Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 18
O primeiro ato de Smith


Notas iniciais do capítulo

Ola galerinha como estão?
Nesse capitulo começamos a conhecer mais sobre o passado de Eric, aqui é só uma pequena introdução.
Espero que Gostem e Boa Leitura.



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Bob logo que parou seu carro no instituto, deu um toque na amiga para que ela saísse.

Ao entrar no veículo, Rebecca deu-lhe um beijo na bochecha, colocou o cinto de segurança e voltou a olhar para ele.

— Onde vamos almoçar? – indagou com curiosidade.

— Vamos para minha casa! – respondeu com entusiasmo.

— Sua casa?

— É, você me disse que o assunto era urgente e queria um local mais tranquilo para conversarmos, pois bem, na minha casa ninguém vai nos interromper e além disso, comprei comida chinesa. – mostrou a sacola.

— Bom, então vamos para minha casa, afinal ela fica mais perto que a sua! – sugeriu.

— Então vamos nessa!

O trajeto até a casa de Rebecca foi rápido.

Logo que chegaram, foram diretamente para a cozinha. Bob levava as sacolas com a comida; Becky pegou dois pratos, talheres e copos e logo eles estavam saboreando o almoço.

Por alguns minutos, nenhum som era escutado na casa, com exceção de algum ou outro gemido de satisfação pelo sabor da refeição.

— Então, o que aconteceu? – indagou curioso.

— Bob, não sei se você sabe, mas me transferiram de setor no instituto, - disse com desgosto, - quem está fazendo as autópsias é um outro antropólogo, o Dr. Acetti.

— Eu não sabia disso! Porque eles fizeram isso? – indagou indignado, sabia muito bem que sua amiga era uma das melhores em sua área.

— Juro que não sei! Foi tudo muito repentino, mas a questão é que, eu estava arquivando alguns documentos e encontrei por acaso o relatório da autopsia do West, mas o documento estava bastante incompleto, vários procedimentos obrigatórios não foram feitos...

— Então, esse relatório não pode valer como prova, certo? – perguntou animado.

— Tecnicamente não!  A defesa do réu pode conseguir anular o relatório por causa da ausência de dados obrigatórios.

Bob sentiu-se ainda mais animado com essa notícia; isso poderia ajudar a inocentar o Cristian.

— Onde está o relatório?

— Bem, o Acetti me tomou o relatório e ainda me ameaçou que se eu contasse isso para alguém, eu iria me arrepender. – informou ela mostrando a marca roxa em seu braço.

Bob sentiu uma cólera grandiosa apoderar-se de si.

— Becky, você não pode deixar isso assim! – falou com raiva. – Denuncie esse desgraçado.

— Por enquanto eu não vou fazer nada. Tem alguma coisa mais séria nessa história, Bob, o jeito que ele ficou quando falei do relatório não foi normal, ele não ficou somente ofendido, ele parecia insano, como se... nem sei, mas aparentemente, alguma coisa grave está acontecendo.

Bob começou a pensar em tudo o que acontecera. Em sua mente, não existia outra explicação para o comportamento do homem, era quase certo que poderia estar trabalhando com Mullins. O grande problema seria provar que esse fato era verídico.

— Rebecca, eu tenho quase certeza que esse Acetti está trabalhando com o Mullins. – falou de uma vez.

A garota o encarou.

— Por que você acha isso?

— No dia em que fomos à Interpol, uma agente que trabalhava com o John nos disse que Mullins tem muitos aliados em várias cúpulas do governo e que não era possível saber quem estava com ele. Por isso, eu acredito que esse cara está ajudando o Mullins, incriminando o Cristian.

— E o que esse bandido quer com seu amigo? – perguntou preocupada. – Ele já levou seu filho e agora quer incriminá-lo por um crime que não cometeu, o que o Cristian fez para ele?

— Nada! A última vez que falei com o Cris ele me disse que tinha se encontrado com o bandido e que Mullins era seu irmão.

— Como? O seu amigo é irmão do bandido? – questionou novamente, acreditando que tinha ouvido errado da primeira vez.

— É verdade, o Cris tem um irmão mais velho, porém nós acreditávamos que ele tinha morrido anos atrás. Nunca imaginamos que o Eric tinha sobrevivido e que estava tramando tudo isso. – ditou triste. – O bandido está tentando fazer uma bomba tecnológica, mas não sei o que ele pode ainda querer com o Cristian, já que ele tem tudo o que precisava para fazer o artefato.

