Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 19
O último movimento de Mullins


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem galera?

Temos aqui o capitulo 19, espero que gostem.

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675768/chapter/19

A tarde transcorria de forma lenta e monótona para Bob. Estava terminando seus relatórios sem qualquer atenção.

Sua mente fervilhava; não parava de pensar em Cristian, na bomba, em Mullins; tinha acontecido muitas coisas nesses últimos dias e todas bastantes inesperadas, mas a pergunta que martelava sua mente naquele momento era apenas uma: como ele contaria para o comandante sobre os chips e também sobre Mullins?

Ainda mais agora, que o Cristian estava sendo acusado de outros crimes ainda piores do que o assassinato do marginal.

Logo que Bob chegara do almoço, Luiws o informou que o FBI tinha quebrado o sigilo bancário de Cristian e haviam diversas transações suspeitas na conta dele. Foi acusado de associação ao tráfico e para piorar ainda mais, tinham descoberto uma conta em um banco na Suíça com uma grande quantia em dinheiro. Cristian foi  também acusado de corrupção e desvio de verbas federais, somando isso com o assassinato e o porte ilegal de arma.

Cristian estava completamente perdido.

Agora seu melhor amigo estava sendo procurado por todo o país e não havia nada que ele pudesse fazer, a não ser sentar e esperar pelo pior.

No entanto, Rebecca tinha razão, ele não podia mais esconder sobre o que tinha descoberto, porque se Mullins completasse a bomba e conseguisse vendê-la, o país inteiro sofreria e incontáveis vidas inocentes seriam perdidas, e mesmo não gostando, não poderia colocar a vida de Cristian acima da de milhões de pessoas.

Ao terminar os relatórios, respirou fundo e cobriu o rosto com as mãos. Realmente, trabalhar internamente era tão exaustivo quanto prender bandidos.

Levou os relatórios para a sala de Winter, mas antes de bater na porta, ouviu algumas vozes no que parecia ser uma discussão. Ignorando esse fato, bateu.

O comandante estava com Romero e Ross e não tinha uma expressão nada amistosa no rosto.

— Senhor, eu terminei os relatórios. – entregou os papéis.

— Deixe na mesa e saia! – ordenou rispidamente.

Sem se importar com a grosseria, deixou tudo em cima da mesa e se dirigiu para a saída, porém antes de sair totalmente da sala, olhou para Luiws. O amigo fez um gesto negativo com a cabeça e voltou-se novamente para o comandante.

Bob deixou o recinto e voltou para o seu gabinete.

Após organizar um pouco sua mesa, lembrou-se que há alguns dias não checava seus e mails. Sem outra coisa para fazer, abriu sua página e viu algo que lhe chamou a atenção.

“Se quiser salvar seu amiguinho, abra isso.”

Com algum receio, clicou na mensagem. Havia dois anexos e apenas um número de celular.

Bob baixou os anexos e os abriu. Quase não acreditou no que estava vendo, eram scanners de documentos que mostravam que as transações bancárias eram falsas. Eram provas que Cristian era inocente.

Tão logo a excitação se fez presente, também foi dissipada pela realidade já que a única pessoa que teria essas provas era a mesma que tinha incriminado Cristian: Seu irmão, Eric.

Rapidamente, tentou com alguns programas rastrear o código do IP de onde tinham mandado o email, porém nada do que ele tentou fazer, deu resultado.

Frustrado, Bob mirou o número de celular na tela com ferocidade, sabia que não teria outra alternativa, o bandido tinha feito seu trabalho muito bem, mascarara totalmente o local onde estava e só restava tentar ligar nesse número.

O digitou no celular e configurou seu aparelho para esconder sua identificação. Segundos depois, começou a chamar, seu coração estava acelerado até que no quinto toque, a ligação foi atendida.

XXX

Entrementes em Boston, Natasha estava escaneando alguns documentos.

Todos os documentos que levara para Mullins eram sobre Cristian, ou melhor, inocentavam-no de todos os delitos que estava sendo acusado.

Agora ela estava sentada no computador digitando códigos complexos com rapidez. Natasha tinha um enorme talento como hacker. Em poucos minutos conseguiu criar um código que iria deixar seu endereço de IP indetectável, e também havia criado diversas contas de email falsas.

Agora estavam prontos para dar continuidade à última parte do plano.

