Até Às Últimas Consequências escrita por AND


Capítulo 12
A verdadeira intenção de Mullins parte 1


Notas iniciais do capítulo

Galera, o capitulo estava gigante quando escrevi, então eu dividi ele em duas partes, e esse capitulo é um dos meus favoritos, a história começa a tomar novos rumos a partir daqui. Tem muitas surpresas aguardando.
Então... Boa Leitura.



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Mullins repousava tranquilamente em seu quarto.

Alguns minutos antes havia recebido uma mensagem do comandante Crueses avisando-o sobre a rota, o horário e a proteção que o chip contaria na hora da transferência. Com base nessas informações havia determinado o ponto onde seu grupo atacaria. Já havia deixado absolutamente tudo preparado: armas, explosivos, mapas, comunicadores. Eles estavam prontos para o ataque.

Agora, apesar da ansiedade que lhe consumia, Mullins permitiu-se repousar por algum tempo. No entanto, seu período de tranquilidade findou-se no momento em que seu celular começou a tocar.

Furiosamente, ele o apanhou imaginando ser Natasha com mais alguma informação sobre o ataque, porém ao ver o nome “West” piscando na tela, Mullins sorriu sutilmente.

West?indagou fingindo estar surpresoO que você quer?

— Senhor, tivemos alguns problemas. – ditou temeroso.

— Que tipo de problemas, West?

— Seus antigos ajudantes invadiram a favela com a ajuda de dois agentes do FBI, na noite anterior.

Antes de prosseguir, Mullins sorriu e murmurou um “Perfeito” para si mesmo.

— Seja mais específico, West. ordenou

— Eles invadiram a minh... quer dizer, sua casa. – disse temerosamente.

Mullins não podia deixar de estar impressionado, os idiotas haviam realmente conseguido invadir o local.

— E por que você demorou tanto para me informar sobre a situação, seu inútil?berrou ele.

— Os caras me deixaram desacordado por várias horas, só fui salvo porque alguns traficantes da região apareceram depois que eles fugiram e me levaram para o pronto socorro que tem na favela e...

— Nada disso me interessa - gritou furioso – o que você disse para eles? Responda-me rápido, antes que eu perca o pouco de autocontrole que me sobra e mande liquidar você. – falou divertindo-se ao escutar os guaguejos desesperados de West, que por sua vez, encontrava-se aterrorizado.

— Falei que ... – hesitou ao continuar.

— Fale de uma vez, seu inútil!

— Disse que o senhor estava em Boston. – falou em um único fôlego.

— Hum... você disse somente isso ou falou mais alguma outra coisa? – indagou.

O homem estava pálido agora, certamente seus dias estavam chegando ao fim. Mullins o mataria.

— Deixei escapar sobre o agente e a mulher. – sussurrou ao telefone.

— Muito bem, - começou Mullins calmamente. – você tinha se livrado dos corpos certo?

Ele demorou um pouco a responder.

— Sim senhor, fiz exatamente tudo que o senhor mandou. – respondeu com a voz falha.

— Muito bem! Mas então, me explique, West, porque diabos você mandou explodir o galpão? – perguntou calmamente.

West assustou-se com a pergunta.

“Como ele sabe da explosão” pensava aterrorizado.

— Ficou surpreso por eu saber da explosão? Eu sei de tudo o que acontece na minha favela, e ainda estou esperando a sua explicação! – berrou novamente.

— Vários agentes do FBI invadiram a favela hoje – tentou explicar. – e eu tinha armado uma espécie de armadilha. Foi somente por isso, senhor.

— Somente isso? Que ironia, até onde eu sei, os agentes só foram para a favela, porque houve uma denúncia sobre dois corpos. – revelou – Você acha que eu tenho cara de otário, seu imbecil inútil?

De novo, West não soube como responder ao seu chefe.

— Você deixou os tiras encontrarem os corpos, permitiu que eles escapassem da favela e pior, seu cretino... eles conseguiram achar um pedaço de dente do idiota do agente. Sabe o que eles podem conseguir com isso, seu incompetente desgraçado?

West não respondeu.

— Todo o plano agora está em risco. – bradou em fúria.

— E-eu não sabia sobre esse... – foi interrompido por novos gritos de seu chefe.

— Se tivesse feito o que eu ordenei no dia certo, nada disso teria acontecido. Foi um erro confiar em você, West, você não serve para nada. – finalizou a ligação em seguida.

West ficou desesperado, estava em seu esconderijo com os três seguranças que o tiraram da favela pela manhã.

“Tenho que fugir” era o único pensamento que seu cérebro foi capaz de processar.

No entanto, em L.A. ao finalizar a ligação, Mullins soltou uma gargalhada alta.

— Tudo está correndo de acordo com meu plano. Você tem sido muito útil, meu caro Carl West, - falou, sorrindo e digitando um número no celular – mas agora você terá que partir.

— Pois não, senhor?— indagou uma voz rouca e um tanto intimidadora.

— Livre-se do West. – ordenou ao segurança.

Stan Evan, um homem corpulento, com um sorriso diabólico, alto, pele branca e cabelos pretos, demonstrava agrado ao ouvir a ordem de Mullins.

— Considere-o morto, chefe, mas posso ficar com o garotinho?

— O que você quer com ele? – perguntou Mullins seriamente.

— Eu adoro crianças, chefe, se é que me entende.— respondeu maliciosamente.