— Pode ser apenas o desejo de destruir o irmão? Porque para querer prejudicar tanto assim alguém da sua família, ele deve odiar o irmão profundamente.

— Talvez você tenha razão, Becky, mas não acho que...

— Você contou para o seu comandante tudo o que você sabe, sobre o chip ou o agente? – interrogou com seriedade.

— Não! Cristian me pediu para não falar nada e... – novamente Rebecca o cortou.

— Bob isso é muito sério! O marginal está fazendo uma bomba que pode tirar incontáveis vidas, sem mencionar as que ele já tirou, e você me fala que não reportou nada a ninguém porque seu amigo o pediu? Você não percebe que está colocando milhões de vidas em risco?

Bob a encarou lentamente.

— Eu sei que eu deveria ter contado toda a historia para o Winter, mas não foi possível, ainda mais agora que o FBI está atrás do Cristian, se eu falar agora a situação dele, pode piorar!

— Então você está dizendo que vai continuar em silêncio? – questionou irritada.

— Não, eu estou dizendo que vou esperar o Cristian me ligar. Primeiro tenho que falar com ele e avisar o que vou fazer.

— Vocês já deviam ter falado!

— Você consegue pegar aquele relatório? – indagou com ansiedade.

— O Acetti deve ter guardado em algum lugar da minha antiga sala! – informou com desprezo – O problema é que ele fica enfornado lá praticamente o dia inteiro, deixa os internos fazerem o trabalho dele.

— Vamos ter que pensar em alguma coisa para tirar ele do instituto por um tempo até... – Bob parou de falar quando veio uma ideia em sua cabeça. – E se usássemos aquele esquema da ligação? Lembra-se? – sorriu.

Becky lembrou-se do esquema que usara para denunciar sobre os corpos do agente.

— Claro! É uma grande ideia, Bob! – concordou.

— Acha que consegue fazer isso hoje? Porque quanto mais rápido conseguirmos obter esse relatório, mais perto estamos de pegar o bandido.

— Vou falar com meu amigo Daniel, ele vai me ajudar!

— Beleza! – comemorou Bob.

O restante do almoço foi tranquilo, no entanto, a ansiedade que sentiam era bastante notável.

Lavaram a louça suja e voltaram para seus respectivos serviços, na expectativa de que nesse dia à tarde as coisas iriam começar a mudar.

XXX

Smith já estava rodando há horas e não havia conseguido nenhum rastro de Lorena e Cristian. A cada tentativa falha, sua ira aumentava.

O homem estava há quase dois dias sem dormir, já tinha se entupido de café na esperança de manter-se acordado.

Tinha ido a vários hotéis e motéis e em praticamente todos, ele precisou ser um tanto agressivo para obter as respostas que buscava.

Ao sair de mais um hotel, ele riscou o nome de sua lista e checou para onde deveria ir em seguida.

 XXX

 No mesmo instante, Lorena e Cristian tinham terminado de almoçar e tinham voltado a examinar os documentos.

— Cristian, veja só isso! – entregou-lhe o papel.

— O que é? – indagou mirando-o.

— Se eu entendi bem, isso são as instruções para a bomba tecnológica. – ditou séria. – Aparentemente só os dois chips não bastam, a bomba não teria muita potência. Se ele usasse do jeito que está agora, ele causaria uma confusão nos sistemas, porém nada de muito grave, em algumas horas os técnicos conseguiriam consertar as redes completamente. Por isso, para potencializar a bomba, é necessário um tipo de serial que aumentaria o impacto que a bomba causaria, os sistemas entrariam em colapso, demoraria semanas ou até mesmo meses para que tudo fosse normalizado.

Enquanto Lorena falava, Cristian começou a analisar toda a história com seu irmão. Não entendia o que Eric ainda poderia querer com ele, já tinha conseguido os chips, então para que continuar com o sequestro de Kevin? Pensando melhor, para que ele queria sequestrar o Kevin? Qual seria a razão? Somente para atingi-lo? Nunca tinha entendido isso, mas conforme Lorena explicava sobre a bomba, uma luz se acendeu na sua mente. De repente, toda a história fez sentido em sua cabeça.

— É isso! – berrou Cristian nervoso.

