Mudanças Para Continuar escrita por Magui


Capítulo 38
Chapter Thirty Eight


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores!

Esse capítulo faz parte da coleção ''desenvolvendo a relação entre Alex e Cindy'', possui quebras de tempo (os asteriscos simbolizam isso) e está grandinho, até!

Obrigada por lerem. Espero que gostem. ♥



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Na verdade, eu fui sorteada pelo Tio Lu.

Alex desce do carro e dou um giro de 160 graus calmamente com um sorriso nervoso no rosto.

— Boa noite, querida — minha mãe me encara, ao lado de meu pai.

— Eu juro que não vi a hora passar!

— Podia ter avisado. De novo — meu pai me olha severamente.

— Acho que já sei o motivo... — minha mãe sussurra alto o suficiente para eu escutar, enquanto sorri determinada (ou seria maliciosa?) e mira a pessoa atrás de mim. Alex.

Tinha esquecido que ele ainda não foi embora.

— Olá, rapaz!

— E você, é quem? — O questionam.

— Alex Pierre, um cara super gente boa — respondo rapidamente. — É uma pena que já está de saída, não é, Alex?

— Já? Mas vocês acabaram de chegar! Fique para o jantar, Alex!

— Obrigado, mas eu não quero incomodar... — ele responde.

— De forma alguma! Vamos, entre! — Minha mãe vai levando Alex para dentro de casa, seguida pelo meu olhar incrédulo.

— Tem algo que eu precise saber? — Meu pai pergunta, agora mais descontraído, ainda do lado de fora.

— Comprei ração pro Joe! — Digo rapidamente e já entro em casa.

— Ainda dá tempo de tomar um banho antes do jantar... E de me contar alguma coisa.

***

Ouço risadas vindas da cozinha. O clima parece estar ótimo lá.

Mas isso é impossível, Alex está aqui.

— Oh, que bom que já tomou banho, Cindy! Agora é minha vez — minha mãe termina de provar o que estava cozinhando e pisca quando passa por mim. — Mande seu pai arrumar a mesa e não deixe Alex cozinhar tudo sozinho. Ele sabe fazer aquele molho que você gosta!

— Alex está cozinhando? — Arregalo os olhos. Aquele psicopata vai colocar fogo na casa!

— Ele cozinha muito bem! Vai logo ajudar — ela pisca novamente pra mim. Adentro a cozinha, meio acanhada, e então percebo que Alex está aqui. De avental.

Essa deve ser uma das cenas mais engraçadas da minha vida, mas estou surpresa demais pra gargalhar.

— Ah, Cindy, me alcança uma colher — ele pede normalmente. Quando percebe que estou estática, vira-se pra mim e ri. — Muito surpresa?

— Completamente — digo, ainda na mesma posição. — Você cozinha?

— Tem muitas coisas que não sabe sobre mim, Cindy — ele ri novamente. — Você não perguntou tudo. Porém, isso foi bom, porque eu pude ver essa cena maravi...

Ele para de falar porque é atingido por uma colher.

— Toma, a colher que você pediu.

— Você é agressiva — Alex faz uma cara ofendida, mas logo depois solta seu famoso sorriso.

— Você é estranho.

— Seus pais não acham isso. Principalmente sua mãe.

— Você não estava cozinhando? — Pergunto, com raiva, e volto minha atenção aos talheres.

— Ei, quer provar? — Alex se aproxima perigosamente de mim.

— O q-quê?! Provar o quê?

Ele está próximo demais...! Droga, vacilei!

— O molho — ele me oferece uma colher (a mesma que usei para tentar matá-lo segundos atrás) com o líquido, se desaproximando. — Sua mãe disse que você adora.

O olho meio desconfortável e me recuso a provar o molho. Ele me olha por um momento e então sorri malicioso.

— O que mais seria, além do molho, Cindy?

— Idiota — desvio o olhar e sinto minhas bochechas queimarem. Ele apenas prova o molho, ainda sorrindo, e faz sons irritantes.

— Você não pode apreciar o molho sem fazer esses sons? — Me irrito.

— Hm? Ah! Se você provasse iria entender.

— Não, obrigada.

— Não confia nas minhas habilidades culinárias? — Alex faz uma expressão de ofensa, me oferecendo novamente a colher com molho. Vejo o avental de um ângulo melhor agora. A cena é hilária.

— Não confio em você.

— Mesmo depois de hoje, você continua na defensiva? — Ele me olha incrédulo. — Ah, prova esse molho! Não é o seu favorito?!

