Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 17
Complicações e surpresas


Notas iniciais do capítulo

Fala galerinha! Como estão?
Temos aqui o capitulo 17.
Espero que gostem e Boa leitura!



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O sol começava a surgir no horizonte naquela manhã, o clima estava ameno.

Rebecca Walters ainda dormia profundamente, porém logo começou a escutar um barulhinho chato ainda distante; conforme os segundos foram passando, o barulho ia aumentando, até que Becky acordou ainda sonolenta e desligou o despertador de seu celular com amargura.

— Não acredito que já está na hora de levantar. – resmungou desgostosa, se jogando novamente na cama.

Ainda sem querer ela se levantou e se dirigiu até o banheiro. Tomou uma ducha quente e rápida. Vestiu-se com calma, escolhendo entre diversas peças que possuía em seu armário e seguiu novamente para o banheiro para se maquiar e arrumar os cabelos.

Antes de ir para o instituto médico, ela passou em uma padaria e comprou um café expresso.

Como morava próximo do instituto, ela sempre caminhava para o trabalho. Até mesmo em dias de chuva, eram raras as vezes que usava seu carro.

Começou a saborear seu café enquanto seguia seu caminho com desgosto.

Há dois dias, ela havia sido informada que seria transferida para os arquivos arqueológicos. As autópsias e outros serviços ficariam a cargo do Dr. Acetti.

Rebecca não tinha ficado nada satisfeita com a transferência, tentou argumentar com seu superior, mais nada adiantou. O pior de tudo era ter que aguentar as indiretas e os sorrisinhos do homem que estava ocupando seu lugar.

Tentando não pensar muito no dia tedioso que teria pela frente, ela seguiu tentando admirar as ruas da cidade naquela manhã. Apesar do horário, as estradas estavam cheias de automóveis, as calçadas com muitas pessoas que assim como ela, caminhavam tranquilamente para começarem sua rotina diária.

Ao visualizar o prédio do instituto, parou alguns metros, permaneceu o encarando fixamente e respirou fundo.

“Esse vai ser um bom dia!” pensou ela tentando motivar-se.

No entanto, assim que adentrou no prédio, foi tomada por um grande desanimo.

Caminhou silenciosamente até sua nova sala, um cubículo com diversas pastas e papéis para tudo que é lado.

Ficou algum tempo observando totalmente desgostosa, sentia a falta da adrenalina de ir até cenários de crimes, investigar, em outras palavras, sentia falta de “pôr a mão na massa”.

Ainda que sem vontade alguma, ela começou o seu trabalho.

 

XXX

 

Como Bob não precisava de tanto tempo para se arrumar como sua amiga Rebecca, ele levantou cerca de meia hora depois, mas igualmente descontente.

Os últimos dias não estavam sendo fáceis para ele. Terminou de se arrumar e saiu de casa trajando seu uniforme. Passou em uma padaria, comprou um café e seguiu para o FBI. Ao chegar, o comandante o chamou em sua sala.

Ele se dirigiu para lá, meio receoso. A última vez não tinha sido uma conversa agradável.

— Bem Lincher, irei direto ao assunto! Até que se esclareça essa história do Hayes você trabalhará apenas internamente.

— O quê? – indagou indignado. – Porquê isso comandante?

— Não lhe devo satisfações! – respondeu rispidamente. – Agora, pegue esses relatórios e examine-os. – apontou para uma pilha de papéis que estava em sua mesa. – E esses aqui, – mostrou outra pilha ainda maior - eu quero que você refaça-os.

— Sim, senhor! – indagou com desprezo, apanhando os papéis e saindo da sala.

Assim que chegou ao seu gabinete, ele começou a trabalhar, sem qualquer satisfação com o trabalho designado.

Depois de algum tempo, Luiws apareceu.

— Bob posso falar com você?

— Claro! – respondeu prontamente.

— O juiz expediu um mandato de prisão preventiva para o Cristian. – informou com pesar.

Bob não se alterou. Já esperava por isso.

— Certo! – ditou friamente. – Mais alguma coisa?

— Você ouviu o que eu disse? – indagou confuso.

