Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 14
O fim da jornada


Notas iniciais do capítulo

Fala galerinha, como estão?

Hoje temos um capitulo e tanto para vocês, recheado de mortes, drama, ação e também uma grande surpresa... Eu espero que vocês gostem, pois esse é realmente um dos mais importantes capítulos da história. Sendo assim, sem mais delongas Boa Leitura!



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Luiws Romero e Adam Ross foram designados por Winter a irem à favela e revistarem a casa de West.

Luiws tinha acompanhado Bob naquela manhã, lembrou-se do local, mas não entendia o motivo de terem de voltar, os corpos tinham-se perdido, pelo menos, boa parte deles.

Conforme ordens do comandante, eles agora iriam revistar a casa de West, pois havia recebido uma outra denúncia; deveriam também levar uma equipe do instituto, porém com outro antropólogo, não queria a Dra. Walters neste caso.

Apesar de acharem estranho as ordens, ambos não perderam mais tempo. Se prepararam, reuniram alguns outros agentes, solicitaram uma equipe de legistas e partiram para a favela.

No instituto, Rebecca não tinha gostado nem um pouco da solicitação do FBI a pedir outro antropólogo, no entanto, o chefe do instituto Trent não teve outra alternativa, teve de mandar outro profissional, Dr Carlo Acetti.

Carlo havia se formado junto com Rebecca na faculdade, eles sempre competiam em tudo, trabalhos, provas, etc. Inclusive haviam disputado a vaga de antropólogo Florence no instituto. Na ocasião, Rebecca venceu-o devido à sua competência e percepção rápida.

Acetti não conseguiu digerir sua nova derrota e insinuou que ela havia se deitado com o responsável pelo instituto. Foi uma grande confusão, mas no fim havia conseguido um emprego com os arquivos arqueológicos. E todo o dia era obrigado a ver a mulher que não suportava, continuava a achar que a única razão dela se sair melhor do que ele era por ser bonita e usar seu corpo para conseguir chegar até onde estava.

Quando foi solicitado por Trent para ir averiguar um corpo encontrado em uma favela, ficou exuberante.

Obviamente ele não perdeu a chance de provocar Rebecca, que por sua vez apenas encarou o homem com desprezo e voltou para sua sala desapontada.

XXX

Na favela, Luiws e Adam estavam novamente em frente à casa de West que continuava da mesma maneira que haviam deixado pela manhã. Dessa vez, todos os agentes adentraram no recinto e viram uma cena que os deixou impressionados.

Havia um homem amarrado em uma cadeira no meio da sala.

Acetti e seus internos começaram a examiná-lo após alguns agentes desamarrarem o corpo.

— Homem de aproximadamente 35 anos... – começou a ditar as características de West. - ... causa da morte: tiro na região central do cérebro.

Enquanto Acetti terminava seu laudo, Luiws encontrou uma cápsula de munição vazia. Cuidadosamente, apanhou-a e guardou em um plástico para ser analisada. Junto com Adam, percorreram os outros cômodos da casa. Não encontraram nada de anormal, apenas uma enorme bagunça e objetos destruídos.

XXX

Cerca de duas horas depois, eles retornaram à sede.

Foram imediatamente à sala de Winter para reportar os fatos da operação.

Detalhadamente, eles narraram ao comandante que tinham encontrado um corpo amarrado na cadeira com um tiro na testa e uma perna com uma faca fincada.

A sala estava parcialmente destruída, os demais cômodos, com exceção de dois dormitórios estavam intactos.

— Encontramos a central de monitoramento da casa. – informou Luiws. – Trouxemos tudo que estava lá, computadores, CD’s, arquivos...

— Certo! – disse Winter tristemente.

— O Dr. Acetti, disse que não vai demorar a nos informar sobre os resultados obtidos no corpo da vítima. – anunciou Adam. – Saberemos o nome da vítima e poderemos traçar uma linha de investigação...

— Não será necessário, Ross. – informou Winter meio indiferente.

— Perdão, senhor! Não entendo o que está dizendo! – avisou Ross.

— Já temos um suspeito. – entregou os documentos que recebera de Dyana mais cedo.

— O homem chamava-se Carl West era um dos líderes do tráfico na cidade. A ex mulher dele está acusando o Hayes de ter assassinado o homem junto com Lorena Thompson.

Os dois agentes se assustaram e começaram a ler os papéis atentamente.

— Não há provas que liguem o Cristian ao assassinato dele. – disse Luiws ao terminar de ler. – Essa mulher pode estar mentindo.

— Infelizmente, ela me trouxe uma prova. – falou Winter, mostrando o vídeo.

— Senhor, em todo o caso, devemos esperar os resultados! – afirmou Luiws. – Esse vídeo pode estar adulterado.

O comandante deu um aceno e suspirou pesadamente.

Winter estava triste, tinha esperança de que aquela mulher fosse uma louca, que tudo não passava de um grande mal entendido, porém, todas as evidências até o momento, apontavam para Cristian.

Cerca de trinta minutos depois, alguém bate na porta.

— Entre!

— Comandante, pediram para entregar os resultados da perícia. – disse um estagiário.

— Certo, obrigado! – pegou a documentação e dispensou o garoto.

— Hora do óbito, aproximadamente 18 horas... – começou a ler.

Ao finalizar, atira os papéis na mesa, totalmente incrédulo com os resultados.

— O que diz aí, comandante? – indagou Ross.

— O marginal morreu com um tiro de pistola semiautomática, munição 38 super auto.

— E quanto às imagens? – perguntou Romero.

— Os peritos avaliaram as imagens da noite passada, comprovaram que elas são autenticas. – sentenciou tristemente.