Ao ouvir essas palavras, Mullins se encheu de fúria.

— Escute bem o que vou dizer, - começou com a voz carregada de desprezo e raiva, - se você encostar as mãos nessa criança, eu mesmo vou-me encarregar de você. Está entendendo bem?

Sim senhor.— disse meio desapontado – mas o que eu faço com ele, então?

— Mate esses outros seguranças, dê uns remedios para o garoto dormir e, após isso, mate o West. – explicou calmamente, - depois, leve o garoto para esse endereço.

O homem anotou tudo com atenção.

— Certo!

— Chegando lá, procure por Dyana Carter. Ela é mãe do garoto, diga-lhe que os tiras do FBI invadiram a favela ontem à noite, torturaram e mataram o West. – ditou com calma. - Deixe o garoto com ela. Em seguida, volte para o esconderijo, leve o corpo do West até à casa da favela e deixe-o exatamente no mesmo lugar onde ele estava amarrado ontem à noite. O resto você sabe o que fazer. Depois, desapareça de vista. Em alguns dias você receberá o dinheiro combinado. Entendeu?

— Sim senhor, farei tudo que ordenou.

— Não ouse fazer mal à criança, se alguma coisa acontecer com ele, eu serei informado e não iria querer estar na sua pele. – ameaçou, desligando em seguida.

Mullins deitou-se novamente. Logo, um sono agradável começou a seduzi-lo e seu último pensamento antes de se entregar de vez foi…

“Esse é o começo do fim, Cristian Hayes”.

XXX

Após desligar o telefone, Stan foi até o quarto onde o filho de West estava. Havia um dos seguranças de prontidão vigiando o local.

Sorrindo diabolicamente, ele se aproximou do companheiro.

— Onde está o West?

— Deve estar em seu quarto! – respondeu com desdém. – ele me mandou ficar vigiando o quarto do filho e... – não teve tempo de terminar a frase, já que Stan sacou uma faca do cós de sua calça e fincou-a na garganta do homem.

O sangue jorrou em abundância manchando o chão e também o próprio Stan que continuava a sorrir empunhando a faca contra o homem. Ao retira-la, o corpo desmoronou no chão.

— O que está acontecendo aqui?

Stan virou-se e se deparou com o outro segurança olhando para a cena assustado.

Ele tentou correr, mas Stan lançou a faca em sua direção e acertou-a no meio de suas costas, derrubando-o imediatamente.

O capanga de Mullins aproximou-se calmamente, enquanto o homem no chão berrava de dor.

Retirou a faca das costas do homem e tornou a fincá-la novamente, uma, duas, três, quatro vezes... Sentia um imenso prazer ao fazer isso, tanto que nem se deu conta do número de facadas que desferiu, somente parou após escutar um barulho vindo do quarto do West.

Entrementes, West estava em pânico.

Arrumou suas coisas o mais rápido que a perna machucada permitia, pois sabia que tinha de fugir o mais depressa possível. Mullins não perdoava erros.

Estava quase a chamar um dos seguranças para ajudá-lo a levar as coisas para o carro, quando, nesse momento, a porta de seu quarto foi derrubada.

Eis que surge um dos seguranças de terno preto, óculos escuros, cabelo muito bem arrumado com gel. Seu rosto estava com alguns respingos vermelhos, suas mãos sujas de sangue e segurando firmemente uma arma.

— O que você está fazendo? – indagou assustado.

O segurança riu da expressão de terror na face do homem.

— Ora, apenas estou cumprindo ordens. – respondeu antes de puxar o gatilho.

West não teve tempo de, nem ao menos gritar, antes da bala atingir sua cabeça.

Carl West morreu antes mesmo de chegar ao chão.

— Te vejo no inferno daqui a uns anos. – Stan disse com escárnio para o cadáver.

XXX

Dyana Carter estava se preparando para voltar ao escritório de advocacia. Tinha conseguido esse emprego alguns meses depois de se ter formado. Ser advogada era um sonho de infância, havia crescido em uma favela; convivia diariamente com drogas e violência, porém sempre evitou se envolver. Lembrava-se muitas vezes do que o seu pai lhe dizia, “O carácter é a soma de milhares de pequenos esforços para viver de acordo com o que de melhor há em nós.”

Dyana era morena, tinha cabelos pretos cacheados, olhos castanhos e um sorriso bondoso em seu rosto. Vivia com seus pais até aos 15 anos, quando viu seu pai ser confundido com um traficante e levar um tiro na cabeça.

A partir desse dia, ela passou a detestar policiais.

Quando enfim, terminou de se arrumar, alguém bateu na porta.

“Quem pode ser?” se perguntava mentalmente.

Ela foi até a porta, porém não a abriu de imediato.

— Quem é?

— Por favor, essa é a casa da senhora Dyana Carter? – pergunta uma voz grossa.

— Sim, essa é a casa dela, quem é o senhor?

— Meu nome é Stan, trabalho para o senhor Carl West e... – ele foi interrompido por uma Dyana furiosa.

— Vá embora agora mesmo. – ordenou com a voz firme e carregada de ódio. – Não tenho nada para tratar com ele.

