Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 13
A verdadeira intenção de Mullins parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoal, tudo bem?
Trago aqui o capitulo 13. Agora iremos conhecer qual é os planos de Mullins e suas reais intenções com Cristian. Algum palpite???

Boa Leitura!



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— Ow, calma aí Cristian! – ditou apressadamente. – Não podemos simplesmente ir até Los Angeles, temos que agir com calma, além de que, nem sabemos onde ele está. Precisamos pensar em um plano melhor.

— Não temos tempo para isso Bob! – afirmou ele. – Temos poucas horas até à mudança do chip. Se perdermos essa chance, já era!

— Então vamos falar com Winter, ver se ele pode…

— Não! – negou taxativamente. – Não quero que ninguém se envolva nessa história, principalmente ele.

— Cristian...

— Bob, você ainda não percebeu o que está acontecendo? – indagou preocupado. – Esse cara não é um traficante qualquer, como sempre pensamos, ele é muito mais ardiloso e esperto. Sem contar que se o que aquela agente disse for verdade, não podemos confiar em ninguém. Vai ser só nós dois. Você está comigo ou não?

Bob ponderou por vários instantes.

— Tudo bem! Estou com você! Mas o que iremos fazer, você tem alguma ideia?

— Eu e os outros iremos para L.A. – respondeu apressadamente.

— E depois? – perguntou novamente.

— Ainda não sei, mas quando estivermos lá, será mais fácil ver o que podemos fazer para impedi-lo.

Bob colocou as mãos no rosto e negou com a cabeça.

— E como você pretende ir até lá, quando seus amiguinhos estão sendo procurados pela polícia? Assim que eles entrarem no aeroporto, ele serão presos. – Informou sério.

— Já pensei em tudo, hoje de manhã eu – Cristian respirou fundo, tomando coragem para contar o que tinha feito – mandei fazer uns documentos falsos para Tales e os outros.

Bob arregalou os olhos.

— O quê? – gritou indignado - Cristian, isso é...

— Contra a lei! - completou -  Eu sei, mas que outra opção temos?

Bob não disse nada, porém sua expressão mostrava seu descontentamento, por sua vez, Cristian também não estava completamente satisfeito com essa situação.

— Não temos opção, Bob. Eu também não gosto disso, nem um pouco.

— Está certo! Tem um voo que sai daqui a uma hora para Los Angeles, ligue para os outros e avise para se arrumarem, me dê os documentos falsos, que vou ligar para um conhecido e comparar as passagens, dentro de vinte minutos eu passo na sua casa e levo vocês para o aeroporto.  – falou sério.

Cristian sorriu e correu até seu carro apanhando os documentos falsos e entregando-os para Bob que rapidamente ligou para a agencia Trip Advisor Flights. Conseguiu comprar as passagens para todos, usando o seu cartão de crédito.

Assim que desligou, Cristian deu um sorriso e o abraçou com carinho.

— Obrigado!

— Não precisa agradecer. – disse retribuindo o abraço. – Você faria a mesma coisa por mim. Vou ver se consigo pegar uns dias de folga no FBI para ir com vocês e...

— Não Bob! É melhor você ficar. – disse sério. – Quanto menos suspeitarem do que está acontecendo, melhor. E também se alguma coisa der errado, não quero que você acabe virando cúmplice ou manchando sua reputação. Eu me viro sozinho.

— Acorda seu idiota, eu já estou envolvido nisso até o pescoço. – ditou sorrindo. – No entanto, você tem razão. Ficarei por aqui e vou tentar te encobrir até onde eu puder.

Novamente eles se abraçaram e logo que desfizeram o abraço, Cristian lhe deu um aceno e saiu do carro, indo em direção ao seu.

Assim que entrou no carro, ligou para sua casa.

Vinicius ainda estava na sala, quando o telefone começou a tocar. Por sorte o telefone fixo de Cristian tinha identificador de chamada; ele tinha alertado para eles não atenderem nenhuma ligação, com a exceção do número dele e de Bob.

— Cristian, - disse com a voz azeda – aconteceu alguma coisa? – indagou com certa rispidez.

— Avise para os outros se arrumarem, vamos viajar para Los Angeles em uma hora. – informou Cris.

— Como?

— Apenas dê o recado e fiquem prontos, estou chegando em casa e passo as outras informações para vocês. – avisou, desligando em seguida.