Os dois agentes ficaram surpresos.

— Aquela carinha de inocente do Hayes nunca me convenceu totalmente. – disse feroz. – Talvez tenha até sido ele que matou meu primo e seu parceiro para salvar a vida daquela vagabunda e dos outros marginais.

— Claro que não, Cristian não seria capaz de fazer isso!

— Se ele teve coragem para torturar um homem amarrado e assassiná-lo a sangue frio, porque não mataria dois agentes que ele odiava? – questionou Adam.

— Então, o que o vai acontecer agora? – inquiriu Luiws, ignorando Adam

— Sei que ele é amigo de vocês, entretanto, não tenho outra opção, - comandante fechou os olhos por alguns momentos, - vou mandar expedir uma mandato de busca e de apreensão na casa de Cristian e um pedido de prisão preventiva. – sentenciou Winter. – Me entreguem os relatórios da operação o mais rápido possível, hoje de preferência, vou encaminhar isto para o Juiz.

— Sim senhor! – disseram os agentes, saindo em seguida.

Sozinho o comandante olhou novamente para o relatório do instituto, tentando encontrar alguma coisa que não ligasse o assassinato a Cristian. No entanto, não obteve sucesso.

“Lamento muito, Cristian.”

XXX

Em Los Angeles, Cristian e os outros estavam tentando pensar em um plano para impedirem Mullins de obter o segundo chip, porém, todas as ideias que apareceram, era uma mais estupida do que a outra.

O grupo persistiu por mais alguns minutos, mas em determinado momento, Cristian se cansou de desperdiçar mais tempo.

— Já chega! – disse exaltado. – Ficar aqui com ideias idiotas não nos ajudará em nada. Vou para a sede da Interpol. – sentenciou ele.

— Hey, espera aí! – exigiu Lorena. – O que você vai fazer?

— Vou ficar vigiando, se o grupo aparecer, improviso alguma coisa. – disse, apanhando as chaves e sua carteira.

— Isso não vai dar certo! – recitou Vinicius rispidamente.

Cristian o olhou com descaso, estava cansado dele e seus acessos de ciúmes infantis.

— Você por acaso tem alguma ideia melhor? – inquiriu com desdém.

Vinicius não respondeu.

— Foi o que eu pensei. – concluiu, voltando-se para Lorena. – A sede é próxima, se acontecer alguma coisa, eu mando uma mensagem, caso contrário, daqui a umas 3 horas, vocês se encaminham para lá.

— Entendido! – respondeu prontamente.

XXX

Do outro lado da rua, Mullins continuava a examinar a casa.

Não tinha conseguido pensar em nenhuma ideia para atacá-los sutilmente; todas que teve até o presente momento, foram chamativas demais. Descrição era sua principal arma, se não fosse por isso, há muito já estaria fichado e talvez preso novamente.

Outro problema era que não podia ferir o policial, ele era essencial para seus planos.

Steven foi tirado de seus pensamentos ao ver o Fusion deixando a casa.

Conhecia Cristian muito bem, sabia que ele estava saindo com o carro, a grande questão era, ele estava sozinho ou com alguém?

Ele teria que checar.

Mullins correu até o quarto, colocou um sobretudo preto no guarda roupas, apanhou os óculos escuros e uma touca preta. Quando terminou, avaliou-se no espelho, estava confiante que não era possível ser reconhecido. Era hora de atacar.

XXX

Dentro da casa, o clima estava tenso, Lorena e Vinicius não paravam de discutir, Tales apenas observava a confusão sem se intrometer e Thabata tentava apaziguar o clima entre os dois.

Tão absortos nos conflitos, nenhum deles percebeu o estranho rondando a casa. Mullins aproveitava-se da baderna, para observar o local.

“Esses imbecis nunca mudam, continuam exatamente iguais, desleixados, estúpidos e escandalosos.” analisava-os mentalmente.

Continuava à espreita, tinha que dar um jeito de eliminá-los rapidamente. Por causa deles, algumas partes de seu genioso plano não tinham saído como esperava. Cristian deveria estar preso a essas alturas, condenado pelo assassinato de West, não perambulando pelas ruas livremente.

Do nada, sem qualquer esforço, uma ideia se formou em sua mente.

Iria sabotar os freios do carro.

Certo, esse plano podia não ser brilhante ou complexo, porém era bem possível trazer resultados satisfatórios, uma vez que eles não examinariam o veículo antes de sair, e quando se apercebessem, seria tarde demais.

Sorrindo maliciosamente, Mullins deitou-se embaixo do carro e cortou a mangueira do fluido de freio. Logo o líquido vermelho começou a escorrer do reservatório.

Satisfeito com o serviço, saiu de onde estava e voltou a encaminhar-se para seu esconderijo.

No entanto, Lorena olhava pela janela naquele momento e pôde observar um vulto completamente estranho se afastando da casa.

Rapidamente, mandou todos se calarem.

— Tinha alguém bisbilhotando aqui! – alertou preocupada.

— Você viu quem era? – indagou Tales.

— Não deu para ver o rosto, ele trajava um sobretudo e gorro na cabeça.

— Vai ver era só um cara passando aqui na rua. – disse Vinicius com desdém. – Não se preocupem com isso agora. Temos coisas mais importantes para pensar.

Todos eles voltaram a discutir despreocupadamente, a única exceção foi Lorena, ainda achava tudo muito esquisito. Uma sensação ruim começava a apoderar-se dela, no entanto, esperava que fosse apenas sua imaginação.

XXX

Em Nova York, Bob estava desesperado. Não sabia o que fazer diante do problema que tinha aparecido.