Mullins conhecia Bob Lincher, ele sempre fora o melhor amigo de seu irmão, e sabia também que ele não iria poupar esforços para livrá-lo de todas as acusações.

— Senhor, posso enviar o e-mail?

Mullins analisou a tela com atenção; não tinha muita coisa, somente um número de celular e dois anexos.

— Você tem certeza que ele não será capaz de nos identificar? – perguntou desconfiado.

— Fique tranquilo! – respondeu calmamente. – Com meu código, nosso IP será redirecionado para dezenas de lugares distantes, não tem como ele nos encontrar.

— Muito bem, pode enviar! Excelente trabalho, minha querida. – falou sorridente e acariciando os seios fartos dela.

Ela o encarou um tanto desconfiada e se afastou.

— Vou ver como está o menino. – informou, mas foi travada por Mullins, que agarrou seu braço e a beijou com intensidade.

Natasha sentiu as pernas amolecerem com o beijo, se o bandido não tivesse agarrado sua cintura, certamente ela teria caído.

Ao cessar o beijo, Mullins a encarou com um olhar predador na face.

— O garoto está dormindo! Vamos aproveitar enquanto ele não acorda. – ditou, levando-a para seu quarto. Natasha não conseguiu recusar, esperava por esse momento há vários meses.

Ao entrarem no quarto, Mullins trancou a porta e atacou a moça com diversos beijos no pescoço, nos bustos; suas mãos acariciavam suas coxas, ela conseguia sentir a rigidez do membro prensado contra ela, no entanto, quanto mais Mullins a tocava, mais receosa ela ficava. Não conseguia entender o que acontecia com seu corpo, tinha passado semanas ansiando o toque dele, e agora que finalmente o tinha, não sabia se realmente queria aquilo.

— Pare Mullins! – disse, tentando se livrar dos braços dele.

— Porque eu deveria parar quando eu sei que você quer?  - indagou, voltando a acariciar o seu corpo.

Novamente, ela tentou fugir, no entanto Mullins a jogou na cama e começou a rasgar as roupas dela com selvageria.

— Pare, por favor! – pediu com lágrimas nos olhos. – Eu não quero!

Mullins apenas sorriu e começou a se despir, teria que mudar sua estratégia de sedução. Forçar a garota não lhe traria benefícios, teria que ir com mais calma, tratar-lhe com delicadeza.

Quando estava completamente nu, voltou a beijá-la, mas desta vez foram beijos mais cálidos, carinhos mais ousados por todo seu corpo.

Natasha começou a apreciar todas as sensações que seu chefe estava lhe proporcionando; depois de mais alguns minutos, se entregou totalmente a ele.

Mullins sorriu.

A última parte do seu plano tinha começado naquele momento.

 

Após a seção de sexo, Mullins continuava deitado em sua cama, coberto por um lençol que cobria a parte inferior de seu corpo e escondia sua nudez.

O sexo com a Natasha fora até satisfatório, mesmo não tendo sido tão selvagem como gostaria, porém o que realmente queria era mantê-la obediente e leal a si, pois desde que tinha retornado para Boston, vinha percebendo que a garota estava bastante mudada e devia isso à convivência com o filho. Por mais que detestasse admitir, ainda precisava dela para concluir seu objetivo e não gostaria de perder o controle.

Por isso tinha começado a seduzi-la, iria provar que realmente a amava, somente assim ela permaneceria leal e obediente, mas quando perdesse sua serventia, ele a descartaria.

Depois de alguns segundos, seu novo celular começou a tocar.

Mullins sorriu maliciosamente ao atender, sabia bem quem era.  

— Bob Lincher, há quanto tempo que não nos falamos. – começou debochado.

XXX

Ele não se surpreendeu quando o bandido disse seu nome, já imaginava que o número era mesmo de Eric, e não seria uma grande surpresa se somente ele tivesse esse número.

— Eric, vamos direto ao assunto, não tenho paciência para joguinhos e nem deboches. – disse com ferocidade.

Mullins gargalhou.

— Olha só, agora até parece um homenzinho. – ironizou.

Bob fechou as mãos com força.

— O que você quer, seu desgraçado? – indagou furioso.

— Bom, você com certeza já sabe que meu irmãozinho está metido em sérios problemas, quem iria imaginar que o perfeito Cristian Hayes, na verdade, era um criminoso perigoso?— disse com a voz carregada de ironia. – Porte ilegal de armas, assassinato, associação ao tráfico, desvio de verbas, corrupção ativa...

