Almas Presas escrita por Gregorius


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Então é isso aí, caso tenha erros de português, sorry...
viva a liberdade!
isso foi horrível... I know ..
Vamos ouvir Florence In The Machine?

Boa leitura



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Logo que saí do bar, entrei na rua, que mais se parecia com um beco escuro e sujo, Caliel saiu comigo, contrariado, mas veio e eu estava feliz por isso.

            Assim que meus olhos se acostumaram com a escuridão consegui ver o vulto de alguém algumas ruas a frente, tinha que ser ela.

            - É ela Caliel! Você ta vendo, lá na frente, vamos! Anda! – e sai correndo.

            - Greg, é só um vulto, pode ser qualquer uma, afinal, uma garota não se ariscaria de andar por pecos, sozinha e a noite ainda, nem nós deveríamos estar fazendo isso, é melhor voltarmos, vamos pegar uma rua iluminada...

            - Hey! – gritei chamando a pessoa que imaginava ser a minha garota. Só escutava a voz do Caliel, abafada como se a quilômetros, um chiado, não me importava. – Você! Só um minuto, espere!

            A pessoa virou e agora mais iluminada, conseguir reconhecer que era a ruiva do bar. Parecia surpresa, ou estava encenando uma falsa expressão sob uma face que se divertia.

            Nesse momento algo estranho parecia estar acontecendo, porque eu estava correndo e ela estava parada me encarando, mas eu continuava cada vez mais longe dela, como se estivesse indo em sentido oposto.

            - Gregorius, o que ta acontecendo?! – disse Caliel atrás de mim, agora parado com as mãos nos joelhos – eu estou perdendo o ar...a minha respiração ta ficando difícil...

            Parei também, cansado, e minha visão estava turva e embaçada, como se tivesse com óculos sob o vapor, porém conseguia ver o vulto, tão longe quanto antes...

            - Ahh! – me assustei com um grito forte que cortou minha respiração ofegante – Ahh! Que droga é essa?!

            Era Caliel ele havia tirado as mãos dos joelhos e estava com elas na cabeça agora, a segurando como se fosse uma bola que quisesse furar.

            - O que foi cara? O que ta acontecendo com você? – me aproximei dele, mas caio de lado agarrando minha cabeça, que começa a doer, um som ensurdecedor, como se um prego estivesse entrando por meus ouvidos, não conseguia ter controle da dor, só me coloquei em posição fetal, como se fosse possível me proteger.

            De repente, a loucura acaba, estava praticamente inconsciente,vendo vultos e imagens embaçadas. Não sei se delirei, mas tive a sensação de ver o rosto da garota bem próximo do meu, com seus grandes olhos negros e cabelo de lava, sorrindo, sorrindo, não bela, e sim demoníaca. Até que não vi mais nada.

Eu acordei, não sei que hora exatamente, com Caliel me dando tapas na cara.

            - Ufa, cara eu pensei que você não ia mais acordar. Que merda foi essa? Eu não to acreditando nisso, me desculpa cara, a gente nunca mais faz isso... eu sei que foi culpa minha , mas é que... nunca tinha acontecido algo parecido comigo.. eu não sei o que aconteceu, o que colocaram no drink? Putz! Olha a hora...

            - Você não ta acreditando realmente que foi o drink, está?

            - E o que seria então? – me encarou

            - Eu ... eu não sei ao certo... acho que...

            - Exatamente como eu disse, foi o magia negra. Eu sinto tanta dor de cabeça, amaldiçoado seja. Vamos embora, eu preciso pensar em algo pra servir de desculpa para meu atraso. Merda eu nunca cheguei em casa essa hora, merda!

            Enquanto Caliel bolava planos ridículos para se justificar, eu pensava o quão louco isso foi. Eu tinha a sensação que tive um sonho em que eu sentia os efeitos no meu corpo, estava entorpecido.

            Após passar pela casa dos Petrova, e escutar a mãe de meu amigo, receber ele, começando uma discussão, peguei a rua que dava para a avenida menos movimentada e segui em rumo a saída da cidade, em rumo a casa.

            As luzes estavam apagadas, isso era um sinal de que tia Aurora já estava dormindo e estaria livre de problemas por hoje. Me enganei.

            Entrei fazendo o máximo de silêncio que alguém de 1,80 metro, poderia fazer, nem sequer ousei respirar forte, mas não foi o suficiente.

            - Eu não sei o tipo de educação que vocês franceses recebem, mas aqui na América quem entra tarde da noite em casa, escondido sem fazer barulho, é bandido, estão ensinando a malandragem em Tulane agora Sr. Gregorius D’Lemond?!

            Droga

            - Oi tia, me desculpe, eu estava tentando não acordar a senhora...

            - Exatamente nesse ponto da conversa que queria chegar, que bom que você tocou nesse assunto- pisco sem entender- eu estava dormindo, ou seja, se eu que sou uma senhora, conservada é claro, mas já de uma certa idade, preciso dormir, você que é um jovem acadêmico, precisa ainda mais. Então pensa comigo, me corrija se estiver errada, tu me deves uma explicação não é mesmo?