Tinha tentado falar com o Cristian desde o momento em que o comandante tinha terminado de falar com ele, mas sem sucesso.

Com o passar das horas, a tensão de Bob aumentava.

Estava para tentar falar com Cristian novamente quando Luiws chegou.

— Bob, posso falar com você?

— Claro! – respondeu, tentando ocultar o desespero que sentia.

Luiws sentou-se e começou a examinar a expressão que seu colega carregava na face.

— Você está ciente do que está acontecendo com o Cristian? – indagou preocupado.

— Sim, o comandante me mostrou as imagens. – disse pesarosamente. – Mas aquilo não prova nada, elas pod...

— Bob, acalme-se. – ditou apressadamente. – Eu conheço o Cris, sei que ele não seria capaz de assassinar ninguém daquela maneira, mesmo sendo um bandido perigoso; o grande problema é que todas as provas estão apontando que ele é culpado.

— Que provas? – perguntou irônico. – Um vídeo que seguramente foi alterado, essa é a única prova que o comandante tem, não existem provas físicas, arma ou munição para fazer exame de balística, nem testemunhas. – finalizou furioso.

— Bob, acabei de chegar da favela, o corpo do West estava no mesmo local que mostra no vídeo. – explicou Luiws. – Encontramos também um projétil de uma 38 super auto. Os legistas confirmaram que o vídeo é verdadeiro.

— Isso é impossível! – bradou, levantando-se da cadeira e encarando ferozmente seu companheiro.

— Bob, mantenha a calma! Eu também não gosto da situação, porém, temos que trabalhar muito para conseguir inocentar o Cristian e só vamos conseguir isso mantendo a serenidade, não adianta ficar berrando.

— Certo! Você tem razão. – concordou acalmando-se. – O que o comandante vai fazer agora? – indagou preocupado.

— Ele pediu ao juiz uma ordem de busca e apreensão na casa do Cristian; dependendo do que for encontrado lá, - fechou os olhos por alguns segundos e respirou fundo, - o comandante pode até prendê-lo.

XXX

Vinicius havia perdido a paciência.

Apanhou as chaves do carro e se dirigiu para a porta.

— Eu vou para a Interpol esperar o Mullins também! – sentenciou furiosamente. – Quem quiser vir comigo, venha logo!

— Vinicius, - chamou Thabata, - o Cristian disse...

— Que se dane o que aquele policial de merda disse, ele não é meu chefe nem nada. – bradou, com os olhos brilhando de fúria. - Não vou seguir ordens dele.

Não tendo outra opção, os outros seguiram seu parceiro.

Thabata e Tales acomodaram-se no banco traseiro, Vinicius no banco do motorista e Lorena ao seu lado.

Nenhum deles percebeu que alguém os vigiava.

XXX

Após sabotar os freios do carro, Mullins tinha voltado à sua casa e continuado a olhar para os vizinhos, esperando.

Um grande sorriso cruzou seus lábios ao ver os quatro jovens entrando no veículo. Segundos depois, o carro deixa a casa seguindo em direção oposta. Como Mullins tinha previsto, nenhum deles examinou o carro, e agora, pagariam o preço pelo descuido.

— Está na hora do show! – disse, apanhando o celular.

XXX

Na Interpol de Los Angeles, o comandante Axel Crueses estava terminando de analisar uns relatórios que havia recebido.

Axel era branco, seus olhos azuis eram frios, suas feições duras como pedra, o corpo era definido, tinha aproximadamente 45 anos e também era calvo. Em muitos aspectos, aparentava ser um profissional competente, rígido, uma inspiração para todos os subordinados, porém existia uma parte obscura de sua personalidade.

Ao terminar com os relatórios, Axel se recosta em sua cadeira afim de ter alguns minutos de descanso. No entanto, seu repouso foi interrompido ao receber uma ligação.

— Crueses!

— Escute bem, houve uma mudança de planos, - explicava Mullins – dê início ao plano imediatamente. — ordenou.

— Não! – replicou com autoridade. – Ainda há muitos agentes na Interpol e civis nas ruas, não vou começar nada até que o expediente tenha acabado e meus agentes estarem seguros.

— Acho que você não entendeu o que eu disse,— começou com suavidade. – inicie o ataque agora mesmo!

— Já disse que não! – contrapôs com fúria. – Não vai conseguir me convencer do contrário.

Mullins fechou os olhos por instantes, e sorriu.

— Axel, Axel, você deve ter se esquecido do que eu sou capaz, isso é um grande erro da sua parte; pois bem, já que pedir educadamente não resolve, terei de usar outras táticas.

— Nada do que...

— Se você não começar com o ataque imediatamente, eu vou expor todas as informações que tenho sobre você. – ameaçou friamente. – Parceria com redes de tráfico, exploração de menores, lavagem de dinheiro, desvio de verbas federais e há muito mais; se isso for a público, você perderá seu cargo, e correrá o risco de ser morto!— finalizou com satisfação.

Axel não disse nada.

— Pense bem, comandante.— falou com deboche.

Axel respirou fundo.

— Tudo bem, você venceu. – proferiu vencido.

Excelente escolha rapaz, ainda bem que você é sensato.— debochou novamente. – O que está esperando? Comece.— disse ele, encerrando a ligação.

Axel permaneceu com o celular no ouvido por mais alguns momentos antes de colocá-lo na mesa. Dirigiu-se até à janela com lentidão, permaneceu olhando para a rua com pesar. Naquela hora, havia alguns pedestres andando calmamente na praça próxima à sede, jovens estavam curtindo a juventude, pedalando, conversando, namorando, haviam também algumas crianças brincando junto com seus pais. Tudo estava tranquilo. Não suportando mais observar, fechou os olhos por instantes e finalmente acionou um pequeno dispositivo que estava em seu bolso.