Dyana e Carl tiveram um relacionamento complicado alguns anos antes. A moça não aprovava os mistérios que o amado possuía, tanto que uma vez sem que ele percebesse, ela o seguiu e descobriu que West era um traficante muito popular. Desiludida, terminou o relacionamento com ele, dizendo que nunca mais queria vê-lo. Porém, alguns dias depois, Carl apareceu em sua casa, dizendo-lhe que tinha deixado essa vida de tráfico e bandidos para trás, que a amava e queria passar o resto do seus dias com ela. Apaixonada, a pobre mulher acreditou nele, e durante alguns meses eles foram felizes, porém a felicidade de Dyana terminou ao descobrir que seu amado havia lhe enganado todo esse tempo, que ele não havia deixado a vida de crimes e assim, novamente terminou o relacionamento com ele.

Alguns dias depois, ela descobriu que estava grávida, e temendo perder seu filho, ela ocultou esse fato de West por alguns anos, porém meses atrás, Carl reapareceu em sua vida da pior forma possível. Havia descoberto que eles tiveram um filho e para se vingar da ex amada, entrou com um pedido da guarda do menino, e para desespero de Dyana, o juiz havia lhe concedido.

— Nossa briga agora será perante a justiça, então suma daqui, ou eu chamarei a polícia!

— Se eu fosse você, eu escutaria com atenção o que tenho para dizer. – ditou Stan começando a se irritar. – Vim aqui para lhe dar um aviso.

— Que aviso? – perguntou com certa curiosidade.

— West foi assassinado, ontem à noite.

Dyana ficou em choque.

— Senhora, ainda está aí?

— Sim! – respondeu ela, abrindo a porta em seguida. – A notícia me abalou um pouco.

Ao olhar para o homem, percebeu que ele carregava um garotinho adormecido.

Seu filho.

Stan entregou a criança à mulher que o abraçou e logo começou a chorar, de felicidade e alívio por finalmente estar com seu pequeno.

— O senhor West tinha-me dito que se alguma coisa acontecesse com ele, era para deixá-lo com você.

Ela colocou o menino gentilmente no sofá da sala.

— West foi morto por outro traficante? – perguntou com certo desdém na voz. – Porque se for isso, ele teve o que procurou a vida toda.

— Não senhora, ele não foi morto por traficantes. – informou ele. – West foi assassinado por um agente do FBI que estava junto com uma fugitiva.

— Como? – perguntou assustada.

— O agente e a criminosa invadiram a favela, torturaram West, e depois o mataram. – mentiu descaradamente. – Cheguei a tempo de impedir que a mulher matasse seu filho.

— O quê? – a mulher berrou descontroladamente.

— O West estava preso em uma cadeira, o pequeno deve ter ouvido os gritos do pai e correu para ver o que era. Quando ele chegou ao cômodo, a mulher lhe agarrou e apontou-lhe uma faca para na garganta.

— Maldita! – disse com ódio. – Como ela pôde fazer isso com uma criança inocente? É muita crueldade.

— Bem, eu vim apenas lhe informar isso. – estendeu a mão para cumprimentá-la.

O gesto foi correspondido.

— Saiba que apesar de tudo o que aconteceu, o West te amava. – informou o homem antes de sair.

Assim que Stan saiu, Dyana começou a chorar.

Carl podia ser o pior homem do mundo, mas por alguma estranha razão, ela ainda o amava.

“Isso não vai ficar assim.” pensou determinada.

XXX

Assim que concluiu a missão que Mullins lhe ordenara, Stan seguiu novamente para o local onde tinha assassinado West.

Como se tratava de um local afastado, Stan não teve nenhum problema para levar o corpo até o carro e seguir viagem para a favela.

Para conseguir entrar na casa, Stan novamente a mesma rota que usou para tirar West e seu filho naquela manhã.

A casa estava do mesmo jeito que deixaram durante a fuga.

O segurança amarrou o corpo sentado em uma cadeira, exatamente no mesmo lugar que tinha sido “interrogado” pelos policiais.

Após concluir essa parte, seguiu para uma espécie de sala, onde tinha acesso às câmeras de segurança da casa.

Encontrou a filmagem do dia anterior, copiou-a em um pen drive e deletou-a do sistema juntamente com a filmagem dele colocando o cadáver na sala.

Momentos depois, estava saindo da favela; ainda tinha mais um pequeno trabalho a ser feito antes de finalmente receber sua recompensa.

XXX

Naquela tarde, o clima em Nova York esfriou, o céu estava escuro, anunciando que a tormenta estava chegando à cidade.

Thabata e Tales estavam entediados, Vinicius estava ansioso para conversar com Lorena a sós e ela tinha o olhar vago e a expressão pensativa.

Todos estavam na sala, Tales passava os canais da televisão sem o mínimo de interesse; e esse desinteresse era compartilhado pelos seus companheiros.

Depois de mais alguns minutos, a televisão foi desligada, o cômodo ficou mortalmente silencioso.

Os outros não puderam deixar de notar que Lorena estava diferente do habitual, entretanto, ela não disse uma palavra sobre isso, afirmando categoricamente que era imaginação deles.

Não querendo uma discussão, Thabata e Tales deixaram essa história para lá. Vinicius, no entanto, sabia bem qual era o motivo dessa “distração” de Lorena.

Na madrugada, Lorena e ele tinham se entregado um ao outro, foi um momento incrível, único, muito esperado. No entanto, quando acordou pela manhã, estava só no escritório e Lorena estava evitando-o categoricamente, o que causava certo desespero no garoto.