— Cris... – Tentou chamar o policial, mas a ligação foi cortada.

Sem perder mais tempo, foi para o andar de cima da casa e avisou seus companheiros.

XXX

Dyana não podia estar mais feliz, naquela tarde.

Finalmente, ela estava com seu filho.

Depois que o segurança saiu de sua casa, Vicent Carter West, o pequeno garoto ainda vestindo o pijama azul tinha acordado assustado e chorando, chamando pelo seu pai.

— Calma filho, - pediu ela, se aproximando de seu menino e o abraçando carinhosamente.

Ao ser abraçado por sua mãe, o pequeno ficou ainda mais confuso.

— Mamãe? Onde eu estou? – perguntou ainda assustado.

— Estamos em casa, filho. – murmurou apertando-o com força.

— Cadê o papai?

— Filho, o papai, precisou ir viajar para muito longe, e pediu para eu cuidar de você até ele voltar. – mentiu com pesar.

Vicent parecia não entender o que a mãe falava, porém, nessa hora, alguém bateu na porta.

Dyana aproxima-se da entrada.

— Quem é? – interpelou ela.

Silêncio.

Ao abrir a porta, ela se depara com uma caixa. Antes de recolhê-la, vai até a parte externa da casa, olha para todos os lados e não encontra nenhuma pessoa, então ela regressa para o interior da casa, levando a caixa entre seus braços.

Momentos depois, ao abri-la, ela se depara com alguns documentos, um CD e um bilhete com os dizeres:

“Use isto para que a justiça prevaleça. Vá ao FBI o mais rápido possível.

Conto com você!

PS: Tem um presente para você nesta caixa.”

Não havia remetente, as palavras eram recortes de revistas e jornais.

Dyana pegou os documentos e passou a analisá-los. O que havia neles a surpreendeu completamente.

West tinha concedido a guarda de Vicent para ela, mas não apenas isso, tinha deixado duas casas e todo o dinheiro que juntou durante sua vida para ela. Dyana estava rica.

Quando terminou de examinar os documentos, ela começou a chorar copiosamente. Passados alguns minutos, enxugou as lágrimas; pegou seu celular e ligou para sua mãe.

Detalhadamente começou a contar tudo o que tinha acontecido nas últimas horas: a chegada do filho, o assassinato de seu ex esposo e o fato de agora ser rica. Pediu para sua mãe cuidar de Vicent, enquanto ela fosse ao FBI, denunciar o maldito agente e sua cúmplice que quase matara seu filho.

XXX

Cristian chegou em casa e encontrou os outros preparados para a viagem.

— Hey, policial, conte-nos o que está acontecendo! – exigiu Vinicius rispidamente.

— Agora não dá tempo! – entregou a cada um, seus novos documentos falsos.

— O que é isso? – pergunta Thabata.

— Documentos falsos! Vocês são procurados, então tive de providenciar novas identidades para vocês.

Cristian correu até seu quarto, pegou uma bolsa que estava escondida no guarda roupas, algumas perucas que estavam guardadas em caixas e uns bonés e depois voltou depressa para a sala.

— Coloquem isso! – entregou as perucas para as garotas e os bonés para os garotos.

— Porque eu usaria isso? – indagou Lorena.

— Quanto melhor for seu disfarce, menos chance há deles pegarem vocês! – falou rispidamente.

— Você guardava isso em casa? – perguntou Thabata, terminando de arrumar a peruca.

— Minha esposa tinha câncer! As seções de quimioterapia e radioterapia a fizeram perder os cabelos, então comprei diversas perucas para ela.

— Desculpe, eu...

— Tudo bem! Bob já deve estar chegando. – disse consultando o relógio.

Momentos depois, ouviram um carro buzinando em frente à casa.

— Vamos, é ele! – chama Cristian.

Todos saíram rapidamente com receio de serem reconhecidos, os quatro entraram depressa no carro.

Cristian trancou sua casa e por alguns momentos ficou observando-a, desejando que não fosse a última vez que a visse. Deixando esses pensamentos de lado, entrou no carro junto com os outros e partiram rumo ao aeroporto.

Assim que o carro começou a andar, as perguntas recomeçaram.

— Agora vocês podem nos contar o que está acontecendo? – perguntou Vinicius exasperado.