XXX

Mullins não conseguia parar de sorrir, seu plano era perfeito.

Para que o ataque ao comboio tivesse sucesso, era necessário criar uma distração. Smith, Rojas e White eram capazes de liquidarem com os condutores dos carros que seguiam o comboio, porém se por alguma razão chegassem reforços, a coisa sairia de seu controle. Portanto, Mullins havia planejado cuidadosamente seu ataque. Havia escondido diversas bombas ao redor do perímetro da Interpol, fixadas em carros no estacionamento, outros na rua, outras ainda em mesas… ou seja, quando todas explodissem, seria um grande caos e não conseguiriam mandar nenhum reforço ao comboio a tempo.

No entanto, ele não poderia estar presente na hora, não podia correr o risco de alguém associá-lo aos atentados, porque caso isso acontecesse, seus planos seriam destruídos. Não podia correr esse risco.

Foi então que lembrou-se de um velho “amigo”, o comandante Crueses.

Chantagear o homem foi fácil; com todos os atos ilícitos que ele havia cometido, não foi difícil convencê-lo a ajudar. Então, Mullins tinha mandado um dispositivo que acionaria o timer das bombas.

Havia concordado em detonar as bombas somente após o expediente, porém com a presença inesperada de Cristian, teve de mudar os planos. De fato, a ideia de explodir as bombas ainda no horário de serviço o deixava exuberante. É como um prazer sádico saber que pessoas iriam morrer por sua causa.

Ainda usando o sobretudo, os óculos e o gorro, Mullins sai de casa, entra em seu carro e segue para a Interpol.

“Não quero perder o melhor show de todos.”

XXX

Vinicius dirigia a toda velocidade para a Interpol, o bairro onde tinham alugado a casa era bem afastado do centro, por esse motivo as ruas eram quase desertas, além de serem precárias e mal sinalizadas.

Ele estava furioso; sua fúria era dirigida a uma pessoa: Cristian Hayes, o maldito policial que salvara duas vezes sua vida. Como o odiava.

— Vinicius, vai mais devagar! – pediu Tales.

— Deixa de ser covarde! – retrucou com rispidez. – Eu sou um piloto de fuga, nada pode me pegar.

Lorena olhou para ele com incredulidade, percebeu que ele estava meio transtornado, meio fora de si.

— Diminua a velocidade! – exigiu com autoridade. – Nenhum de nós está duvidando das suas habilidades no volante, porém não há necessidade de correr dessa maneira.

Vini olhou para ela por alguns segundos, quis retrucar, brigar, mas ao olhar em seus olhos, perdeu totalmente à vontade. Pisou no freio, mas para sua surpresa o carro não desacelerou.

Desesperado, ele começou a pisar sucessivamente e com mais força no pedal, porém nada acontecia.

— O freio não está funcionando! – berrou desesperado.

— O quê? – gritaram os três ao mesmo tempo.

— Não funciona! – bradou ele.

— Meu Deus! – exclamou Thabata.

A cada minuto, o carro acelerava mais; não tinham como controlar.

Vinicius estava se esforçando para tirá-los dessa situação, estava manobrando o carro para evitar os solavancos que estavam cada vez mais frequentes e fortes. O carro estava se aproximando do centro. O perigo aumentava a cada trecho que percorriam. Já no primeiro cruzamento havia um semáforo, o sinal para eles estava amarelo.

Todos os tripulantes do carro ficaram apreensivos.

O sinal se fechou.

O Ford ka conseguiu passar antes que os carros da outra pista começassem a avançar.

Respiraram aliviados por alguns segundos. Vinicius tentava reduzir a velocidade com o freio de mão, mas a cada tentativa o carro derrapava e não era possivel ter um controle sobre o veiculo. A rua onde estavam era uma descida com vários cruzamentos, a grande maioria com semáforos. O perigo ainda estava presente.

Conseguiram passar por três desses cruzamentos, no entanto, não tiveram tanta sorte no quarto.

Um caminhão cargueiro estava passando pelo cruzamento naquele momento.

— Tem um caminhão! – berrou Lorena. – Vamos bater!

Todos olharam desesperadamente para o caminhão, na cabeça de cada um deles começou a passar um filme sobre vida, e segundos depois o carro chocou violentamente contra o caminhão.

XXX

Mullins seguia com seu carro tranquilamente.

Em seu rosto, estava estampado um grande sorriso; imaginava o grande cenário de destruição que encontraria.

Continuou dirigindo calmamente, quando visualizou um terrível acidente de carro; um Ford Ka tinha batido contra um caminhão.

Mullins parou o carro para poder apreciar a cena.

Ele tinha que agir rapidamente, foi até o caminhão do homem oferecer ajuda.

O motorista do caminhão estava atordoado, tentava soltar o cinto de segurança para sair e tentar ajudar os tripulantes do carro.

— Amigo, você está bem?

— Sim, por favor, ligue para a emergência. – pediu desesperado.

Mullins olhou para o homem por alguns segundos, antes de subir na cabine e quebrar o pescoço do motorista com um golpe rápido. Após isso, fechou a porta e se dirigiu para o carro destruído, mais precisamente, para o lado do passageiro.

Lorena Thompson estava lutando contra a inconsciência, ela tinha várias escoriações pelos braços e um pequeno corte na sua testa onde escorria sangue.

O homem se debruçou na janela destruída e encarou-a sorrindo, seu prazer aumentou no instante em que a garota ferida arregalou os olhos ao vê-lo parado ao seu lado, sorrindo cruelmente.

