Mudanças Para Continuar escrita por Magui


Capítulo 39
Chapter Thirty Nine


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores!

Sim, MPC ainda existe ♥



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P.O.V Manuela:

— Se você não aproveitar essa festa eu juro que volto no tempo, te sequestro e vou me divertir no seu lugar! — Sarah quase berra seu plano de ilusão. Cogito a ideia de baixar o volume do computador. — Eu queria tanto estar aí...

— Podem vir pra cá, serão sempre bem-vindas — pisco para a webcam.         

— Ah, mas isso muda tudo! Vamos fazer as malas, Sarah! — Kim nos faz rir sendo sarcástica.

— Manu, a Cindy chegou! Abra a porta pra ela — meu pai grita lá de baixo.

— Acho que está na hora de desligarmos, não quero ficar observando as madames se emperiquitarem — Kim ri.

— Mas, se for o Noah, queremos... — Sarah sorri maliciosamente e Kim revira os olhos.

— Você é tarada — Kim diz, sem nenhuma expressão.

— E é por isso que sou sua amiga, né? — Sarah sorri.

— Espera aí, aconteceu alguma coisa que eu não saiba? — Pergunto, curiosa.

— Vai lá abrir a porta, Manu! — Kim ri.

— Lembre-se do que eu disse: aproveite a festa! Beijos! — Sarah e Kim acenam e desligam. Abaixo a tela do computador, rindo.

Essas garotas são loucas, penso. Seria maravilhoso se estivessem aqui.

Suspiro e tento esquecer a saudade, logo levantando e indo abrir a porta para a minha nova amiga.

— Oi, cachorrinho fofinho. Obrigada por não latir pra mim e me desculpe por ter esquecido o seu nome — ouço Cindy conversando com Cookie antes de abrir a porta.

— O nome dele é Cookie — digo, sorrindo — e ele é muito educado e esperto. Sabe quando alguém gosta de animais, mesmo que você pareça gostar mais dos felinos...

— Foi mal, Cookie — ela ri, fazendo bico. — Não leva pro lado pessoal, ok?

Abro o portão, ela entra e nos cumprimentamos. Cookie sorri para ela e balança o rabo.

— Além disso, você é o meu cachorro favorito! — Ela afaga a cabeça do cão, que parece satisfeito, e nós entramos.

Espera aí... será que ela conhece outro cachorro?!

— Oi, Cindy! — Minha mãe cumprimenta a garota de forma completamente animada. Ela ansiou por essa festa mais do que qualquer outra pessoa. Será apenas orgulho e entusiasmo pela filha ou uma vontade secreta de participar também? Penso em perguntar isso, mas ela continua falando. — Acho que não fomos apresentadas ainda: eu sou a mãe da Manu, prazer!

— É um prazer conhecê-la também, Sra. Singer — Cindy sorri.

— E eu sou o pai dela, não esqueça de mim, Stella! — Meu pai grita novamente da sala, mas depois se levanta e vem cumprimentar Cindy também. — Seja muito bem-vinda.

— Obrigada, Sr. Singer.

— Pode me chamar de tio Singer, se preferir. Sei como são os jovens, afinal, eu sou jovem! — Ele nos faz rir, como sempre. — Meu Deus, eu pensei que vocês fossem usar vestidos, não armaduras gigantes — ele se assusta ao ver o tamanho da sacola do vestido de Cindy.

— Nós até pensamos nisso, mas optei por um vestido volumoso de Alice no País das Maravilhas — ela ri.

— Bom, coloquem logo esses vestidos, então! — Minha mãe finaliza e nós concordamos, subindo para o meu quarto.

— Vamos fazer o nosso jantar, tia Singer.

***

Tadááá! — Cindy faz pose para me mostrar seu traje. — E aí, como estou?

Seu vestido é azul, com alguns detalhes pretos, e rodado. Ele possui botões pretos ‘’falsos’’ até a marca da sua cintura e depois se abre – um pouco exageradamente, porém na medida certa –, descendo até suas canelas. Ela também usa luvas com listras azuis e pretas, uma bota branca com salto que parece ir até seu joelho e mantém seu cabelo castanho solto – menos por dois fios, um de cada lado de sua cabeça, que ela juntou com um prendedor.

— Completamente encantadora, Alice — sorrio e faço uma reverência à Alice, que força uma cara emocionada e finge secar uma lágrima no canto do olho. — E eu? Muito assustadora?

