Almas Presas escrita por Gregorius
Notas iniciais do capítulo
Esse eu consegui escrever até rápido, apesar de que tô sentindo dificuldade nessa parte... But
Vamos ouvir All I Ask da Adele? E chorar ?
Que tipo de músicas vocês escutam, fiquem a vontade pra comentar ;)
Boa leitura
Mesmo a tendo visto apenas uma vez e ainda assim, sobre as luzes neon do show, tinha certeza que era a minha garota. E hoje sobre a luminosidade do entardecer, a observava, o quão linda era; os cabelos ruivos estavam presos e os olhos cobertos por óculos escuros, vestia um macacão jeans e saltos altos, uma combinação de matar.
Atravessou as mesas para ser vista, sabia que era bonita e usava isso a seu favor. Seu perfume lembrava flores selvagens, mel e pimenta.
Caliel me deu um soco de leve no braço assim que ela parou no balcão para fazer o pedido.
-Cara, é ela! UAU!
-Sim, UAU! É claro que é ela.
-Você deveria ir lá.
-Eu vou falar o que?
-Não sei, se tu não for, eu vou.
-Que espécie de amigo você é? “Até tu, Brutus?”
-Anda logo, ela já ta saindo..
-Não!
Ela passou e simplesmente saiu.
Abaixei a cabeça de vergonha e frustração.
-Gregorius, você é o cara mais frouxo que eu já conheci – disse cada palavra lentamente, dando ênfase em “frouxo”.
Avistei um papel no chão, tinha uma boa intuição e fui pegá-lo.
-Olha isso Caliel, é o horário da garota, dá pra acreditar que ela vai estudar na Tulane? Olha só – disse lhe mostrando a folha – vai cursar arte.
Ele pegou o papel da minha mão.
-Ela se chama Florenzza e tem até o telefone aqui, quem diria que você teria toda essa sorte?
Pegou o telefone e digitou algo rápido e escutou me encarando enquanto a ligação era feita. Quase me lançou o telefone quando uma voz do outro lado respondeu.
-Olá?
-Oi... é hum... Florenzza? – eu era ridículo com essa voz rouca e desafinada, parecia um adolescente na puberdade.
-Sim, quem está falando? E como tem meu número?
-Ah, desculpa, você não me conhece, é que encontrei o seu horário de aulas, se você quiser, ele está comigo.
-Claro, caramba! Eu vivo perdendo as coisas. Você pode trazê-lo aqui na praça universitária?
-Tudo bem, logo chego aí – desliguei
Caliel estava ansioso por informação.
-Eu vou encontrá-la na praça universitária- falei tudo de uma vez só, sem respirar.
-Ótimo cara! Não faça nada estúpido. Agora deixa aí pra mim o dinheiro do lanche.
-E por que eu faria isso, seu folgado?
-E por que não faria?
O encarei, ele sabia que eu não tinha argumentos contra aquilo. Mente maquiavélica. Dei o dinheiro e fui a meu primeiro “encontro” com Florenzza.
Ela estava olhando um canteiro de flores azuis e borboletas amarelas voavam a seu redor. Era uma visão para se guardar.
A cumprimentei e ela pareceu se assustar. Entreguei o papel.
-Eu estava na lanchonete a hora que você entrou, e acho que deixou seu horário cair em algum momento enquanto saía, o encontrei logo depois no chão.
-Muito obrigada por devolver, muito gentil, daria maior trabalho pra conseguir um novo, ainda mais que sou nova aqui e não conheço nada direito – disse sorrindo
-Eu também, na verdade tem algumas semanas já. Aliás, sou Gregorius – estendi a mão.
-Prazer, Florenzza, mas você já sabe, não é?
Sorri
-Eu já te vi antes, foi naquele bar... eu estava na platéia e você era aquela no palco que ...tava cantando. - Eu vi um brilho desafiador surgir em seu olhar – até tentei depois falar contigo, mas estava um pouco embriagado – disse essa última parte baixinho.
Ela gargalhou um pouco alto e depois se conteve tímida, mas era tarde demais para o meu coração que vinha apresentando defeito a cada nova reação dela.
-Caramba, eu me lembro disso. Então era você? Eu o vi que me chamava, na real me gritava, só que depois você caiu, até voltei pra ver se estava bem, porém tu já estava dormindo.
Eu estava surpreso, e talvez, muito provavelmente, com toda certeza, tinha corado.
-Me desculpa. Então o que você queria, pode me dizer agora.
-Ah... hum... eu queria te conhecer, porque porra, você canta muito e é muito linda e também hipnotizante e... eu não sei porque e como estou conseguindo falar tudo isso, mas... ah eu também sonhei com você.
Sorriu e tirou os óculos e a visão de seus olhos pretos, me fez lembrar do sonho que tive, onde me perdia na escuridão dentro dela. A sensação enviou uma onda fria que arrepiou a minha espinha, como se minha coluna fosse uma tubulação por onde passava água congelada.
-Você tá me conhecendo agora... Gregorius – se aproximou do meu rosto e disse meu nome lentamente de uma maneira sexy, nunca pensei que alguém poderia dizer meu nome assim. – mais uma vez obrigada pelo horário, mas agora tenho que ir – deu um beijo na minha bochecha.
-A gente se vê depois?
-Deveríamos?
-Acredito que seria uma boa.
-É claro que sim – piscou e saiu batendo seus saltos pela calçada.
Perco o sorriso do rosto quando num relance vejo as flores que antes eram azuis e borboletas voavam ao redor a minutos atrás, e agora apenas flores murchas e secas servindo de alegoria fúnebre para varias borboletas mortas no chão, essas que antes eram amarelas e nada mais restava de tal remota memória.
Por impulso me virei pra ver Florenzza já ao longe. Curioso a observava, imaginando que tipo de garota ela seria.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então? Esse é mais curto também -.-
Até o próximo.
XOXO