— Ele é inocente! – bradou. – Você sabe muito bem, seu maldito! O real bandido dessa história é você.

— Isso é verdade! Contudo, o único problema é que não há como provar nada disso! Para a lei, meu irmão é o bandido, não eu!— gargalhou. — Só há uma maneira de salvar seu queridinho Cristian, e é cooperando comigo.

— Como assim? Explique-se melhor.

— Aí na sede do FBI está o último item da minha bomba, um serial que está muito bem protegido, quero que você pegue para mim, se você conseguir isso, terá todas as provas necessárias para inocentar meu irmão. A escolha é sua!

Bob ponderou por alguns instantes.

— Como posso saber se o que me disse é verdade? Como posso ter certeza que cumprirá sua palavra se eu te entregar o que você quer?

— Os dois arquivos que te mandei não bastaram para você perceber que o que digo é verdade?

— Isso não significa nada! – retrucou com raiva. – Significa somente que você os tem, mas não que irá entregá-los para mim.

— Bob, Bob, quanto a isso, você só saberá se cumprir com a sua parte do acordo! – respondeu divertindo-se. – Se não me entregar, será meu irmão que sofrerá e passará anos na cadeia por crimes que nunca cometeu.— finalizou gargalhando.

— Você não vai conseguir vencer, Eric. Vou conseguir inocentar o Cristian e vou colocar você na cadeia, seu marginal desgraçado. – ameaçou com fúria.

— Não faça promessas que não pode cumprir! Não há como você conseguir provar que meu irmão é inocente!— debochou. – Sua única chance é me entregar o código. A escolha é sua, manteremos contato meu caro, e se alguém ficar sabendo disso, eu mandarei alguns pedaços do Kevin para que possam enterrá-lo. — finalizou a ligação.

— Eric! – berrou, mas a ligação já tinha finalizado.

Rapidamente, ligou para Rebecca, precisava de ajuda.

XXX

Rebecca tinha voltado para o instituto com um sorriso nos lábios, o que era extremamente raro de se ver nos últimos dias.

Ela tinha voltado à sua sala abarrotada de papéis e começado a trabalhar, rezando para que as horas passassem o mais depressa possível.

Tinha planejado tudo cuidadosamente: próximo do fim do expediente, faria uma falsa denúncia sobre um corpo mutilado em uma área bem afastada da cidade. O FBI iria solicitar uma equipe do instituto e por isso seria obrigatório que o Acetti fosse até lá e com isso ela teria tempo suficiente para procurar o relatório na sala dele.

Enquanto pensava no plano, ouve seu celular tocando.

— Walters.

— Becky, é o Bob, você está podendo falar agora?— indagou com a voz tensa.

— O que houve? – questionou preocupada.

— Acabei de falar com o Mullins!

Rebecca arregalou e colocou uma das mãos na boca, assustada.

— O que foi que você disse? Como foi isso?

— Becky é melhor falarmos disso pessoalmente, podemos nos encontrar hoje à noite? Por telefone é muito inseguro, alguém pode nos ouvir. – pediu com a voz meio baixa.

— Claro! Depois do expediente a gente se vê.

— Obrigado! Beijo.— falou, desligando em seguida.

Rebecca permaneceu alguns segundos olhando fixamente para os papéis como se estivesse lutando para processar o que Bob lhe tinha dito.

Voltou ao trabalho, mas em seu íntimo, a tensão e a ansiedade tomavam conta. Agora mais do que nunca, eles precisavam do relatório da sala do Acetti. Não podiam falhar.

XXX

Depois de falar com Bob, Mullins continuou deitado por mais alguns minutos, até que resolveu se levantar indo até o banheiro com a intenção de tomar um banho.

Ao sentir a água quente fazer contato com seu corpo, Mullins relaxou e fechou os olhos. Começou a lembrar-se de outros fatos de seu passado.

“Depois de sair correndo de sua casa, Eric ficou vagando pelas ruas de Nova York por 2 dias.

Para conseguir sobreviver, cometia pequenos furtos, geralmente roubava carteiras de homens apressados, pegava o dinheiro e jogava o resto do conteúdo em alguma caçamba de lixo.

No terceiro dia, acordou sentindo-se péssimo, suas mãos não paravam de tremer e seu corpo todo suava. Começou a sentir algumas dores pelo corpo, não sabia o que estava acontecendo consigo.