— Sim, eu o escutei muito bem! – falou frio. – Tem um mandato de prisão para o Cristian. Se você veio apenas para me informar isso, pode sair! – falou apontando para a porta. – Tenho trabalho para fazer.

Luiws não se importou com a hostilidade de Bob, continuou encarando-o.

— Olha Bob, eu acredito que o Cristian é inocente! – informou sério.

O rapaz encarou o companheiro com desconfiança.

— Conheço o Cristian há bastante tempo – continuou – sei que ele não mataria ninguém, muito menos um homem naquele estado, amarrado e desprotegido, porém sou o único além de você que acredita na inocência dele.

— Certo!

— Você sabe onde ele está? – indagou preocupado.

Bob deu um sorrisinho debochado.

— Você só veio me avisar para ver se eu deixava escapar onde o Cristian está?  – disse com escárnio – No entanto, não sei onde ele está! Não tenho a menor ideia de onde o Cris possa estar!

Nesse instante, Ross apareceu lá.

— Romero, temos que ir. – chamou apressadamente.

— Já estou indo! – disse se levantando.

Ross deixou a sala.

— Vocês vão atrás do Cristian? – perguntou Bob.

— Sim! Qualquer coisa eu te aviso! – falou, deixando o local.

“Procurem o quanto quiserem, revirem a cidade, nunca vão encontrar ele aqui.” pensava sorrindo.

De fato, os agentes percorreram a cidade toda tentando encontrar Cristian, porém não obtiveram sucesso. Foram em diversos lugares, foram à casa de seus pais, revistaram tudo, mas ele não estava em nenhum local.

Continuaram buscando em outros lugares, cada vez mais absurdos, como na favela que outrora fora de West, motéis…

Completamente frustrados, os agentes voltaram para a sede.

Ao chegarem, Ross foi diretamente até ao comandante.

— Comandante, não conseguimos encontrar o Cristian. – informou com raiva.

O comandante já esperava por isso, não se exaltou com a notícia, apenas demonstrou uma expressão pensativa.

— Tudo bem, Ross. – disse calmamente. – Tomarei as devidas providências.

O agente acenou e saiu da sala.

Teria de fazer isso, não tinha outra solução. Selecionou uma foto do arquivo de Cristian e mandou-a para os aeroportos e outras autoridades, informando que era um foragido e pedindo para quem o localizasse, comunicar o FBI.

Ao terminar os procedimentos, o comandante respirou pesadamente.

— Agora é só esperar.

XXX

 

Em Boston, Natasha e Kevin estavam terminando seu café tranquilamente.

O garotinho bebia uma caneca de leite com chocolate enquanto a mulher tomava café puro.

Quando o menino terminou, ele apresentava um bigode de leite, que Natasha achou bastante engraçado.

A tranquilidade de ambos foi findada com a chegada de um visitante inesperado.

Ao entrar na cozinha, Mullins olhou desconfiado para a cena; Natasha e Kevin estavam lavando a louça do café, mas não resistiram e acabaram iniciando uma guerra com água, e ambos estavam se divertindo bastante.

— Para quem detestava crianças, você parece ter se adaptado muito bem à função de babá, Natasha. – ditou sério, assustando ambos.

A mulher se virou rapidamente e se deparou com seu chefe parado à porta com um olhar duro.

— Mullins, o que está fazendo aqui? – perguntou ainda chocada.

— Não lhe devo satisfações do que faço ou deixo de fazer, mulher. – bradou furiosamente.

Kevin agarrou nas pernas de Natasha assustado com o visitante.

Mullins se abaixou para poder encarar o menino que ainda se mostrava bastante receoso. Tentando parecer mais gentil, deu um largo sorriso para ele, na esperança de ganhar a confiança do pirralho com mais facilidade.

— Kevin, não precisa ter medo! – falou suavemente. – Eu não vou machucar você, afinal você é filho do meu irmãozinho. – revelou.

— Você é irmão do meu papai? – indagou confuso.

— Sim! Isso faz de você meu sobrinho. – disse em tom ameno. – Se você se comportar muito bem, em muito pouco tempo você vai ver seu pai novamente, você está com saudades dele, não?