— Descobriram o dono do dente que encontramos na favela, - começou Bob prestando atenção no transito. – o homem se chamava John James, fomos até lá e uma moça nos deu um envelope com algumas cópias dos documentos que ele tinha entregado para o bandido.

— O que tinha nesses documentos? – inquiriu Lorena.

— A localização de 2 chips que podem ser usados para criar uma super bomba tecnológica que pode deixar um pais inteiro cego por semanas. – revelou Cristian. – Por essa razão estamos indo para Los Angeles.

— Se o chip está em Los Angeles, nós encontraremos o nosso desprezível chefinho lá! – concluiu Lorena com excitação.

— Descobriu a América! – resmungou Bob, apenas para Cristian.

Ele dá um sorrisinho.

— Temos que ser rápidos, o chip será transferido para outro local hoje à noite. – informou Cris.

— As passagens já estão compradas. - atalha Bob – Vão até o balcão da Trip Advisor Flights, apresentem os documentos e depois é só embarcar.

— Entendido! – falou Lorena.

O restante do trajeto foi feito em silêncio.

Ao chegarem no aeroporto, os quatro desceram primeiro, Lorena estava com uma peruca com longo fios pretos e óculos escuros, Thabata usava uma com fios curtos e castanhos, Tales usava um boné vermelho com N Y bordado em branco e Vinicius estava com um boné preto com a estampa do New York Yankees, o time favorito de Cristian.

Permaneceram no carro Bob e Cristian.

Bob estava tenso. Estava com medo; medo do que podia acontecer com Cristian, medo de perder seu melhor amigo.

— Bem, vou indo! – falou Cristian, quebrando o silêncio que se tinha instalado entre eles.

— Espere! – pediu, segurando-o pelo braço.

— Sim?

— Tome cuidado lá, Cris! – começou ele, tristemente, - Eu estou com medo do que pode te acontecer lá.

— Eu também estou com medo, mas, tenho que ir. – respondeu carinhosamente. – Meu filho está correndo perigo, não tenho outra escolha.

— Eu sei, o que mais me deixa preocupado é que eu não vou estar lá para te ajudar, te proteger...

Cristian abraçou-o com carinho.

— Me prometa que você vai voltar! – pede Bob com lágrimas nos olhos.

— Eu prometo! – fala com convicção.

O abraço se desfaz, porém em um súbito momento, Bob se aproxima de Cristian e beija-lhe os lábios.

O beijo dura meros segundos, porém foi o suficiente para acalmar Bob e deixar ainda mais dúvidas na cabeça de Cristian.

— Bob... – Cristian foi interrompido por seu amigo.

— Por favor, não fala nada. – pediu Bob, colocando um dedo nos lábios dele. – Apenas vamos fingir que isso nunca aconteceu.

Cristian respirava rapidamente, seu peito subia e descia com rapidez, sua mente tentava processar tudo que havia acontecido nos últimos segundos.

— Bob depois nós conversamos sobre isso! – informou encabulado. – Mas pode ficar tranquilo que nada mudou na nossa amizade. – falou sorrindo.

O agente fechou os olhos e respirou fundo.

— Tenho que ir, agora. - continuou olhando para o relógio. – estou com outro número, entrarei em contato com você sempre que eu conseguir. Se você puder, tranquilize meus pais sobre a viagem, e peça desculpas por não ter ir me despedir.

— Pode ficar tranquilo! – afirmou  – Tome cuidado e mantenha contato.

Cristian deu outro abraço em Bob e saiu do carro, se juntando aos outros e finalmente entrando no aeroporto.

XXX

Dyana estava parada em frente do prédio do FBI. Carregava consigo o CD que incriminava o agente corrupto e sua cúmplice.

Desde o momento que recebera essas provas, ela sabia que não seria fácil, que seria uma batalha duríssima em busca de justiça, entretanto, Dyana estava pronta para enfrentar tudo o que viesse.

Munida de toda a sua coragem, ela entrou na sede.

Havia uma agente na portaria, a mulher lixava suas unhas, tinha um olhar arrogante, como se todas as pessoas ao seu redor não fossem dignos de sua atenção. Usava uma camiseta branca com as leras FBI bordadas no peito, uma calça jeans escura e um tênis branco. Seus cabelos escuros presos em uma trança.

— Com licença, gostaria de falar com o comandante, por favor? – pediu educadamente.

A agente a encarou, examinando-a de cima a baixo.

— O comandante está ocupado! – falou rispidamente. – Volte depois.