Durante todo o dia, tentou chegar à Lorena e conversar sobre o assunto, porém ainda não tinha conseguido uma oportunidade.

Mas sua sorte mudou. Thabata e Tales deixaram a sala, alegando irem descansar um pouco, o que o deixou sozinho com a pensativa Lorena.

— Lorena, precisamos conversar. – disse encarando-a.

Ela olhou para ele por alguns segundos.

— Não temos nada para conversar. – respondeu secamente evitando encarar o garoto.

Vinicius deu um sorriso de escárnio.

— Será mesmo? O que aconteceu ontem não significou nada para você? – perguntou meio irritado.

Lorena respirou fundo e encarou-o tentando demonstrar total indiferença.

— Não! – respondeu simplesmente. – Foi apenas uma noite como qualquer outra.

— Mentira! – gritou Vinicius magoado pela sua atitude – Eu sei que você sente algo por mim, mas não quer admitir, porque tem medo.

— Não sei do que você está falando! – desconversou ela, se levantando para sair, no entanto, seu braço foi agarrado por Vinicius.

— Pare de lutar contra seus sentimentos! Me dê uma chance de te fazer feliz! Eu te amo, Lorena, desde a primeira vez que eu te vi, e tudo que você sempre fez, foi me desprezar, mas depois do que aconteceu ontem, percebi que meus sentimentos são correspondidos, e não vou desistir de você!

Lorena ficou comovida com as palavras dele, porém se manteve firme em sua decisão de afastá-lo.

— Não se iluda, não sinto nada por você além de certa amizade! Não crie esperanças! – ditou firme, mas com certa tristeza nas palavras. - Você sabe o que eu penso sobre essa baboseira de relacionamentos amorosos! Isso é uma fraqueza, uma inutilidade, e pessoas que vivem como nós vivemos, não podem ter fraquezas! Se você não pensa assim, não é problema meu, mas entenda, eu nunca vou ficar com você! E vou te dar mais um conselho, me deixe em paz e pare de se meter na minha vida ou você vai se arrepender! – finalizou, saindo do recinto.

Vinicius ficou sozinho na sala, se sentindo o mais miserável dos homens. Lágrimas começaram a escapar de seus olhos. Permaneceu na sala por mais algum tempo, ainda lembrando-se das palavras frias de sua amada.

Secou as lágrimas que insistiam em cair.

— Não importa, não vou desisitr de nós, Lorena! Eu não irei. – ditou determinado.

XXX

Ao sair da favela, Stan seguiu para a casa de um antigo amigo, um hacker bastante conhecido, Elliot Taylor.

Segundo as instruções que recebera de Mullins, a gravação da noite anterior tinha que ser alterada. A alteração consistia em mostrar Cristian matando West e Lorena e ameaçando matar o filho dele com a faca.

Stan dirigiu por mais alguns minutos até que finalmente chegou a uma casa descuidada. Ao descer do carro e se certificar que o veéculo estava trancado, foi até à porta e deu duas batidas.

A porta se abriu, revelando a figura de um homem que tinha os cabelos negros, compridos e bastante mal cuidados, era pálido, em sua boca faltavam alguns dentes, ostentava uma barriga elevada, e tinha um aspecto doente. Sem dúvidas, era um homem asqueroso em vários aspectos.

— Elliot, quanto tempo! – Stan cumprimentou, estendendo-lhe a mão.

— Stan! – disse com a voz áspera, retribuindo o cumprimento.

— Preciso de um serviço seu!

— Entre. – convidou o homem.

Stan adentrou na casa, e se deparou com um local abarrotado de peças de computadores, desde placas de rede, até carcaças de CPU. Uma grossa camada de poeira reinava no local, sem contar o cheiro horrível que parecia estar impregnado em cada centímetro da casa.

— Em que posso ajudar? – perguntou, sentando-se à mesa em que trabalhava.

Stan deu uma breve olhada ao seu redor antes de prosseguir.

— Preciso que faça umas alterações nesse vídeo... – começou a narrar detalhadamente as alterações que queria para o vídeo.

Elliot o encarava com o olhar vago e meio perdido.

— Entendeu absolutamente tudo o que eu disse? – indagou ao notar a expressão idiota na face do homem.

— Claro! – respondeu com um pouco de entusiasmo. – Fazia algum tempo que não tinha um serviço.

O segurança ficou observando o homem, enquanto ele abria um programa e começava a digitar diversos códigos.

Elliot trabalhava com muita rapidez, em poucos minutos, boa parte das alterações já estavam concluídas. Stan não pôde deixar de ficar impressionado ao observá-lo trabalhar. Não havia dúvida, o homem poderia ser um porco asqueroso, contudo era brilhante.

Passada mais meia hora, finalmente terminou as modificações.

— Aqui está! Venha ver como ficou. – convidou o homem.

Stan se aproximou da mesa, e Elliot apertou o play.

No vídeo, mostrava West amarrado na cadeira, Lorena segurando uma faca, passando a lâmina no rosto dele e depois a fincando em sua perna.

O segurança sorria satisfeito com o resultado.

A cena continuava; agora Cristian aparecia socando o rosto do homem amarrado, na sequência, mostrava Lorena dando um banho de mangueira no bandido, em seguida surgia um garotinho que rapidamente foi rendido por ela, ameaçando-o com uma faca.

O vídeo prosseguia, e quase no final era possível ver Cristian, atirando na cabeça do marginal.