— O quê? – questionou curiosa.

— Por isso que o Mullins sequestrou meu filho, ele tinha me dito quando me encontrei com ele ontem, Faço apenas o que for preciso para obter o que eu quero”, ele quer o serial e quer que eu o pegue para ele. Por isso Mullins levou meu filho, e ainda está com ele. - falou ao mesmo tempo furioso e determinado.

— Isso faz sentido, você trabalha no FBI, poderia localizar o serial e pegá-lo, é claro! – concordou. – Mas porque ele está tentando incriminá-lo pelo assassinato de West? Seria mais fácil se você continuasse trabalhando, não?

A resposta apareceu com facilidade.

— A não ser que ele queira que outra pessoa o entregue para ele em troca de alguma coisa que possa me inocentar.

— Você tem razão Cris, tudo se encaixa e tenho certeza que essa outra pessoa que lhe fosse entregar o serial, seria o Bob. Percebi que ele faria qualquer coisa por você. E qual seria o motivo de Mullins ter tirado ele da gravação da favela? Ele pretende usá-lo para ter o código que falta.

— Certo!

Finalmente tinha descoberto qual era a real pretensão de seu irmão, e faria tudo o que pudesse para impedir.

 XXX

 Em Boston, a casa estava silenciosa, Mullins tinha mandado Natasha ir resolver algumas coisas, por esse motivo tinha ficado sozinho com o garoto. Ele tentou ser paciente, mas não deu muito certo. Na primeira manha do pequeno, o bandido perdeu a paciência e trancou o garoto no quarto, porém Kevin começou a chorar. Com isso, Mullins pegou num pano molhado com clorofórmio, entrou no quarto, agarrou o pequeno e pressionou-lhe contra o nariz e a boca dele. Em poucos segundos, o menino apagou. Ele o deixou no chão e saiu do quarto sem olhar para trás.

Na sala tentou se concentrar no programa que passava na televisão, no entanto, ele estava impaciente, ainda não tinha tido noticias de Smith. Será que ele tinha conseguido encontrar e eliminar a vagabunda da Lorena?

Sem encontrar nada que lhe agradasse, desligou o aparelho e ficou sentado encarando fixamente a janela.

De repente, começou a se lembrar de vários fatos passados.

Era uma noite se sexta feira fresca, rolava uma grande festa na casa de uma amiga de escola. Eric estava com alguns amigos lá, bebendo, dançando, aproveitando seus 15 anos e tentando esquecer seus problemas. Ele tinha brigado novamente com os pais mais cedo, os motivos eram sempre os mesmos: amigos, notas, chegar tarde etc. tudo isso ele considerava coisa de gente velha. O que o deixava mais furioso era o fato de sempre ser comparado com o irmão mais novo, o perfeito Cristian.

Conforme as horas foram passando, os adolescentes iam ficando cada vez mais bêbados e sem noção. Eric e sua turma estavam dançando na pista quando um homem estranho se aproximou.

— Festa maneira, não? – indagou a eles.

Nenhum deles pareceu ouvir o homem, continuaram a dançar sem se importar com a presença do homem.

Momentos depois, Eric se afastou do grupo para ir ao banheiro e foi nesse instante que o homem se aproximou dele novamente.

— Hey cara, chega aí. – o chamou.

— Foi mal cara, mas meu lance é só garotas. – respondeu Eric meio alterado.

O homem riu.

— Queria te oferecer uma coisinha que vai te ajudar muito. – falou ele.

— Sei, o que é? – perguntou desconfiado.

O homem lhe deu um comprimido.

— Isso é a chave para se divertir como nunca, pegar várias gatas e ainda esquecer seus problemas. – informou o homem. – Esse é um presente, se quiser mais, me procure. – disse, entregando-lhe um cartão e se afastando rapidamente.

O garoto olhou para o comprimido por alguns momentos, e por fim, jogou o comprimido na boca e o engoliu com a ajuda de um copo de vodca que tinha na mão.

Nunca se tinha sentido mais livre do que aquela noite, a festa parecia ter começado naquele momento, via cores e sons alucinantes, estava se sentindo um máximo.

Dois dias depois, Eric tinha voltado para sua vida de sempre, aguentar as comparações com seu irmão, as cobranças de seus pais e toda a chateação da escola. Não aguentava mais.