Sorrio de forma psicopata pra entrar na personagem. Meu vestido é bem mais baixo e curto que o dela – o que me deixa um pouco desconfortável –, ao menos por uma parte atrás em que ele quase alcança o chão (ufa! Posso respirar agora). Ele é preto com tons de vermelho, possui um espartilho que marca minha cintura e uma mini capa com uma gola completamente levantada. Uso, também, uma meia-calça arrastão e um salto alto, ambos pretos. Cindy disse que meu cabelo ficaria melhor prendido em um coque alto, então assim o fiz, mesmo que alguns fios insistissem em cair.

— Assustadoramente parecida com o Alex, porém, sensual — ela arregala os olhos, mas depois faz uma expressão engraçada e eu solto uma gargalhada. — Mas, sério, não faça essa cara psicopata, você pode acabar invocando ele.

— Sente tanto ódio por ele? — Pergunto.

— No dia em que ele apareceu aqui, você só teve uma mini impressão de como ele é, mas eu acredito que ela não foi positiva, certo?

— É verdade que ele me pareceu bem insistente e irritante — começo, mas paro e reflito um pouco antes de continuar. — Pensando bem, psicopata é uma palavra realmente adequada para descrevê-lo.

Cindy faz uma expressão que parece significar: ‘’Pois é, eu disse’’.

— Mas essa foi só uma primeira impressão. Ele com certeza tem seus motivos para ser assim — tento baixar a proporção de ódio que ela parece sentir por Alex. — Até tenho um possível motivo em mente... Mas, enfim, talvez ele seja diferente, basta conversar com ele sincera e abertamente. As aparências enganam, na maioria das vezes, e, de qualquer forma, você não tem nada a perder, então, por que não tentar?

Ela reflete silenciosamente sobre o que eu disse, mas decide mudar de assunto:

— Você não vai usar presas falsas?

— Pensei nisso, mas achei meio incômodo — respondo. — Talvez até nojento...

— Concordo plenamente.

Ouvimos a campainha tocar e nos entreolhamos.

— Seus pais estão esperando alguém?

— Até onde eu sei, não.

— Ah, então é o nosso convidado — ela sorri e nós descemos as escadas.

Chegando nas escadas, nos deparamos com meu pai na porta conversando com uma figura de preto do outro lado do portão – que parece apenas querer entrar –, e com minha mãe segurando uma câmera. Quando ela nos vê, vira rapidamente na nossa direção e começa a nos fotografar. Me sinto uma deusa, mas lembro-me que sou uma vampira assustadoramente parecida com o Alex, porém sensual – segundo Cindy.

— Hã, desculpe... O Halloween é só em outubro — meu pai diz, meio sem graça, para a pessoa que está lá fora. — Você é o Zorro ou um agente secreto do filme Men In Black?

Uma vontade enorme de rir me invade, mas contento-me e cancelo meu desfile em câmera lenta, não olhando mais para os flashes da câmera de minha mãe, porém Cindy continua sorrindo envergonhadamente, enquanto minha mãe a incentiva, dizendo coisas como: ‘’Isso, garota! Arrasa! Mais closes, mais poses! Sorria, Alice!’’

— Manu, você conhece esse mascarado? — Meu pai me questiona, meio confuso.

— Esse é o nosso motorista particular, tio Singer — Cindy ri, terminando finalmente o book fotográfico.

— É ele quem vai dirigir, lembra, pai? — Relembro que pedi autorização para usar o carro dos meus pais. — Como eu tinha dito, o nome dele é Noah. É um amigo de Cindy.

— Meus pais estão sabendo disso também, caso pergunte — ela sorri.

Meu pai abre o portão para Noah, finalmente, e minha mãe insiste em tirar mais uma foto antes de irmos – agora, com nós três. Acabamos tirando duas: uma em que sorrimos decentemente e outra em que tento tomar o sangue de Cindy, que se esconde atrás de Noah.

— Ah, Cindy, se quiser dormir aqui é só avisar seus pais, porque nós estamos de acordo — minha mãe oferece. — Provavelmente, vocês voltarão cansadas.

— Acho que eu não vou estar tão morta assim para não aguentar voltar para casa, mas muito obrigada — Cindy agradece e ri.

— Divirtam-se e tenham juízo, ok? — Minha mãe se despede de nós. — Amo todos vocês, minha filha biológica e meus filhos adotados. Cuidem-se!

Todos rimos, mas nos abraçamos. Parece até que estamos indo viajar para um país distante.

— Aqui está a chave do carro, eu confio em você, rapaz. Respeite as regras de trânsito, seja responsável e não beba — meu pai assusta Noah e lhe dá as suas preciosas chaves. — Ah, e nada de voltar com pedaços à menos, você terá que catá-los e colá-los de volta direitinho!