— Excelente trabalho! – Elogiou Stan com um sorriso largo. – Aqui está o pagamento pelo seu serviço.

Elliot pegou a maleta com dinheiro, mostrando seu melhor sorriso desdentado.

— Foi um trabalho fácil, chefe! Se precisar de mais alguma coisa, me avise!

— Será um prazer! – disse, sorrindo diabolicamente.

Elliot acompanhou Stan para fora; assim que o segurança entrou no seu carro, acionou um pequeno dispositivo.

Dentro da casa, Elliot tentava freneticamente abrir a maleta, o que era um tanto difícil, já que suas mãos tremiam de excitação. Quando finalmente conseguiu abrir, viu uma enorme quantidade de dinheiro, e também um pequeno aparelho que estava cuidadosamente colocado entre as notas.

“O que será isso”? – pensou por alguns segundos antes de finalmente perceber do que se tratava, porém foi tarde demais.

No momento em que Stan acionou o dispositivo, a casa inteira foi consumida pelas chamas.

O homem observava tudo com satisfação. Era hora da parte final.

XXX

Cristian estava dirigindo a toda velocidade rumo à Interpol. Naquele momento não estava se importando com leis de trânsito, somente queria chegar lá e descobrir tudo que está por trás do sequestro de seu filho. Ele estava tão concentrado na direção, que não percebeu que era seguido.

Bob estava no encalço de Cristian.

Ainda não tinha conseguido compreender o motivo de seu amigo ter saído como um louco do restaurante e ainda mais, ter tratado Rebecca daquela maneira.

No entanto, o que Becky tinha lhe dito momentos antes de ir atrás de Cristian, ainda o perturbava.

Poderia seu melhor amigo estar com ciúmes? E se estivesse, seria somente ciúmes de amigos ou de algo mais? Essas dúvidas iam e vinham em sua mente o tempo todo. Bob não queria admitir, porém, em seu interior, a expectativa e a esperança começavam novamente a tomar conta.

Apesar de seus pensamentos e esperanças, continuava a seguir Cristian pelas ruas de Nova York, ele por outro lado, ainda não tinha se dado conta de que era seguido.

Passado algum tempo, Cristian finalmente chegou ao seu destino. Estacionou o carro de qualquer jeito e saiu em disparada para adentar no prédio.

Bob vinha logo atrás dele, parou seu carro também de qualquer jeito e correu para alcançar Cristian antes que ele entrasse.

— Cristian! – chamou Bob. – Cristian!

No entanto, ele não tinha dado sinais de que tinha escutado, continuou a seguir, até ter um de seus braços agarrado por Bob.

Ele fez um movimento brusco para se soltar do aperto do amigo, porém ele não o deixou escapar.

— Me solta! – ordenou ferozmente para Bob.

— Cara, o que está acontecendo com você? – indagou preocupado.

— Nada – respondeu furiosamente. – Por que você não volta para o restaurante para ficar flertando com sua amiguinha.

— Hey, ela só está tentando ajudar. – retrucou.

— Claro! E em troca você está fodendo ela? – perguntou com escárnio.

Bob soltou-lhe o braço e lhe acertou um soco no rosto.

Cristian cambaleou. Levou uma das mãos à boca e constatou que ela estava sangrando.

Seriamente irritado, Cris investiu contra Bob tentando acertá-lo com os punhos, no entando, ele já esperava por essa reação, e conseguiu impedir o golpe e ainda imobilizá-lo, prendendo um dos braços dele para trás.

Cristian gemeu de dor e tentou se soltar, mas não conseguiu.

— Me larga! – gritou furioso.

— Só vou te soltar se você se acalmar! – retrucou.

Cris parou de tentar soltar-se e se rendeu.

— Tudo bem! Você ganhou.

Bob o soltou.

— Cristian, Rebecca é uma mulher honesta, brilhante, e uma pessoa incrível além de ser minha amiga há anos. Foi minha primeira namorada, eu gosto muito dela e você não deve se esquecer que se não fosse por ela, nós nem saberiamos sobre esse agente. – começou mais calmo. – Então peço que você a respeite, e pelo amor de Deus entenda que ela só quer nos ajudar. Por isso para com essas insinuações, ela não merece ser desrespeitada por ninguém, muito menos por você!

— Serio, não foi o que pareceu lá no restaurante. – comentou ainda bravo. – Com ela se insinuando e se jogando para cima de você!

— Como já falei, somos amigos, ela sempre faz essas brincadeiras, lembra que eu e você também fazíamos essas brincadeiras quando éramos mais jovens? É normal, são coisas de amigos. Não é necessário ficar com ciúmes, você sempre foi meu melhor amigo. – afirmou meio irritado.

— Eu não estou com ciúmes, só achei que...

— Seria mais bonito você admitir que ficou com ciúmes, porém essa discussão, neste exato momento, não nos levará a nenhum lugar. – concluiu com firmeza. – Me conte o que você pretende fazer, porque se eu não souber, não há maneira que eu possa te ajudar.

Cristian limpou o sangue de sua boca com um lenço que trazia no bolso de sua calça e encarou-o meio envergonhado.

— Eu não tinha plano algum! Iria tentar falar com alguém sobre o agente.

— Cara, ainda bem que cheguei a tempo de impedir você de fazer uma idiotice!

Cristian o encarou.