— Como você poderá saber se nem ao menos pegou o telefone para perguntar? – retrucou com rispidez.

A agente se levantou e a encarou com um olhar assassino.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo? – indagou indignada. – Sou uma agente federal!

— Eu sou advogada! – respondeu com superioridade. – Estou aqui para falar com o comandante sobre um de seus agentes.

— Quem? – perguntou zombeteira.

— Isso, minha querida, já não é da sua conta! E se você estivesse tão interessada no seu serviço, você já tinha pego o telefone e perguntado sobre o comandante e não ficar me olhando com essa cara de mosca morta e lixando suas unhas. – concluiu furiosamente.

— Sua... Sabia que posso te prender por desacato? – indagou desafiadoramente.

—. Faça isso querida, me prenda por desacato, como disse anteriormente, sou advogada, conheço as leis e quando eu sair da cadeia eu acabo com sua carreira nessa agencia, sua arrogante. – rebateu irada.

A agente ia responder, porém o embate das duas foi interrompido pela chegada do Comandante.

— O que é que está havendo aqui? – indagou.

— Essa mulherzinha veio aqui querendo me dar ordens...

— Eu vim aqui para falar com o comandante, fui educada no início, mas você foi muito mal educada, arrogante...

— Já chega! – fala com autoridade. – Eu sou o comandante Winter, a senhora queria falar comigo?

— Sim, eu gostaria muito.

— Pois bem, vamos até meu escritório. – Agente Hart, permita a entrada da senhora, e depois teremos uma conversinha que você não vai gostar! – ameaçou a agente com uma frieza no olhar.

Sem se incomodar com a ameaça do seu superior, a mulher entregou de má vontade o crachá de visitante para Dyana.

— Obrigada! – sussurrou para a agente, antes de seguir Winter.

Ao chegarem ao escritório, Winter sentou-se na sua cadeira e convidou Dyana a se acomodar na outra.

— Em que posso ajudá-la, senhorita?

Dyana olhou para o comandante por alguns segundos antes de retirar um envelope da sua bolsa e entregar para ele.

— O que é isso? – perguntou curioso.

— Leia! – respondeu ela calmamente. – Tenho certeza que o que está aí dentro é do seu total interesse.

Winter encarou-a desconfiado. Começou a correr os olhos pelo papel, até que algo chamou sua atenção.

— O que significa isso? – perguntou assustado.

— Significa exatamente o que está escrito aí! Que um dos seus agentes foi até à favela onde meu ex-marido morava, invadiu sua casa, o torturou e o matou friamente. – explicou-se reprimindo ódio em cada palavra que dizia.

— Isso é impossível! – ditou rispidamente o comandante. – Cristian Hayes é um dos meus melhores agentes, ele nunca faria algo tão horrendo! E se não me engano, seu ex-marido Carl West é fichado aqui por trafico de drogas, roubo; provavelmente ele foi morto por algum rival!

— Seu agente é um assassino desprezível, matou o homem a sangue frio, e como se isso não bastasse, ele se uniu com uma assassina foragida, que quase matou meu filho com uma faca. – falou descontrolada.

— Você não tem provas de nada disto, é somente sua palavra. – retrucou exasperado.

Rapidamente, ela retira de sua bolsa um CD, e entrega-o.

— Aqui está, sua prova! – falou rispidamente.

O comandante pegou o CD e o olhou.

— Acha que isso pode valer como prova? – perguntou com ironia. – Isso pode ser uma montagem, nada do que possa estar nisto, vale como uma prova concreta.

— Assista! – incentivou Dyana.

O comandante ainda totalmente descrente, colocou a mídia no seu notebook e começou a assistir.

Viu com incredulidade Cristian atirar no homem amarrado em uma cadeira, e em companhia de Lorena Thompson, a mulher que matou tantos agentes, ameaçando uma criança com uma faca no pescoço.

— Esse vídeo, pode estar alterado! – insistiu o Comandante, porém com um leve tremor na voz.

— A única coisa que eu espero é que esses dois desgraçados sejam presos! – disse com autoridade. – Espero que vocês façam um trabalho decente, puna quem deve ser punido, caso contrário, eu vou expor toda essa história para a mídia, e como acredito que a imagem do FBI não está boa desde o início do ano passado, duvido que vocês vão querer mais esse vergonhoso caso manchando a reputação de vocês! – ameaçou ela determinada.