— Sim, senhor...

— Eu estou brincando! — Ele dá uns tapinhas nas costas de Noah e ri. — Não volte cedo, aproveite a festa, motorista!

— Estar comigo é a mesma coisa que estar com Deus — Noah pisca para o meu pai. Todos nós nos despedimos de Cookie e entramos no carro, finalmente.

***

— Acho que é aqui — Noah estaciona em uma vaga qualquer perto de um salão enorme de onde saem luzes coloridas e uma música popular. Observamos o local de dentro do carro, um pouco encantadas e surpresas.

— Senhoritas — Noah sai do carro e abre a porta para mim e Cindy, nos oferecendo sua mão como apoio. — Hey, como eu estou?

Depois de sairmos do carro, eu e Cindy nos entreolhamos sorrindo.

— Você está maravilhoso! Perfeito para o seu papel — Cindy segura os ombros de Noah e sorri, o largando. — Enganaremos todo mundo com a sua aparência de macho alfa.

— Como o líder da alcateia — completo.

— Um cavalheiro.

— E afins.

— Hã... Se eu entendi bem, vocês querem dizer que eu estou mais gato do que o normal?

— Você está ótimo, Noah — respondo, rindo, ao ouvir a gargalhada de Cindy. — Aliás, todos nós estamos.

Ficamos um tempo em silêncio, observando algumas pessoas entrarem no salão.

— Bom... vamos entrar?

— Não vamos ‘’entrar’’. Vamos causar.

— Só se for uma desgraça.

***

Depois de enfrentar uma fila razoável, entramos.

— Primeira fase concluída com sucesso. Estamos oficialmente dentro da festa — Noah diz, empolgado.

— Ainda há tempo para arrependimentos? — Brinco.

— 3, 2, 1... Tempo esgotado! — Ele responde. — Só podemos sair daqui depois de curtir muito!

— Para inconvenientes não acontecerem, vamos estabelecer algumas regras, ok? — Cindy propõe e todos concordamos. — Primeira regra: não sair do ambiente sozinho ou sem avisar.

— Segunda regra: não beber líquidos coloridos oferecidos por estranhos — Noah continua.

— Terceira regra: se sentir um mal-estar, recorrer ao banheiro e ao telefone celular para pedir ajuda aos outros.

— E, por fim, quarta regra: divertir-se ao máximo! — Selamos as regras da festa com um abraço em grupo, como se disséssemos: ‘’Eu aceito os termos de conduta aqui apresentados’’. — Vamos para a pista de dança? Acho que já atrapalhamos demais a passagem de pessoas e, além do mais, essa música é muito contagiante.

Vamos gingando, animadíssimos, na direção da pista de dança e, enquanto dançamos, reparo nas fantasias das outras pessoas. Vejo um pirata dançando com uma fada, dois ursos mexendo os braços numa perfeita sincronia, um grupo de bruxas com copos nas mãos e o Homem-Aranha criando coreografias com o Batman ao som da música eletrônica que invade nossos ouvidos e pulsações.

Nos posicionamos perto de todos eles e dançamos também. Volto minha atenção à Cindy e Noah que seguram a risada enquanto me olham. Ao perceberem que não entendo a graça, apontam discretamente para algo atrás de mim e, ao me virar levemente, percebo a presença de um cachorro enorme dançando loucamente. Quando me vê, se posiciona ao meu lado e me dá uma leve batida de quadril, o que me faz rir também.

— Quer beber alguma coisa, gata? É por minha conta — ele se aproxima da minha orelha e diz, logo voltando a dançar. Faço um sinal para ele se abaixar e se aproximar novamente, já que é muito alto.

— Se você arranjar algo com sangue fresco para mim, eu topo — digo, fazendo-o parar de dançar por alguns instantes. Sorrio e o chamo novamente para baixo. — Eu sou uma vampira, amigão.

— E eu sou o Lobo Mau — ele faz uma pose de efeito engraçada. — Formamos a dupla malvada perfeita, vampira, mas acho melhor deixar o sangue para outra hora. Curta a festa, gata!

Ele se despede e volta a dançar estilosamente com o seu grupo. Noah e Cindy gargalham alto (quase mais alto que a música) e eu os sigo.


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Notas finais do capítulo

É, o tempo passou rápido desde a última atualização. Como eu tinha dito, posso sumir e aparecer do nada. Agradeço pra caramba pela paciência e parceria.

Muitos beijos e até a próxima! ♥



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