            Bem que eu devia ter ouvido papai, ele me mandou ter cuidado com tia Aurora, ou nunca mais veria a luz do sol com os dois olhos.

            - Me... me desculpe tia, é que eu fiz algumas amizades e esse meu amigo, Caliel, a senhora deve conhecer,  família dele é antiga aqui, são os Petrova... Então sabe? – ela me olhava como se eu fosse um gato roubando comida em seu fogão- e esse meu amigo me chamou pra sair, conhecer alguns lugares da cidade, e estava tão divertido que acabamos perdendo um pouco a noção do tempo – não havia mentido, isso realmente aconteceu.

            - Ah, claro Gregorius, mas acontece que os lugares “interessantes” da cidade, já estão fechados a algumas horas. Me fale de uma vez aonde vocês estavam.

            Eu não fiz nada de errado, era só dizer a verdade.

            - Nós estávamos em um bar, bem legal até, tinha muitos turistas, se chama Illusion’s Bar.

            Se ela me via como um gato roubando comida em seu fogão, esse era o momento em que o gato levava uma vassourada e voava para longe.

            - Você estava no Illusion’s Bar? Deixa eu te dizer só uma coisa Gregorius, nunca mais vá lá, você está proibido, não converse com ninguém que trabalhe lá, me espanta os Petrova deixarem seu filho freqüentar aquele lugar, você esta proibido de fazer amizade com esse garoto viu. Agora me diga, comeu alguma coisa lá? Bebeu?

            - Eu bebi um drink com Caliel, mas não era nada tão alcoólico não, pode ficar tranqüila...

            - Vai tomar um banho agora, eu já subo e te levo um chá.

            - Não, não precisa não...

            -  Gregorius, não me faça ser uma pessoa raivosa, ou vou acabar me esquecendo que não sou.

            Queria estar na casa do Caliel, tenho certeza que não ouviu tanto quanto eu.

Subi para o quarto e fui tomar meu banho, mas os pensamentos estavam confusos, toda essa noite, ficou girando em minha mente, a bebida, a sensação de estar em outro lugar, a garota ruiva e tudo depois e agora, tia Aurora agindo dessa maneira estranha me proibindo de  tudo.

Existe algo estranho, nada é como antes, não sei se era comigo ou com a cidade.

Já tinha tomado meu banho e me trocado e estava sentado na cama esperando meu chá, beijo de boa noite e uma história. Mas o chá foi o mais demorado que já vi alguém preparar.

            - Está vestido?

            - Sim, pode entrar tia.

Tia Aurora entrou com uma expressão seria e em entregou a caneca branca cheia de estrelinhas pretas, com um liquido meio marrom claro que saía fumaça.

            - Beba todo esse chá agora, que vou levar a caneca.

Observei mais uma vez o líquido, assoprando mais algumas vezes e contando as estrelinhas.

            - Mas  que tem aqui? Eu já disse tia que não estou bêbado, não tem necessidade...

            - Olha Gregorius, seus pais te deixaram como minha responsabilidade, e você é meu sobrinho, algo mais próximo de um filho que eu nunca tive, e eu não quero que nada de ruim aconteça a você, e essa cidade tem perigos que você não pode nem imaginar. Então beba e me diga que não vai voltar mais naquele lugar.

Bebi um grande gole do chá, que parece ter sido feito com a grama do jardim, acreditaria se o gramado estivesse aparado na manhã seguinte.

            - Tudo bem tia Aurora, eu não vou mais...mas me diga.

            - Sim

            - A senhora também acredita que aquele bar pertence aos filhos do demônio?

            - O que?! – eu tinha certeza que o sangue dela tinha virado água, quando disse isso. – onde você ouviu isso garoto?

            - Caliel me disse que a mãe dele e varias outras famílias mais antigas dizem isso e não deixam os filhos freqüentarem o bar, por isso que lá está cheio de criaturas das trevas, feiticeiras e demônios – disse sorrindo de leve, quase um deboche.

            - Pelo menos a família dele tem consciência que não devem ir lá, mas pelo jeito seu amigo não tem. Eu não sou uma cega que julga a tudo sabe, mas nenhuma história pode ser inventada, tudo tem um fundamento, e esse bar tem uma história antiga já, até mesmo para mim. O que todos aprendem é que os fundadores daquele e de outros lugares eram adoradores de seres ocultos e que faziam rituais macabros, mas isso ficou no passado, porém é melhor me ouvir e não voltar lá.

Ela disse isso me observando para ver se eu tinha entendido, pegou a caneca e saiu.

Não sei o que tinha naquele chá, e se a grama do jardim tinha efeitos medicinais ou dopantes, a única coisa que sei que dormi como se não fosse voltar a vida.  


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Notas finais do capítulo

Querendo comentar? fique a vontade...
2 beijos Xoxo



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