— Olha senhora, eu irei apurar essa história, mas tenho certeza que meu agente é inocente, e irei provar isso. – afirmou Winter, enquanto a mulher se levantava furiosamente e se dirigia para a porta.

— Manteremos contato, comandante. – informou, saindo da sala.

Assim que ela saiu, o comandante colocou as mãos no rosto e sacudiu a cabeça desesperado.

Aquilo simplesmente não podia ser verdade, pela primeira vez, desde que assumiu o comando do FBI, estava sem ação, sem esperança.

Passados alguns momentos, saiu do seu estado letárgico e foi até o gabinete de Bob, porém ele não estava.

— Não deve ter voltado do almoço ainda! – falou para ele mesmo.

Quando estava voltando para sua sala, Luiws apareceu.

— Comandante, algum problema? – indagou preocupado ao ver a expressão no rosto de Winter.

— Romero, onde está o Lincher?

— Ainda não voltou do almoço!

— Assim que ele voltar, mande ir imediatamente à minha sala, tenho um assuntou urgente para tratar com ele!

— Sim senhor! – disse ele, vendo o seu superior se afastando.

“O que será que aconteceu?” pensava Luiws, preocupado.

 

Bob estava saindo do aeroporto, quando recebeu uma mensagem de Luiws.

“Bob, o Winter quer que vc volte logo para cá, pois ele precisa falar com vc urgente.”

Ele leu a mensagem rapidamente, atirou o celular de volta no banco e seguiu para o FBI calmamente.

Passados vários minutos, encostou seu carro na sua vaga de estacionamento, apanhou o celular e a pasta com os documentos e entrou no prédio.

Estava indo em direção ao seu gabinete, quando foi abordado por Luiws.

— Cara, onde você estava? – indagou preocupado. – O comandante está que nem maluco atrás de você!

— Estava ocupado! – respondeu simplesmente. – Vou colocar isso na minha mesa, e já falo com ele.

— Deixa que eu coloco lá! – falou rapidamente. - É melhor você ir logo.

Ainda meio contrariado, Bob entregou a pasta e foi rumo à sala do comandante. Ao chegar lá, deu duas batidas na porta.

— Entre! – disse a voz do comandante rispidamente.

“A coisa deve ser feia para ele estar com todo esse mau humor.” pensou Bob começando a se preocupar.

— Comandante, o senhor queria falar comigo? – perguntou entrando no escritório.

Winter o avaliou por alguns momentos.

— Onde estava, Lincher? – inquiriu raivosamente.

— Almoçando, comandante. – disse ele despreocupadamente.

— Faz quase mais de 3 horas que você saiu para almoçar. – ditou furioso. – Precisa mesmo de tudo isso para comer?

— Às vezes ainda mais quando a companhia é agradável. – retrucou Bob, enfurecendo Winter ainda mais. – Agora, qual é o motivo dessas perguntas, comandante?

— Faz quase uma hora que preciso conversar com você sobre um assunto urgente e você não estava aqui. – falou furiosamente.

— Então eu estou aqui agora! O que o senhor quer? – indagou calmamente.

— Sente-se!

Pelo tom que o comandante usou, não era um convite, era uma ordem. Bob sentou-se na cadeira e aguardou.

— Onde o Cristian estava ontem à noite?

Bob surpreendeu-se com a pergunta, mas manteve a mesma expressão calma.

— Se não me engano, o senhor já me perguntou isso, estávamos na casa dos pais dele. – respondeu prontamente.

— Você está mentindo! – afirmou categoricamente.

— Perdão? – perguntou confuso.

— Quero saber da verdade, Lincher! Onde o Hayes estava ontem a noite? – voltou a perguntar.

— Já lhe disse...

— Chega! – berrou furioso, socando a mesa. – Você está tentando protegê-lo! É melhor me dizer a verdade.

— Não tenho a menor ideia do que o senhor está falando! – disse se levantando para sair.

— Eu não o dispensei! – gritou novamente. – Sente-se!

Bob fez o que foi mandado.

Winter virou o notebook para ele e mostrou-lhe o mesmo vídeo que a mulher do bandido lhe entregou.

Bob assistiu tudo, chocado.

Ao término, o comandante virou novamente o aparelho para ele, e observou Bob atentamente.

— O que tem a dizer sobre o vídeo? – perguntou em tom mais ameno, porém com uma expressão séria em seu rosto.