Alex empurra a colher em direção à minha boca e não tenho tempo de fechá-la. Engulo o molho (até penso em cuspi-lo, mas não se desperdiça comida maravilhosa), o encarando com raiva.

— Admita, não foi tão ruim assim — ele sorri. — Está maravilhoso, né?

— Vou fazer você engolir essa colher! — Parto pra cima dele com a colher. Alex apenas se encolhe um pouco e ri.

— Eu ouvi uns so... Cindy, o que você está fazendo?! — Meu pai surge na porta da cozinha. Paramos na hora. Ele suspira e ri, nos lançando uma expressão estranha. — Enfim, vou arrumar a mesa...

— A comida está quase pronta, Sr. Antariksa! Mãos à obra, Cindy!

O encaro com um sorriso cínico e atiro um pano de prato em sua direção.

P.O.V Alex:

— Que cheiro maravilhoso é esse vindo da cozinha? — A mãe de Cindy grita da sala de estar, ao terminar seu banho. — Traga logo a comida, Cindy. Estou com fome!

Cindy sai da cozinha carregando uma vasilha com salada verde e eu vou logo atrás dela, carregando a minha macarronada, com luvas por conta do calor do recipiente. Colocamos o jantar na mesa e eu retiro meu equipamento culinário, sentando-me ao lado de Cindy e à frente de sua mãe.

— Imagine que está em casa, Alex. Fique à vontade. — Sr. Antariksa me acolhe, enquanto se serve da macarronada. — Isso está com uma cara ótima!

— Obrigado, Sr. Antariksa — sorrio e imagino Cindy revirando os olhos, como sempre faz.

— Você não vai pegar molho, filha? Eu pedi especialmente para o Alex fazer porque sei que é aquele que você gosta! — A mãe de Cindy questiona a filha ao ver que ela não se serviu do molho favorito.

Por que tenho a sensação de que isso tem a ver comigo?

— Eu deixei o veneno em casa, fique tranquila. — Sussurro suficientemente baixo para apenas a garota ao meu lado ouvir.

— Eu posso me servir dele depois, mamãe. — Cindy direciona um olhar respeitoso para a mãe, que parece nem insistir mais.

— Também, do jeito que você come, é capaz de repetir um prato cheio umas cinco vezes e ainda não estar satisfeita! — O pai de Cindy tira sarro da filha e todos nós rimos, exceto ela. — Oh, não me olhe assim, Cindy! Estou apenas brincando!

— Eu sei, papai. Aprendi a identificar suas brincadeiras — ela finalmente ri e depois toma seu suco (provavelmente tentando limpar a garganta do veneno, já que acredita que eu sou um psicopata).

— Engraçado, sempre pensei que Noah seria o primeiro apresentado como seu namorado, mas parece que eu estava enganada. — Sra. Antariksa dispara, fazendo Cindy se engasgar com o suco e tossir desesperadamente enquanto todos à observamos com olhos arregalados. Tomo uma atitude e dou tapinhas em suas costas, mas ela logo se recupera, coçando a garganta.

— O que você está pensando, mamãe?!

— Alex, estou curioso sobre uma coisa: o que exatamente você viu na Cindy para estar aqui? — Sr. Antariksa pergunta, me fazendo rir, ao contrário de Cindy.

— Bom, o caso é que...

— Não estamos namorando. — Cindy me interrompe bruscamente, com os olhos arregalados e incrédulos.

— Então, o Noah ainda tem chances?! — Sra. Antariksa arqueia uma sobrancelha para a filha, que parece se irritar mais ainda. A cena seria hilária se a mãe tivesse usado qualquer outro nome em vez de ‘’Noah’’, mas, pela expressão de Cindy, o playboy já perdeu faz tempo, então continuo firme e forte.

— Será que podemos sair do assunto ‘’vida amorosa da Cindy’’?

— Claro que sim! Então, Alex, o que você faz da vida, além de cozinhar muito bem? — A mãe de Cindy me questiona simpaticamente e sua filha revira os olhos. A senhora arqueia a sobrancelha e vira a cabeça na direção da garota, não parecendo mais tão simpática. — O que foi agora, Cindy? Prefere que voltemos ao assunto anterior?

Ela não recebe resposta.

— Vou considerar isso como um ‘’não’’, querida. — Ela sorri novamente e olha na minha direção, esperando uma resposta.

— Eu curso engenharia automotiva e já trabalho numa oficina, mas aproveito as oportunidades que me aparecem por aí. E, desculpe a modéstia, mas eu sou muito bom na cozinha, Sra. Antariksa! — Pisco para ela, que parece se animar com o meu carisma (ao contrário do marido, que está apenas focado na macarronada), e sinto que constituí uma ótima resposta.