— Minha querida, - sussurrou em seu ouvido, - teria evitado tantos problemas para mim se tivesse morrido quando você deveria. – ditou suavemente - Mas não se preocupe, seus amiguinhos estão mortos, e você logo encontrará eles no inferno, então relaxe e deixe a morte vir te buscar. – finalizou sadicamente seu discurso com um grande sorriso no rosto.

Lorena tentou falar, mas não conseguiu proferir nenhuma palavra, apenas olhou para o homem à sua frente com dificuldade para finalmente sucumbir à escuridão.

Mullins poderia a ter matado, porém tinha avistado alguns carros se aproximando, então voltou para seu carro e partiu rapidamente daquele local, torcendo para que Lorena morresse junto com os outros.

XXX

Smith, Rojas e White estavam preparados para agir.

Tinham chegado ao local designado por Mullins há alguns minutos; logo que chegaram, começaram os preparativos. No porta malas estava uma grande variedade de armas.

Depois de selecionarem as que seriam utilizadas, voltaram para o carro e esperaram.

O lugar era completamente deserto como se estivessem perdidos no meio do nada.

A estrada era um tanto irregular, não possuía sinalização. No lado direito tinha uma grande parede de rochas, no lado esquerdo um grande precipício. Por essa razão, esse era o local ideal para atacar.

Kimberly estava sentada no banco do passageiro, Smith no banco traseiro e Rojas estava ao volante.

Para amenizar o tédio que sentiam, Smith e Rojas ligaram o rádio do celular de Rojas em um jogo de futebol americano. Kimberly, que não simpatizava com esses esportes, limitou-se a elevar os pés, acomodá-los em cima do porta luvas e a olhar com desaprovação para os garotos.

Passados cerca de vinte minutos, o GPS começou a emitir um barulho alto. Esse ruído significava uma coisa; o comboio estava de se aproximando.

Os tripulantes do carro entraram em alerta máximo e começaram a checar suas armas e outros apetrechos.

Minutos depois, dois carros SUV pretos apareceram correndo pela pista, seguido do comboio militar e mais atrás ainda outros dois SUV, fechando a segurança.

— Mullins nos disse que seriam seis carros para proteger o comboio. – disse Rojas antes de ligar o veículo.

— Bom, quanto menos proteção melhor. – falou Smith animado. – Vai ser ainda mais rápido.

— Vamos voar pessoas! – gritou entusiasmado, acelerando.

Assim que começaram a perseguir o comboio, Kimberly abriu o vidro do carro e saiu com a metade do corpo para fora. Segurava uma metralhadora.

Smith abriu a janela e subiu no teto do veículo, sem esforço. Empunhava duas armas semi automáticas.

Kimberly atirou em um dos SUV’s que protegiam a retaguarda do comboio.

A parte traseira do carro ficou completamente destruída, os pneus traseiros furados fizeram com que o motorista perdesse o controle do carro e com uma ajudinha de Rojas, o SUV caiu penhasco abaixo.

— Um a menos. – berrou Smith.

Rojas acelerou ainda mais o carro e acertou em cheio na traseira do veículo. O carro freou bruscamente, porém Rojas continuava a toda velocidade. Seu objetivo ficou claro. Fez o carro bater contra o comboio, formando uma espécie de ponte andante.

Kimberly subiu no teto do carro com Smith, ambos pularam para o SUV preso entre o comboio e o carro de Rojas.

White entrogou a metralhadora para o homem musculoso e subiu a bordo do comboio. O homem sorriu e atirou diversas vezes no teto do carro, acertando também todos os tripulantes.

Assim que cessou os tiros, ele fez um sinal para Rojas reduzir a velocidade e logo em seguida entrou no comboio também.

Quando Rojas desacelerou o carro, o SUV ficou totalmente descontrolado e também caiu no precipício.

Quando Smith entrou no comboio, a grande maioria dos guardas já estavam mortos. Kimberly ainda atirava neles. Sem perder mais tempo, ele carregou a metralhadora e disparou nos restantes, que foram caindo, um a um.

—Rojas, os guardas já eram, assume a direção do comboio. – disse via rádio.

— Entendido! – respondeu prontamente.

Usando um notebook e alguns programas, Rojas conseguiu controlar o comboio.

— Isso foi divertido! – falou sorrindo admirando toda o cenário de morte e destruição.

— Muito, mas vamos sair logo daqui. – exigiu autoritária. – Estamos chegando à ponte, e temos que ser rápidos.

— Qual é Kimi? Aproveite mais um pouco. – insistiu Smith.

A garota limitou-se a olhar perigosamente para o homem por instantes e em seguida apanhou uma maleta que estava em cima de uma mesa.

— Faça alguma coisa de útil, me ajude com as bombas, Smith. – ordenou raivosa.

— Mandona! – retrucou com diversão.

Os dois deixaram algumas bombas espalhadas pelo interior do comboio.

Quando terminaram, saíram rapidamente.

O tempo estava se esgotando.

Ao avistar os aliados na porta do comboio, Rojas acelerou o carro e ficou quase que colado na traseira do comboio.

Smith pulou primeiro, Kimberly o imitou levando o chip, mas saltou mal e quase caía do carro. No último segundo, ele conseguiu agarrá-la com força, impedindo que ela caísse na pista.

O mexicano parou o carro rapidamente para que ambos pudessem entrar.

— Temos o chip! – falou orgulhosa, exibindo a maleta para Rojas. - Vamos terminar o serviço e dar o fora!

Os garotos acenaram em concordância.

Rojas acionou um botão que estava no volante; com isso, um cabo de aço que estava cuidadosamente instalado alguns quilômetros à frente, num lado preso na grade da ponte e no outro preso à parede de rochas, foi acionado. O cabo esticou cruzando a pista de fora a fora.