— Isso é uma montagem! – ditou desesperadamente. – Estou falando a verdade, comandante, eu e o Cris, nós estávamos na casa dos pais dele...

— Já chega dessa história! – disse, esticando a mão. – Não há como esse álibi ser sustentado perante um juiz. Você é o parceiro e melhor amigo dele, e as outras testemunhas são os pais, que são biologicamente propensos a proteger seus filhos, ninguém acreditará na sua história.

— Senhor, estão tentando incriminar o Cristian! O senhor o conhece há tempos, sabe que ele não seria capaz de fazer algo tão baixo e cruel.

— Sinto muito, Bob. – disse, triste. – Meu dever é investigar, tanto o assassinato do traficante, quanto a participação na fuga dos quatro fugitivos ontem.

— Você não está achando que o Cristian matou Black e Ross e libertou os bandidos, está?

— Sinceramente, eu achava que não, porém agora com esse vídeo, faz todo o sentido, já que há diversas provas que Hayes odiava os dois e do nada eles aparecem mortos. Vamos concordar que é muito suspeito. – ditou rispidamente. – Além de que Lorena Thompson estava lá, agindo com ele, você viu a filmagem.

— O senhor vai prender o Cristian? – perguntou temeroso.

— Uma equipe está indo na favela ver se encontram o corpo do West. Dependendo do que eles encontrarem lá... – o comandante parecia perdido. – Vamos esperar e ver o que acontecerá.

— Certo! Vou com eles! – sentenciou Bob, levantando-se da cadeira.

— De forma alguma! Você não participará deste caso! – sentenciou, seriamente.

— Mas...

— Sem mas, Bob! Até que essa história se esclareça, você ficará com a parte burocrática, não será enviado para missões externas. Pode sair!

— O quê? – indagou frustrado. – Isso é...

— Eu disse que você está dispensado! Saia logo daqui! – bradou furioso.

— Sim senhor! – disse com desprezo.

Ao sair, Bob foi diretamente para seu gabinete.

“Merda! O que eu faço agora?” pensava desesperadamente com as mão cobrindo seu rosto.

XXX

Horas depois em L.A, Mullins estava reunido na sala junto com seus empregados. Finalmente havia chegado a hora de agirem. Havia começado a expôr seu plano de obter o chip número dois e depois que recebeu a mensagem de Stan lhe informando sobre os fatos ocorridos em Nova York, ele estava de muitíssimo bom humor.

Esse fato, não passou despercebido pelos outros, nunca viram seu chefe tão palpavelmente contente, chegava até a assustar.

— Senhor? – chamou Kimberly.

Mullins olhou para ela, fazendo um movimento com a mão para que ela falasse.

— Vamos ter que invadir o prédio como fizemos em Boston? – indagou preocupada. – Porque, não temos reforços e com certeza eles aumentaram muito a segurança do chip e não... – White se calou ao ver a Mullins, novamente fazendo um sinal para se deter.

— Não iremos invadir a sede, querida! – informou calmamente.

“Querida? O que esse cara tá tramando afinal?” se perguntava mentalmente Kimberly.

— Seria loucura executar um ataque direto, os policiais podem ser uns idiotas, mas não cairiam na mesma esparrela pela segunda vez. – disse, ainda calmo. – Como sabem, o chip será transferido está noite, porém os agentes vão antecipar a transferência e vai ser nesse momento que atacaremos. – concluiu indo em direção à janela.

— Senhor, como pode ter tanta certeza assim? – perguntou Smith.

Mullins voltou a olhar para eles e sorriu jovialmente.

— Eu sei de tudo, Smith.

Adam parecia não ter entendido.

— Meu deus, você é lento! Os tiras estão esperando que nós ataquemos a sede esta noite para pegar o chip. Por esse motivo, eles irão transferir o componente mais cedo e esperarão pelo ataque. – explicou fazendo uma expressão séria.

— Então, para onde vamos atacar? – indagou Rojas.

— Vejam o mapa! – apontou para o objeto na mesa de centro. – Está será a rota que o comboio levará o chip para o próximo local. – disse se aproximando da mesa. -  Vocês três irão atacar neste ponto. - mostrou com o dedo.

— E se o chip não for por terra, se resolverem ir de helicóptero, ou algo do tipo? – indagou Kimberly.