— Você tem alguma outra ideia? – indagou desafiadoramente.

Bob sorriu.

— Claro que tenho! – respondeu presunçoso. – Eu trouxe todos os documentos que Rebecca reuniu; vamos conversar com a sua supervisora, ver se ele deixou escapar alguma coisa para ela, e podemos tentar conseguir um acesso para o computador de serviço dele.

— É um plano razoável, porém, não sei se conseguiremos, já que não temos um mandato de nenhum juiz, e eu estou suspenso. – concluiu desanimado.

— Tentar não custa nada, Cris – disse ele, colocando-lhe uma mão no ombro. – E também ninguém precisa saber que você foi suspenso.

— Tá certo! – falou com animação. – Vamos lá!

Eles adentraram no prédio e logo foram abordados por dois agentes que estavam na recepção.

— Boa tarde! – cumprimentou um dos agentes. – O que os senhores desejam?

Bob pegou seu distintivo e mostrou-lhes.

— Sou o agente Lincher do FBI, esse é meu parceiro. Precisamos conversar com a supervisora do agente John James.

Os dois agentes trocaram olhares confusos por alguns segundos.

— John James não aparece aqui faz dois dias. – informou um dos seguranças.

— É exatamente sobre isso que queremos conversar com ela.

— Tudo bem, aguardem um momento, por gentileza.

— Ok! – disseram os dois.

Passados alguns minutos, um dos agentes chamou-os.

— A agente Karen Hernandes os receberá. Poderiam me emprestar um documento para autorizar a entrada dos senhores?

— Sem problemas! – disse Bob, entregando o seu documento e o de Cristian.

Logo as identidades foram devolvidas junto com um crachá de visitantes.

— Ela fica no décimo terceiro andar, sala 132.

— Muito obrigado! – agradeceu Cristian.

Ao saírem do elevador, a luz do corredor se acendeu automaticamente, iluminando o local. O andar tinha três salas do lado direito e duas do lado esquerdo. A sala da agente ficava no lado esquerdo e se encontrava fechada.

Bob bateu na porta algumas vezes e logo se abriu revelando uma mulher linda, olhos pretos, cabelos castanhos compridos presos em um rabo de cavalo, lábios finos e pintados em um batom vermelho. Vestia uma saia azul que ia até um pouco abaixo dos joelhos e uma camisa branca com o emblema da Interpol.

— Boa tarde, senhora Karen Hernandes, sou o agente Bob Lincher do FBI, e esse é meu parceiro Cristian Hayes. Temos umas perguntas para a senhora sobre um agente, John James.

— Boa tarde! – respondeu educadamente. – Claro, entrem, por favor!

— Com licença. – pediram os dois agentes.

Karen sentou em sua cadeira e convidou-os a se acomodarem nas outras.

— A senhora sabia se John tinha alguma inimizade com os colegas de trabalho? – indagou Bob.

— Não, ele se dava bem com todos. - respondeu – Qual o motivo dessa pergunta, agente Lincher?

— Recebemos uma denúncia hoje de manhã sobre dois corpos encontrados em uma favela. Os dois corpos estavam carbonizados, porém, encontramos um fragmento de dente e...

— O que os senhores estão querendo dizer? – perguntou ela.

— Um dos corpos era de John, o fragmento do dente era dele. – respondeu Cristian.

— Meu Deus!  - disse Karen em choque. – E o outro corpo?

— Não conseguimos identificar, sabemos que era de uma mulher de aproximadamente 28 anos, porém não conseguimos encontrar nenhum DNA.

— Mulher... 28 anos... Sarah. – disse subitamente. - Sarah Taylor James, a esposa de John; eu conversei com a mãe dele, e ela me disse que os dois estavam desaparecidos.

— A senhora notou algum comportamento estranho vindo do agente James nos últimos dias, antes do desaparecimento? – perguntou Bob.

— Ele estava um tanto distraído. Achei um pouco estranho, ele sempre era focado e tinha concentração total na execução de suas funções. Cheguei a conversar com ele, mas ele só me disse que estava com uns problemas pessoais.

— Ele não chegou a mencionar quais eram esses problemas? – indagou Cristian.

— Não, ele não quis comentar sobre esse assunto.

— Você poderia verificar os últimos arquivos que ele acessou, se tinha algo que ele não tinha acesso? E também, podemos dar uma olhada no local onde ele trabalhava?

— Sinto muito, senhores, o acesso dos agentes da Interpol é totalmente confidencial. – informou ela taxativamente. – Ver onde ele trabalhava não há problema nenhum, desde que sejam acompanhados por alguém.

— Agente Karen, desculpe por insistir, mas isso é importante, porque, se o que você nos disse for verdade, que ele não tinha nenhuma inimizade, teremos que mudar totalmente os rumos da investigação, e saber o que ele acessou pode dar-nos uma pista de quem o assassinou. – argumentou Cristian.

— Como disse, o acesso é confidencial. – falou de modo autoritário. – Só poderei permitir tal ato mediante ordem expressa do juiz, peço que entendam e não insistam mais.

— Tudo bem, - falou Bob – podemos ver onde ele trabalhava?

— Claro! Um momento, por favor. – pediu, enquanto pegava o telefone. – Agente Baker, venha até minha sala.

Logo que Karen desligou, ouviu-se uma batida na porta.

— Entre!

Um rapaz entrou, era branco, cabelos pretos, usava uma camiseta branca com o mesmo emblema que Karen.