— Sim! – respondeu ainda desconfiado.

— Então, seja um bom menino que você vai voltar a ficar com ele, mas agora eu preciso falar com a Natasha sozinho, quero que você vá para o seu quarto e fique lá quietinho até que te chamemos! Combinado? – perguntou com calma.

— Tá bom! – respondeu o pequeno se dirigindo para seu quarto.

Assim que ficou sozinho com Natasha, Mullins foi até o armário, pegou uma xícara e a encheu com café.

Quando deu um gole na bebida, logo a cuspiu fazendo uma cara de nojo.

— Você chama isso de café? Faça outro agora mesmo! – ordenou.

Natasha respirou fundo e foi preparar outro café para o chefe, mas parou de súbito.

— Mullins...

— Acho que você se esqueceu, mas eu não sou um de seus amiguinhos, me chame de senhor! – ordenou friamente.

Natasha olhou para Mullins com desprezo.

— Senhor, onde estão os outros? Permaneceram em Los Angeles? – interrogou com certo desprezo na voz.

— Rojas e White foram mortos, e Smith ficou para encontrar os responsáveis pelos assassinatos. – informou com calma.

Natasha se assustou com as informações que recebeu.

— Roman e Kimberly... Como isso é possível? – indagou com desespero na voz.

— Aquela cadela da Lorena, - disse dando um soco na mesa. – ela matou os dois e roubou vários documentos que eu tinha.

— Lo-Lorena? Como isso é possível? Como ela sabia onde vocês estavam? – perguntou freneticamente.

— Aparentemente o agente que você sequestrou deixou uma cópia dos documentos com alguém e o Cristian e o amiguinho descobriram. – informou com raiva. – O único consolo em toda a situação é que consegui o chip e de quebra me livrei definitivamente de Tales, Vinicius e Thabata.

Natasha não disse nada, apenas permaneceu em silêncio, lamentando a perda de seus amigos.

— E o meu café? – indagou Mullins, fazendo-a sair de seu transe.

A garota terminou de o preparar e lhe entregou.

— Vamos ver se esse café está decente desta vez. – provocou o homem tomando um gole. – Está um pouco melhor que o outro, no entanto ainda está uma merda!

Natasha não respondeu à provocação.

— Vou dar uma olhada no Kevin! – informou saindo do recinto.

— Natasha, espere!

— O que quer agora, senhor? – disse com desdém

— A vida é uma caixinha de surpresas, não concorda?

— Não entendi! O que quer dizer com isso? - indagou confusa.

— Quem diria que depois de ter fingido sua morte e nunca ter conhecido seu filho, você estaria cuidando dele e ainda por cima caindo de amores por ele. Realmente o Kevin é uma criança cativante, mas ainda assim, a vida é cheia de surpresas bem engraçadas.

A garota ficou abalada com as palavras de seu chefe.

— É verdade, eu abandonei meu marido e filho recém-nascido e ainda forjei minha morte e tudo isso por você! – disse com amargura. – Eu sempre amei você, não seu irmão, você, e sempre me dizia que me amava e que depois de tudo estar acabado, seriamos felizes juntos, mas você nunca...

Mullins levantou-se da cadeira, se aproximou dela com rapidez e a beijou com vontade, um beijo cheio de desejo.

— Eu nunca esqueci disso! – ditou com suavidade. – Vamos ficar juntos assim que tudo isso acabar. Tenha paciência, falta muito pouco para o meu plano ser finalizado e assim que eu concluir a venda do artefato, seremos milionários e viveremos tranquilamente, eu, você e o pequeno Kevin. – finalizou.

Natasha olhou confusa para Mullins e ele percebeu o que aquele olhar significava.

— Quando tudo terminar, meu irmãozinho não será mais necessário, e como ele sabe de muita coisa sobre mim, o melhor será eliminá-lo. – disse com tranquilidade. – Agora vá ver o menino.

Natasha deixou a sala em seguida.

Mullins exibiu um sorriso maníaco na face.