O carro que liderava a segurança do comboio freou bruscamente ao ver o cabo esticado na pista, porém era tarde demais; o carro bateu no cabo e começou a capotar violentamente até parar alguns metros à frente totalmente destruído.

O segundo carro teve um pouco mais de sorte e conseguiu parar a tempo, no entanto, o comboio que Rojas controlava, vinha logo atrás e acertou o SUV com bastante força. O comboio e os carros embateram no cabo e ambos capotaram. Nesse momento, Smith acionou o detonador das bombas e tudo explodiu com uma força violenta. O choque das explosões sacodiu o vidro do carro de Smith e dos outros.

— Serviço completo! – disseram os três em uníssono.

Rojas deu a volta e seguiram para longe daquele lugar levando o chip.

Alguns metros mais à frente, eles se depararam com um helicóptero e algumas outras viaturas.

— Saiam do carro com as mão para cima, vocês estão presos. – ordenou uma voz ampliada com um megafone.

— Adam, pegue a metralhadora ponto 50 e derrube o helicóptero. – pediu olhando para ele. – Rojas, seria uma boa hora para essa lata velha ter alguns outros truques. – falou apanhando algumas armas.

— Vamos ver se você vai continuar a chamar esse carro de lata velha depois do que eu mostrar o que ele pode fazer. – informou ele sorrindo.

Rojas apertou outro botão e do capô do carro apareceu uma arma que começou a disparar, agraciando com uma grande saraivada de balas os policias. Alguns morreram imediatamente outros conseguiram se esconder nas portas das viaturas.

O helicóptero começou a atirar neles, o barulho era ensurdecedor, porém não possuíam uma mira muito boa. Se aproveitando desse fato, Smith abriu a porta do carro e atirou diversas vezes contra o atacante aéreo. Em menos de um minuto, o helicóptero caiu e explodiu. O carro continuava a disparar contra os outros veículos. Kimberly saiu do veículo e atirou duas granadas na direção dos atacantes.

— De ré! – berrou ao Rojas.

O rapaz obedeceu imediatamente e segundos depois, houve outra violenta explosão.

Eles se aproximaram novamente do local e constataram a destruição dos carros.

Sorrindo satisfeitos, continuaram a viagem de volta até o esconderijo, orgulhosos de si mesmos.

XXX

Lorena estava começando a recobrar a consciência.

Em sua mente as palavras de Mullins ainda eram ouvidas com clareza. “Minha querida, teria evitado tantos problemas para mim se tivesse morrido quando você deveria. Mas não se preocupe, seus amiguinhos estão mortos, e você logo encontrará eles no inferno, então relaxe e deixe a morte vir te buscar.”

Lorena acordou assustada, sem saber onde estava. Olhando em redor viu, com desespero, Tales atravessado no para-brisas do carro, as suas pernas estavam bem próximas ao rosto e na lateral do caminhão encontrava-se uma grande mancha de sangue.

Ao olhar para o banco traseiro, pôde ver Thabata com os olhos abertos e vidrados, seus cabelos loiros encharcados de sangue fresco e diversos cacos de vidro sobre seu corpo.

Desesperada, Lorena olhou para Vinicius e para seu alivio constatou que ele ainda respirava, mas com certa dificuldade. Ele estava desacordado.

Ela tentou abrir o cinto de segurança, entretanto ele não abria. Acabou lembrando de uma lamina que Vinicius sempre carregava consigo. Com muita dificuldade, conseguiu pegá-la no bolso traseiro de sua calça e usou para cortar o cinto.

Tentou sair pela porta do passageiro, mas não conseguia. Começou a dar diversos chutes na porta até que finalmente se abriu e Lorena conseguiu sair do carro.

Quase que imediatamente, vai até Tales.

— Tales, acorda, por favor. – implora para ele.

No entanto, Tales estava morto, ao seu redor tinha sangue e pedaços do que um dia foi seu cérebro.

Lorena parte para o banco traseiro.

— Thabata. – chamou, sacudindo-a.

A garota continua imóvel, com os olhos abertos e vazios; o impacto da batida fez com que ela batesse a cabeça no vidro do carro, explodindo-o em milhares de pedaços.

Lorena, ainda mais desesperada, correu até Vinicius.

— Vinicius, Vinicius, por favor, não me deixe aqui sozinha. – pediu entre lágrimas, agarrando sua camisa pela janela do veículo.

O rapaz começou a se mexer fracamente. Alguns segundos depois, abriu um dos olhos e viu, com a visão turva, a garota que amou durante toda a sua vida.

— Lo-Lorena – sussurrou com dificuldade.

Ao ouvir a voz fraca de Vinicius, ela abriu um imenso sorriso.

— Que bom que você está vivo! – disse, abraçando-o e fazendo-o gemer de dor.

Ao ouvi-lo, Lorena olhou melhor para ele e viu, com desespero, um ferro empalando-lhe o lado esquerdo do corpo.

— Meu Deus! – sussurrou angustiada, ao ver a mão manchada de sangue. – Vini fique consciente, não desista! Eu vou te tirar daí.

— Lo-Lorena, é tarde de-demais, e-eu vou morrer!

— Não – berrou ela, - eu não vou deixar você morrer!

— Eu t-te amo, sempre... – sua frase foi interrompida por tosse e jatos de sangue – sempre te a-amei, e vou amar para sem-sempre. – respirar estava se tornando doloroso e difícil. Fechou os olhos.

Lorena foi assolada por um terror sem igual, nunca tinha sentido algo parecido na vida.

Medo.

