimigos, também era importante.

Adam Smith era leal e forte, os trabalhos braçais essenciais era por conta dele, era um negro alto e tinha cabelo cortado em estilo militar.

Por último, Roman Rojas, mexicano que entrou ilegalmente no país, estava em uma pior e deu uma oportunidade para ele. Roman era esperto, sabia se infiltrar em qualquer ambiente.

Sem dúvida esses quatro eram essenciais.

Lorena Thompson, Vinicius Yung, Thabata Adamas e Tales Ashburn, nunca foram tão necessários, a maior parte dos serviços deles era recolher informações, uma ou outra execução de algum desafeto ou traficante. Eles não teriam serventia para o que estava por vir. Portanto, deveriam ser deixados para trás. Não havia espaço para sentimentalismos, iriam ser presos e depois com a ajuda de um informante no FBI iria se livrar deles de uma vez por todas.

Após o tempo determinado tudo estava pronto, o plano traçado, uma parte da equipe estava indo em direção ao galpão para instalar um artefato explosivo. Os policiais seriam atraídos para lá através de uma denúncia anônima e no momento que invadissem o local, seriam recebidos pelos braços da morte. Não conteve um grande sorriso ao pensar sobre a bomba, era um lance genial, claro, era ideia dele. Enquanto isso, dois do seu grupo se encaminhariam para a sede da Interpol para pegar uns arquivos necessários para dar continuidade ao plano, e finalmente, os outros dois iriam ajudar uns traficantes a sequestrarem o filho de um dos agentes do FBI, Cristian Hayes.

Era importante ter o pirralho com eles, seria um trunfo, uma moeda de troca, saberia usar no momento certo, nunca fazia algo sem ter algum benefício para si mesmo.

Às 7h da manhã recebeu uma ligação de Vinicius avisando que tudo estava pronto no galpão, a bomba estava no lugar só esperando para o grande momento. Queria tanto poder ver todos àqueles policiais de merda queimando, mas tinha outras necessidades.

– Muito bem! Agora escutem com atenção, quero que vocês fiquem escondidos e observem o momento da explosão, quero realmente ter certeza que o plano deu certo. Entendido?

– Sim Senhor! – respondeu Vinicius.

– Ótimo! – exclamou Mullins, desligando a ligação.

Após completar a primeira parte da missão, começariam a executar a segunda parte, muito mais complicada que a anterior: Conseguir os documentos da Interpol.
Claro que, entrar na sede da Interpol seria uma insanidade, mesmo que o plano da bomba arrastasse mais de metade da polícia de Nova York para lá, no entanto o local ainda teria muita proteção. Mas tantos anos no comando não foram por acaso, sabia bem conseguir tudo o que queria.

Steven havia sequestrado a esposa de um agente da Interpol há 2 dias, apenas, Natasha e Adam sabiam, eles iriam para a sede da Interpol, enquanto Kimberli e Roman sequestrariam o filho de Hayes.

Iriam para uma nova cidade, Boston, claro que não deixariam seus negócios sem nenhuma proteção. Um de seus homens de confiança, Carl West, tomaria conta, ele tinha experiência, saberia o que fazer, já que sua prioridade nesse momento era outra.

Enquanto dirigia-se ao seu carro, sacou o celular e fez uma ligação para o John James, o agente que estava chantageando.

Na sede da Interpol, John estava em sua mesa quando seu telefone começou a tocar. Olhou de relance na tela e viu quem era, Mullins, o maldito traficante que estava com sua esposa.

Na mesa ao lado, sua companheira Stefany Wolf estava terminando um relatório, no entanto percebeu o modo como o parceiro ficou ao ver seu celular tocando.
Dando uma desculpa qualquer para a garota, John saiu de sua mesa indo em direção a um local vazio, para atender.

– James.

– James, você sabe quem é? - Perguntou com um sorriso maldoso nos lábios.

– Mullins, o que você quer? - John falou num sussurro.

– Quero os arquivos que eu te falei, em aproximadamente 20 minutos. Dois dos meus subordinados chegarão aí, entregue para eles – Mullins disse impaciente.

– Você sabe muito bem que esses arquivos são confidenciais, não tenho permissão para examiná-los, preciso de mais tempo. – John agora continha um grande desespero pelo ultimato do seu chantageador.

– Você teve dois dias, isso é o máximo que posso esperar, 20 minutos esteja no ponto de encontro ou diga adeus à sua mulher e ao bastardo que ela espera – Mullins desligou irritado.