Próximo da hora do almoço, seus sintomas pioraram, começou a ter alucinações, via imagens perturbadoras. Era um sinal claro que seu corpo estava sentindo falta dos comprimidos, fazia 3 dias que não consumia.

De repente, todas as pessoas que via, tinham faces aterrorizantes, seu medo aumentou e não tinha mais controle sobre seu corpo.

Quando esbarrou em uma senhora, ele a encarou, via um rosto pálido e encovado, com olhos negros e dentes totalmente apodrecidos, Eric saiu correndo, atravessando uma rua movimentada. Muitos carros frearam bruscamente ao ver o adolescente atravessá-la aos berros, porém um dos carros não conseguiu frear e acabou por atingi-lo.

Quando recobrou a consciência, estava em um lugar desconhecido, não conseguia se lembrar claramente do que tinha acontecido. Sentiu uma dor intensa na perna, ao ajustar melhor sua visão, viu que uma de suas pernas estava engessada. Ao tentar se levantar, percebeu que suas mãos estavam amarradas junto à cama. Seu desespero cresceu e começou a gritar.

O local se encheu de enfermeiras, tentavam acalmá-lo, mas sem sucesso. Uma delas teve que aplicar um sedativo para ele dormir.

Horas depois, quando acordou, encontrou os pais junto de sua cama, sua mãe chorava copiosamente e seu pai tinha uma expressão preocupada.

— Água. – pediu com a voz áspera.

Sua mãe sorriu e lhe ajudou a beber o líquido.

Ao terminar, ele encarou seus pais.

— Onde estou? – indagou confuso.

— Meu querido, você está em um hospital! – informou sua mãe carinhosamente.

— Como vim parar aqui?

— Você foi atingido por um carro! – respondeu Alex sério. – Teve muita sorte, somente fraturou a perna.

— E o que estão fazendo aqui? – perguntou amargurado. – Achei que ficariam felizes se eu tivesse morrido.

— Meu filho, como pode pensar em uma coisa dessas? Você é nosso filho e te amamos, estamos aqui para te ajudar. – disse Carol.

— Os médicos nos disseram que você estava sofrendo com a abstinência da droga, assim que você se recuperar, irá para uma clínica de reabilitação. – disse Alex duro.

— O quê?

— Isso mesmo que você ouviu, não vou tolerar um drogado debaixo do meu teto, você irá se tratar, por bem ou por mal, a escolha é sua. – ameaçou.

Eric não disse nada, apenas encarou o pai com rancor.

E como prometido, quando deixou o hospital, seu pai o trancafiou em uma clínica de reabilitação.

Os dias seguintes foram os piores para ele, eram muitas regras idiotas que era obrigado a seguir. Sua raiva pelos pais foi aumentando à medida que os dias passavam.

Apesar de tudo, o primeiro mês passou. Pôde perceber que as crises de abstinência tinham diminuído consideravelmente, porém ainda se sentia furioso com tudo e todos. Eric encontrou uma maneira de fugir da clínica.

Para conseguir realizar o seu plano, teve que começar a se comportar, não resistia para tomar medicação, participava de algumas atividades da clínica… ele tinha se tornado comportado.

Ninguém da equipe medica desconfiou que era uma farsa, o garoto atuava com perfeição. A segurança sobre si tinha sido reduzida consideravelmente; no dia de sua fuga, agiu normalmente até à hora do almoço, conseguiu roubar uma chave de enfermeira, mas a porta do quarto só abria por fora, ou seja, ele teria que fazer uma das enfermeiras entrar no seu quarto, somente assim, conseguiria fugir durante a noite.

O restante do dia transcorreu normalmente.

Ao cair da noite, Eric foi para seu dormitório, uma enfermeira lhe entregou seu remédio. Ele escondeu o comprimido embaixo da língua e fingiu engoli-lo. A mulher saiu e trancou a porta.

Deitou-se na cama e aguardou pacientemente o momento de fugir.

Três horas depois do horário de dormir, a clínica estava em um completo silêncio, havia algumas enfermeiras que patrulhavam os corredores durante a noite, por isso, ele se levantou e esperou até que viessem checar seu quarto.

Uma enfermeira passou e viu a cama vazia, automaticamente, abriu a porta e entrou no quarto, e foi nesse instante que ele acertou a cabeça da mulher com uma bandeja de instrumentos.

