Almas Presas escrita por Gregorius


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Esse eu consegui escrever até rápido, apesar de que tô sentindo dificuldade nessa parte... But
Vamos ouvir All I Ask da Adele? E chorar ?
Que tipo de músicas vocês escutam, fiquem a vontade pra comentar ;)
Boa leitura



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               Mesmo a tendo visto apenas uma vez e ainda assim, sobre as luzes neon do show, tinha certeza que era a minha garota. E hoje sobre a luminosidade do entardecer, a observava, o quão linda era; os cabelos ruivos estavam presos e os olhos cobertos por óculos escuros, vestia um macacão jeans e saltos altos, uma combinação de matar.

               Atravessou as mesas para ser vista, sabia que era bonita e usava isso a seu favor. Seu perfume lembrava flores selvagens, mel e pimenta.

               Caliel me deu um soco de leve no braço assim que ela parou no balcão para fazer o pedido.

               -Cara, é ela! UAU!

               -Sim, UAU! É claro que é ela.

               -Você deveria ir lá.

               -Eu vou falar o que?

               -Não sei, se tu não for, eu vou.

               -Que espécie de amigo você é? “Até tu, Brutus?”

               -Anda logo, ela já ta saindo..

               -Não!

Ela passou e simplesmente saiu.

Abaixei a cabeça de vergonha e frustração.

               -Gregorius, você é o cara mais frouxo que eu já conheci – disse cada palavra lentamente, dando ênfase em “frouxo”.

Avistei um papel no chão, tinha uma boa intuição e fui pegá-lo.

               -Olha isso Caliel, é o horário da garota, dá pra acreditar que ela vai estudar na Tulane? Olha só – disse lhe mostrando a folha – vai cursar arte.

Ele pegou o papel da minha mão.

               -Ela se chama Florenzza e tem até o telefone aqui, quem diria que você teria toda essa sorte?

Pegou o telefone e digitou algo rápido e escutou me encarando enquanto a ligação era feita. Quase me lançou o telefone quando uma voz do outro lado respondeu.

               -Olá?

               -Oi... é hum... Florenzza? – eu era ridículo com essa voz rouca e desafinada, parecia um adolescente na puberdade.

               -Sim, quem está falando? E como tem meu número?

               -Ah, desculpa, você não me conhece, é que encontrei o seu horário de aulas, se você quiser, ele está comigo.

               -Claro, caramba! Eu vivo perdendo as coisas. Você pode trazê-lo aqui na praça universitária?

               -Tudo bem, logo chego aí – desliguei

Caliel estava ansioso por informação.

               -Eu vou encontrá-la na praça universitária- falei tudo de uma vez só, sem respirar.

               -Ótimo cara! Não faça nada estúpido. Agora deixa aí pra mim o dinheiro do lanche.

               -E por que eu faria isso, seu folgado?

               -E por que não faria?

O encarei, ele sabia que eu não tinha argumentos contra aquilo. Mente maquiavélica. Dei o dinheiro e fui a meu primeiro “encontro” com Florenzza.

Ela estava olhando um canteiro de flores azuis e borboletas amarelas voavam a seu redor. Era uma visão para se guardar.

A cumprimentei e ela pareceu se assustar. Entreguei o papel.

               -Eu estava na lanchonete a hora que você entrou, e acho que deixou seu horário cair em algum momento enquanto saía, o encontrei logo depois no chão.

               -Muito obrigada por devolver, muito gentil, daria maior trabalho pra conseguir um novo, ainda mais que sou nova aqui e não conheço nada direito – disse sorrindo

               -Eu também, na verdade tem algumas semanas já. Aliás, sou Gregorius – estendi a mão.

               -Prazer, Florenzza, mas você já sabe, não é?

Sorri

               -Eu já te vi antes, foi naquele bar... eu estava na platéia e você era aquela no palco que ...tava cantando. - Eu vi um brilho desafiador surgir em seu olhar – até tentei depois falar contigo, mas estava um pouco embriagado – disse essa última parte baixinho.

               Ela gargalhou um pouco alto e depois se conteve tímida, mas era tarde demais para o meu coração que vinha apresentando defeito a cada nova reação dela.

               -Caramba, eu me lembro disso. Então era você? Eu o vi que me chamava, na real me gritava, só que depois você caiu, até voltei pra ver se estava bem, porém tu já estava dormindo.

Eu estava surpreso, e talvez, muito provavelmente, com toda certeza, tinha corado.

               -Me desculpa. Então o que você queria, pode me dizer agora.

               -Ah... hum... eu queria te conhecer, porque porra, você canta muito e é muito linda e também hipnotizante e... eu não sei porque e como estou conseguindo falar tudo isso, mas... ah eu também sonhei com você.

Sorriu e tirou os óculos e a visão de seus olhos pretos, me fez lembrar do sonho que tive, onde me perdia na escuridão dentro dela. A sensação enviou uma onda fria que arrepiou a minha espinha, como se minha coluna fosse uma tubulação por onde passava água congelada.

               -Você tá me conhecendo agora... Gregorius – se aproximou do meu rosto e disse meu nome lentamente de uma maneira sexy, nunca pensei que alguém poderia dizer meu nome assim. – mais uma vez obrigada pelo horário, mas agora tenho que ir – deu um beijo na minha bochecha.

               -A gente se vê depois?

               -Deveríamos?

               -Acredito que seria uma boa.

               -É claro que sim – piscou e saiu batendo seus saltos pela calçada.

Perco o sorriso do rosto  quando num relance vejo as flores que antes eram azuis e borboletas voavam ao redor a minutos atrás, e agora apenas flores murchas e secas servindo de alegoria fúnebre para varias borboletas mortas no chão, essas que antes eram amarelas e nada mais restava de tal remota memória.

Por impulso me virei pra ver Florenzza já ao longe. Curioso a observava, imaginando que tipo de garota ela seria.


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Notas finais do capítulo

E então? Esse é mais curto também -.-
Até o próximo.
XOXO



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