– Mullins? Mulins?

“E agora o que eu faço” era o que John pensava desesperadamente.

– John? – chamou Stefany.

O homem levou um sustou, tremendo ao ouvir a voz da mulher.

– O que... – começou a falar, porém ela o interrompeu.

– Me conte o que está acontecendo! – pediu

– Não posso! – respondeu desesperado. – Se ele descobrir que eu contei alguma coisa para você, ele irá matá-la, e também pode querer vir atrás de você!

– Ele? Quem é? Vamos John confie em mim, deixe eu tentar te ajudar.

John voltou à sua mesa e apanhou dois envelopes lacrados, um branco e outro pardo. Ao voltar para onde estava momentos atrás, ele entrega-lhe o da cor branca.

– Não posso lhe contar tudo, mas quero que me faça um favor, entregue esse envelope para as autoridades assim que possível. Espere pelo menos uns dias antes de entregar isso.

– O que tem aqui dentro? – indagou a garota confusa.

– Desculpe, mas não posso lhe dizer, apenas confie em mim e faça o que eu pedi. – falou saindo do local apressadamente.

– Espere, onde você vai?

No entanto, John não a respondeu, ficou escondido em uma sala usada para guardar produtos. O homem estava apreensivo, sabia que estava colocando em risco a segurança de milhares de pessoas ao entregar esses papéis, mas não tinha escolha, tinha que salvar sua esposa.

Permaneceu por vários minutos lá, tentando se controlar, buscando algo para amenizar sua consciência.

Minutos depois...

Natasha e Adam estavam aguardando o idiota do policial, estavam impacientes, e nervosos.

Ao verem John vindo, sacaram as armas. Nunca se sabia.

– Vejo que cumpriu com sua parte do acordo, muito bem John! – disse Natasha sarcástica.
John permaneceu encarando os dois marginais por alguns segundos e segurou com mais força o envelope com os documentos.

– Onde está minha mulher? Me digam onde ela está! – gritou com lágrimas caindo de seus olhos. - Fiz minha parte, agora me falem onde a esconderam!

– Primeiro nos entregue o que pedimos. – ditou Adam apontando-lhe a arma para a cabeça.
– Aqui! – falou atirando o envelope no chão.

Natasha se abaixou e apanhou o envelope, examinando o seu conteúdo.

– Você fez um bom serviço, Jonny. Era exatamente isso que precisavamos.

– Por favor, me falem onde ela está!

– Qual é cara? Parece um disco riscado, “onde ela está”. – zombou Adam cruel. – Vamos entregá-la conforme o combinado. Nós cumprimos nossa palavra.

– Claro que sim, você fez um serviço muito bem feito – Natasha disse, e se virou para Adam - Vamos Smith, dê a ele a recompensa pelo serviço.

Adam agiu rapidamente acertando John com um soco na face seguida de uma coronhada na nuca que fez com que o agente apagasse completamente.

John não sabia onde estava, tinha seus olhos vendados e as mãos e os pés atados.
Estava se desesperando.

Quando alguém lhe retirou a venda, fechou os olhos por instantes para se adaptar à claridade súbita, então se deu conta que estava em um lugar sujo cheio de entulhos. Logo viu algo que fez seu coração se apertar e lágrimas começarem a descer pelos seus olhos.
Sua esposa estava amarrada em uma cadeira na sua frente, tinha vários machucados no rosto, seus cabelos foram cortados de forma irregular, nos pulsos pôde ver as marcas arroxeadas causadas pelas cordas, ela parecia lutar para não perder a consciência novamente.

– Sarah, meu amor fale comigo, você está bem? - Sarah olhava para ele com um desespero no olhar.

John viu um homem de olhos azuis, levemente bronzeado com cabelos loiros bem cuidados e carregava no olhar uma frieza que lhe causava arrepios.

– Muito bem John, você fez muito bem, nos trouxe exatamente o que lhe pedi, realmente fiquei satisfeito.

– Seu maldito, desgraçado! Você já tem o que quer, nos deixe ir.

– John, não posso arriscar que saia daqui e corra para a policia para contar sobre meus planos. – respondeu Mullins sério.

– Você disse que me devolveria minha mulher se eu te entregasse aqueles papéis e... – falou com desespero.

– Eu disse que teria sua esposa de volta, - ditou pegando uma faca e a analisando com atenção, como se ele quisesse memorizar os detalhes do objeto - entretanto eu nunca disse que iriam sair vivos.