Naquela tarde, Eric encontrou o cartão do homem da festa, ligou para ele e pediu para se encontrarem. Queria mais algumas pílulas mágicas.

Eric começou a usar as pílulas com bastante frequência; logo seus pais perceberam o comportamento do filho mais velho, no entanto Eric não deixava que ninguém se aproximasse, não conversava, praticamente ignorava sua família. Isso continuou por algumas semanas até que seu pai Alex, perdeu a paciência e literalmente derrubou a porta do quarto e descobriu em que seu filho estava metido.

No momento em que Eric chegou em casa, seus pais estavam na sala, sua mãe chorava e seu pai estava furioso. O garoto, no entanto, não ligou e estava seguindo para seu quarto, quando o pai o travou.

— Eric, eu e sua mãe queremos falar com você, sente-se! – ordenou.

— Não tô a fim de ouvir ladainhas agora. – respondeu debochado.

— Ouça aqui seu moleque, - berrou, agarrando o braço do filho com força. – eu mandei você sentar nesse sofá.

Eric fez um movimento brusco para se soltar do aperto do pai, mas este não o soltou, o agarrou com força e o atirou contra o sofá.

Carol começou a chorar com mais afinco.

— O que foi agora? – perguntou agressivo.

— Eu encontrei isso no seu quarto! – mostrou as pílulas de ecstasy. – Quero uma explicação.

O garoto viu as pílulas com um olhar indiferente na face.

— São minhas! E daí? – desafiou.

— O que você está fazendo com a sua vida, meu filho! – soluçou Carol.

— Pare com o drama, eu não caio mais nessa! – ditou indiferente – Por isso, para com a encenação e engula o choro.

Alex perdeu completamente a paciência e desferiu-lhe um tapa.

— Respeite sua mãe! – berrou descontrolado.

O garoto levou as mãos até o rosto vermelho e o olhou com desprezo.

— Quer saber por que eu comecei usar isso? É por sua causa! – gritou furioso. – Eu uso para esquecer as brigas, as discussões, as comparações com meu perfeito irmão, para esquecer a porcaria de família que eu tenho.

Nem bem tinha terminado a frase e seu pai já tinha agarrado sua camiseta e berrado furiosamente para ele.

Carol entrou no meio para tentar separar os dois.

Quando conseguiu se libertar do pai, Eric saiu correndo sem olhar para trás.

Aquele dia foi o princípio de sua caminhada no mundo do crime.

Foi tirado de seus pensamentos com a chegada de Natasha.

— Senhor? Você está bem? – indagou preocupada.

— Não é nada! – afirmou ele. – Conseguiu o que eu te ordenei?

— Sim senhor! – disse entregando os documentos para ele. – Estão todos aí.

Mullins os pegou e deu uma olhada rápida.

— Excelente! – retirou duas folhas da pasta e os entregou para Natasha. – Você sabe o que tem que fazer!

A garota concordou com um aceno e saiu para cumprir as ordens do chefe.

 XXX

 Smith continuava buscando algum sinal dos dois, mas ainda não tinha tido sorte de encontrar qualquer evidência deles.

Pensando em dar um tempo em sua busca, Smith observou sua lista e confirmou que estava próximo de um pequeno hotel.

Sem pensar duas vezes, ligou seu carro e começou a ir em direção ao hotel na esperança de encontrar uma boa cama, um banho quente e uma boa refeição antes de voltar a caçar suas presas.

Próximo de chegar ao lugar, percebeu um carro preto estacionado. Um Fusion, um carro um tanto sofisticado para o lugar onde se encontravam.

Smith parou seu veículo e foi em direção ao carro estacionado. Viu que as portas estavam abertas e a chave estava no contato. Percebeu do que se tratava: tinham abandonado o veículo.

Uma onda de excitação se apoderou dele, finalmente tinha descoberto onde os malditos estavam.

Rapidamente, voltou ao seu veículo e saiu em disparada.

Minutos depois, estacionou na frente do hotel e desceu do carro com um sorriso no rosto. A ansiedade estava tomando conta de seu interior.

Ao entrar no saguão, Smith foi até a atendente.

— Boa tarde, estou procurando essas duas pessoas, - mostrou-lhe a foto de Cristian e Lorena – preciso saber se eles estão aqui.

— Sinto muito, senhor, mas não tenho autorização para passar informações sobre os hospedes. – informou ela gentilmente.