— Agente Baker, esses são os agente Lincher e Hayes do FBI. – ela apresentou-os.

O rapaz deu um aceno.

— Leve-os até o local onde o agente James trabalha, eles querem dar uma olhada.

— Agente Hernandes, já descobriram onde o John está? – perguntou timidamente.

— Sim, infelizmente ele foi assassinado. – informou ela com pesar.

O menino arregalou os olhos para eles.

— Meu Deus! – foi a única coisa que pôde pronunciar.

— Por favor, Caleb, os acompanhe até lá.

— Sim senhora. Por favor, me acompanhem.

Caleb levou-os para a sala onde trabalhava John.

— Ele usava essa mesa. – apontou.

— Podemos dar uma olhada para ver se encontramos alguma coisa? – indagou Bob.

— Sim, só tomem cuidado, por favor. - pediu ele.

Enquanto os dois agentes examinavam a mesa, Caleb encostou-se em uma parede e ficou observando-os, estava tão concentrado que não percebeu alguém se aproximando.

— Agente Baker? – chamou-o, tocando seu braço.

O rapaz levou um susto.

— Agente Wolf, que susto você me deu!

— Me desculpe, não foi intencional. – disse amistosamente – Te chamei umas duas vezes e você não escutou.

— Tudo bem, o que você deseja?

— Quem são esses dois homens? E o que eles querem fuçando na mesa do John? – perguntou com certa rispidez.

— Stefany, eles são agente do FBI. – informou com a voz baixa. – Vieram falar com a Karen sobre o John.

— Por quê? O que eles têm com o John? – perguntou ainda sem entender.

— Eles disseram que o John foi assassinado.

— Não pode ser! – lamentou, começando a derramar lágrimas.

— Eu sei! – disse, tocando gentilmente o ombro da colega.

Stefany Wolf trabalhava há alguns anos na Interpol, desde que ela entrou na seção, John sempre havia ajudado, aconselhado, e agora ele havia partido e não retornaria mais.

Ela se aproximou de Bob e Cris.

— Com licença, senhores.

— Pois não, senhorita?

— É verdade? Que o John está morto? – perguntou torcendo para que a resposta fosse negativa.

— Quem é você? – indagou Bob.

— Meu nome é Stefany Wolf, trabalho com o agente John James há bastante tempo. – informou ela. – Ele morreu mesmo?

— Sim, encontramos o corpo dele em uma favela. – disse Cristian.

Stefany se afastou dos dois, indo até sua mesa e cobrindo o rosto com as mãos.

Bob e Cristian continuaram a procurar alguma pista na mesa de John, mas depois de alguns minutos, eles desistiram.

— Não encontramos nada. – lamentou Bob.

— Vamos indo. – Cristian se voltou para os dois funcionários que lá estavam. – Sentimos muito pela perda de vocês. Obrigado pela atenção.

— Peguem o desgraçado que fez isso com ele. – disse Caleb com a voz carregada de ódio.

Bob sorriu.

— Fique tranquilo, não descansaremos até pegar esse assassino. – assegurou com um aceno de Cristian.

Os dois agentes acenaram para eles, sorrindo.

— Nós estamos indo, obrigado pela cooperação. – informou Bob.

Assim que eles saíram, Stefany destrancou sua gaveta e retirou um envelope. Guardou-o entre as roupas e seguiu silenciosamente para o elevador.

Quando a caixa de metal chegou ao térreo, ela saiu em disparada atrás dos dois agentes.

— Esperem, por favor! – gritou desesperada.

Os dois se voltaram e observaram a agente correndo em sua direção.

— Agente Wolf, aconteceu alguma coisa? – perguntou Bob preocupado.

— Tem algumas coisas que eu sei sobre o John, mas não podia falar dentro do escritório, tem escutas lá. – informou, recuperando o folego.

— Tudo bem, se acalme. – disse Cristian. – Conte-nos, por favor.

— A esposa de John tinha sido sequestrada há cinco dias, por um bandido, Mullins. – começou ela, rapidamente. – Ele começou a chantagear o John, ele exigiu um documento dos arquivos confidenciais da sede em troca da liberdade da esposa.

— Você sabe o que tinha nesse documento? – questionou Bob.

Ela retirou o envelope das roupas e entregou para Cristian.

— A última vez que vi o John, ele me entregou esse envelope, me pediu para que se alguma coisa acontecesse com ele, para entregar para a polícia.

— Ele está desaparecido há três dias, porque não entregou antes para as autoridades? – perguntou Bob.

Ela o olhou tristemente.

— Agente Lincher, eu já sabia que ele tinha morrido, dois dias atrás, antes de ele sair com os documentos, ele me confessou que provavelmente não sobreviveria. – contou, enxugando algumas lágrimas. – Contudo, há informantes desse bandido em vários departamentos do governo, não podia correr o risco de entregar isso nas mãos erradas e depois virar alvo.

— Então, o que te fez confiar em nós? – perguntou Cristian.

— Não sei! – respondeu sincera. – Algo dentro de mim diz que posso confiar em vocês, então não me dececionem.

— Como disse ainda há pouco, não vamos parar até pegar esse bandido. – informou Bob.

— Só mais um conselho, tomem cuidado, não há como saber quem trabalha para o Mullins e quem não trabalha, o inimigo pode estar mais perto do que vocês imaginam. – disse sombriamente.