— Você é muito independente, Alex! Parece uma boa influência para a Cindy — Sr. Antariksa participa de nossa conversa. Cindy assume o papel do pai e foca na refeição, nos ignorando totalmente.

— Realmente, Darwin! Mas tem uma coisa que me incomoda na sua resposta... — A mãe de Cindy faz suspense, me deixando um pouco confuso, e os olhos de sua filha parecem brilhar (provavelmente de felicidade e satisfação por sua mãe ter encontrado um possível ponto negativo em mim), finalmente prestando atenção, calmamente, à conversa. — Eu não sou nenhuma senhora, Alex! Tudo bem, eu sou casada e tenho uma filha de quase vinte anos, mas eu ainda sou jovem! Me chame apenas de Chelsea, ignore essas formalidades antigas.

Solto um sorriso vitorioso e posso respirar novamente após ouvir isso ­– e ver a cara de tédio de Cindy.

***

— Você precisa ensinar essa receita para a Cindy urgentemente! — Sr. Antariksa quase me implora ao terminar sua sobremesa.

Todas as receitas que você souber, na verdade — Chelsea complementa a frase do marido, fazendo todos rirem (menos a filha, novamente).

— Quem sabe, um dia? — Sorrio. — Já estão satisfeitos? Se me permitirem, eu vou lavar a louça.

— Eu já, obrigada e boa sorte — Cindy me entrega seu prato e sorri inocentemente. Essa garota é pura ousadia.

— Não, não, não, Alex! Pode parar por aí! Você fez o jantar e a sobremesa, sendo que é visita, e agora ainda quer limpar os pratos?! Isso eu não vou permitir, esqueça — Sra. Antariksa me assusta. — Cindy ainda sabe lavar a louça, ela pode fazer isso, certo, filha?

— Claro, mamãe — a garota quase rosna e arranca o prato de minhas mãos.

— Se vocês insistem, quem eu sou eu para impedir?!

***

— Ah, já terminou, filha? — Sr. Antariksa sorri ao ver a filha saindo da cozinha, finalmente. Ela sorri de volta e assente com a cabeça.

— Bom, acho que já está ficando tarde. — Me levanto da cadeira. — É melhor eu ir.

— Mas já? — Chelsea e seu marido fazem uma expressão triste.

— Jantar com vocês foi muito bom, Sr. e Sra. Antariksa. Eu agradeço.

— Você é muito bem-vindo aqui, venha mais vezes! — Sr. Antariksa sorri.

— Cindy te acompanha até a porta. Tenha uma boa noite, Alex! — Chelsea se despede com o marido e Cindy sai comigo.

— Eu pensei que fossem os garotos que acompanhassem as garotas até a porta — comento.

— Nos romances, são sim.

— E isso não é um romance? — Lanço um sorriso galanteador a ela e me aproximo.

— Nos meus piores pesadelos, talvez — ela se aproxima e sussurra, sorrindo, mas logo depois continua andando até quase sair da varanda de sua casa. — Boa noite e até mais!

— Não vai nem se despedir direito?

— É assim que eu dou tchau para os conhecidos. Eu não quero te dar falsas esperanças — ela faz bico, fingindo ter pena de mim. Vou indo até a minha caminhonete e abro a porta, mas paro antes de entrar, mesmo estando de costas para Cindy e sua casa.

— Sabe o que é louco? — Me viro para ela, sorrindo. — Você disse ‘’até mais’’, sem o ‘’nunca’’ no meio da frase.

Ela entra, mas tenho a impressão de vê-la dar um meio sorriso depois de revirar os olhos. Entro finalmente no meu carro, suspiro e dou partida.


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Notas finais do capítulo

Queria lembrar que eu posso (e vou) sumir e aparecer do nada, como vocês já devem ter percebido.
A partir daqui, a festa finalmente chega (eu ouvi um ''aleluia'', igreja?) e não, a fic não irá acabar depois disso. Eu pensei e cogitei muito essa ideia, porque, afinal, depois de tanta enrolação, a teoria é que um dos pontos principais e iniciais da história chegue no final para fechar a história, certo? Errado. Bom, eu já tinha criado todo o planejamento de MPC de forma diferente e percebi que se o mudasse e encerrasse tudo com a festa, muitas coisas importantes não aconteceriam, então, escolhi seguir com o meu planejamento e tentar deixar a enrolação de lado (até penso que talvez eu edite isso quando a história estiver completa, no futuro).

Enfim, desculpem-me pela demora e enrolação em todos esses capítulos e muito obrigada pela paciência e parceria.

Muitos beijos e até o próximo! ♥



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