— Eu também amo você! Por isso, você não pode morrer, temos que ser felizes, esse é o nosso destino. – disse em meio a soluços e lágrimas.

Porém Vinicius não a escutou, assim que declarou seu amor para a Lorena, havia sucumbido aos ferimentos. Ele havia partido.

Lorena ficou ali, abraçada ao corpo do Vinicius, sentindo-se culpada, sentindo-se miserável.

“Ele morreu sem nunca ter ouvido que eu o amava.” lamentava-se mentalmente.

Naquele momento, queria estar morta com seus amigos, queria fugir daquele mundo cruel, queira ficar em paz, queria Vinicius de volta.

— Eu juro, Mullins vai pagar muito caro por isso. Nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida, eu o matarei, custe o que custar!

XXX

Mullins estava mais feliz do que nunca.

Finalmente tinha conseguido se livrar dos seus antigos capachos. Vê-los daquela maneira, ensanguentados, foi o ponto alto do seu dia.

Estava se aproximando da Interpol, já esperava ver pessoas correndo desesperadas para um local seguro, por esse motivo, parou seu carro quatro quarteirões antes, e terminou o caminho à pé.

Quando chegou mais perto da sede viu com incredulidade que o local ainda estava calmo, não havia o tão esperado cenário de destruição, o que significava que o desgraçado do comandante não acatara suas ordens.

Fechou os punhos com força. Toda a felicidade que sentia minutos atrás se esvaiu e uma fúria insana o consumiu quase instantaneamente.

Com a respiração descompassada, os olhos brilhando em fúria e o coração desejando sangue, partiu para a Interpol.

— Vou mostrar para aquele bostinha o significado da palavra terror! – cuspiu com raiva as palavras.

Sem se importar em ser discreto, Mullins marchava furiosamente, ninguém o impediria de aniquilar o comandante. Quem entrasse em seu caminho, morreria da mesma maneira.

XXX

Cristian estava encarando a entrada da Interpol com atenção; não era um de seus passatempos favoritos, porém era necessário.

De repente, percebeu um homem de sobretudo e óculos entrando no prédio e em seguida um grande caos se instalou no local.

XXX

Ao adentrar no prédio, Mullins logo foi abordado por dois agentes que estavam na portaria.

Sem qualquer aviso, acertou um soco fortíssimo na garganta do primeiro. O outro guarda, ao ver a cena, tentou apanhar sua arma, porém foi lento demais. Mullins já estava com o revolver na mão e deu um tiro certeiro no meio da testa dele. Logo em seguida, disparou contra o segurança caído no chão.

Sem se deter um segundo, adentrou no elevador e apertou o botão que o levaria até à sala do comandante.

XXX

Axel continuava em sua sala observando pela janela. Não tivera coragem para executar a ordem de Mullins.

Estava ciente que ele estava se condenando à morte, porém não deixaria um louco como ele machucar pessoas inocentes; ele já havia errado muito na vida, entretanto, pela primeira vez, estava fazendo a coisa certa.

Estava ainda olhando pela janela de sua sala, quando a porta foi derrubada e por ela entrava um furioso Steven Mullins.

— Mullins. – disse com desdém. – A que devo essa visita odiosa?

O bandido ficou ainda mais irado com a expressão despreocupada que o outro apresentava.

— Você é um idiota! – bradou furiosamente. – Tudo o que tinha que fazer era apertar um único botão, nada mais que isso, seu imbecil.

— Já o tinha alertado, não vou permitir que você machuque pessoas inocentes! – respondeu calmamente.

Mullins gargalhou com deboche.

— Acha que você pode me impedir?

— Quem sabe! – retrucou, sacando sua arma e disparando contra Mullins.

O bandido rolou no chão atrás de um sofá para escapar aos tiros de Axel.

— Você cometeu um grande erro invadindo a Interpol. – disse Axel. – Sozinho não tem como você sair daqui com vida. Vamos lá, mata-me! Não é isso que veio fazer?

Mullins saiu do lugar onde estava e investiu contra o comandante acertando-lhe três socos fortíssimos na face.

Axel não se abalou com os golpes e revidou, acertando uma boa sequência de socos por diversos lugares do corpo do oponente.

Mullins acertou-lhe no esterno com uma cotovelada e aplicou-lhe uma chave de braço, que deixou o comandante preso e com pouco oxigênio.

— Eu vou te matar! – berrou em fúria.

O comandante conseguiu projetar o corpo de Mullins para frente, se livrando dele e fazendo com que se espatifasse em uma mesa de centro. Aproveitando-se dessa sua rápida vantagem, correu até sua arma.

Iria acabar com esse bandido de uma vez por todas.

Porém, ao alcançá-la, o comandante sentiu uma dor imensa em suas costas.

Desmorona no chão, lutando para respirar.

Mullins deitado em meio aos cacos, havia arremessado uma arma branca em direção ao comandante. A faca atingiu um ponto entre a espinha cervical que o paralisou totalmente.

O bandido levantou-se calmamente, foi em direção ao homem e abaixou-se até ficar com seu rosto a centímetros de Axel.

— Você nunca pode me impedir! – falou com escárnio.

— Mate-me logo! – exigiu.

Mullins começou a olhar nos bolsos do comandante, procurando o dispositivo.

— Ah, encontrei! – disse zombeteiro. – Agora, antes de você morrer, vou te mostrar que ninguém pode me deter e que você sempre foi um inútil.

Apertou o dispositivo, e em menos de um minuto, ouviram várias explosões e sentiram tremores no prédio.

O bandido sorria exultante enquanto admirava a destruição.

— Meu dever está quase completo, - informou para Axel. – Você não precisava morrer, era só ter seguido minhas instruções. – disse desapontado.