— Seria muito óbvio, eles farão a transferência por terra, já tive a confirmação! Haverá um helicóptero, para garantir a segurança, mas o chip, estará no comboio. Agora, haverão seis carros protegendo o comboio, três indo à frente e três na retaguarda. Não hesitem, destruam os carros, derrubem o helicóptero, matem todos se for necessário, mas entrem nesse comboio e me tragam o chip. – disse, sorrindo cruelmente.

— Senhor, como vamos conseguir abater um helicóptero e vários outros veículos? Somos apenas três. – disse Rojas.

— Tudo o que vocês precisam está no porta malas! – afirmou – Portanto não falhem, pois, se voltarem sem o chip, eu mato vocês! – finalizou friamente.

Os três trocaram olhares, não era a primeira vez que ele os ameaçava de morte.

— Se apressem! – acelerou-os consultando o relógio. – O chip será transferido em menos de 2 horas. A viagem até o local onde vocês atacaram é de aproximadamente 1 hora e meia, o que deixa vocês com pouco menos de vinte minutos para se aprontarem e saírem. – ditou rapidamente.

Voltou para junto da janela, admirando a pacata rua, no entanto, à algumas casas de distância, chegam dois veículos.

“Merda! Acabou a paz!” pensou com desgosto ao ver os carros pararem na garagem.

Ao ver os ocupantes do veículo, levou um grande susto e toda sua calma se esvaiu em segundos.

— Como isso é possível? – ditou furiosamente, entre dentes.

Ele estava observando seus antigos capachos, Lorena, Tales, Thabata e Vinicius descendo de um dos carros, e Cristian Hayes descendo do outro.

— Maldição! – berrou ele. – Como esses desgraçados chegaram aqui? – perguntou-se, levando as mão à cabeça e puxando seus cabelos loiros.

— Senhor? – chamou Smith. – Aconteceu alguma coisa?

Mullins estava possesso, furioso. Olhou perigosamente para eles.

— O que ainda estão fazendo aqui, bando de idiotas? – gritou descontrolado.

— Estamos saindo! Só viemos aqui, porque ouvimos o senhor gritando. – justificou Rojas.

— Saiam daqui agora! – ameaçou encarando-os perigosamente. – Ao entrarem no carro, deixem os vidros fechados, temos vizinhos novos.

Assim que os outros saíram, Mullins voltou para a janela e ficou observando a casa do seu inimigo.

— Se acalma, Mullins! – ordenava para si mesmo. – Ficar urrando como uma besta, não resolverá nada! Tenho que bolar um plano rapidamente ou tudo pode começar a sair do meu controle!

XXX

Ao desembarcarem em L.A. Cristian e os outros tomaram dois taxis; Cristian e Lorena embarcaram em um e os outros três pegaram noutro. Todos tinham o mesmo destino loja que alugava carros. Alugaram dois carros; Cristian tinha alugado um Fusion, o carro que ele realmente adorava. Os outros tinham pego um Ford Ka. Durante o tempo que ficaram na locadora, fingiram que não se conheciam, Cristian e Lorena pareciam um casal, e os outros, três amigos curtindo férias. Finalizados os procedimentos do aluguel, todos foram em direção a uma imobiliária que Bob havia entrado em contato antes de partirem de Nova York. Os procedimentos na imobiliária foram rápidos. O contrato já estava pronto, a diária de 3 dias paga, foi somente assinar e pegar as chaves.

A casa era simples, porém muito bem conservada, tinha dois quartos, sala, cozinha e banheiro, Assim como as outras casas da rua, ela não possuía portão ou muros altos, mas foram informados pelo dono da imobiliária que o bairro era tranquilo, que nunca tiveram queixa de furtos naquela região.

No entanto, Cristian não sabia que nesse exato momento era observado por seu pior inimigo. Mullins nunca havia estado tão próximo dele como naquele momento. O perigo se aproximava a cada minuto.


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Notas finais do capítulo

Cris nem desconfia que está tão próximo de Mullins, e por falar nele, ele ficou irritadíssimo ao ver todos eles ali perto dele. Prova que até nos planos mais elaborados e complexos as coias as vezes não saem como imaginamos.
Estamos chegando na metade da fic. Próximo capitulo terá muita ação e também drama, por isso preparem os lenços. Até o próximo capitulo pessoal.
PS: Se não for pedir muito, deixem um comentário. Eu ficaria bastante feliz.



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