— Senhorita, por favor, somente me diga se eles estão aqui! –insistiu lutando para manter a calma.

— Como já lhe informei, não posso lhe dizer!

O bandido respirou fundo, olhou-a com desprezo, retirou a arma da cintura e apontou para a garota que arregalou os olhos e tentou gritar, porém ele a agarrou e tampou sua boca com uma das mãos.

— Se você der um pio, eu descarrego essa arma na sua linda cabecinha. – falou baixinho. – Agora, em que quarto eles estão?

A moça estava aterrorizada.

— Quarto 305! – disse desesperada. – Por favor, não me mate! – implorou aos prantos.

Smith sorriu sadicamente e passou o cano da arma contra o rosto dela.

— Isso vai depender de você! Se chamar a policia ou tentar avisar quem quer que seja, eu a matarei. – avisou com diversão. – Não saia daqui, porque senão eu irei atrás de você quando eu terminar de liquidar aqueles dois e não existirá nenhum lugar nesse mundo em que você possa se esconder.

Ainda aterrorizada, a garota fez um aceno com a cabeça.

Smith seguiu para o quarto. A cada passo, sentia a excitação aumentar, ansiava muito por esse momento.

 XXX

 Dentro do quarto, Lorena e Cristian tinham terminado de examinar os documentos; a garota tinha sugerido que todos os papéis fossem fotografados, apenas por precaução, caso tivessem que fugir rapidamente.

Depois de terminar, Lorena se levantou e foi para o banheiro. Cristian deitou-se na cama a fim de descansar uns poucos momentos.

Momentos depois, ele escutou algumas batidas na porta.

“Quem poderá ser?” indaga mentalmente enquanto se aproximou cautelosamente da porta.

Cristian encostou a mão na maçaneta, mas não a abriu de imediato. Considerou um tempo, até que tomando coragem, abriu a porta.

É recepcionado por um soco fortíssimo que o deixou zonzo.

Smith lhe acertou novo soco e Cristian caiu no chão quase inconsciente.

Ao ouvir um barulho estranho, Lorena saiu do banheiro e se deparou com seu antigo comparsa.

— Smith? – indagou aterrorizada.

— Achou que poderia se esconder de mim, sua vadiazinha imunda? – falou o homem, se aproximando perigosamente.

Smith estava encantado com aquele momento, não iria liquidar Lorena rapidamente, ela precisava sofrer, sua morte seria lenta e muito dolorosa.

Lorena olhou desesperadamente para os lados na esperança de encontrar alguma coisa que a ajudasse naquela situação de extremo perigo, no entanto nada encontrou a não ser um forte tapa vinda do bandido.

Smith, aproveitando a deixa, agarrou-a pelas roupas e a levantou com facilidade como se ela fosse uma boneca de panos. Com violência, arremessou-a contra a parede oposta.

O impacto deixou a garota totalmente tonta e com muitas dores pelo corpo todo. Ainda nem tinha tido tempo de recobrar plenamente a consciência, e já o homem estava se aproximando novamente.

Ele a agarrou pelo pescoço com força, a levantou e a encurralou contra a parede.

Desesperada por ar, Lorena tentou retirar as mão do homem de seu pescoço, porém Smith era muito mais forte, não dava a menor chance de se livrar do aperto.

— Não sei quantas vidas você tem, mas todas elas vão terminar hoje! – falou zombeteiro.

Lorena não conseguia falar, seu rosto estava ficando azul, não conseguia respirar, sua visão estava começando a ficar turva, sem duvida esse era seu fim.

De repente, Lorena ouviu um barulho alto e logo sentiu a pressão em volta de seu pescoço ser aliviada. Caiu no chão de joelhos, tentando aspirar grandes golfadas de ar. Quando voltou ao normal, compreendeu o que tinha acontecido.

Cristian tinha acertado Smith com uma cadeira que tinha no apartamento, no entanto, o golpe somente fez com que o bandido a soltasse.

Lorena viu, horrorizada, Smith e Cristian lutando, ou melhor Hayes tentava atacar Smith, mas ele era muito forte, todos os golpes desferidos pelo policial não afetavam muito o bandido que por sua vez, continuava implacável e furioso.