— Vai para o inferno! – sussurrou sem forças.

Mullins gargalhou.

— Tenha certeza que você irá primeiro que eu! – debochou.

Se levantou e retirou de um dos bolsos do sobretudo, um frasco que mostrou ao homem.

— Sabe o que tenho na minha mão?

— Puta que te pariu, me mate logo! – proferiu furiosamente.

Mullins não se importou com a ofensa e continuou seu show sádico. Abriu o frasco e começou a jogar o liquido em Axel, que imediatamente percebeu o que o bandido iria fazer.

Mullins foi até à mesa do comandante e pegou um charuto, depois, voltou ao campo de visão do homem, sentindo o cheiro de tabaco.

— Você tem bom gosto. – elogiou-o inalando novamente o aroma do charuto, depois pegou um isqueiro do bolso, acendeu o tabaco e o guardou novamente. – Porém, infelizmente, eu não fumo. – falou calmamente, atirando o charuto aceso no corpo de Axel.

O fogo se alastrou rapidamente, logo todo o corpo do comandante estava em chamas. Axel gritava desesperadamente, porém ninguém conseguia ouvi-lo.

Mullins saiu para fora da sala sem olhar para trás. Ostentava em seu rosto um grande sorriso de satisfação.

XXX

Enquanto o comandante da Interpol de Los Angeles estava em chamas, em Nova York os agentes Romero e Ross estavam discutindo com o comandante Winter sobre ir ou não à casa de Hayes naquele dia.

— Essa é minha decisão, e não vou mudar de ideia. – informou autoritário.

— Senhor, o expediente está quase no fim, - Romero começou a argumentar, - podemos esperar para ir na casa do Cristian amanhã. Sabemos que ele não vai fugir, e o senhor já deixou os aeroportos e vias de acesso em alerta caso ele queira fugir.

— Essa é minha última palavra! – gritou furiosamente. – E o próximo que falar mais alguma coisa sobre isso, está fora deste caso. Reúnam alguns agentes para ir até à casa dele. – ordenou mais calmo. – Eu irei também.

Os dois acenaram com a cabeça e se retiraram da sala.

— Eu espero, do fundo do coração, que não encontremos nada que te ligue mais aos crimes, Cristian, pois caso contrário, não terei outra alternativa senão prendê-lo. – falou para ele mesmo, saindo da sala.

XXX

Toda a destruição que Mullins havia provocado na Interpol não parecia ser suficiente para ele. Fez questão de passar em cada andar do edifico e atirar granadas.

Quando chegou no térreo, praticamente todo o edifico estava destruído, muitos agentes que se encontravam nos andares foram mortos, alguns mais sortudos conseguiram se salvar, mas isso era o de menos para ele. A felicidade que sentia quando viu seus antigos ajudantes mortos, tinha retornado.

XXX

Cristian estava há algumas horas na frente da Interpol.

Havia percebido um estranho de sobretudo e gorro entrar no prédio, minutos depois várias explosões aconteceram simultaneamente, algumas dentro do prédio, outras em um parque próximo, carros explodiram… enfim, o cenário atual era um caos total, sua sorte é que havia parado a uma distância segura.

Deixou seu carro e correu para ver se conseguia ajudar de alguma forma. Nesse momento, mesmo com toda essa confusão, conseguiu ver o mesmo homem misterioso saindo sorrateiramente do interior do prédio. Em seu íntimo, sentiu uma sensação ruim apoderar-se de si, sabia que esse homem era o causador de toda a destruição, sabia que esse homem era Mullins. Não podia deixar esse cara escapar ileso. Tinha que pegar esse desgraçado e recuperar seu filho.

Apanhou sua arma e começou a perseguir o homem.

XXX

Mullins tinha conseguido sair do prédio sem qualquer empecilho, sentia-se forte, poderoso, mas percebeu que estava sendo seguido por alguém. Ao olhar de relance, percebeu quem era. Cristian Hayes.

Ele poderia ter despistado seu rival, no entanto, achou melhor ter uma conversinha com ele.

Começou a correu, queria conversar a sós com ele, sem intromissões ou olhares curiosos.

Cristian também acelerou mais seus passos, não podia perder o homem de vista, era a chave para ter seu menino de volta, estava perto, muito perto!

Continuaram na correria por mais alguns quarteirões, até que Mullins propositadamente, virou em uma ruela sem saída. Ficou parado, encarando o muro, sorrindo, enquanto aguardava a chegada dele.

Segundos depois, Cristian apareceu.

— Não tem para onde fugir, - falou autoritário apontando sua arma. – Vire-se devagar e levante as mãos.

Mullins gargalhou.

— Se não me engano, você não tem jurisdição para me prender aqui! – retrucou ele com diversão.

— Chega! Eu mandei você se virar devagar e levantar as mãos! Faça isso ou eu irei atirar! – ordenou novamente com rispidez.

— Ai ai, havia me esquecido como sua voz é irritante. Esse seu jeitinho de bom samaritano me deixa enjoado, Cristian. – falou casualmente.

Cristian ficou sem entender, do que aquele cara estava falando?

— Do que...

— Faz muito tempo que não nos vemos, não é? – indagou, retirando os óculos escuros e o gorro da cabeça e virando-se finalmente para encarar os olhos azuis iguais aos seus. – Irmãozinho.


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Notas finais do capítulo

Caramba!!! Mullins é irmão de Cristian.
O que será que vai acontecer nesse reencontro dos dois. E quem ficou triste pela morte de Vinicius, Tales e Thabata? Até eu me emocionei nessa parte.
Façam um esforço e deixem um comentário por favor! Até o próximo.



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