“Pobre idiota! Deixa ela continuar a pensar que eu realmente a amo. Mal sabe o que a aguarda, quando meu plano estiver concluído.”

O bandido passou o dedo indicador no pescoço, simulando o que tinha reservado para sua querida Natasha: uma morte lenta e dolorosa.

XXX

O dia em Los Angeles tinha amanhecido com grandes nuvens negras cobrindo o céu. O clima frio era predominante.

Em um pequeno motel, Cristian ainda estava deitado na cama, porém não dormia mais, tinha sido despertado por outro pesadelo.

Desde o sequestro de Kevin, ele não conseguia dormir bem, sempre tinha sonhos perturbadores que aumentavam a angustia e o desespero que sentia. Sem contar que, seu encontro com o irmão que julgava estar morto há anos e o fato dele ser o responsável por tudo o que tinha passado nos últimos dias, o deixara ainda mais abalado e preocupado.

Cristian já era um policial há vários anos, já tinha lidado com casos de vários tipos, entretanto, dessa vez havia muita coisa em jogo: a vida do seu filho.

A cada dia que passava sem qualquer notícia dele, fazia o medo tomar conta de seu interior, a sensação de insegurança começava a afetar sua auto-confiança.

Cristian estava começando a perder o controle de suas emoções, não conseguia mais separar o lado racional do emocional.

Ao se levantar da cama, foi até o banheiro, despiu-se e entrou embaixo do chuveiro.

O contato da água quente com o corpo cheio de hematomas, fez com que relaxasse um pouco. Permaneceu por vários minutos somente sentindo a água, buscando alguns momentos de tranquilidade e paz que há muito não conseguia encontrar.

Então, começou a pensar em alguns fatos que aconteceram em sua vida; lembrou-se da esposa falecida, Juliane.

Os dois tinham vivido uma vida relativamente estável, no entanto, Cristian nunca a amou de verdade, sempre a via como uma amiga, ou colega de quarto. A única razão para que eles tivessem se casado foi ela ter engravidado.

Depois que o Kevin nasceu, Cristian considerou seriamente pedir o divórcio, era visível que nenhum deles estava satisfeito com o casamento, porém Juliane foi diagnosticada com leucemia. Por esse motivo, ele decidiu continuar casado durante o tratamento dela. No entanto, meses depois, Juliane faleceu.

Pensou também em Bob que sempre fora seu grande amigo. Lembrou-se dos vários momentos que passaram juntos. Bob estava presente em quase todos os momentos, o ajudou com o filho ainda bebê, cuidou das providências do enterro, e toda a vez que necessitava de ajuda, ele estava presente.

Ao pensar no amigo, Cris começou a sorrir e sentiu uma estranha saudade dele, queria que ele estivesse ali. Bob tinha o dom para animá-lo, de acalmá-lo e subitamente sentiu uma vontade de sentir os braços dele abraçando seu corpo.

Sacudiu a cabeça para espantar esses pensamentos. Permaneceu por mais um longo tempo no chuveiro.

Quando saiu do banheiro já devidamente vestido, encontrou Lorena sentada na cama. Percebeu que ela estava mudada.

— Você cortou seu cabelo? – indagou olhando para ela.

— Era necessário, estamos sendo procurados pela polícia, temos que ser cautelosos e isso inclui mudar um pouco nossa aparência. Cortei e mudei a cor dos cabelos. Você também deve mudar um pouco.

— Ok! Mas...

— Por isso, eu comprei para você! – disse mostrando a tinta capilar.

— Você quer que eu pinte o meu cabelo? De jeito nenhum.

— Cristian pára de ser criança! – falou com severidade. – Você está sendo procurado e caso você não perceba, seus cabelos loiros chamam muita a atenção, se sair na rua vai ser reconhecido a vários metros. Agora sente na cama e cale a boca.

— Mas... – ele tentou argumentar, mas diante do olhar mortal que a mulher lhe lançou, desistiu de resistir à mudança.