Depois de mais alguns golpes fracassados, Cris tentou acertar no bandido, mas ele parou seu ataque e prendeu sua mão, apertando-a forte. Cristian gemeu de dor e tentou acertar-lhe outra vez com sua mão livre, no entanto Smith fez um gesto amplo com o braço esquerdo e parou-lhe o ataque. Cristian soltou novo lamento de dor um pouco mais forte, e nesse momento, Smith acertou-lhe com uma cabeçada que fez com que caísse no chão.

Smith se aproximou de seu corpo e sorriu.

— Mullins me disse para não te matar, mas não me disse nada sobre fazer você sofrer. – acertou-lhe um chute no estômago.

Hayes se contorceu de dor.

Smith continuou chutando seu corpo com mais força e em outros lugares. Tinha um sorriso maníaco no rosto. A cada golpe, seu prazer aumentava.

Contudo, cometeu um pequeno erro. Estava tão fissurado em espancar o policial que se esqueceu que Lorena ainda estava no quarto.

Ela se arrastou até sua mochila o mais rápido e silenciosamente que pôde, apanhou sua arma e atirou contra Smith.

O homem parou de chutar o policial quando sentiu uma dor em sua perna.

Nesse instante, Cristian com suas últimas forças, conseguiu aplicar uma rasteira na perna machucada do bandido que desmoronou no chão.

E Cris perdeu a consciência.

Lorena se aproximou do bandido com uma expressão feroz e pressionou a arma contra a sua têmpora.

— Parece que ainda me sobraram algumas vidas, imbecil. – zombou e logo começou a golpeá-lo com a arma.

Smith desmaiou.

Lorena correu para Cristian.

— Cristian? Cristian? – gritou desesperada, em sua mente passava as imagens da morte de seus amigos. Agarrou a camisa de Cristian e começou a sacudi-lo violentamente.

— Lo-Lorena e-eu n-não res-respirar. – disse com dificuldade.

A garota abriu um largo sorriso e o abraçou com força.

— Estou bem! – tranquilizou, se levantando com dificuldade. – E o bandido?

— Está ali! – apontou para o homem desacordado. – Temos que sair daqui agora mesmo! – falou em tom urgente. – Antes que ele acorde.

— Vamos simplesmente deixá-lo aqui?

— Se nós matarmos ele, só daremos mais um motivo para nos perseguirem! Vamos embora daqui!

— Certo! – pegou os documentos, mas Lorena o impediu.

— Deixe! Isso vai nos atrasar!

— Mas...

— Temos as fotos, lembra-se? Não precisamos desses documentos.

Antes de sair do prédio, Lorena avançou para Smith e lhe tomou o celular e as chaves do carro.

— Vamos ver como esse idiota faz para nos perseguir agora. – corriu com simplicidade.

Os dois saíram do quarto com rapidez. Ao chegarem no saguão, viram que a atendente do hotel estava em choque e com uma expressão de terror na face.

Sem lhe darem atenção, correram para fora do hotel.

Lorena usou a chave para descobrir qual era o carro que Smith estava usando. Um Corolla preto apitou. Ela entregou para Cris, as chaves e o celular do bandido.

— Você precisa sair daqui o mais rápido possível! – ditou seriamente. – Saia de Los Angeles o mais rápido que você puder.

— Do que você está falando? Você vem comigo!

— Não Cristian, temos que nos separar, Smith está atrás de mim, mas ele não vai se importar de machucar quem estiver comigo.

— Lorena...

— Escute, eu tenho quase certeza que Mullins está em Boston, eu vi uns recibos de aluguel de uma casa. Algum dos capangas dele pode estar lá com seu filho. Não se preocupe comigo, eu sei me virar. – disse se aproximando e lhe beijando a boca com delicadeza. – Encontre seu filho e se por acaso você se encontrar com Mullins, não hesite, mate-o na primeira oportunidade, não tenha misericórdia dele.

Ela se afastou e lhe deu um sorriso.

— Adeus Cristian! Espero te encontrar algum dia.

Lorena saiu correndo na direção oposta, deixando Cristian parado, observando ela sumir no horizonte.

“Espero também poder te encontrar!”

Momentos depois, ele deu partida no veículo e seguiu para seu novo destino: Boston.

— Aguente firme filho, o papai está chegando!


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Notas finais do capítulo

O que acharam do adolescente Eric? Ele já era meio perturbado desde essa época.
E agora Cristian e Lorena se separaram. Temos muitas surpresas a caminho... Até o próximo.



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