— Vamos nos lembrar disso! – afirmou Cristian.

— Obrigado por tudo! – agradeceu Bob. – E também, cuide-se.

— Espero que consigam rapazes. Boa Sorte! - Stefany deu um sorriso e voltou para o prédio.

XXX

Stan dirigia tranquilamente pelas ruas de Nova York.

Havia se livrado daquela roupa horrível de segurança, agora usava suas roupas favoritas, um jeans bastante surrado, uma camiseta branca lisa, e um tênis. Só naquela manhã tinha executado grandes serviços, matar o West e explodir o Elliot. Toda vez que se lembrava dos seus atos, ele sorria exuberante, a adrenalina que a morte causava, o deixava excitado.

Depois que conseguiu as imagens alteradas, Stan voltou novamente até a favela e inseriu-as no banco de dados das gravações. Agora quando a coisa toda explodisse e viessem investigar, encontrariam as filmagens e o tal de Cristian Hayes estaria perdido.

Só precisava concluir mais um pequeno serviço, e então iria curtir seu merecido descanso.

Após alguns minutos, ele finalmente chegou a seu destino.

A casa de Dyana.

Ele parou seu carro algumas casas antes e retirou da porta luvas uma pequena caixa. Dentro dela, continha um CD com várias imagens da casa de West na noite passada. Junto com ela, um bilhete, lhe pedindo para entregar esse material na sede do FBI.

Stan colocou a caixa com o material alterado em frente à porta, em seguida deu algumas batidas e saiu correndo, se escondendo em uns arbustos que tinham na frente da casa. Segundos depois, ele viu Dyana abrir a porta e se deparar com o pacote que o recolhe para dentro de casa. Sorrindo satisfeito pelo seu serviço, Stan saiu dos arbustos e partiu com seu carro, sem olhar para trás.

XXX

Cristian e Bob estavam ainda parados em frente ao prédio da Interpol olhando para o envelope.

— Deveríamos ir para um local mais seguro, quem sabe o que ele deixou aqui? – sugeriu Cristian.

— E se for uma armadilha? – indagou Bob. – Ela pode estar tentando nos despistar ou coisa do tipo, ou até tentando nos matar! – supõe ele.

— De todas as maneiras, devemos averiguar o que tem aqui, - disse ele, alisando o envelope, - não parece ter nada além de papel aqui dentro, acho que o máximo que pode acontecer é de não ter nada que nos leve ao criminoso.

— Certo, vamos p’ro meu carro. Lá, nós vamos poder observar melhor o que tem nesse envelope. – disse Bob.

— Tudo bem, vamos!

Ao entrarem no veículo, Cristian rasgou o envelope e começou a olhar para os papéis. O primeiro deles era uma carta, escrita com uma caligráfica legível.

— Bob, escute isso! – disse, antes de começar a ler em voz alta.

“Se vocês estão lendo isso, saibam que já estou morto!

Minha esposa foi sequestrada por um bandido muito perigoso chamado Steven Mullins. Ele começou a me chantagear, e quer que eu entregue um documento que se encontra nos arquivos secretos, o número do arquivo é 56.985. Deixo junto com a minha carta, umas cópias dos arquivos.

Não tenho escolha, se eu não entregar isso para ele, minha esposa e meu filho vão morrer, espero que me perdoem.

John James.”

Automaticamente, Bob pegou os outros papéis e começou a examiná-los.

— Cristian, - chama com a voz lenta, - esses arquivos mostram a localização de dois componentes raríssimos que podem ser utilizados para diversos fins catastróficos, desde uma simples mudança de IP, até uma bomba tecnológica de alta capacidade, capaz de deixar um país cego por várias semanas. – concluiu assustado.

— Então, é isso que o Mullins está tramando. – Cristian disse com convicção. – Ele está fazendo uma bomba tecnológica, julgando pelos métodos que ele usa, explosões, sequestros; ele gosta dos holofotes, ele é como uma diva. Quer vencer em grande estilo, ele não faria tanto esforço para obter algo pequeno.

— Você tem razão, Cris. Ele vai querer causar um estrago imenso. Não restam dúvidas, ele está fazendo essa bomba. – concorda.

Cristian pegou os documentos de Bob.

— Olha aqui! – falou ele apontando no papel. – Esses arquivos têm uma validade. “Por se tratar de itens raros e perigosos, sua localização será constantemente alterada a cada 3 dias.”

— Três dias? – perguntou Bob. – Mas isso seria hoje. Eles vão mudar o local deles hoje!

— De apenas um deles, Mullins conseguiu o de Boston, só falta o de... – disse ele, consultando os documentos, - Los Angeles!

— Mullins está em Los Angeles. Temos que fazer alguma coisa. – falou Bob.

Cristian fechou os punhos. Em sua face surgiu um olhar determinado e forte.

— Se o Mullins está em L.A, meu filho também está e é para lá que eu irei. – concluiu.


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Notas finais do capítulo

Gente, Cris e Bob descobriram os planos de Mullins e também já sabem onde ele está.
O que será que vai acontecer agora? Cristian e Mullins vão se encontrar? Os próximos capítulos estão recheados de ação e drama.
Eu não sou de ficar pedindo comentários, mas eu peço que nesse capitulo, vocês deixem umas poucas palavras para dizer se gostaram ou não e o que estão achando da história. Até o próximo!



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