Lorena começou a preparar a tinta, enquanto ela trabalhava, Cristian continuava a olhar para o espelho, examinando seu reflexo. Tinha ciência que Lorena estava certa, mas ainda relutava em abandonar seus fios loiros, nunca se importara muito com os cabelos, porém, naquele instante, não conseguia se imaginar sem eles.

Quarenta minutos depois, Cristian havia abandonado as madeixas loiras para apresentar cabelos pretos.

Ele permaneceu encarando o reflexo no espelho e constatou a verdade: o antigo Cristian tinha desaparecido. Era hora de contra-atacar, ele iria para guerra e não importava quem era seu inimigo, ele triunfaria no fim, iria recuperar seu filho, mesmo que para isso tivesse que matar seu irmão.

“- É hora da vingança, nada nem ninguém vai conseguir me deter.”

XXX

 

Algumas horas depois, Rebecca continuava a examinar e a organizar os arquivos em sua sala; esse trabalho era monótono e repetitivo, por isso, estava fazendo o serviço quase mecanicamente, nem prestava muita atenção no que fazia.

Em determinado momento, ela acidentalmente derrubou uma pasta no chão. Praguejando momentaneamente, recolheu os arquivos, porém algo lhe chamou a atenção.

O arquivo era um relatório de autopsia de Carl West.

A garota foi tomada por curiosidade e começou a examinar a pasta com os arquivos; queria ver se o homem tinha realmente alguma habilidade.

Para sua surpresa, o relatório estava bastante incompleto. Vários procedimentos que eram obrigatórios não foram feitos, ou pelo menos não foram relatados.

Seu ânimo foi instantâneo, aquela pasta era um prova da total incompetência de seu substituto. No entanto, sua alegria durou pouco.

Enquanto examinava os arquivos, o Dr. Acetti apareceu na sua sala.

— Rebecca, vim para... – do nada a voz do homem começou a morrer. – O que você está fazendo com esses arquivos? – perguntou rispidamente.

— Estava junto com outros para serem arquivados. – respondeu com desprezo.

— Isso não deveria estar aí, deve ter sido um dos internos, bando de retardados inúteis. – bradou furiosamente. – Entregue-me agora mesmo.

— Você não é meu chefe, e além do mais, esse relatório está completamente mal feito, há vários procedimentos que são obrigatórios e você não realizou vários deles. – falou com superioridade. – E você ainda se considera um antropólogo? Esse relatório é a prova da sua total incompetência, vou entregá-lo para o chefe do instituto e ver o que ele acha disso.

Do nada o homem avançou contra Walter e agarrou seu braço com força.

— Eu mandei me entregar isso, seu vagabunda. – berrou furiosamente.

— Me solte! Está me machucando, seu animal. – gritou, acertando-lhe um tapa no rosto com a mão livre.

Acetti tomou os documentos de Rebecca à força e a atirou contra a mesa cheia de arquivos que foram jogado no chão com o impacto.

— Se você contar alguma coisa para alguém, eu acabo com sua vidinha patética. – ameaçou friamente. – Fique fora do meu caminho se sabe o que é bom para você. – Deixou a sala com rapidez.

Rebecca vendo que estava sozinha, deixou escapar algumas lágrimas, não iria dar o gostinho de chorar na frente daquele monstro, entretanto, o jeito agressivo era bastante estranho. Não acreditava que ele tivesse agido assim só pela ofensa das suas qualificações. Tinha alguma coisa mais sinistra nessa história, e ela faria o que fosse necessário para descobrir.

XXX

Cristian e Lorena deixaram o motel por volta do meio dia.

A garota estava com os cabelos curtos e mais claros e usava óculos escuros. Hayes estava com o mesmo corte, porém seus cabelos estavam negros e usava lentes de contato, por isso seus olhos azuis agora eram pretos.

Depois que deixaram o motel, eles embarcaram no Fusion e se afastaram do lugar.

Depois de alguns minutos, o silêncio foi quebrado por Lorena.

— Temos de abandonar esse carro! – falou subitamente. – Não deve demorar até a loja que alugamos esse carro, dar queixa de roubo.

— Você tem razão! – concordou – Mas temos que decidir primeiro onde vamos nos esconder. É melhor nos escondermos em algum hotel pequeno, pelo menos até termos examinado esses documentos e ter um plano.