Eric sabia que elas carregavam tranquilizantes nas seringas caso algum paciente não tomasse seus remédios, por isso, pegou a seringa do bolso do jaleco dela e saiu correndo pelo corredor.

Quase perto da saída, topou com outra enfermeira.

Ela o reconheceu e quando ia gritar para pedir ajuda, ele atingiu sua jugular com a seringa e aplicou-lhe todo o conteúdo.

A enfermeira desmaiou quase que imediatamente.

Aproveitando sua chance, correu o mais rápido que suas pernas permitiam. Ao chegar à porta que dava acesso a área externa, utilizou a chave roubada para abri-la, porém o alarme disparou.

Tinha que ser rápido.

Conseguiu chegar até o estacionamento, mas dois guardas apareceram.

Usando a escuridão, escondeu-se entre os carros e esperou sua chance de sair.

Os guardas estavam procurando por ele, usavam lanternas para poder enxergar. A cada passo que davam, o garoto ficava mais tenso, só teria uma única chance de render o guarda.

Quando um dos guardas estava próximo, deixou seu esconderijo e saltou em cima do homem.

Pego de surpresa, o segurança caiu.

Eric, aproveitando o momento de vantagem, tomou-lhe a arma e golpeou-lhe a cabeça.

No entanto, o segundo segurança apareceu e apontou-lhe um revolver.

— Não faça nenhum movimento, senão vai levar bala! – disse rispidamente. – Solte a arma e deita no chão! – ordenou

Eric não obedeceu imediatamente, permaneceu de costas ainda segurando a arma com força.

Perdendo a paciência, o homem se aproximou dele na intenção de fazê-lo obedecer, porém foi um grande erro.

Quando o segurança se aproximou, Eric virou rapidamente e atirou.

A bala atingiu o pescoço do homem. Em poucos segundos, caiu no chão morto.

Aproveitando a chance, abriu os portões e saiu da clínica sem olhar para trás.”

Foi trazido de volta à realidade graças às batidas insistentes de Natasha.

— Mullins, o que você fez com o Kevin? – indagou furiosa.

— Apenas fiz o pirralho dormir! – retrucou despreocupado.

— Eu falei que não era mais para usar esse produto nele! – gritou – O menino está grogue como se estivesse dopado.

— Ele ficará perfeitamente bem em algumas horas, pare com o drama e controle seus hormônios maternos, está bem?

A garota saiu sem responder.

Mullins estava certo, sua capanga mais leal estava mudada, ele teria que agir rápido, antes que perdesse o controle sobre ela definitivamente.

XXX

Logo que se separou de Cristian, Lorena se afastou alguns metros do hotel e se escondeu atrás de algumas latas de lixo que estavam na rua.

Não tinha a menor ideia do que ia fazer a seguir, somente sabia que precisava deixar Smith longe de Cristian, muito embora, tivesse sérias dúvidas se conseguiria sobreviver caso encontrasse com o marginal novamente.

— Tenho que encontrar uma condução! – ordenou para si mesma.

Sem outra opção, voltou até o Fusion e fez uma rápida verificação para saber se não tinha nada de errado com o veículo. Ao terminar a inspeção, lembrou-se de Vinicius, sentiu uma pontada dolorosa no peito, tentou afastar as lembranças ruins de sua cabeça e a culpa que sentia por não ter conseguido salvar os amigos. Concentrando-se em sua situação atual, deu a partida no Fusion e saiu na direção contrária à de Cristian.

XXX

Naquele instante, no quarto do hotel, Smith começava a recobrar a consciência. Estava zonzo e com uma tremenda dor de cabeça. Quando conseguiu manter-se em pé, olhou em volta do pequeno quarto e constatou que Lorena e o tira tinha conseguido escapar.

Saiu do quarto apressadamente. Bateu a mão no bolso e percebeu que as chaves do carro e seu celular tinha desaparecido.

Agora com mais fúria, seguiu para a saída do hotel, porém teve uma desagradável surpresa.

O hotel estava rodeado de polícias.

Smith ainda tinha sua arma, mas não ia adiantar nada, porque os tiras estavam em maior número, qualquer movimento mal calculado estaria morto em segundos.

Voltou para o quarto, precisava pensar em algo para sair dessa situação, porém nada lhe ocorreu.

Ouviu alguns barulhos vindos de quartos vizinhos.