Com um golpe muito rápido, Mullins cortou a garganta de Sarah sem nenhuma piedade. Enquanto a mulher sofria espasmos terríveis, ele gargalhava. Um riso maníaco, louco.
Depois de alguns segundos de sofrimento, Sarah não se mexeu mais, a vida abandonou seus lindos olhos. John não se lembrava de gritar tanto na vida, estava completamente desesperado, estava berrando e soluçando, o seu desespero era assistido por Mullins que via tudo com uma expressão de satisfação e diversão no olhar.

– Você irá me pagar muito caro, seu desgraçado! - explodiu John. Tentou se controlar, mas era quase impossível. - Você se acha muito esperto Mullins, mas um dia, você vai cair, eu vou me assegurar disso, vou ser o responsável pela sua destruição.

A gargalhada veio alta e divertida.

– John, meu caro, você é um grande idiota, caso não tenha percebido você está prestes a encontrar sua preciosa vadia no inferno, como tem coragem de tentar me ameaçar? – Falou com desdém.

John apenas riu.

– Você se acha acima de tudo e todos, é arrogante demais, e escute bem o que vou te falar, você não irá vencer, eu não irei deixar você ganhar, seu maldito assassino. – berrou John. – No dia que for derrotado, você se lembrará de mim, que fui sua perdição.
Mullins perdeu a paciência, sacou sua arma da cintura e desferiu 3 tiros na cabeça de John.

– Ninguém nunca irá me derrotar! – Mullins disse ao ouvido do morto - Daqui a alguns dias, serei milionário e nada poderá me deter - completou com um brilho maníaco no olhar.

Faltava apenas a última parte do seu plano.

Depois de sair do local, recebeu uma chamada.

Era Roman.

– Diga logo, já está com o garoto? – Mullins perguntou calmamente.

– Sim senhor, tivemos que matar a velha que estava com ele, não houve jeito, mas estamos com o garoto, estamos chegando no ponto de encontro - Roman disse satisfeito.
Excelente, tudo tinha dado certo, agora era seguir para seu próximo destino, mas antes, precisava terminar com alguns empecilhos.

Tirou o celular e discou o número da polícia, fez uma voz bem convincente, dizendo que o responsável pela explosão estava no The Peninsula New York.
Agora era só esperar, colocou o celular cuidadosamente em baixo da roda de seu carro e saiu depressa de lá.

Depois de aproximados 10 minutos, chegaram ao ponto de encontro. Adam, Natasha, Roman e Kimberli, junto com eles, um garotinho desacordado e em cima de uma mesa, os preciosos documentos.

– Senhor, - chamou Natasha – o que faremos agora?

– Os documentos estão prontos? - Perguntou Mullins a Roman.

– Sim senhor, até os documentos do menino estão comigo.

– Muito bem, vamos para Boston imediatamente.

Enquanto isso, no The Peninsula New York, os quatro chegavam ao apartamento, e viram que tudo estava silencioso, não havia sinal de nenhum de seus companheiros.

Havia algo errado.

– Pessoal – chamou Thabata – cadê os outros? - perguntou nervosa aos companheiros.

– Não sei, Mullins disse que era para voltarmos para o apartamento e esperar as novas instruções. - disse Tales, mas estava começando a ficar nervoso.

Lorena foi até os quartos para fazer uma rápida verificação, percebeu que os armários estavam abertos e vazios. Voltou correndo para a sala.

– Aconteceu alguma coisa? – indagou Thabata ao ver Lorena chegar meio desesperada.

– Mullins e os outros devem ter saído daqui! Os armários estão vazios e não tem mais nada deles aqui!

– Tem alguma coisa muito estranha acontecendo! – sentenciou Vinicius.

Antes que alguém pudesse responder, a porta do apartamento foi arrombada e vários agentes do FBI entraram.

Não houve tempo de fazer mais nada, estavam em desvantagem. Foram traídos.

– FBI, vocês estão presos, - disse um dos agentes – vocês têm o direito de permanecerem em silêncio. - dizia enquanto algemava os quatro.

Lorena e os outros não ofereceram nenhuma resistência ao serem levados, só uma coisa passava por suas cabeças nesse momento, “Vingança”.

Mullins e os outros iriam pagar caro por essa traição, ela o destruiria.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do Mullins? Saibam que ele ainda vai dar muito trabalho. Se tiverem um tempinho deixem um comentário! Até o próximo!



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