— Certo!

Os dois dirigiram por algumas horas até encontrar um pequeno hotel afastado do centro da cidade.

Deixaram o carro algumas quadras antes do hotel e terminaram o caminho a pé. Logo que chegaram lá, usaram seus documentos falsos, Lorena fez o check in e ambos foram para o quarto.

Assim que chegaram, começaram a examinar os documentos.

XXX

 

Enquanto isso, longe dali, Smith estava procurando uma pista de onde Lorena e o policial poderiam estar.

Realmente, o trabalho que Mullins tinha lhe dado, não era tão emocionante, o único consolo que tinha, era que poderia liquidar a vadia.

Smith tinha procurado a madrugada toda por aqueles dois, e não tinha nenhuma pista do paradeiro, por esse motivo, resolveu usar uma abordagem diferente, teria que pedir ajuda à alguns amigos da região.

Ter uma relação amistosa com outros traficantes sempre era algo que trazia várias vantagens, sem contar que quando as relações são bem administradas, não existe um risco relativamente alto de temer ser atacado por traficantes vizinhos.

Em Los Angeles, a polícia agira com muita severidade contra o tráfico, mas ainda assim, ele existia, em alguns casos bem debaixo dos narizes dos imbecis fardados.   

Conversando com alguns colegas de profissão, conseguiu algumas pistas do paradeiro deles.

— Um homem loiro e uma mulher morena? – indagou um dos traficantes. – Em um pequeno motel, quase na saída da cidade, um homem e uma mulher apareceram lá ontem à noite, o homem do hotel comentou que estavam com alguns ferimentos no rosto e que a mina era gostosa pacas.

— São eles! – confirmou eufórico. – Me passa o endereço.

Rapidamente, Smith o anotou e saiu em alta velocidade para o motel.

No momento em que ele chegou, foi até à recepção.

A atendente do motel era mulher na faixa dos 50 anos, tinha uma expressão tediosa no rosto.

— Boa tarde! Posso ajudá-lo? – indagou com descaso.

— Espero que sim, estou procurando um casal, um homem loiro e uma mulher de cabelo moreno, os dois tinham alguns machucados no rosto, fui informado que eles estavam aqui.

— Estavam! – confirmou com indiferença. – No entanto, eles já saíram!

— Quando foi isso, senhora? – indagou tentando manter a calma.

— Já faz algumas horas. Era somente isso?

— Sim! Agradeço pelo seu tempo. - falou com desprezo.

Ao entrar no carro, Smith estava frustrado e nervoso.

— Eles provavelmente estão longe. – bateu o punho no painel do carro. – Maldição! Onde devo começar a procurar? Pense Smith!

Nenhuma ideia lhe ocorreu.

“Não importa, se eu tiver que vasculhar em cada hotel, cada buraco dessa cidade, eu os encontrarei.”

 

XXX

Logo que Rebecca terminou de recolher os documentos espalhados pelo chão, ligou para Bob.

— Lincher!

— Bob, sou eu, Rebecca.

— Becky, como está? – perguntou.

— Na medida do possível bem! – informou ela. – Eu preciso me encontrar com você, hoje, é muito urgente.

— Podemos almoçar hoje! No mesmo lugar, está bom?

— Preferia um local mais tranquilo, com mais privacidade.

— Conheço um lugar! Eu passo para te pegar daqui a vinte minutos, porque você deve estar sem carro, certo? – perguntou já conhecendo a resposta.

— Sim! Vinte minutos, está perfeito, fico te esperando, beijos.

— Beijos!

A garota foi até o banheiro e tentou dar uma retocada na maquiagem.

Uma onda de esperança a invadiu, Bob sempre fora um excelente conselheiro e amigo, tinha certeza que ele a ajudaria a desvendar o que o cretino do Acetti escondia.


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Notas finais do capítulo

Será que Rebecca vai conseguir descobrir a armação sobre a morte do West?
Deixem um comentário, ficarei feliz em saber o que estão achando da historia. Até o próximo



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