Os policiais tinham começado a revistar, seria apenas uma questão de segundos e eles entrariam pela porta.

Não tinha outra alternativa.

Postou-se atrás da porta e esperou.

Logo que os tiras invadiram o quarto, Smith não hesitou, deu dois tiros perfeitos nos policiais que morreram em segundos.

Correu até à janela do quarto e a abriu, olhou para baixo e viu a queda de uns 3 metros de altura.

Sem pensar muito, se atirou para fora.

A queda foi rápida, em alguns segundos estava esborrachando-se no chão. Sem ligar para as dores que sentia, escondeu-se atrás de um carro quando avistou um policial vindo em sua direção.

Aparentemente ele devia ter ouvido o barulho da queda e veio averiguar o que tinha ocorrido, porém foi um grande erro.

Saindo de seu esconderijo, Smith atacou o policial, quebrando-lhe o pescoço. Deixou o corpo jogado no chão, quebrou a janela do carro; fez uma ligação direta com os fios e escapou.

Enquanto guiava o carro, pôde ver com clareza a imagem de Lorena em sua mente, e jurou que a vadia iria pagar muito caro por ter conseguido escapar.

XXX

O final de mais um expediente se aproximava, e com ele a ansiedade de Rebecca aumentava.

Estava quase na hora de colocar seu plano em prática.

Tinha configurado novamente seu aparelho, agora quando fizesse a falsa denúncia, não conseguiriam descobrir de onde fora feita e nem a pessoa que a fizera.

Quando o relógio marcou 17:45, ela começou a executar seu plano. O momento tinha chegado.

Discou o número de emergência do FBI e logo no primeiro toque atenderam.

Rebecca contou que tinha encontrado dois corpos completamente mutilados e em estado avançado de decomposição e passou um endereço de uma propriedade rural bastante longe do instituto.

A primeira parte tinha sido um sucesso, o FBI tinha caído e logo ligaria para solicitar uma equipe.

Minutos depois, ouviu uma forte discussão. Assim como muitos outros funcionários, foi ver o que estava acontecendo e presenciou o chefe do instituto Trent McNamara e o Dr. Acetti brigando.

— Eu não quero saber se encontraram corpos, não me interessa, estou indo embora, mande algum inútil dos internos. – berrou

— Isso não é função dos internos, é sua. – berrou furioso. – E escute bem, se você não estiver com o seu uniforme e indo para o local com o resto da equipe, você está demitido. Não estou pagando seu salário para deixar que os internos trabalhem.

Sem outra opção, Acetti foi até sua sala, vestiu o uniforme e saiu em direção aos veículos sem encarar ninguém.

Trent olhou o homem sair, fechou os olhos, respirou fundo e voltou para sua sala.

Becky voltou para seu escritório com um grande sorriso no rosto, estava tudo correndo conforme o planejado.

Minutos depois, os funcionários começaram a sair do instituto, já Rebecca ficou enrolando um pouco até que todos fossem embora.

Andando tranquilamente, foi até a sala do Dr Acetti e tentou abrir a porta, mas estava trancada. Não se abalou, já esperava por isso. O que ninguém sabia era que ela possuía uma cópia da chave.

Entrando silenciosamente no seu antigo escritório, viu que estava com a mesma aparência de sempre, a única coisa que a desagradou foi ver as fotos do homem na parede. Sem perder mais tempo, começou a procurar pela pasta com os arquivos de West.

Depois de revirar os papéis da mesa, Becky começou a procurar em outros lugares, mas não conseguiu encontrar nada.

Frustrada, tentou a sua última esperança, as gavetas.

As duas primeiras não tinham nada, a terceira estava trancada. Usando um clip, conseguiu abri-la e finalmente encontrou o relatório que poderia inocentar Cristian de um dos crimes.

Satisfeita, escondeu o arquivo dentro de sua blusa na parte de trás, porém quando estava para sair, viu a porta se abrindo e alguém entrando. O homem permaneceu encarando Rebecca por alguns momentos.

— O que está fazendo aqui, Dra. Walters?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem será que pegou a Rebecca na sala do Acetti? Alguém tem algum palpite?
Pessoal a fic está se encaminhando para o final, como disse na descrições, eu já terminei de escrever, gostaria mesmo que vocês deixassem um comentário.
Até o próximo capitulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até Às Últimas Consequências" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.